O Instrumental - Técnico em Serviço Social

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Transcrição da apresentação:

O Instrumental - Técnico em Serviço Social Serviço Social e o Processo de trabalho; Definições: Instrumentos / Técnicas; Instrumentos do Serviço Social. C.M.

Serviço Social como Processo de Trabalho. Serviço Social é uma atividade de trabalho dentro da divisão sócio-técnica do trabalho. Como atividade de trabalho humano, ou seja, é uma das formas de mediação da relação do homem com o homem. C.M.

Serviço Social e o Processo de Trabalho Como atividade de trabalho, o Serviço Social deve possuir todos os elementos que compõem uma ação de trabalho: a matéria prima de trabalho (objeto); os instrumentos e técnicas para a ação do trabalho; resultado da atividade: o produto do trabalho. C.M.

Que matéria prima é essa ? Relações Sociais: não são todas as relações sociais, mas somente aquelas que constroem a chamada “questão social”. C.M.

Que instrumentos são estes ? São ferramentas de trabalho que contribuem na intervenção do profissional, pois multiplicam a capacidade produtiva do homem, como: As teorias sobre a realidade => fornecem as categorias analíticas necessárias a interpretação e compreensão da realidade. Os instrumentos e técnicas que mediam a ação de trabalho do profissional. C.M.

Qual é o produto do Serviço Social ? O Assistente Social deve intervir com um objetivo (teleologia), deve ter claro que sua ação de trabalho (ação interventiva nas relações sociais) irá realizar algo ao final de sua ação de trabalho. Esse “produto” não pode ser entendido como algo que se realiza pela vontade individual do profissional, sem levar em consideração os parâmetros coletivamente definidos no projeto ético - político do Serviço Social. C.M.

Que produto é esse então ? O produto específico de trabalho do Serviço Social será o conjunto de relações produzidas no atendimento com o usuário, ou seja, trabalhamos com relações sociais e produzimos relações sociais. C.M.

Afinal, que relações produzimos ? Podem ser relações reiteradoras ou não da realidade social experienciada pelo usuário. As relações sociais produzidas no momento do atendimento podem conduzir a um reforço das relações de dominação e subalternização existente, ou podem caminhar para um lado oposto as mesmas. C.M.

O que são Instrumentos / Ferramentas? As ferramentas reforçam a força humana, aumentando a fertilidade natural do animal laborans e produzem em abundância de bens de consumo. São parte integrante do mundo dos objetos de uso. Portanto, os instrumentos de trabalho são ferramentas que multiplicam a capacidade produtiva do homem. C.M.

O Que são Instrumentos / Ferramentas? As ferramentas reforçam a força humana, aumentando a fertilidade natural do animal laborans e produzem em abundância de bens de consumo. São parte integrante do mundo dos objetos de uso. Portanto, os instrumentos de trabalho são ferramentas que multiplicam a capacidade produtiva do homem. C.M.

A Técnica Técnica => pode ser vista como um conjunto de atos articulados dentro de uma sistemática dada. No entanto, a técnica também revela a teoria => expõe e materializa a teoria utilizada pelo homem em sua ação. É com a técnica que eu experimentamos a teoria que utilizamos em nossa ação (a técnica dá vida à teoria). C.M.

Instrumentos Tradicionais do Serviço Social Abordagem Observação Entrevista Relacionamento Reunião Documentação Visita Domiciliar C.M.

Abordagem É uma aproximação, com um objetivo claro de se estabelecer uma proximidade entre o profissional e o usuário. Qualquer aproximação? C.M.

Abordagem Por meio desta aproximação criamos um espaço para o diálogo, para a troca de informações e/ou experiências, para a tomada de conhecimento de um conjunto de particularidades necessários à ação profissional e, ainda, para o estabelecimento de novas relações. C.M.

Como estabelecer essa aproximação ? Obter dados empíricos e sistematizados sobre a realidade que estamos nos aproximando; identificar a complexa rede de relações existentes no nível da reprodução social; C.M.

