Linfadenopatias Juliane Feitosa Bezerra

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
CURSO DE RADIOLOGIA TORÁCICA AULA 06:
Advertisements

Tumores cutâneos.
Artrite reumatóide É uma doença auto-imune sistémica, caracterizada pela inflamação das articulações (artrite), e que pode levar a incapacitação funcional.
Doenças reumatológicas mais frequentes na infância
Esofagites Infecciosas
SITEMA GENITAL FEMININO
Afecções Cirúrgicas da Região Cervical
Artropatias Inflamatórias
SEMINÁRIO (Cirurgia – 4º Ano)
PATOLOGIA MAMÁRIA CANCRO DA MAMA 4º ano / 2006.
SUGESTÃO MARIA JOÃO PIRES BRAD MELDHAU.
Câncer Da Tireóide Apresentador: Luis Fernando C. Barros
Febre sem sinais localizatórios
Carlos Castanha de A. Neto LCG – UPE Maio/2011
Tratamento Preventivo
FARINGITE/AMIGDALITE
Diagnóstico Diferencial das Massas Cervicais
Reunião Mensal Anátomo-Patológica
Adenomegalias em pediatria: o que fazer?
HOSPITAL FEDERAL CARDOSO FONTES SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL
Glomerulonefrite Difusa Aguda
Abdome Agudo Hospital Central Coronel Pedro Germano
MD FABIANO J BEDIN DA COSTA CIRURGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO.
VII Sessão Conjunta UERJ-UFRJ Abril
Infecções virais respiratórias associadas à assistência à saúde em pediatria Felipe T de M Freitas NCIH /HMIB Brasília, 12/6/2012.
FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Orientadora: Dra. Thereza Christina Ribeiro
Puberdade Precoce Fabiana Villela Corte.
Hiperplasia Endometrial
Nódulos tireoidianos Prof. Liza Negreiros
NEUTROPENIA FEBRIL Jefferson Pinheiro
Paracoccidioidomicose
Laboratório Clínico - Hematologia Leucemias
Doenças nodulares cervicais não tireoideanas
Osteomielite Diagnóstico e Encaminhamento.
Artrite Psoriásica.
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
LEUCOSE FELINA Etiologia: Família Retroviridae
ABDOME AGUDO NA INFÂNCIA
Tumores na infância.
Profa. Dra. Joice Cruciol
ENFERMIDADES DE TRANSMISSÃO SEXUAL (ETS)
Paracoccidioidomicose
APRESENTAÇÃO DE CASO R3 HÉLIO A. R. Jr. ABRIL/2002.
Pediatria e Oftalmologia Hospital Regional da Asa Sul
Imagem da Mama Sociedade Brasileira de Mastologia – DF
TIREOIDITES Prof. Liza Negreiros
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
Linfonodomegalia Abordagem Clínica.
ADRIANA ELISA ANDRÉIA FAÉ CARLOS AMARO GABRIELA LOBÃO JULIANA BOGADO
TUMORES MEDIASTINAIS Marina Gaburro Da Silveira – MR3.
Radiografia Simples do Tórax Prof a. Alessandra Carla de A. Ribeiro Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC Faculdade de Medicina e Ciências da.
DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER NA INFÂNCIA
Tuberculose na Infância
Perfil clínico-epidemiológico do paciente pediátrico internado com diagnóstico de adenomegalia em Serviço de referência no Distrito Federal Lucas Rodrigues.
Adenomegalia na infância
Aluno: Manoel Ricardo Costa Souza Orientador: Dr. Leonardo Kruschewsky
LEISHMANIOSE VISCERAL (Calazar)
Infecções Bacterianas da Pele
Semiologia do Sistema Linfático
ANATOMIA.
RINOSSINUSITE AGUDA Camila Brandão Camila Sampaio Crislaine Siston.
RINOSSINUSITES Dra. Adriana De Carli
LEUCEMIAS CRÔNICAS.
Linfadenopatias Juliane Feitosa Bezerra
Transcrição da apresentação:

Linfadenopatias Juliane Feitosa Bezerra Programa de Residência médica em pediatria HRAS www.paulomargotto.com.br Brasília., 14 de junho de 2010

Introdução Aumento de linfonodos é um achado comum na infância Criança tem maior quantidade de tecido linfático Resposta linfóide mais exacerbada Origem benigna na maioria dos casos Minoria de casos representa patologias graves

Sistema linfático Tecido primário: Medula óssea e timo Tecido secundário: Baço,linfonodos Placas de Peyer e tonsilas e medula óssea Linfonodos superficiais: Cervicais, supraclaviculares, epitrocleares, inguinais, poplíteos e axilares Linfonodos profundos: Mediastínicos, mesentéricos, retroperitoneais

Sistema linfático RN não tem gânglios palpáveis Pré-escolares e escolares normalmente tem gânglios palpáveis Em crianças de 4-8 anos podem ser encontrados gânglios de até 1,5-2cm Gânglios supraclaviculares, epitrocleares, poplíteos, mediastínicos e abdominais são sempre anormais

