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Psicologia e Comunidade

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Apresentação em tema: "Psicologia e Comunidade"— Transcrição da apresentação:

1 Psicologia e Comunidade
Conceituando a Psicologia Comunitária (Histórico e fundamentos da Psicologia Comunitária no Brasil) Luciana Souza Borges l

2 Introdução Revisão da psicologia comunitária no Brasil = a partir do contexto econômico e político do Brasil e da América Latina: Golpe militar de 1964 (repressão e violência de 1968 a 1975). Profissionais de psicologia questionam seu papel junto à população (conscientizar, organizar). Universidades: movimentos de 1968 questionam o ensino. Professores dos cursos de formação do psicólogo: questionam a sua prática. Crise da psicologia como ciência/ doença mental X saúde mental (antipsiquiatria) = ação preventiva da população pobre, oprimida e desatendida pelo Estado. Luciana Souza Borges

3 USA e vários países da América Latina:
Expressão “psicologia comunitária” = atuação de profissionais junto a populações carentes/ mas com cunho assistencial e manipulativo (sem análise crítica: boa intenção, resultados ruins). Fora da universidade: médicos e psiquiatras criam os centros comunitários de saúde mental (década de 1970) = tentativa de superar os hospitais psiquiátricos/ preocupação com a saúde pública e com ações preventivas (poucas mudanças, mais aparentes e menos estruturais). Década de 1960 = preocupação com a educação popular, com a alfabetização de adultos como instrumento de conscientização (Paulo Freire)/ (década de 1970) psicólogos desenvolvem estas atividades nas comunidades = atividades referentes à cidadania. Luciana Souza Borges

4 Sob o rótulo de psicologia comunitária, encontramos:
Prática voltada à prevenção da saúde mental (psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais). Prática voltada à educação popular (pedagogos, psicólogos, sociólogos e assistentes sociais). Esta revisão conta com dois referenciais: 1º encontro regional de psicologia na comunidade (SP, 1981) e 2º encontro (BH, 1988), ambos organizados pela ABRAPSO. Os encontros contrastam em seus objetivos (saúde mental ou educação popular). Luciana Souza Borges

5 O encontro de 1981 Compreensão da psicologia social comunitária Projeto de saúde mental comunitária do Jardim Santo Antônio (proposta que tem origem na universidade em 1977 = compromisso com a sociedade). p. 20 Atuação a nível de saúde mental – detectar principais problemas da população. Da prática desenvolvida surge o objetivo mais claro = proporcionar o crescimento da consciência dessa população (participação em grupos – união das pessoas em atividades que visassem mudar o cotidiano). Luciana Souza Borges

6 Compreensão da psicologia social comunitária
O encontro de 1981 Compreensão da psicologia social comunitária Experiência relatada pelo centro de educação popular do Instituto Sedes Sapientiae (SP) = proposta de intervenção crítica e de prestação de serviços nas áreas da saúde e educação (equipes interdisciplinares). p. 20 e 21. Princípios básicos: Organização legítima dos trabalhadores por eles mesmos. Controle pela base dos movimentos populares. Aspecto organizativo como conscientizador dos movimentos. O profissional como dinamizador do grupo (nunca como liderança). O profissional é um educador popular/ o psicólogo deve lidar com as dinâmicas de grupos e com as tensões de relacionamentos, mas se identifica como educador. Atuação junto à população para definir seus problemas prioritários (creche, coleta de lixo, posto de saúde). Luciana Souza Borges

7 Compreensão da psicologia social comunitária
O encontro de 1981 Compreensão da psicologia social comunitária Outro relato: utilização do psicodrama-pedagógico com mulheres na periferia = objetivo da educação popular para que o grupo perceba sua realidade, sua cultura/ por dois anos a equipe se preocupa em tornar o grupo independente para que assuma seu caminho (p. 22). Psicodrama = reflexão de como foi importante não usar a fala para uma população que poderia ter dificuldade com esta questão. Luciana Souza Borges

8 Compreensão da psicologia social comunitária
O encontro de 1981 Compreensão da psicologia social comunitária Reflexões sobre a psicologia social comunitária no nordeste (Paraíba): (hoje há um mestrado nesta área na universidade). Dois níveis de atuação: educacional (mobilização de grupos comunitários que busquem soluções para seus problemas) e de assessoramento (para grupos já existentes). Processo de conscientização = psicólogo atua no sentido de resolver crises individuais para que haja superação das contradições sociais que as geraram. Luciana Souza Borges

9 O encontro de 1981 Compreensão da psicologia social comunitária Este encontro enfatizou o grupo como condição básica para a ação clínica (preventiva e educativa). O encontro questionou se o psicólogo se caracteriza por tarefas de prevenção da doença mental ou de tarefas educativas e conscientizadoras/ o que é específico da psicologia nestas tarefas? O que temos neste momento: o psicólogo se define pelas técnicas que usa e não pelo conhecimento que tem do psiquismo humano e do indivíduo que interage com o outro. Há, então, uma visão fragmentada do indivíduo: entendendo que a aprendizagem, a terapia e a conscientização sejam processos diferenciados. Luciana Souza Borges

10 O encontro de 1988 À procura da sistematização Os relatores deste encontro procuraram definir qual a especificidade da prática psicológica em comunidade/ ênfase nas técnicas de dinâmica de grupo. Luciana Souza Borges

