A escola e as estratégias possíveis na prevenção da violência

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Transcrição da apresentação:

A escola e as estratégias possíveis na prevenção da violência Professor Dr. Luciano Campos da Silva Universidade Federal de Ouro Preto -UFOP Lucianocampos@ichs.ufop.br

Quais estratégias possíveis na prevenção da violência escolar? Objetivo principal: Quais estratégias possíveis na prevenção da violência escolar?

Sociedades Escola Sala de aula Sala de aula Estudantes Estudantes

Ainda acreditamos que a escola e os professores possam exercer uma função socializadora? Pode a escola ser o lócus da formação de uma cultura da paz, do respeito e da solidariedade?

Por que os educadores deveriam se preocupar com o fenômeno da violência escolar? 1- A violência coloca em xeque o próprio “sentido da escola” 2- A violência escolar impacta o aprendizado dos estudantes 3- A violência escolar afeta a docência 4- A violência é capaz de produzir danos irreparáveis ao desenvolvimento dos sujeito.

Por que os educadores deveriam desconfiar do fenômeno da violência escolar? 1- Existem indícios científicos de que haveria uma “fabricação da violência escolar” (Érick DEBARBIEUX) 2- O discurso alarmista sobre a violência escolar acaba por “eclipsar” a existência de comportamentos perturbadores triviais, destituindo-os de importância científica, social e pedagógica. 3- O discurso alarmista sobre a violência contribui para a construção de uma imagem negativa da juventude e em especial da juventude pobre.

Desqualificação de tudo que é público 4- O alarmismo do discurso da violência escolar contribui para a construção da imagem de uma escola “falida”, “ineficiente” e “violenta” justamente num momento de democratização do ensino. Desqualificação de tudo que é público Desqualificação de tudo que é acessível aos pobres Coloca o foco em tudo que é negativo

Quais estratégias possíveis na prevenção da violência escolar? Conhecimento teórico, científico e técnico Conhecimento prático: experiência pedagógica

1- Acreditar na capacidade de transformação das pessoas - A prevenção mais eficaz se dá pela transformação das pessoas em “boas pessoas” - As pessoas mudam, as pessoas podem ser melhores, as pessoas merecem ser melhores - As pessoas não mudam “num passe de mágica”: é preciso paciência, dedicação, esforço, aceitar recuos, ser sensível com a dificuldade do outro (conversão)

2- Investir em ações curriculares - Desenvolver ações que visem produzir um trabalho pedagógico com claros objetivos de transformação humana e social. (Projeto Pedagógico) - Inserção de temáticas que contribuam para a formação de valores: cultura da paz, diversidade, respeito, gentileza, etc. - Ênfase em práticas quotidianas que permitam a vivência de valores como respeito, paz, justiça e solidariedade (materialização).

3- Garantir a construção de um bom clima disciplinar - Grande parte dos episódios de violência tem como origem ou condição um ambiente disciplinar degradado - Intervenções disciplinares equivocadas constituem momentos oportunos para a manifestação da violência. - Ajuda a criar uma imagem positiva da escola

4- Estimular o envolvimento e a participação dos pais nas questões escolares Instituir práticas regulares de comunicação com os pais no intuito possibilitar o diálogo e o controle sobre a vida escolar dos filhos - Adotar uma atitude de parceria e acolhimento e não de culpabilização no atendimento. Estimular e valorizar a presença dos pais na escola e a colaboração em assuntos pertinentes. Obs.: Mesmos nas famílias com grandes conflitos internos os filhos tendem a levar em consideração o que pensam os pais.

5- Criação de um ambiente escolar democrático e acolhedor Criar relação respeitosa, democrática, amigável e calorosa com os alunos: abertura para os assuntos da infância e da juventude. Dar atenção individual aos alunos: direito a individualidade, direito a diferença, tratamento igualitário e justo. Implicar os alunos na construção da vida escolar: responsabilização, divisão de poder, construção de regras.

6- Incentivar o aprendizado de competências comunicacionais - Saber ouvir, expressar opiniões e respeitar as opiniões dos outros: uso do argumento e não da força a) Estimulando a adoção desse tipo de procedimento pelos professores (formação) b) Especialmente nos momentos de conflito: dar voz, respeitar opiniões, estimular as desculpas, firmar compromissos

7- Criar estratégias que levem as crianças e jovens a se indignarem com a violência e com as injustiças - Não naturalizar a violência - É preciso se emocionar diante das injustiças e do sofrimento - Conhecer a história dos povos marcados pela violência e pelas injustiças

8 – Desenvolver nas crianças e jovens o gosto pela vida coletiva - Desmotivar o individualismo - Espírito de abnegação: trabalhar pelo grupo - Desenvolver a capacidade de lidar com as diferenças

9- Ajudar as crianças e jovens a construírem projetos de vida: criar “sentidos” - Criar mobilização em relação à vida - O que você faz? O que você gosta? Do que você participa? - Gerar mobilização em relação ao esporte, arte, jogos, leitura, movimentos sociais etc.

Contribuir para que os professores sejam “bons professores” 10- Investir nos professores Incentivar e valorizar o trabalho docente Investir na formação docente Incentivar um clima de cooperação e de trocas de experiências nas escolas Incentivar um clima de confiança e entusiasmo Zelar pela saúde, repouso, bem-estar e descontração dos professores Contribuir para que os professores sejam “bons professores”

“É razoável defender que bons professores possam existir fora de escolas exemplares, mas uma escola exemplar não pode existir sem um grande número de bons professores”. (Berliner (1983)

Contatos: E-mail: lucianocampos@ichs.ufop.br Facebook: www.facebook.com/luciano.campos.9279