ESTENOSE HIPERTRÓFICA DO PILORO Maurícia Cammarota Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF www.paulomargotto.com.br 1/9/2009.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
REFLUXO GASTROESOFÁGICO EM PEDIATRIA
Advertisements

Refluxo Gastro-Esofágico (RGE)
Quiz 14 Geral.
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
Assistência de Enfermagem à Cirurgias Gastrintestinais
Quiz 14 Geral.
Síndrome de Boerhaave e Mallory-Weiss
DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS COMUNS
REFLUXO GASTROESOFÁGICO
Farmacologia e Tratamento das Enfermidades do Esôfago
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
Megaesôfago.
Francielle Chiavelli Chiaratti Cirurgia Infantil
Nathalia Carbinatti Franzini
Terapia nutricional em enfermidades orais e esofagianas
Doença do Refluxo Gastroesofágico
Insuficiência Renal IRA Perda rápida da função renal
Insuficiência Renal Bioquímica Clínica
Síndromes Dolorosas Psicofisiológicas Wesley Campos de Oliveira.
Bruna Garbugio Dutra Serviço de Diagnóstico por Imagem Santa Casa de São Paulo.
UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE FACULDADE DE CAMPINA GRANDE-FAC-CG Prof: Klenio Lucena de Sena Campina Grande 2016.
Afecções cirúrgicas da vesícula e vias biliares. Anamnese ID: 33 anos, casada, moradora de Guarapari QP: “ Dor abdominal” HDA: Paciente com diagnóstico.
FISIOLOGIA GÁSTRICA NUT. ESP. THAYNARA HELENA SÃO LUÍS 2016 FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO: GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO DISCIPLINA: FISIOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO.
Fisiopatologia da Nutrição
HÉRNIAS DO HIATO ESOFAGIANO E ESOFAGITE DE REFLUXO
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO
Tumor Estromal Gastrointestinal do Retroperitoneu - GIST ou EGIST?
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PACIENTES COM ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS
Esôfago – parte 2 Diego A. Effio Solis – R4.
ATRESIA DE ESÔFAGO.
Artigo 23-3 Diego A. Effio Solis
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFAGEANO
CARDIOPATIA CONGÊNITA
* um desafio diagnóstico *
Doença Diverticular. Fisiopatologia Estrutural - Parede cólica: mucosa, submucosa muscular - circular - longitudinal - Teniae coli serosa - Falsos divertículos.
AFECÇÕES DO ESÔFAGO UNIFESO.
FISIOTERAPIA E DOENÇAS ESOFAGEANAS
Fisiopatologia dos disturbios gastrointestinais
Sistema Digestório Curso de Medicina FEMA
EMBOLIA ARTERIAL AGUDA
TRAUMA TORÁCICO Dr. Paulo Visela Bacelar Arêas
Colégio Brasileiro de Cirurgiões
Filipe Lacerda de Vasconcelos Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
Pentalogia de Cantrell
Atresia do Trato Gastrointestinal: Avaliação por Métodos de Imagem Sizenildo da Silva Figueirêdo, Luiza Helena Vilela Ribeiro, Bruno Barcelos da Nóbrega,
“EMERGÊNCIAS” CIRÚRGICAS NEONATAIS
Relato de caso: Hérnia de hiato por deslizamento em um prematuro extremo internado no Hospital Regional da Asa Sul. Oliveira TM1; Zaconeta, CAM2; Cardoso.
Fisiopatologia do Pâncreas
Caso clínico: Estenose hipertrófica do piloro
Afecções urológicas comuns na criança
Doença do Refluxo Gastoesofágico
Métodos Anatomopatológicos n Ensino- Graduação e PG –Teoria - Fisiopatologia –Macroscopia –Microscopia –Necropsia n Diagnóstico- –Patologia cirúrgica Biópsias.
DOR ABDOMINAL AGUDA Dra. Natália Pereira Lima Pagan.
Síndrome Nefrótica Internato De Pediatria -6ª Série
HIC Dr. José Bonifácio Carreira Alvin
Infecção urinária na infância
SÍNDROME DO LACTENTE SIBILANTE
Atresia de Esôfago Oesophageal atresia L. Spitz
Infecção urinária febril Maurícia Cammarota
Hospital Regional da Asa Sul – HRAS Unidade de Neonatologia
Hospital Regional da Asa Sul – HRAS Unidade de Neonatologia
Filipe Lacerda de Vasconcelos Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
CLÍNICA MÉDICA DISFUNÇÕES DIGESTIVAS Profª Débora Rinaldi Nogueira.
Revisão de literatura - Definição Tumores que se originam de mutações em receptores específicos de progenitores das células intersticiais de Cajal: Ligação.
Atresia intestinal jejunoileal
Professora Carla Marins
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NA INFÂNCIA
SISTEMA DIGESTÓRIO FUNÇÕES: 1. Ingestão 2. Mastigação 3. Digestão 4. Absorção 5. Eliminação de resíduos Alimentos Diferentes Funções Estruturas Modificadas.
Transcrição da apresentação:

ESTENOSE HIPERTRÓFICA DO PILORO Maurícia Cammarota Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF www.paulomargotto.com.br 1/9/2009

Estenose hipertrófica do piloro Aumento da camada muscular pilórica provocando obstrução ao esvaziamento gástrico

Estenose hipertrófica do piloro - história 1627 – Hildanus – obstrução pilórica; 1758 – Weber – necrópsia de criança que vomitava Descrita em 1887 por Hirschsprung como entidade clínica; 1907 – Pierre Fredet – piloromiotomia 1911 – Ramstedt – incisão recoberta comomento.

