Teoria e Metodologia do Treino Desportivo

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Transcrição da apresentação:

Teoria e Metodologia do Treino Desportivo Ciências do Desporto Teoria e Metodologia do Treino Desportivo Planeamento do Treino Francisco Alves Faculdade de Motricidade Humana

Carga e adaptação Estímulo Fadiga Destreino Recuperação Super compensação Destreino

Carga de treino - fadiga - adaptação - supercompensação

Periodização – sobressolicitação - sobretreino

“Continuum” da estimulação pelo treino Destreino Manutenção Efeito do treino Desenvolvimento Sobretreino Armstrong (1998)

Estados de fadiga em treino Zona desenvolvimento do desempenho em treino e na competição Carga moderada Adaptações fisiológicas menores Ausência de alteração no desempenho Sobrecarga Adaptações fisiológicas positivas Alterações menores no desempenho Sobressolicitação Adaptações fisiológicas óptimas Alterações óptimas no desempenho Crise de adaptação Sobretreino Distúrbios na adaptação Decréscimo no desempenho Síndrome sobretreino Armstrong & VanHeest (2002)

Sobressolicitação “Overreaching” Situação de fadiga permanente mas de duração limitada, de alguns dias a duas semanas, associada provavelmente com níveis insuficientes de recuperação muscular, depleção local de glicogénio e fosfatos de alta energia Redução da capacidade de desempenho do atleta, mesmo em treino Alterações visíveis no comportamento, atitudes e estados de espírito do atleta (Kentta & Hassmen, 1998).

Sobressolicitação “Overreaching” É reversível após um curto período de recuperação activa de 1 a 2 semanas Pode conduzir a uma estado de supercompensação (Kentta & Hassmen, 1998)

Duração da recuperação dos 5 estadios da fadiga 1. Stress do treino < 24 hrs 2. Fadiga local 3-5 dias * 3. Sobrecarga funcional 5-7 dias 4. Sobressolicitação 10-14 dias 5. Sobretreino > 28 dias *dores musculares, 24-48 hrs Smith, 1999 (Smith, 1999)

Sobretreino Síndrome do sobretreino é um distúrbio neuroendócrino (hipotálamo-hipofisário) resultante do desequilíbrio entre as exigências do exercício e a capacidade funcional, levando a uma diminuição do desempenho um estado crónico de diminuição do desempenho acompanhado de sinais e sintomas mais graves

Planeamento do Treino I. O estudo prévio

Planeamento do Treino II. Definição de Objectivos

Planeamento do Treino II. Definição de Objectivos

Planeamento do Treino II. Definição de Objectivos

Planeamento do Treino III. Calendário Competitivo Base concreta da forma final assumida pela definição das estruturas intermédias da periodização.

 Competições principais  Competições importantes Planeamento do Treino Hierarquização Especificidade da preparação prévia Grau de redução da carga Carga emocional envolvida  Competições principais  Competições importantes  Competições preparatórias

Planeamento do Treino PFD OFD Estrutura do calendário competitivo: Calendarização distribuída ou cíclica Ideal: 1 competição principal cada 2 semanas ou alternância semanal entre 1 competição principal e 1 competição preparatória. Calendarização condensada ou agrupada Ideal: 2 ou mais períodos de 2-3 competições principais alternando com períodos de 3-5 semanas sem competição ou com competições preparatórias PFD OFD

Planeamento do Treino Estrutura do calendário competitivo – induz dois modelos básicos de organização das cargas e de manipulação da curva de forma, dificilmente compatíveis: OFD – Optimização da forma desportiva. Implica procura de momentos de supercompensação integrada das características específicas do desempenho competitivo, após fases de carga elevada e fadiga acumulada, através de um período de recuperação (diminuição significativa das cargas) e preparação muito específica. PFD – Prolongamento da forma desportiva. Implica a definição de níveis mínimos das componentes do estado de treino, que serão trabalhadas no sentido da sua manutenção por períodos prolongados de tempo – até 8 meses, nalguns casos extremos.

