USO DE DIETAS ALTA FIBRA E PROTEÍNA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE

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1 USO DE DIETAS ALTA FIBRA E PROTEÍNA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE
Wandréa de Souza Mendes Médica Veterinária MSc, DSc Nutrição Animal Suporte Científico Royal Canin

2 OBESIDADE Desordem nutricional mais comum em pets
Incidência em crescimento Doença multifatorial Consequências deletérias German, J. A. The Growing Problem of Obesity in Dogs and Cats. Journal Nutrition, 140S-146S, 2006.

3 OBESIDADE Balanço energético positivo Peso corporal excessivo
Imagem: A German In: Encyclopedia of Feline Clinical Nutrition Royal Canin, 2008 Peso corporal excessivo Acúmulo de tecido adiposo Tecido metabolicamente ativo ↑ Leptina, ↑ Resistina, ↑ TNF α, ↓ Adiponectina Imagem: Resistência insulínica Diez, M; Nguyen, P. Obesity: epidemiology, pathophysiology and management of the obese dog. In: . Encyclopedia of Canine Clinical Nutrition, Royal Canin, p. 2-51, 2006.

4 Obeso Obeso mórbido 10-20% acima do peso ideal

5 CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE
DERMATOSES Imagem: P Prelaud In: Prelaud, P and Harvey, R. Enc. of Canine Clinical Nutrition Royal Canin, 2006 NEOPLASIAS Imagem: JY Deschamps In: Wakshlag, JJ and Kallfez, FA. Enc. of Canine Clinical Nutrition Royal Canin, 2006 LIPIDOSE HEPÁTICA Imagem: V Biourge In: Rutgers, HC and Biourge, V. Enc. of Feline Clinical Nutrition Royal Canin, 2008 DTUI Imagem: S Rillo DISTÚRBIOS CARDIORESPIRATÓRIOS Imagem:LM Freeman and JE Rush Enc. of Canine Clinical Nutrition Royal Canin, 2006 DOENÇAS OSTEOARTICULARES Imagem: H Hazewinkel and J Mott Enc. of Canine Clinical Nutrition Royal Canin, 2006 DIABETES MELLITUS 2 FELINA Imagem: C Reuch In: Lutz, TA. Enc. of Feline Clinical Nutrition Royal Canin, 2008

6 TRATAMENTO A obesidade é uma doença e deve ser tratada!
PROGRAMA DE EMAGRECIMENTO: Avaliação Planejamento Programa de emagrecimento: Modificação dietética Manejo alimentar Exercícios físicos Monitoramento Manutenção pós-tratamento Atenção ao proprietário (continuamente) DIAGNÓSTICO POR IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA Imagem: L Cowgil. In: German, A and Martin, L. Encyclopedia of Feline Clinical Nutrition Royal Canin, 2008

7 Fundamento do tratamento da obesidade
↓ A INGESTÃO DE ENERGIA Balanço energético negativo » mobilização das reservas energéticas (adipócitos)

8 ENERGIA EB ED EM EL Lipídeos Carboidratos Proteínas ácidos graxos
glicose aminoácidos glicose EB ED EM EL PARTIÇÃO ENERGÉTICA In: German, A and Martin, L. Feline obesity: epidemiology, pathophysiology and management. Encyclopedia of Feline Clinical Nutrition Royal Canin, 2008.

9 ENERGIA PROTEÍNAS FIBRAS
Bruta (EB) Energia digestível (ED) metabolizável (EM) Líquida (EL) Lipídeos 9,4 kcal (100%) 8,5 kcal (90%) 8,2 kcal (87%) Proteínas 5,4 kcal 4,8 kcal (89%) 3,5 kcal (65%) 2,2 kcal (41%) Carboidratos 4,2 kcal (100%) 3,7 kcal (88%) (83%) 3,2 kcal (76%) Fibras NS ( a - 0,96%) ↑ incremento calórico » ↓ EL (↑ custo metabólico ≈ 59%) PROTEÍNAS Valor energético não significativo ( - ) FIBRAS Diez, M and Nguyen, P. Obesity: epidemiology, pathophysiology and management of the obese dog. In: . Encyclopedia of Canine Clinical Nutrition, Royal Canin, p. 2-51, 2006.