Etiologia e Epidemiologia Etiologia desconhecida Multifatorial Incidência: 3 a 4 casos por mil; Distribuição 4 meninos : 1 menina Acomete principalmente os brancos;

Patologia Alterações ultra-estruturais das fibras nervosas e da musculatura lisa: Perda de neurofilamentos; Poucas junções neuromusculares Hipertrofia e hiperplasia ds fibras musculares e redução das células gliais.

Em 2 a 5% dos casos: alteração da enzima glucuronil-transferase- Patologia Em 2 a 5% dos casos: alteração da enzima glucuronil-transferase- icterícia

Manifestações clínicas Início na 2a – 3a semana de vida; Vômitos brancos; “Pseudo-constipação”; Piora progressiva; Estômago de paredes espessadas; Alcalose – hipoclorêmica, hipocalcêmica, hiponatrêmica.

PALPAÇÃO DA OLIVA PILÓRICA Diagnóstico PALPAÇÃO DA OLIVA PILÓRICA

Diagnóstico

Diagnóstico

Diagnóstico diferencial Erro alimentar Refluxo gastro-esofágico Membrana antral pré-pilórica Estenose congênita do esôfago Calásia do cárdia Piloroespasmos Vômitos de origem central

Tratamento Piloromiotomia Fredet -Hamstedt

Tratamento

REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO (RGE)

HISTÓRIA Sintomas: reconhecidos desde tempos antigos Séc. XV: sintomas relacionados a bruxaria pela inquisição 1836 Bright - hérnia do estômago para dentro do tórax 1922 Jackson relatou sintomas ~ RGE

HISTÓRIA 1935: Winkelstein descreveu o RGE 1943: Allison descreveu a patogênese do RGE e trat. da hérnia hiatal 1947 Neuhauser e Berenberg discutiram o RGE na pediatria Carré - estômago torácico Cirurgiões: Lortat-Jacob, Hill, Belsey,Nissen e Rosetti

FISIOPATOLOGIA Fisiologia da deglutição Anatomia do esôfago: zona de alta pressão: 3 a 7 cm esôfago terminal - esfíncter inferior esofágico (EEI) Relaxamento do EEI na deglutição Relaxamento transitório e - eructação

FISIOPATOLOGIA MECANISMOS ANTI-REFLUXO: mecanismo de pinçamento esofágico ao nível do hiato esôfago intra-abdominal ângulo de His roseta de mucosa área de alta pressão do EEI pressão abdominal

FISIOPATOLOGIA MECANISMOS QUE FAVORECEM A ABERTURA DO EEI: pressão abdominal contrações gástricas volume gástrico tensão na parede gástrica falta de coordenação peristáltica

FISIOPATOLOGIA FATORES ANATÔMICOS: Hérnia de hiato Esôfago curto Gastrostomia com alteração da posição Atresia de esôfago Anomalias com redução da pressão abdominal (ex. onfalocele)

FISIOPATOLOGIA SUBSTÂNCIAS QUE REDUZEM A PRESSÃO DO EEI: gastrina, dopamina, glucagon prostaglandinas A, E1 e E2 xantinas, teofilinas e cafeína nitratos bloqueadores dos canais de cálcio anti-histamínicos

FISIOPATOLOGIA MECANISMO DE PROTEÇÃO: Esfínter esofágico superior EES Peristalse Tamponamento salivar CLEARENCE ESOFÁGICO

FISIOPATOLOGIA CONSEQÜENCIAS DO REFLUXO: vômitos esofagite dor disfagia sangramento e anemia enteropatia - baqueteamento digital Síndrome de Sandifer

FISIOPATOLOGIA CONSEQÜENCIAS DO REFLUXO: estenose péptica esôfago de Barrett sintomas respiratórios eructação e soluço tosse, rouquidão ruminação

DIAGNÓSTICO Lactente com vômitos brancos Irritabilidade Dor Dificuldade em ganhar peso Infecções respiratórias repetidas

DIAGNÓSTICO GRUPOS DE RISCO PARA RGE: atresia de esôfago lesão cerebral hérnia diafragmática estenose cáustica prematuridade defeitos congênitos da parede abdominal

DIAGNÓSTICO

DIAGNÓSTICO EED Cintilografia com tecnécio 99 pHmetria Manometria esofágica Ecografia Esofagoscopia e biópsia esofágica Testes de perfusão ácida intra-esofágica

ABORDAGEM Quadro clínico típico na criança menor de 1 ano: EED Tratamento clínico (pHmetria se não melhorar) Sinais e sintomas de esofagite: pHmetria (se alterada) esofagoscopia com biópsia

ABORDAGEM CLÍNICA Tratamento clínico: importantíssimo Postura Dieta realizado sempre: Postura Dieta Pró-cinéticos Anti-secretórios

TRATAMENTO CIRÚRGICO Ausência de resposta ao tratamento clínico indicações específicas: apnéia estenose péptica do esôfago grande hérnia hiatal necessidade de gastrostomia alimentar

TRATAMENTO CIRÚRGICO

TRATAMENTO CIRÚRGICO

TRATAMENTO CIRÚRGICO Recidiva do refluxo - 5% COMPLICAÇÕES: Recidiva do refluxo - 5% Incapacidade de eructar / vomitar Distensão gasosa “Dumping” Hérnia para-esofágica Obstrução esofágica