Introdução Minha experiência com a formação profissional de nível médio para os trabalhadores do SUS, na Escola de Formação Técnica do SUS-Bahia, se ampliou.

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Transcrição da apresentação:

Introdução Minha experiência com a formação profissional de nível médio para os trabalhadores do SUS, na Escola de Formação Técnica do SUS-Bahia, se ampliou frente a oportunidade de fazer parte do grupo de orientadores do Projeto Caminhos do Cuidado através da formação de Saúde Mental direcionada para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (ATENF’s), a partir da parceria Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e Ministério da Saúde. O orientador é o ator responsável em acompanhar um numero determinado de tutores, por meio da educação à distância (EAD), com a função específica de dar suporte pedagógico e estrutural, sendo o elo entre esses e a coordenação pedagógica do projeto. A loucura faz parte do imaginário popular há séculos, sendo motivo de escárnio, chacota e sentimentos de estar possuído pelo demônio, vivendo à margem da sociedade e da caridade alheia, sendo alvo de todo tipo de discriminação, além de sofrer por vários experimentos desumanos e cruéis. Notadamente esta também é a situação dos usuários de crack, álcool e outras drogas. No Brasil, a formação do ACS, como também da enfermagem, não aborda, de modo efetivo, conteúdos curriculares que contemplem aspectos relativos à redução de danos à pessoas submetidas a esses e outros tipos de discriminação. Intervenções têm sido feitas e segundo Benilton Bezarra Jr, 2007 “...é fato que o cenário psiquiátrico brasileiro vem mudando a olhos vistos” e que a consolidação da Reforma Psiquiátrica traz à tona desafios que precisam ser incorporados à agenda dos campos da saúde mental e da saúde coletiva, sobretudo no âmbito da formação em saúde mental. Diante dessa realidade, o Ministério de Saúde pactuou com as Escolas Técnicas do SUS-ETSUS e municípios, a promoção da saúde mental e prevenção das doenças na lógica da redução de danos e das ações não manicomiais. Objetivos Objetivo Geral Apresentar e discutir experiências como orientadora no curso de Formação em Saúde Mental (crack, álcool e outras drogas) para Agentes Comunitários de Saúde e Auxiliares/Técnicos de Enfermagem da Atenção Básica. Objetivos Específicos: Identificar pontos de ajustes necessários no conteúdo e na forma de execução do curso através de avaliações desenvolvidas, via EAD, com 08 tutores, nas comunidade de prática. Suscitar debates com os atores da área de saúde mental e a comunidade, de modo que permitam problematizar aspectos das realidades vivenciadas, em cada território, fortalecendo o entendimento, consequentemente o sujeito e o processo de trabalho na atenção básica. Possibilitar reflexão dos gestores das ETSUS e outros atores envolvidos no âmbito da formação, sobretudo em saúde mental, com abordagem na Reforma Psiquiátrica, com foco nas ações não manicomiais, a fim de promover o acolhimento e a escuta, a corresponsabilização entre trabalhadores, gestores e usuários. Metodologia Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, utilizando elementos da análise de conteúdo de Bardin, o qual refere ser um conjunto de instrumentos metodológicos e que se aplicam a discursos diversificados, com objetivos bem definidos e que servem para desvelar o que está oculto no texto, mediante decodificação da mensagem.(Bardin,2011). Foram utilizados os seguintes instrumentos: questionário elaborado pela orientadora e aplicado aos tutores;relatórios individuais produzidos pelos tutores, contendo entre outros conteúdos a descrição e análise das discussões de casos da sala de aula; diálogos entre orientadora e tutores através do Fórum; fotos dos momentos presenciais (entre tutores/discentes), O questionário abordou três aspectos gerais: momentos positivos, momentos difíceis e a contribuição do curso na vida do cada docente. Da totalidade dos 17 (dezessete) docentes, 08 responderam, equivalendo a um universo de atuação de 40 turmas. Cada turma com uma média de 30 alunos. Os dados das informações geradas pelo questionário foram organizados em um quadro síntese sendo posteriormente encaminhados para os entrevistados e para a coordenação estadual do projeto. Posteriormente, foi utilizado a análise de Bardin para melhor entendimento dos conteúdos. Assim, a leitura dos instrumentos evidenciou algumas categorias que facilitaram o entendimento: preconceito, resistência dos discentes a mais um curso de