Como estabelecer essa aproximação ? A aproximação não pode se efetivar nas características das relações que são reproduzidas naquele espaço social. Em suma, a abordagem permite a criação de um canal de intercâmbio entre A. S. e usuário, com o objetivo de conhecer e intervir na realidade. C.M.

Observação A observação se realiza em duas dimensões na ação do profissional: Sensitiva: dada pelos sentidos físicos, que nos trazem sensações e impressões e, percepções, como atitude pré-reflexiva que apanha o empírico dos dados. C.M.

Observação Cognitiva: partindo sempre de uma pré-noção (pré-saber, portanto nunca neutro) sobre a realidade e, buscando um saber maior Desta forma, a observação como instrumento busca a apreensão profunda de elementos presentes no fenômeno, por meio da identificação da singularidade do fenômeno C.M.

Observação É um buscar a fundo o singular, no sentido de superação da aparência, identificando: as inter-relações do usuário; as representações; como se dão as das relações no nível da reprodução social; os movimentos da realidade e a mesma realidade enquanto contexto. C.M.

Entrevista / Diálogo A entrevista permite um levantamento de informações importantes para se compreender os problemas trazidos pelos usuários. Entretanto, não deve se limitar somente a um levantamento de dados. C.M.

Entrevista / Diálogo A entrevista associada ao diálogo é o processo de reconstrução crítica do real, é o ato de conhecer com ele (usuário) a realidade que o desafia, em um diálogo / troca a partir das questões identificadas e analisadas no seu contexto mais amplo, nos seus determinantes estruturais e conjunturais. C.M.

Movimento da Entrevista A entrevista associada ao diálogo, é o movimento de codificação – decodificação - retotalização, que pode levar os indivíduos a atitudes de discussões, inquirições, reforço de ideias, questionamentos, estímulos, valorização, apoio a situações pessoais, etc. C.M.

Movimento da Entrevista Assim, a entrevista é um instrumento utilizado quando há interesse de desenvolver um trabalho em que é necessário: priorizar um atendimento individual e aprofundar um determinado conhecimento da realidade humano-social. C.M.

Entrevista É um movimento em que ocorre o estabelecimento de um diálogo que vai se realizando à medida que vamos desvendando o real, o concreto, e também ampliando a consciência do entrevistado e do assistente social. compreender o universo vocabular do usuário; C.M.

Entrevista as representações, os valores e os significados presentes no contexto sócio - cultural; decodificar o apreendido no diálogo mediante a visita ao domicílio, à rua, ao trabalho, etc, onde o usuário desenvolve relações sociais e convivência; retotalizar os dados apreendidos da realidade humano - social sem esquecer a realidade singular. C.M.

Relacionamento Relacionamento social, constitui-se como um campo de mediações, no movimento entre a produção material e a reprodução do sujeito social. Esse campo complexo, em que se dão as relações sociais do usuário, tende a estabelecer uma tensão entre o "ser objeto e ser sujeito” C.M.

Relacionamento Essa teia de relações interessa ao A.S. na medida em que estabelece um relacionamento com o usuário com o objetivo de intervir no conjunto de situações que estão obliterando sua participação social como sujeito histórico. C.M.

Relacionamento Ao potencializar uma relação com o usuário (sujeito inteiro / complexo), o A.S. pode estabelecer relações reprodutoras ou não da realidade social em que o usuário está envolvido. Portanto, o relacionamento atinge os níveis afetivo e cognitivo do indivíduo, a fim de construir mediações que possibilitem-no superar os impedimentos à sua participação social. C.M.

Reunião A reunião é um instrumento utilizado quando dados, informações, recursos, etc, necessitam de ser socializados entre pessoas envolvidas nas mesmas situações ou interesses comuns Nela existe o estabelecimento de uma dinâmica onde emergem as forças vivas do grupo. As correlações de força vão emergindo a medida que a realidade concreta vai se revelando e aí percebe-se os elementos contraditórios da relação entre as classes sociais e a organização da sociedade. C.M.

