CASAMENTO – MISSÃO (QUASE) IMPOSSÍVEL Eduardo Ferreira – Santos Por : Vanilda Barreto Mendonça INTRODUÇÃO Embora cada pessoa deva empreender e responsabilizar-se sozinha por seu processo de auto- conhecimento é necessário relacionar-se com o outro para crescer. Individualidade e comunidade caminham juntas. O relacionamento sexual-afetivo tanto pode impulsionar o crescimento individual, como também pode levar à dependência emocional. O casal deve encarar as descobertas que a relação sexual-afetiva promove como a possibilidade de crescimento individual e um espaço para relacionarem-se franca e verdadeiramente como dois humanos falíveis e não príncipes encantados. OBJETIVO Propor uma discussão sobre relacionamento sexual-afetivo, em especial o casamento, refletindo sobre suas crenças, mitos e realidade. MATERIAL E MÉTODO Exposição em primeira pessoa com linguagem clara e bem humorada que propõe um diálogo reflexivo. Foram utilizados relatos de casos clínicos para ilustrar e exemplificar os conteúdos. Enamoramento – Nesta fase é difícil discernir o que leva duas pessoas a se sentirem atraídas. Os sentimentos ficam confusos, é difícil saber o que está por traz da paixão e do desejo de relacionar- se com a outra pessoa. Casamento – Significa passar a conviver mais proximamente com o parceiro, compartilhar com ele os projetos de vida, planejar e realizar juntos, criar o nós, ou seja, a intimidade do casal. Em um casamento de verdade, ambas as partes estão verdadeiramente comprometidas e assumem a relação, sentem-se casados. Estar de fato casado é um sentimento, é um estado de espírito. A Raiva – Resposta humana emotiva e natural a qualquer frustração é socialmente estimulada a ser evitada, o que pode gerar angústia. Nas relações sexuais-afetivas surge principalmente quando os parceiros projetam um no outro seus sonhos, desejos e expectativas de felicidade. A assertividade, exercida através do diálogo sobre o sentimento, é a maneira mais benéfica de lidar com a raiva e suas derivações. O Ciúme – Pode configurar-se como um conjunto de outros sentimentos, como posse, insegurança, inveja, rejeição, competição. É egoísta e envolve a necessidade de “posse” do outro, diferentemente do zelo que envolve cuidado ao outro e à sua individualidade. Lidar com o ciúme implica na busca do auto- conhecimento e individuação. O Casal e a Sexualidade – Sexualidade, mais do que a relação sexual é uma atmosfera erótica que envolve o casal que deve ser cultivada e construída diariamente. Um bom relacionamento sexual envolve o respeito pelos desejos de ambos, a compreensão da rotina e das fases do casamento e o que elas implicam, enfim, uma relação aberta onde haja cumplicidade. CONCLUSÃO A compreensão e o entendimento da dinâmica do casamento permitem encarar a relação a dois de forma mais consciente e responsável e pode não ser uma missão impossível, mas exigirá um comprometimento de cada um, primeiro consigo, depois com o outro e com a relação. Os sentimentos que unem um casal são os mesmos que os afasta quando não trabalhados como possibilidade de crescimento. Infidelidade - Algumas traições são inevitáveis e envolvem a quebra de acordos e contratos. Em um casamento de verdade, acordos são revistos e levam ao crescimento de ambos. A infidelidade sexual é talvez a mais difícil situação vivida e tolerada pela pessoa traída. Descoberta, é importante que ambos sejam verdadeiros e verifiquem o que ela denuncia antes de se tomar qualquer decisão,. Comunicação Perversa – Todos usam em maior ou menor grau como forma de defesa e posicionamento, porém, o que a torna patológica e nociva é o uso como verdadeira arma de competição e destruição psíquica do outro. No casamento, estabelece-se uma relação de opressor e oprimido que apenas se rompe com a conscientização da vítima. Maternidade e Paternidade – Ter e criar um filho exige seriedade e comprometimento, pois implica em responsabilizar-se pelo processo de desenvolvimento integral de um ser, ensinando-lhe valores princípios, a lidar com suas emoções, significa estar disposto a crescer na relação. Separação – Mesmo que intuitivamente os parceiros sabem quando o casamento acabou. São várias as causas e vão desde escolhas precipitadas a crescimento emocional desproporcional entre os parceiros. Os homens resistem mais à separação do que as mulheres. Os filhos devem ser preservados do processo. Recomeçar pode significar empreender novas idéias, retomar a própria vida. Relacionamento Homossexual – Cada vez mais gays e lésbicas assumem relações estáveis e em alguns países a união civil já está regulamentada. Os conflitos que enfrentam são os mesmos de um casal hetero, porém agravados pelas dificuldades que a sociedade lhes impõe. RESULTADOS ___________________________________________________________________________________________________________________