IV. Periodização Planeamento do Treino 1. Racionalização das Estruturas Intermédias Correspondência com objectivos intermédios previamente definidos Sequenciação – estabelecer uma ordem temporal lógica e comprovadamente eficaz Temporização – atribuição da duração adequada a cada fase prevista

Efeito residual das cargas de treino Planeamento do Treino Sequenciação Efeito residual das cargas de treino cargas de grande volume e de pequena intensidade têm um efeito de treino mais prolongado; cargas de grande intensidade e de pequeno volume têm um efeito mais breve; as aquisições que levam mais tempo a ser obtidas, mantêm-se durante mais tempo; o decréscimo dos efeitos da adaptação da carga será tanto maior quanto menos consolidados estiverem os níveis de adaptação.

Estruturas intermédias Periodização Macrociclo Mesociclo Microciclo Sessão de Treino Estruturas intermédias

IV. Periodização Planeamento do Treino 2. Selecção dos Meios de Intervenção Para cada estrutura de periodização: Definir processos de intervenção que melhor cumprem os objectivos Levando em conta: O seu grau de especificidade O equilíbrio requerido entre preparação geral e preparação especial/específica

IV. Periodização V. Operacionalização Planeamento do Treino 3. Distribuição das Cargas de Treino Para cada estrutura de periodização: Atribuição de valores referentes às componentes da carga de treino V. Operacionalização Execução Avaliação

Periodização do Treino Definição Processo que organiza as estruturas intermédias, num quadro temporal bem definido, de modo a possibilitar, de modo óptimo, o cumprimento dos objectivos inerentes ao processo de treino desportivo.

Macrociclo Os macrociclos são períodos de preparação nos quais se concretiza um efeito específico ou uma adaptação do treino de modo a realizar um desempenho competitivo de relevo. Culmina com uma competição ou com um período de competições que constitui o objectivo de desempenho fundamental para esse período. Tem uma duração habitual de 12 a 20 semanas, ou seja, poderá haver 1 a 3 macrociclos num ano de treino Alguns modelos de periodização podem chegar aos 7 macrociclos anuais, mas são pouco habituais.

Macrociclo O número de macrociclos que surgem num ano de treino ou numa época desportiva dá lugar à seguinte classificação: Periodização Simples: 1 macrociclo / ano Periodização Dupla: 2 macrociclos / ano Periodização Tripla: 3 macrociclos /ano Periodização Múltipla: > 3 macrociclos / ano

Macrociclo Modelo clássico (Matveiev) Meses Períodos V I II III IV VI VII VIII IX X XI XII P. Preparatório P. Competitivo P. Transição Etapas Periodização simples Geral Especial Taper

Macrociclo Modelo clássico (Matveiev) Pressupostos O “pico “ de forma desportiva só pode ocorrer uma ou duas vezes por ano Os “picos “ de forma desportiva têm uma duração limitada (2-3 semanas) Existe um efeito retardado das cargas de treino - um ciclo inferior a 6 meses não pode constituir base para a renovação da forma desportiva

Macrociclo Modelo clássico (Matveiev) Evolução da dinâmica da carga A carga deve aumentar: gradualmente (em relação com o grau de preparação do atleta) ciclicamente primeiro o Volume, depois a Intensidade

Macrociclo Modelo clássico (Matveiev) Periodização Período preparatório (tempo requerido para a aquisição da forma desportiva) Geral Especial ou específico Período competitivo Limitado pela duração possível de manutenção da forma desportiva Dependente da estrutura do calendário desportivo Período de transição (perda temporária da forma desportiva)

Preparação Geral – Preparação Especial/Específica

Planeamento do Treino Modelo “clássico” – periodização tripla

Adaptação do modelo clássico para a periodização do atleta jovem (Wathen et al., 2000)

Adaptação do modelo clássico para a periodização de atletas de Alto Rendimento (Wathen et al., 2000)

Exemplo - Periodização Simples Macrociclo Corrida 400m Exemplo - Periodização Simples