Ensino de gramática em uma perspectiva reflexiva - uma proposta de análise semântica dos períodos compostos. Área de conhecimento - Ciências Humanas – Linguagens e Artes Fabiana Osvaldete dos Santos / Orientadora professora Josefina Maria Benvenutti Hassmann / Artigo 170 / Curso de Letras Português-Inglês / Campus Pedra Branca – SC INTRODUÇÃO Tem sido destaque em publicações na área da Linguística Aplicada reflexões acerca do ensino da Língua Portuguesa, nas séries referentes à educação básica. Tais reflexões têm como ponto de partida duas questões: é função da escola ensinar a norma culta? Como esse ensino tem ocorrido? Quanto ao primeiro questionamento, assume-se como pressuposto de que o objetivo da disciplina Língua Portuguesa é possibilitar ao aluno condições de aprender a norma culta, em um contexto em que as demais modalidades da língua não sejam excluídas. Cabe, assim, buscar uma resposta à segunda indagação, destacando-se dois problemas abordados na literatura sobre o tema. O primeiro problema é conceitual, pois o ensino de norma tem sido concebido como ensino de gramática. O segundo problema é metodológico e resulta no recorte que se faz na própria gramática normativa ao se elegerem os conteúdos a serem trabalhados na disciplina, que se restringem a classificações morfológicas ou sintáticas. É urgente reverter esse quadro do ensino de Língua Portuguesa, pois nenhum objetivo pedagógico será atingido se, por um lado, os alunos continuarem considerando que “aprender Português é muito difícil” e, por outro, os professores continuarem lamentando o fato de os alunos não aprenderem, ou seja, não transferirem as informações para os seus textos. OBJETIVO O objetivo desta pesquisa é a elaboração de um material pedagógico, voltado ao Ensino Médio, que explicite a possibilidade de se ensinar/aprender gramática em um enfoque reflexivo, no que diz respeito ao estudo das orações coordenadas e subordinadas adverbiais. MOTODDOLOGIA Trata-se de uma proposta que envolve previamente a pesquisa bibliográfica acerca do tema abordado (bibliografia proposta), para posterior coleta e análise dos dados, finalizando com a elaboração de material didático. O corpus de análise será formado pelas orações coordenadas e subordinadas adverbiais apresentadas como exemplos nas gramáticas pesquisadas, acrescentando dados atuais, isto é, enunciados retirados de textos jornalísticos. RESULTADOS Conforme leitura de obras apontadas na bibliografia proposta, obteve-se relevantes perspectivas, as quais concernem o processo ensino-aprendizagem e revelam-se opulentas para o estudo presente. Ao contatar obras de diversos autores, pôde-se atestar a veracidade de que o ensino em voga tem sido insatisfatório tanto para docentes como para discentes, bem como a aspiração de uma reformulação urgente no tocante aos métodos que permeiam o âmbito escolar atual. Registre-se, ainda, o quanto será significante oferecer uma abordagem dos períodos compostos atrelada a análises semânticas, porquanto possibilitará maior reflexão acerca dos conteúdos estudados e, com isso, mais importância o educando transferirá a esses conteúdos. CONCLUSÕES Conquistou-se maior conhecimento no campo da linguística funcional, a qual possibilitou um entendimento mais claro da gramática normativa e de como ela é transmitida atualmente. Um dos objetivos desta pesquisa foi verificar o quanto a linguística poderia auxiliar no processo ensino-aprendizagem dos períodos compostos e verificou-se que a contribuição dada por essa área é importantíssima. Estudos realizados, baseados em fatos ocorridos nas línguas, mostram as discrepâncias entre uma variedade enorme nos modos de falar, escrever, receber mensagem, entre outros, que modificam os discursos das pessoas e, por isso, precisam ser considerados, visando a um foco reflexivo BIBLIOGRAFIA ANTUNES, Irandé (2007). Muito Além da Gramática. São Paulo: Parábola Editorial. BECHARA, Evanildo. Ensino da gramática. Opressão? Liberdade? 9. ed. São Paulo: Ática, 1997, p.77. CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da Língua Portuguesa. 46. ed. São Paulo: Nacional, 2005, p EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, Ministério. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa/secretaria do ensino fundamental. Brasília: MEC/SEF, p. FRANCHI, Carlos (2006). Mas o que é mesmo gramática? São Paulo: Parábola Editorial. GERALDI, João W. Linguagem e ensino. Campinas: Mercado de letras, 1999, p NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática na escola. São Paulo: Contexto, 2007, p. 69. NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora UNESP, PERINI, Mário. Sofrendo a gramática. 3. ed. São Paulo: Ática,, p PERINI, Mário. Para uma nova gramática do português. 10. ed. São Paulo: Ática, 2005 b, p. 93. POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: Mercado das letras, pág. REVISTA, EXAME. São Paulo, ano 41, n. 5, p , 28 março de REVISTA, ISTOÉ. São Paulo, ano 31, n. 2012, 85, 89, 100, 102 e 105, 28 de maio de TRAVAGLIA, Luiz Carlos (2002). Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º. E 2 º. Graus. São Paulo: Cortez. Apoio Financeiro: Unisul.