10 DIETAS PARA TRATAMENTO DA OBESIDADE
↓ ENERGIA - ↓ Gorduras e Carboidratos - ↑ Proteínas e Fibras Energia Líquida (EL) Lipídeos 8,2 kcal (87%) Proteínas 2,2 kcal (41%) Carboidratos 3,2 kcal (76%) Fibras NS ( a - 0,96%) Restrição: - 40 a - 60% NEM 130 kcal x PC 0,75 100 kcal x PC 0,67

11 Fundamento do tratamento da obesidade Pressão de emagrecimento:
↓ A INGESTÃO DE ENERGIA Restrição: - 40 a - 60% NEM NEM Pressão de emagrecimento: kcal x PC 0,75 - 0,5 a 2 % PC semanais (inativos - ativos) 100 kcal x PC 0,67 (sobrepeso) - 0,5 a 1,5 % PC semanais 130 kcal x PC 0,4 (magros) NRC. Nutrient requiremetns of dogs and cats. Washington: NRC/ National Academy of Science

12 MÉTODOS PARA TRATAMENTO DA OBESIDADE
Restrição total da energia » Suspensão completa da alimentação Restrição parcial da energia » Alimento completo/manutenção Restrição parcial da energia » Alimento completo/light Restrição parcial da energia » Alimento coadjuvante/obesidade

13 MÉTODOS PARA TRATAMENTO DA OBESIDADE
Restrição total da energia » Suspensão completa da alimentação Restrição parcial da energia » Alimento completo/manutenção Restrição parcial da energia » Alimento completo/light Restrição parcial da energia » Alimento coadjuvante/obesidade Jejum » Ingestão energética nula Eficiente na redução do peso corporal - Excessiva perda de proteína (massa muscular) - Alterações metabólicas e clínicas - Necessidade de hospitalização - Não aceitação do proprietário e implicações éticas German, J. A. The Growing Problem of Obesity in Dogs and Cats. Journal Nutrition, 140S-146S, 2006.

14 MÉTODOS PARA TRATAMENTO DA OBESIDADE
Restrição total da energia » Suspensão completa da alimentação Restrição parcial da energia » Alimento completo/manutenção Restrição parcial da energia » Alimento completo/light Restrição parcial da energia » Alimento coadjuvante/obesidade ↓ excessiva da quantidade do alimento Eficiente na redução do peso corporal - Deficiências em nutrientes essenciais - Fome e comportamentos indesejáveis - Perda excessiva de proteínas (massa muscular) - Desistência do proprietário/Insucesso Crowell-Davis, S. L. et al. The effect of caloric restricition on the behavior of penhoused dogs: transition from unrestricted to restricted diet. Appl Anim Behav Sci, 43: 27-41, 1995.

15 MÉTODOS PARA TRATAMENTO DA OBESIDADE
Restrição total da energia » Suspensão completa da alimentação Restrição parcial da energia » Alimento completo/manutenção Restrição parcial da energia » Alimento completo/light Restrição parcial da energia » Alimento coadjuvante/obesidade ↓ energética SEM ↓ drástica na quantidade de alimento Eficiente na redução do peso corporal + Adequado fornecimento em nutrientes essenciais + Saciedade - Menor perda de massa muscular - Maior chance de sucesso no tratamento

16 MÉTODOS PARA TRATAMENTO DA OBESIDADE
300 kcal de energia (EM) + 14 a 33 % Alimento coadjuvante para obesidade = 100 g/dia Alimento Light = 88 g/dia Alimento para manutenção = 75g/dia

17 DIETAS ↑ fibra, ↑proteína
↓ el (↑ termogênese dietética) ↑ Perda de gordura corporal e ↓ perda muscular ↓ sensibilidade à insulina ↑ Saciedade ↑ FIBRA: ↑ Saciedade (↓ ingestão voluntária) ↓ Absorção de nutrientes e energia » “Diluem a energia”

18 DIETAS ↑ proteína - St. Louis, Missouri, EUA
- 16 gatas, saudáveis, sobrepeso - 2 Dietas: secas (≈ 90 % MS), isocalóricas: 30% proteína » 35% da EM (NORMAL = CP) 40% proteína » 45% da EM (HIGH = HP) - 2 Grupos: 8 gatas, dieta CP, 6 meses 8 gatas, dieta HP, 6 meses - Alimento disponível 16 horas/dia - Bioquímica, PC, ECC, % Gordura corporal (DEXA) Laflamme DP, Hannah SS. Increased dietary protein promotes fat loss and reduces loss of lean body mass during weight loss in cats. Intern J Appl Res VetMed; 3: 62-68, 2005.