Reunião Na realização de uma reunião existe uma dinamicidade do grupo, em que emergem as relações de poder entre os membros; a decisão a ser tomada pelos participantes e a contradição entre o autoritarismo e a democracia; a dependência e a autonomia, a liberdade para a tomada de decisão e direção. Portanto, a reunião é um espaço concreto onde se reproduzem as relações sociais de produção, deixando antever as correlações de força e as estratégias de superação da dominação. C.M.

Documentação / Informação Na realidade a documentação evidencia um tipo particular de informação utilizada pelo profissional, seja para o registro de suas ações, seja para a obtenção de dados necessários à ação interventiva. Assim, a informação como instrumento para a ação profissional, tem sido utilizada de três maneiras: - Escrita; - Verbal; - Áudio - visual C.M.

Escrita Escrita: quando na elaboração de relatos, relatórios, documentos, diários de campo, etc. (é preciso que ao elaborar algo eu dê um sentido claro ao que escrevo). O relato, que pode ser verbal ou escrito, descritivo ou analítico. O diário, este é um caderno profissional de registro, em que constam nossas observações da prática, das reflexões teóricas iniciais, em sua maioria ao nível do imediato para que possam posteriormente serem reconduzidas a um nível de maior elaboração, reconduzindo as ações. O relatório, é um nível mais requintado de elaboração, com dados precisos e preparados para sua apresentação. Elaborando todo o processo de trabalho que foi desenvolvido em um determinado período. C.M.

Verbal Verbal: quando utilizamos da informação em sua expressão verbal/ locutória e discursiva. Como profissionais é necessário estruturar a utilização do recurso verbal tanto ao nível do contato com a população, como também, com outros profissionais e, com a própria instituição. Em particular se faz necessário dar uma direção técnica à utilização da informação, tanto em sua forma (qual a linguagem que vou utilizar neste momento) quanto ao seu conteúdo (quais os conceitos que dão sentido a mensagem). C.M.

Áudio - visual Áudio - visual: tem sido frequente a utilização destes recursos por parte de A.S. na elaboração de convites, filmes, cartazes, jornais, gráficos, slides e outros. No entanto, a enormidade de material / tecnologia disponível, não pode fazer com que esqueçamos que a forma em que estes recursos se manifestam implica também em um conteúdo ideológico, numa visão social de mundo. C.M.

Visita Domiciliar Um instrumento que potencializa as possibilidades de conhecimento da realidade (conhecendo com o usuário as suas dificuldades , e não o que já sei , que são pobres, que brigam, que bebem, etc..). Tem ainda, como ponto de referência, a garantia de seus direitos (por meio dos serviços que lhe são levados) onde se exerce um papel educativo e de reflexão sobre a realidade social em que o usuário vive (colocando o saber técnico a disposição do usuário). C.M.

Aspectos a serem considerados Obter informações prévias de nomes, endereço e condução adequada; Apresentar a visita de maneira simpática e não como um inquérito policial, a cordialidade é fundamental; Observar o ambiente naturalmente, sem forçar situações; Cuidado no caso de visitas repetidas para que o contato profissional não degenere em familiaridade; Despedir-se com naturalidade - terminar bem um visita já é preparar a seguinte se for necessária. C.M.

Referências Consultadas ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. SP: Mestre Jou, 1970. ARENDT, Hannah. A Condição Humana. SP: Forense Universitária, 1991. BRUGGER, Walter. Dicionário de Filosofia. SP: Pedagógica e Universitária, 1970. CARVALHO, Anésia de Souza. Metodologia da Entrevista. Uma Abordagem Fenomenológica. RJ: Agir, 1987. GUERRA, Yolanda. A Instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1995 HAMILTON, Gordon. Serviço Social de Grupo. RJ: Zahar, 1983. SARMENTO, Hélder Boska de Moraes. Instrumentos e Técnicas em Serviço Social: elementos para uma discussão. Tese de Mestrado PUC / SP, 1994. SOUZA, Maria Luiza de. Desenvolvimento de Comunidade e Participação. SP: Cortez, 1987. C.M.