A voz negra: de Spike Lee ao Rap In KELLNER, Douglas (2001) A cultura da mídia.

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Transcrição da apresentação:

A voz negra: de Spike Lee ao Rap In KELLNER, Douglas (2001) A cultura da mídia

A voz negra

Antonieta de Barros  – Educadora, jornalista e política negra. Nasceu em Florianópolis (SC). Órfã de pai, foi criada pela mãe. Formou-se no magistério em Na mesma década iniciou-se no jornalismo. Em 1922, fundou o jornal A Semana. Como educadora, fundou o Curso Antonieta de Barros. Lecionou ainda no Colégio Coração de Jesus. Foi a primeira mulher eleita deputada estadual em Santa Catarina.

A voz negra

Neide Maria Rosa  Neide Maria - cantora, locutora, radioatriz, compositora, produtora e apresentadora  Neide foi uma das maiores cantoras de Santa Catarina. Foi também produtora e apresentadora de rádio com iniciativas voltadas para a audiência feminina no Rádio Diário da Manhã de Florianópolis.

A voz negra

Milton Santos  Milton Almeida dos Santos destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da Geografia em especial nos estudos de urbanização do terceiro mundo. Foi um dos grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de dizem que foi um dos mais populares e reconhecidos geógrafos brasileiros. Lecionou em várias universidades do exterior.

A voz negra

Martin Luther King, Jr.  Tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e lembrado é “Eu tenho um sonho".

A voz negra

Bob Marley  Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley foi um cantor e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o gênero. Grande parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Ficou conhecido também pela maneira com que divulgava a religião através de suas músicas.

A voz negra

Spike Lee  Shelton Jackson Lee, mais conhecido como Spike Lee, é um cineasta, escritor, produtor e ator estadunidense. Entre seus filmes se destacam Malcom X (1992) e Faça a coisa certa (1989). Também é um reconhecido documentarista e ensina cinema na Universidade de Nova Iorque. É considerado pela mídia especializada como um diretor polêmico.

O trabalho de Douglas Kellner  Um estudo analítico e crítico da voz negra em contextos dos Estados Unidos da contemporaneidade.  Um estudo crítico que situa esta voz negra frente a construção da identidade, sobretudo a identidade racial em confronto com as outras dimensões identitárias, em especial as dimensões de classe, sexo e gênero.

Um texto longo....  O texto está organizado em 3 partes:  Os filmes de Spike Lee  O rap e o discurso negro radical  Resistência, contra-hegemonia e dia-a-dia

Os filmes de Spike Lee  “A libertação dos grupos oprimidos só pode ocorrer por meio de suas próprias lutas e da aliança com outros grupos que lutem contra as forças de comuns de opressão.”

Destaques importantes  Como os grupos minoritários usam as mídias;  O contra-discurso frente ao cinema comercial hollywoodiano;  2 filmes analisados: Faça a coisa certa e Malcom X;  Crítica estética sobre modernismo e pós- modernismo;  Visão cultural nos filmes: moda e consumo como mediadores na construção das identidades e das identificações.

Questões críticas  Spike Lee não problematiza a desigualdade racial, coloca como um dado de cultura apenas e não traz a perspectiva histórica de classe.  A identidade se constrói pelo consumo (consumista);  Niilismo: não há a coisa certa a fazer, final sem esperança.  É um trabalho moralista e apresenta uma mensagem educativa (modelo moralizados para os negros Malcom X).

A questão do essencialismo  A identidade negra como um produto da cultura do consumo (a maioria das personagens de Lee são negros de classe média);  Mulheres como imagem secundária e doméstica;  A falta de aliança com outros grupos oprimidos;  Fundamentalismo de raça, de classe, de gênero, entre outros.

Identidade fundamentalista  Uma política identitária fundamentalista ajuda a manter separados os povos oprimidos e tende a reduzir a política à estética da busca de um estilo cultural na sociedade de consumo.

O que é o rap?  A importância da música nas lutas de construção de identidade dos negros;  RAP: rhythm and politics (poetry);  Movimento hip hop (rap, break, grafitti, modos de vestir e comportamento dos negros do subúrbio);  Herança das tradições orais afro- americanas;

Conquistas do rap  O rap é um discurso esteticamente agressivo;  Conquistou enorme popularidade;  Vendeu milhões de discos, vídeos, etc;  Criou uma moda;  Construiu visibilidade mediatizada para as populações negras

O rap é um discurso radical?  O rap muitas vezes defende um nacionalismo afrocêntrico que privilegia a idéia de uma “nação” essencialmente negra;  Afrocentrismo;  Os cantores de rap são homens sempre ricos que desprezam as mulheres, que são sempre loiras e coadjuvantes mostrando os corpos.

O rap como bode expiatório  O rap foi acusado de gerar maior violência e de encorajar a formação de gangues;  Será o rap a expressão da violência ou as relações historicamente construídas a partir da escravidão, exclusão e marginalização?

O avesso da história  Em toda a sua contradição o rap é uma expressão da cultura negra contemporânea e é revelador da construção de uma contra-hegemonia.