A Teoria da Vinculação.

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Transcrição da apresentação:

A Teoria da Vinculação

John Bowlby Baseou-se na Psicanálise e na Etologia na formulação da Teoria da Vinculação. Tem o mérito de propor um novo paradigma que compreende os aspectos afectivos e comportamentais da vinculação, sublinhando as origens evolutivas e os objectivos biológicos do comportamento.

O comportamento de vinculação: natureza e função A ligação da criança a um indivíduo é o resultado da activação de um sistema comportamental que tem como objectivo a manutenção da proximidade. Comportamentos vinculativos Sinalizadores: chorar, sorrir, palrar e chamar De aproximação: aproximar, seguir, trepar e chuchar

Função e activação dos comportamentos de vinculação Bowlby sugere que a principal função dos comportamentos de vinculação é uma função biológica de sobrevivência e protecção e deve ser compreendida à luz de uma perspectiva evolutiva. A sua activação depende de condições como o estado da criança, a localização e comportamento da mãe e as condições ambientais

Desenvolvimento da vinculação 1ª fase: respostas indiscriminadas, do nascimento aos dois meses. 2ª fase: comportamentos orientados para o seu prestador de cuidados habitual, dos dois aos seis meses. 3ª fase: manutenção da proximidade à figura de vinculação pela locomoção e sinalização, protesto pela separação e preocupação com estranhos, dos seis aos vinte e quatro meses. 4ª fase: parceria de objectivos corrigidos para a meta a par da existência de modelos internos do self, do comportamento e da figura de vinculação, dos vinte e quatro aos trinta meses.

Mary Ainsworth Segurança: estado de se sentir seguro e despreocupado acerca da disponibilidade da figura de vinculação. Comportamento de base segura: equilíbrio entre os comportamentos de vinculação e os comportamentos exploratórios da criança.

A Situação Estranha Observação e codificação, em situação laboratorial, de comportamentos de vinculação e de exploração em crianças entre os doze e os vinte meses de idade, numa situação de stress crescente.

A Situação Estranha (cont.) 1 (1 min.) – mãe e criança entram numa sala com brinquedos 2 (3 min.) – mãe e criança 3 (3 min.) – estranha entra e a mãe sai 4 (3 min.) – estranha e criança 5 (3 min.) – a estranha sai e a mãe regressa 6 (3 min.) – a mãe sai 7 (3 min.) – a estranha entra 8 (3 min.) – a mãe entra

Tipos de vinculação Vinculações seguras (B) Vinculações inseguras evitantes (A) Vinculações inseguras ambivalentes (C) Vinculações desorganizadas / desorientadas (D)

Vinculações Seguras (B): As crianças utilizam a mãe como base segura a partir da qual exploram o meio. Nos momentos de separação demonstram sinais da falta da mãe, especialmente durante a segunda separação. Nos momentos de reunião, saúdam activamente a mãe com um sorriso, vocalização ou gestos. Se perturbadas, sinalizam ou procuram contacto com a mãe. Uma vez reconfortadas, regressam à exploração.

Vinculações inseguras evitantes (A) As crianças exploram imediatamente o meio, demonstram pouco afecto ou comportamentos de base segura. Nos momentos de separação, as suas respostas são mínimas, e não parecem muito perturbadas quando deixadas sozinhas. Nos momentos de reunião, desviam o olhar da mãe e evitam o contacto com ela. Se pegadas ao colo podem querer ser colocadas no chão.

Vinculações inseguras ambivalentes (C) As crianças ficam perturbadas com a entrada na sala e não iniciam a exploração. Nos momentos de separação demonstram perturbação. Nos momentos de reunião podem alternar tentativas e contacto com sinais de rejeição, zanga ou fúrias ou podem demonstrar passividade ou demasiada perturbação para sinalizar ou procurar contacto com a mãe. Não conseguem confortar-se com a mãe.

Vinculações desorganizadas / desorientadas (D) O comportamento das crianças parece não ter um objectivo claro, intenção ou explicação: são observadas sequências contraditórias de comportamentos; movimentos incompletos ou interrompidos; estereotipias; paragens; indicações directas de medo dos pais; confusão ou desorientação.

Sensibilidade materna As mães de crianças seguras detectam os seus sinais e reagem-lhes pronta e adequadamente. Estão permanentemente disponíveis e são carinhosas e cooperantes. As mães de crianças inseguras evitantes não estão sintonizadas com os sinais vitais das crianças e por isso não mostram disponibilidade, sendo negligentes. O seu estilo interactivo pauta-se pela insensibilidade e pela rejeição. As mães de crianças inseguras ambivalentes são, sobretudo, inconsistentes nas suas respostas.