formação; redução de danos Quanto ao aspecto ético, foram enviados aos tutores ro Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para futuramente ser encaminhado ao Conselho de Ética com vistas à elaboração de um artigo. Considerações Finais Esperamos que a produção e socialização desse conhecimento, contribua para motivar os trabalhadores da educação profissional em saúde da EFTS, ampliar as discussões dessa e de outras temáticas na perspectiva de contribuir com a qualidade da formação e repensar o cuidado integral e inclusivo. O desafio desse primeiro passo, formando ACS e Atenf’s em 416 municípios, agregou saberes, despertou sentimentos entre os atores envolvidos no projeto. Reiteramos a pertinência de continuidade de estratégias na EFTS, através desses subsídios, no sentido de fortalecer a área de saúde mental, com vistas a incidir em boas praticas nos processos de trabalho a fim de proporcionar a integralidade do cuidado contribuindo para melhor qualidade de vida dos usuários do sistema de saúde., Resultados Potencialidades: Mudança de olhar e sensibilização para a desconstrução do preconceito entre os futuros multiplicadores do cuidado, frente ao portador de transtorno mental e usuários de crack, álcool e outras drogas trazendo possibilidades de mudanças das práticas buscando á consolidação do vinculo, da escuta, do acolhimento e da corresponsabilização.. Ressignificação das atitudes dos ACS/ATENF’s no decorrer dos encontros formativos. Mudanças de atitudes nas posturas dos tutores e discentes registradas nos relatórios e outros instrumentos analisados; desejo dos envolvidos de mudar paradigmas e modo de agir Quanto aos aspectos pedagógicos/educativos: desenho do curso, abordagem dos conteúdos e a dinâmica da construção do material didático, a metodologia reflexiva e construtivista com base na análise crítica; reconhecimento do erro como parte do processo de construção de vida.; Quanto a redução de danos: consenso entre docentes e discentes no entendimento das práticas como uma grande estratégia de cuidado. Dificuldades: Percepção inicial de preconceito e dificuldade de entendimento entre os discentes, acerca dos determinantes que contribuem para o uso de drogas; Pouca escolaridade de alguns discentes para o entendimento do conteúdo do curso. Alguns discentes manifestaram descaso representado por ausências, falta de envolvimento com as atividades dos encontros; Pouco acolhimento de alguns gestores referente às condições pactuadas para o desenvolvimento do curso: fornecimento do material didático complementar, espaço adequado para as aulas,, atraso na entrega do áudio visual e problemas no fornecimento de água comprometendo o planejamento do tutor que muitas vezes teve que realizar tarefas que não constavam em suas atribuições; Dificuldade de deslocamento de discentes provenientes da zona rural. Contribuição do projeto para a vida do tutor: Houve unanimidade entre os participantes da pesquisa, relatando que o Curso lhes proporcionou crescimento pessoal e profissional, prazer em compartilhar saberes, experiências, emoções, amizade, orgulho dos ACS e ATENF’s na apresentação dos trabalhos de dispersão, com criatividade e dinamismo, ressignificação de conceitos e atitudes, reconhecimento da importância do projeto, recebimento de bolsa, alcance do projeto que atingiu 416 dos 417 municípios do Estado. *Odontóloga, docente e apoiadora dos Cursos descentralizados da EFTS. No Ministério da Saúde Secretaria de Saúde do Estado da Bahia Superintendência de Recursos Humanos Escola de Formação Técnica Em Saúde Prof. Jorge Novis EFTS/ SUPERH MINISTÉRIO DA SAÚDE “ Experiência com a formação em saúde mental com ênfase no crack, álcool e outras drogas na Escola Técnica do SUS –BA” * Glaucia Maria Senhorinho Ventura Esteves Referências BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Ed. Revista e ampliada. Edições 70- Brasil,2011. BEZARRA Jr. Desafios da reforma psiquiátrica no Brasil. Physis: revista de saúde coletiva. Vol. 17 n.2; Rio de Janeiro, 2007 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica – Brasília : Ministério da Saúde, p. : il. – (Série E. Legislação em Saúde). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação Nacional de DST/Aids. A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. 2.ed. Revista e ampliada. Brasília: MS, CAMINHOS DO CUIDADO: caderno do tutor/, MS. SGTES/FIOCRUZ/ ICICT. Centro de Educação Tecnológica e Pesquisa em Saúde – Escola GHC. Brasília, Reforma psiquiátrica brasileira e a política de saúde mental- acesso em 12/03/2015.