11 À procura da sistematização
O encontro de 1988 À procura da sistematização É pelo conhecimento dos grupos e das instituições que se chega à organização popular. Favela da Vila Acaba Mundo (BH), p. 24: a atuação clínica se dá por meio do erguimento da auto-estima (análise e terapia da autodepreciação). Grupos de adolescentes: estreita relação entre saúde e condições de vida. Luciana Souza Borges

12 À procura da sistematização
O encontro de 1988 À procura da sistematização Experiência realizada pela Universidade de Maringá: em uma comunidade atendida por um posto de saúde. Psicólogo = esbarra em limites teóricos e metodológicos/ fica impedido de responder às demandas de atendimento psicossocialmente colocadas pela população que procura o posto. “o cidadão desaparece sob o indivíduo doente que procura o posto para se tratar” (p. 25). = resgate da subjetividade (cabe ao psicólogo). Luciana Souza Borges

13 O encontro de 1988 À procura da sistematização Análise do filme “A classe operária vai ao paraíso”: a maior vítima é a subjetividade negada. (compreender o protagonista do documentário “Ônibus 174”). O poder que permeia as relações sociais = é preciso diferenciar “poder-trabalho-serviço” de “poder-dominação-autoritarismo” (comentar o seriado “The Office”). Luciana Souza Borges

14 À procura da sistematização
O encontro de 1988 À procura da sistematização Este encontro avançou na definição do que é a atuação do psicólogo em comunidades: cabe a ele desenvolver grupos que se tornem conscientes e aptos a exercer um autocontrole de situações de sua vida por meio de atividades cooperativas e organizadas. Para tanto é preciso entender as relações de poder que se constituem no cotidiano = para diferenciar uma ação violenta de outra cooperativa e transformadora. Resgate da subjetividade: implica compreender as representações do mundo e os afetos que definem uma individualidade. Luciana Souza Borges

15 À procura da sistematização
O encontro de 1988 À procura da sistematização As universidades têm criado “serviço de extensão”: integração de alunos e professores de diversas áreas para a prestação de serviços à sociedade em geral/ é significativa a participação de psicólogos nesta linha de atuação. EX: Universidade Metodista de Piracicaba (atendimento à população favelada da cidade, p. 26). EX: “Oncoguia” (ONG que informa e educa pacientes com câncer – a busca dos direitos, dos tratamentos, da legislação e da participação em políticas públicas). Luciana Souza Borges

16 Trabalhos comunitários na zona rural
Foram os primeiros a falar em comunidade/ participação de cientistas sociais/ por toda a América Latina. Década de 1940 – centros sociais, que deram origem aos centros comunitários (apoio da Igreja Católica) = equipes interdisciplinares que procuravam organizar grupos que dessem continuidade aos trabalhos (mas estes se desfaziam rapidamente). Luciana Souza Borges

17 Trabalhos comunitários na zona rural Após II Guerra: ONU desenvolve programas de desenvolvimento de comunidades, que, no Brasil, contou com a cooperação dos Estados Unidos/ para consolidar o sistema capitalista. Mas as atividades eram acríticas e aclassistas = combate ao analfabetismo foi a primeira meta, depois o ensino de técnicas agrícolas etc. Postura paternalista, com discurso desenvolvimentista = objetivo de harmonizar os conflitos por meio da participação de todos. Luciana Souza Borges

18 Trabalhos comunitários na zona rural Há estudos de mestrado (Mortara, p. 27 – Cidade de Amparo, SP) e de doutorado que analisaram estas atividades, estudaram a consciência social dos participantes destes centros comunitários. O psicólogo atende pacientes encaminhados, sem participação ativa nas relações comunitárias. O estudo mostra que os trabalhos comunitários que têm origem paternalista, com objetivos assistencialistas, levam à manutenção da consciência fragmentada, impedindo avanços tanto na ação como na consciência da realidade. Luciana Souza Borges

19 Trabalhos comunitários na zona rural Mas, há estudos que mostram o contrário: em MG (Helena Antipoff, na Fazenda do Rosário, Centro educacional e Associação comunitária) = a psicóloga, os educadores e a comunidade trabalham em conjunto pela melhoria das condições de vida da população e por sua autonomia. O estudo de Mortara caracteriza a maioria dos centros comunitários na zona rural, mas existem exceções: em que se procura desenvolver uma psicologia social comunitária que visa à organização da população para ações com autonomia, que resolvam problemas concretos de sua realidade. EX: Serviço de extensão da Universidade Federal do Ceará (p. 29 e 30) = grande desenvolvimento e autonomia organizativa da população/ confiança no poder de decisão do grupo = sinal de autonomia em construção. Luciana Souza Borges

20 Em busca de uma sistematização teórico-prática
Os exemplos fornecidos representam significativamente o que vem ocorrendo no Brasil em termos de psicologia social comunitária (em relação à teoria e à prática). Mas é possível uma sistematização: a importância do grupo/ o conhecimento da realidade comum/ a auto-reflexão/ a ação conjunta e organizada. Estamos falando de: Consciência/ Atividade/ Identidade = categorias fundamentais do psiquismo humano. A análise destas categorias se faz pela mediação da linguagem (pensamento) = ferramenta essencial para as relações com os outros, que constituirão os conteúdos da consciência, com a influência também das emoções. Luciana Souza Borges

21 Em busca de uma sistematização teórico-prática Em síntese: O psicólogo na comunidade trabalha com a linguagem e com as representações, com as relações grupais e com os afetos próprios da subjetividade, de forma a poder exercer sua ação a nível da consciência, da atividade e da identidade dos indivíduos que irão, algum dia, viver em verdadeira comunidade. Luciana Souza Borges


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