Linfadenomegalia Causada pela proliferação de elementos línfóides normais ou pela infiltração de células malignas ou fagocíticas

Epidemiologia A incidência precisa é desconhecida Estima-se que 38-45% das crianças apresentam linfonodos palpáveis Achados mais frequentes na cadeia cervical, axilar e inguinal

Adenopatias Cisto tireoglosso Regionais ou Generalizadas Não confundir com torcicolo congênito, cisto tireoglosso, cisto branquial e outras tumorações (p.ex. Higroma cístico) Cisto tireoglosso

Adenopatias Regionais: Cervical Gânglios cervicais Unilateral X Bilateral Bilateral: IVAS Unilateral: Adenite inflamatória aguda S. aureus, Streptococcus grupo A, H. influenzae, M. Catarrhalis Evolução lenta, com supuração-estafilo Abscesso dentario, peridontite : anaerobios

Adenopatias Regionais: Cervical Subaguda ou crônica Toxoplasmose Tularemia ( Gânglios aparecem dois dias após inicio do quadro febril) Brucelose (Adenopatia com mal estar) Doença da arranhadura do Gato Adenite por TB ou micobacteria atípica Tumor maligno (neuroblastoma, leucemia, linfoma) Imunodeficiências Doença de Kawasaki

Adenopatias Regionais: Cabeça Occipitais: Rubéola, roséola e processos inflamatórios comuns como pediculose Pré-auriculares: Infecções oculares crônicas, conjuntivites, doença da arranhadura do gato Submaxilares e submentonianos: Infecções dentárias, gengivais, da língua e da mucosa oral

Adenopatias Regionais Axilares: Processos inflamatórios e infecções locais nos membros superiores, BCG, doença da arranhadura do gato Inguinais:Linfogranuloma venéreo e linfogranuloma cancróide (Não conundir com hérnia inguinal, lipomas, aneurismas, testículos ectópicos Abdominais e pélvicos: Adenite mesentérica aguda, linfomas

Adenopatias generalizadas 2 ou mais grupos de linfonodos não contíguos As causas incluem infecções, doenças auto-imunes, neoplasias, histiocitoses, doenças de armazenamento, a hiperplasia benigna, e reações a drogas Em neonatos considerar infecções congênitas

Adenopatias Generalizadas Frequentemente associadas com hepatoesplenomegalia Considerar: Mononucleose, toxoplasmose, CMV, leishmaniose visceral, artrite reumatóide juvenil, sífilis secundária, leucemias agudas, linfomas, histiocitose X, HIV Solicitar Hemograma e VHS

Avaliação do paciente Anamnese: Tempo de aparecimento, velocidade de crescimento, dados epidemiológicos, sinais e sintomas associados Exame fisico: Caracterizar o gânglio (Tamanho, localização, consistência, dor, aderência a planos profundos, rubor, calor, fístulas)

Avaliação do paciente Linfonodos elásticos, não-coalescentes, não aderidos : Infecções virais ou processos inflamatórios localizados Linfadenopatia localizada, endurecido, doloroso, eritematoso: Linfadenite aguda Perda de peso,palidez, adinamia, hepatoesplenomegalia e febre prolongada

Exames complementares Hemograma, VHS, PCR Bioquímica Sorologias Radiografia de tórax, PPD Ultrassonografia Biópsia excisional e aspiração por agulha fina (PAAF)

Indicações de PAAF Nos casos de linfoadenite aguda com: *Febre e sintomas moderados *Gânglios >3cm *Flutuantes *Antibioticoterapia ineficaz Não tem valor diagnóstico

Indicações de Biopsia Gânglios que aumentam após 2-3sem Não regressão após 8 semanas Adenomegalia supraclavicular ou cervical inferior Nódulo maior que 2 cm Ausência de inflamação, aderido a plano profundo, firme, associado a ulceração Falha de resposta a antibioticoterapia Sintomas sistêmicos

Conduta Linfadenite bacteriana Pesquisar um foco infeccioso Tratamento com ATB : Cefalosporina de 1ª geração VO por 10 dias Não resposta ATB EV até 48h afebril, depois VO Opções: Clindamicina/Oxacilina Compressa morna local TC ou USG Acompanhar quanto a possibilidade de drenagem Reavaliar em 2-4sem

Referências ;Larsson LO, Bentzon MW, Berg Kelly K, et al. Palpable lymph nodes of the neck in Swedish schoolchildren. Acta Paediatr. Oct 1994;83(10):. [Medline]. Murahovschi, Jayme. Pediatria diagnóstico e tratamento.Pag 701-706 Linfadenomegalia periférica na infância:Antonio Sérgio Petrilli,Teresa Cristina Alfinito Vieira,Sáhlua Miguel Volc Nelson:Tratado de pediatria: Cap 490 18ª edição http://emedicine.medscape.com/article/956340