Direitos Humanos: As lutas pela igualdade

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Transcrição da apresentação:

Direitos Humanos: As lutas pela igualdade

Os direitos humanos... ...possuem diversos significados e interpretações, mas existe um consenso no qual todas as pessoas são detentoras dos direitos humanos, independentemente de sua etnia, raça, gênero, sexualidade e situação sócioeconômica. ...fundamenta-se no ideal de construção de uma sociedade que permita e garanta as mesmas condições sociais e de aquisições de bens.

...são necessários e inalienáveis, pois sustentam os pressupostos para que cada ser humano tenha uma vida digna.

Histórico O que hoje entendemos por direitos humanos foi profundamente influenciado pelo Iluminismo Europeu, nos séc. 17 e 18. O Iluminismo rompe com as idéias teocêntricas medievais e anuncia o império da razão. O homem passa a ser o centro do universo. A desigualdade, natural e institucionalizada nos feudos e nas monarquias, foi sendo substituída por uma constante busca por igualdade.

A Revolução Francesa (1789) simboliza as lutas sociais em busca desta igualdade. Liberdade, Igualdade e Fraternidade influenciaram e foram influenciadas já pela noção de Direitos Humanos.

SÉC. 19: As principais correntes políticas eram os liberais e os socialistas que, mesmo de formas opostas, concentravam suas reivindicações, principalmente na idéia de igualdade. Liberais: A igualdade concentra-se no campo dos direitos civis e políticos. Socialistas: A igualdade só será possível no campo social e econômico.

A formação dos grandes centros urbano-industriais europeus é marcada pela exploração da mão-de-obra operária. A defesa dos direitos humanos se dá na luta dos trabalhadores, que reivindicam melhores condições de trabalho. O amadurecimento das organizações de lutas operárias ampliaram os campos de reivindicações: passaram a se opor a qualquer tipo de exploração e a lutar por uma sociedade verdadeiramente livre e igualitária.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, representa um marco na pactuação internacional dos Direitos Humanos. Ela reafirma o compromisso político e social de determinados países de garantirem, em seus territórios e na relação com os demais, a promoção e a defesa dos direitos humanos como sendo fundamentais à democracia.

É um documento que possui vínculos com as condições sociais dos países que o produziram. Nos conflitos entre comunismo e capitalismo, da Guerra Fria, o artigo XVII da declaração faz a opção por um deles: o capitalismo. “1. Todo ser humano tem direito à propriedade privada, só ou em sociedade com outros; 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.”

Sabemos que, após a Declaração de 1948, os Direitos Humanos passaram a ser ainda mais desrespeitados. Porém não podemos negar que ela oferece um parâmetro de julgamento, um indicador de monitoramento das violações e controle social dos atos estatais.

MARCOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS 1948: Declaração Universal dos Direitos Humanos 1948: Convenção Contra o Genocídio 1949: Convenção para a Repressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da Prostituição por Outros 1956: Convenção Complementar sobre Abolição da Escravidão 1965: Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial

1966: Pacto Relativo aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 1976: Pacto Internacional Relativo aos Direitos Civis e Políticos 1984: Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis Desumanas ou Degradantes 1988: Constituição Federal do Brasil 1990: Estatuto da Criança e do Adolescente

1994: Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher 1998: Programa Nacional de Direitos Humanos I 2001: Declaração de Durban – Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata 2002: Programa Nacional de Direitos Humanos II

2003: Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos 2006: Lei de Violência doméstica e Familiar contra a Mulher – Maria da Penha

Os Direitos Humanos podem ser subdivididos em três gerações. Direitos civis e políticos: relacionam-se com as idéias liberais da democracia. Direitos econômicos e sociais: relacionam-se ao mundo trabalhista, vinculam-se às lutas operárias e aos ideais de igualdade. Direito de autodeterminação dos povos: desenvolvimento, preservação do meio ambiente e o usufruto de bens comuns à humanidade.

A esta última foram adicionadas as preocupações dos movimentos sociais, que sugerem a ampliação dos direitos humanos no processo social e exigem maiores transformações globais. A diversidade, a alteridade, os regionalismos sociais e todo o relativismo cultural exigem uma ressignificação no conceito de Direitos Humanos, que deverá atender as diversas demandas da sociedade. A participação da sociedade na política e na economia de um país é fundamental para a concretização da vida democrática. Porém a participação de grande parte da população ainda é limitada e insuficiente, o que reforça a divisão social e a imposição de interesses dominantes.

Devemos considerar os campos da sociedade civil que se articulam e se mobilizam pressionando os poderes públicos e a sociedade para a criação e execução dos direitos humanos. Merecem destaque os movimentos de luta pela igualdade de raça e etnia, gênero, diversidade sexual, pessoas vivendo com o vírus HIV, questões ambientais, que têm alcançado mudanças na moral e nas leis brasileiras, importantíssimas para o amadurecimento da nossa democracia.

Sabemos que tais movimentos e conquistas não garantiram a hegemonia dos direitos humanos brasileiros. O país ainda é cenário de desigualdades, preconceitos e violências. Mas abrir mão dessas lutas em busca dos direitos humanos corresponde a abandonar qualquer pretensão de uma sociedade mais igualitária e democrática.

Referências: SANTOS, Robson dos. Afinal, o que são Direitos Humanos? Revista Sociologia: ciência&vida. Escala. Ano I. Nº 5. P. 82, pp. 34-41. Imagens: http://www.sxc.hu/