Charles Toniolo de SOUSA

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Transcrição da apresentação:

Charles Toniolo de SOUSA A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional Charles Toniolo de SOUSA

Funções Terminais e Executivas O debate sobre a instrumentalidade do Serviço Social percorre a história da profi ssão em razão da própria natureza. O Serviço Social surge na história como uma profi ssão fundamentalmente interventiva. Funções Terminais e Executivas Movimento de Reconceituação do Serviço Social  possibilitou à profi ssão romper com esse caráter meramente executivo e conquistar novas funções e atribuições no mercado de trabalho, sobretudo do ponto de vista do planejamento e administração das políticas sociais.

Demandas --- Meios --- Objetivos Assistente Social  competência ético-política, teórico- metodológica e técnico-operativa. criar um conjunto de habilidades técnicas que permitam ao mesmo desenvolver as ações profissionais junto à população usuária e às instituições. Demandas --- Meios --- Objetivos O Assistente Social ocupa um lugar privilegiado no mercado de trabalho: na medida em que ele atua diretamente no cotidiano das classes e grupos sociais menos favorecidos, ele tem a real possibilidade de produzir um conhecimento sobre essa mesma realidade. Estudar, pesquisar, debater temas, reler livros e textos não podem ser atividades desenvolvidas apenas no período da graduação ou nos “muros” da universidade.

TEORIA  dimensão social da vida humana TEORIA  dimensão social da vida humana. Portanto, qualquer situação que chega ao Serviço Social deve ser analisada a partir de duas dimensões: a da singularidade e a da universalidade. MÉTODO  Método dialético  o Assistente Social constrói suas metodologias de ação, utilizando-se de instrumentos e técnicas de intervenção social. método de investigação # metodologias de ação. Dialética Instrumentos e Técnicas Pensar a instrumentalidade do Serviço Social é pensar para além da “especifi cidade” da profi ssão: é pensar que são infi nitas as possibilidades de intervenção profi ssional, e que isso requer, nas palavras de Iamamoto (2004), “tomar um banho de realidade”. AS  capacidade criativa  potencial de utilizar instrumentos consagrados da profi ssão, mas também de criar outros tantos que possam produzir mudanças na realidade social.

INSTRUMENTOS DIRETOS OU “FACE A FACE” A linguagem é o instrumento número um de todos os profi- ssionais. Linguagens  são produtos do processo de socialização dos seres humanos a linguagem possibilita a construção da identidade de um determinado grupo social. É primordial que o Assistente social saiba falar e escrever corretamente, bem como comunicar-se articuladamente. INSTRUMENTOS DIRETOS OU “FACE A FACE” Observação Participante  Observar é estar atento, é direcionar o olhar, é saber para onde se olha. Entrevista individual e grupal  espaço de poder  se defendemos a democracia e o respeito à diversidade como valores éticos fundamentais da nossa profi ssão, o momento da entrevista é um espaço que o usuário pode exprimir suas idéias, vontades, necessidades, ou seja, que ele possa ser ouvido (em tempo: ser ouvido não é concordar com tudo o que usuário diz).

Dinâmica de Grupo  técnica que utiliza jogos, brincadeiras, simulações de determinadas situações, com vistas a permitir que os membros do grupo produzam uma reflexão como ele será trabalhado), como uma postura política democrática (que deixa o grupo produzir), mas também uma necessidade de controle do processo de dinâmica – caso contrário, a dinâmica vira uma “brincadeira” e não alcança os objetivos principais: provocar a reflexão do grupo. Reunião  espaços coletivos  tem como objetivo a tomada de uma decisão sobre algum assunto  podem ocorrer com diferentes sujeitos. Colocar-se como um líder democrático não significa não ter fir- meza quanto ao cumprimento dos objetivos da reunião. O espaço de tomada de decisões é um espaço essencialmente político, pois diferentes interesses estão em confronto. Saber reconhecê-los e como se relacionar com eles requer uma competência teórica e política, de modo que a reunião possa alcançar o objetivo de tomar uma decisão que envolva todos os seus participantes.

Mobilização de comunidades / Educação Popular Comunidade  território geograficamente definido  divisão geográfica do espaço territorial reflete as diferentes divisões da sociedade em classes sociais e segmentos de classes sociais. Comunidade  compreendê-la dentro de um contexto econômico, social, político e cultural de uma sociedade dividida em classes sociais – e que ela não está descolada da totalidade da realidade social. Visita domiciliar  é de suma importância que o profissional que realiza a visita tenha competência teórica para saber identifi car que as condições de moradia não estão descoladas das condições de vida de uma comunidade onde a casa se localiza, e que, por sua vez, não estão separadas do contexto social e histórico. Assim, o profi ssional consegue romper uma mera “constatação” da singularidade, mas situá-la no campo da universalidade, ou seja, no contexto sócio- econômico vigente.

INSTRUMENTOS INDIRETOS OU “POR ESCRITO” Visita institucional Os instrumentos de trabalho não são atomizados ou estáticos: eles podem co-existir em um mesmo momento. INSTRUMENTOS INDIRETOS OU “POR ESCRITO” A utilização dos instrumentos de trabalho por escrito também possui uma fundamental importância: é aqui que se torna possível ao Assistente Social sistematizar a prática. E mais: sistematizar a prática e arquivá-la, é dar uma história ao Serviço Social, uma história ao(s) usuário(s) atendido(s), uma história da inserção profi ssional do Assistente Social dentro da instituição – é essencial para qualquer proposta de construção de um conhecimento sobre a realidade social.

Alguns documentos… Atas de reunião Livros de Registro Diário de Campo É importante porque o Assistente Social, na medida em que vai refl etindo sobre o processo, pode perceber onde houve avanços, recuos, melhorias na qualidade dos serviços, aperfeiçoamento nas intervenções realizadas – além de ser um instrumento bastante interessante para a realização de futuras pesquisas. Ele é de extrema utilidade nos processos de análise institucional, o que é fundamental para localizar qualquer proposta de inserção interventiva do Serviço Social. Relatório Social  Semanticamente falando, é o relato dos dados coletados e das intervenções realizadas pelo Assistente Social. O relatório social pode ser referente a qualquer um dos instrumentos “face a face”. Relatório de atividades.

Para qualquer elaboração textual: o destinatário do texto – o agente interlocutor. É importante saber para quem se escreve (e, portanto, escrever bem) Parecer Social Mais do que uma simples organização de informações sob a forma de relatório, compete ao Assistente Social avaliar essas informações, emitir uma opinião sobre elas. Uma opinião que deve estar fundamentada, com base em uma perspectiva teórica de análise. Apreender a realidade não é apenas descrevê-la. É um produzir um conhecimento sobre a mesma. E é no momento do parecer social que esse conhecimento é elaborado a partir da reflexão racional do profissional – um conhecimento prático, que visa compreender a singularidade da situação estudada pelo Assistente Social, à luz da universalidade dos fenômenos sociais (descobrindo então a particularidade dos fenômenos) e assim, criar alternativas visando sua transformação.

A instrumentalidade da nossa profissão, conforme toda a reflexão de Guerra, é a da manutenção e reprodução da ordem burguesa, com vistas ao controle e reprodução dos segmentos pertencentes à classe trabalhadora. Se o nosso modus operandi não estiver em plena sintonia com o projeto ético-político que, hoje, defende o Serviço Social, podemos cair nas teias do conservado rismo e do tecnicismo, tão presentes na trajetória histórica da nossa profissão.