19 DIETAS ↑ proteína ↑perda de gordura corporal ↓ perda de tecido magro
Fat loss Lean tissue loss ↑perda de gordura corporal ↓ perda de tecido magro (- 50%) Laflamme DP, Hannah SS. Increased dietary protein promotes fat loss and reduces loss of lean body mass during weight loss in cats. Intern J Appl Res VetMed; 3: 62-68, 2005.

20 DIETAS ↑ proteína

21 DIETAS ↑ proteína - FCAV/UNESP, Jaboticabal, SP, BR
- 16 gatos (8 m/8 f) castrados, anos de idade, saudáveis - Histórico obesidade 12 meses, ECC 8,6 ± 0,20/9 e PC 5,04 ± 0, 38 kg - 2 fases experimentais: Perda de peso (- 20% peso corporal inicial): 2 dietas Grupo 1 - Dieta HP = 28, 4 g PB/ MJ EM, 8 gatos Grupo 2 - Dieta controle = 21, 4 g PB/ MJ EM, 8 gatos Quantidade de alimento = 60 % NEM (NRC 2006) = 326 MJ x PC 0,4 Manutenção pós perda de peso: 1 dieta Dieta 28,0 g PB/ MJ EM, por 120 dias Quantidade de alimento para manutenção do PC Vasconcellos, Protein Intake during Weight Loss Influences the Energy Required for Weight Loss and Maintenance in Cats. J. Nutr. 139: 855–860, 2009.

22 DIETAS ↑ proteína - Foram estudados:
Digestibilidade: início (estado obeso), - 20% do peso corporal Peso corporal: acompanhamento semanal Composição corporal (DEXA): início, - 10% PC, - 20% PC, final fase 2 Leptina, insulina, T3, T4, TSH: início, - 20% PC, final fase 2 Balanço nitrogenado: início e final da fase 2 - RESULTADOS: Perda de gordura corporal durante o emagrecimento » HP > Co Perda de massa magra durante o emagrecimento » Co > HP Outros parâmetros » HP ≈ Co Vasconcellos, Protein Intake during Weight Loss Influences the Energy Required for Weight Loss and Maintenance in Cats. J. Nutr. 139: 855–860, 2009.

23 DIETAS ↑ proteína - St. Louis, Missouri, EUA - 42 cães com sobrepeso
- 3 grupos/3 dietas: 20% da EM da proteína 30% da EM da proteína 39% da EM da proteína - Alimentados com quantidade para provocar 1 % PC/semana Hannah S - Role of dietary protein in weight management. Comp Cont Educ Pract Vet. 21: 32S-3, 1999.

24 DIETAS ↑ proteína Dieta 39% ↓perda de tecido magro
↑perda de gordura corporal (%) Dieta 39% Hannah S - Role of dietary protein in weight management. Comp Cont Educ Pract Vet 1999; 21: 32S-3.

25 DIETAS ↑ fibra EFEITO DIETA↑ FIBRA - Kansas, EUA - 12 Beagles
Saciedade Composição corporal - 2 Dietas: 2% Fibras (LOW FIBER = LF) 20%↑ Fibras (HIGH FIBER = HF) - 2 Grupos: 3 semanas LF » 3 semanas HF 3 semanas HF » 3 semanas LF - Consumo voluntário 45 minutos/dia Jewell DE, Toll PW, Novontny BJ – Satiety reduces adiposity in dogs. Vet Therapeutics ; 1: 17-23, 2000.

26 DIETAS ↑ fibra Sem efeito significativo sobre a ingestão (g) de alimentos Redução significativa da ingestão calórica (- 27%) Jewell DE, Toll PW, Novontny BJ – Satiety reduces adiposity in dogs. Vet Therapeutics ; 1: 17-23, 2000.

27 DIETAS ↑ fibra Redução significativa da gordura corporal (+ 300 %)
Sem efeito significativo sobre a massa magra Jewell DE, Toll PW, Novontny BJ – Satiety reduces adiposity in dogs. Vet Therapeutics ; 1: 17-23, 2000.

28 DIETAS ↑ fibra e proteína

29 MATERIAL CONFIDENCIAL
DIETAS ↑ fibra e proteína - University of Liverpool, UK - 3 dietas: HPHF: ↑ PROTEÍNA (103 g/1000 kcal), ↑ FIBRA (60 g/1000 kcal) HPMF: ↑ PROTEÍNA (104 g/1000 kcal), FB moderada (35 g/1000 kcal) HF: ↑ FIBRA (87 g/1000 kcal), PB moderada (86 g/1000 kcal) - 2 estudos: 1- 6 fêmeas inteiras, adultas, raças variadas 5 testes Saciedade (ingestão voluntária de alimentos) fêmeas, raças e idades variadas » Palatabilidade - Resultados: HPHF > HPMF, HF em saciedade HPHF = HPMF > HF em palatabilidade Weber, M et al A High-Protein, High-Fiber Diet Designed for Weight Loss Improves Satiety in Dogs. J Vet Intern Med. 21: , 2007 PROIBIDA A CÓPIA OU REPRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA

30 DIETAS ↑ fibra e proteína

31 DIETAS ↑ fibra e proteína
- 47 cães saudáveis, obesidade de ocorrência natural - University of Liverpool, UK HPHF: ↑ PROTEÍNA (103 g/1000 kcal), ↑ FIBRA (60 g/1000 kcal) HPMF: ↑ PROTEÍNA (104 g/1000 kcal), FB moderada (35 g/1000 kcal) Quantidade de alimento = 105 kcal x PC 0,75 x 60% 15 cães de proprietários » HFHP, jul 2006 – jun 2008 27 cães » HPMF, jan 2005 – dez 2007 (controle) Peso corporal (balança eletrônica) » acompanhamento regular Composição corporal (DEXA) e bioquímica » avaliações inicial e final Greman, AJ et al A high-protein high-fiber diets improve weight Loss in obese dogs. The Veterinary Journal , 183: , 2010

32 DIETAS ↑ fibra e proteína
- Resultados: P < 0,05 Perda de peso: HPHF > HPMF Perda de peso/semana: HPHF > HPMF Greman, AJ et al A high-protein high-fiber diets improve weight Loss in obese dogs. The Veterinary Journal , 183: , 2010

33 DIETAS ↑ fibra e proteína
- Resultados: P < 0,05 Perda de gordura corporal: HPHF > HPMF Greman, AJ et al A high-protein high-fiber diets improve weight Loss in obese dogs. The Veterinary Journal , 183: , 2010

34 DIETAS ↑ fibra e proteína
- Resultados: » Melhores resultados de emagrecimento para dietas HPHF vs HPMF » Necessita confirmação por estudos cegos e randomizados Greman, AJ et al A high-protein high-fiber diets improve weight Loss in obese dogs. The Veterinary Journal , 183: , 2010

35 MANUTENÇÃO PÓS-TRATAMENTO
» Efeito rebote ou Efeito io-iô O que é? Ganho de peso após o final do tratamento Por que ocorre ? ↓ NEM: % ↓ consumo de energia celular e da tx. metabólica basal ↑ eficiência da utilização da energia Alterações nos mecanismos de feedback dos adipócitos Influenciado por: Severa restrição energética e↓atividade física Dietas ↓ proteína Lafla mme, DP; Kulhman, G. Obesity mangement: it can work. In: Proceedings of The NA Vet Conf, , /Crowell – Davis, SL et al. The effect of caloric restriction on the behavior of penhoused dogs: transition form unrestricted to restricted diet. Appl Anim Behav Sci. 43: 27-41, /Crowell – Davis, SL et al. The effect of caloric restriction on the behavior of penhoused dogs: transition form unrestricted to mantenaince diets and long-term effects. Appl Anim Behav Sci. 43: 43-61, /Vasconcellos, Protein Intake during Weight Loss Influences the Energy Required for Weight Loss and Maintenance in Cats. J. Nutr. 139: 855–860, 2009.

36 MANUTENÇÃO PÓS-TRATAMENTO
» Efeito rebote ou Efeito io-iô 33 cães, raças e gênero variados Após tratamento para perda de peso, com sucesso » Efeito io-iô 2 grupos/ 2 dietas: Dieta completa/ manutenção, 485 dias Dieta ↑ FIBRA, ↑ PROTEÍNA, 701 dias » 81% » 18% ! Após o tratamento e perda de peso » ↓ 33% em NEM German, AJ et al. Long term follow-up after weight management in obese dogs: the role of diet in preventing regain. The Vet Journ, May 2011 ( German, AJ et al. Low manteinance energy requeriments of dogs after weight loss. British Jounal, v 106- S1,

37 CONSIDERAÇÕES FINAIS Obesidade é doença, e deve ser tratada por um médico veterinário Dietas coadjuvantes “Alta fibra, Alta proteína” podem contribuir com: Redução da ingestão energética, Aumento da saciedade, Promoção da perda de peso corporal com mobilização de tecido adiposo e preservação da massa magra Prevenção do efeito rebote após o tratamento

38 wandrea.mendes@royalcanin. com.br
OBRIGADA ! com.br Cel: (19) Esta palestra estará disponível por 30 dias em: