O que diferencia os SPLs atuais dos distritos industriais Marshallianos? Na Era do Conhecimento a emergência do paradigma das tecnologias de informação.

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Transcrição da apresentação:

O que diferencia os SPLs atuais dos distritos industriais Marshallianos? Na Era do Conhecimento a emergência do paradigma das tecnologias de informação e comunicações (TIC) ) e a aceleração do processo de globalização têm apresentado um têm apresentado um impacto significativo sobre a forma como se realiza o desenvolvimento industrial e tecnológico Economia do Conhecimento, MPME e Inovação

Na dinâmica da globalização utilizando-se um quadro de referências que englobe a organização econômica territorial deve se contrapor: uma economia de fluxos completamente global e desterritorializada a uma economia fortemente territorializada de interdependências e especificidades (definida como uma economia onde as atividades são “dependentes de recursos com especificidades fortemente territorializadas e onde a oferta destes recursos está sujeita a importantes inelasticidades). O clássico exemplo de tal “terrritorialização” é o caso tradicional de recursos naturais escassos que são encontrados em regiões específicas. Porém, a argumentação aqui desenvolvida é que, num mundo globalizado em que as vantagens competitivas são crescentemente associadas a inovação e conhecimento, não é mais este tipo de territorialização que é importante. Os recursos fundamentais para a territorialização no quadro atual seriam, cada vez mais, trabalho e tecnologia.

Definindo Arranjos e Sistemas Produtivos Locais Sistemas produtivos locais referem-se a aglomerados de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, que apresentam vínculos consistentes de articulação, interação, cooperação e aprendizagem. Incluem não apenas empresas - produtoras de bens e serviços finais, fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de serviços, comercializadoras, clientes, etc. e suas variadas formas de representação e associação - mas também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas à formação e treinamento de recursos humanos, pesquisa, desenvolvimento e engenharia, promoção e financiamento. Adota-se, ainda, o conceito de arranjos produtivos locais para referenciar aquelas aglomerações produtivas, cuja articulação entre os agentes locais não é suficientemente desenvolvida para caracterizá-las como sistemas. O conceito de sistema produtivo local privilegia a análise de interações particularmente aquelas que levem à introdução de novos produtos e processos (inovação). Fundamentais para tais interações são as relações entre os diferentes agentes visando o aprendizado. Estas são essenciais para garantir a competitividade dos agentes individual e coletivamente e apresentam forte especificidade local. Arranjo diferente de sistema

Sistema Produtivo Local: moldado por processos de aprendizado evolucionários sistemas regulatórios localizados instituições formais e informais locais confiança coordenado por comportamentos auto-regulatórios sistemas cognitivos localizados compartilhamento do conhecimento tácito (localizado) e codificado socialização do conhecimento (redução dos direitos de propriedade em usos do conhecimento compartilhado) lucros privados ligados ao conhecimento (diferentes velocidades de difusão e socialização) sociedade localizada inovação local

Alguns pontos da visão evolucionista sobre inovação o conhecimento está na base do processo inovativo; a criação e difusão do conhecimento são fontes básicas da mudança econômica; o aprendizado é o mecanismo dinâmico principal para a acumulução do conhecimento, inovação e crescimento das empresas; através de vários tipos de processos de aprendizado as firmas acumulam capacitações que possuem diferentes graus de inércia, contextualidade e complementariedade; instituições (além das empresas) e arquiteturas institucionais jogam um papel principal no processo inovativo e na evolução industrial;

Em tal quadro de referência o processo inovativo é conceitualizado como sendo: fundado no aprendizado interativo e localizado, dado que ele é — por definição — uma criação nas capacitações e conhecimentos tácitos e codificados que permitem o desenvolvimento de uma dada tecnologia. Inovação não é um ato isolado mas um processo (social) Aprendizado interativo: empresas e organizações participam A empresa é o ponto mais importante neste processo: empresa como organização voltada ao aprendizado

A - Firma deve alocar recursos para aprender (é custoso) B- Aprendizado -interno – diferentes níveis de custos e idiossincrasias; -externo – não pode substituir o interno, mas aumenta sua velocidade e eficiência, muda sua direção e dimensões relevantes;

Aprendizado interno Aprendizado externo A empresa é caracterizada por diferentes combinações de aprendizado interno e externo Aprendizado interno (ligado às principais funções da firma: P&D, design, engenharia, produção, organização e marketing) Learning-by-using Learning-by-doing Learning-by-searching Aprendizado externo (recente aumento tendo em vista natureza sistêmica e complexa dos novos produtos e processos) Learning-by-imitating Learning-by-interacting Learning-by-cooperating

Composição dos Custos de Inovação (%) por Classe de Tamanho Média das Empresas Européias - 1998

Quadro - Atividades, áreas tecnológicas/de conhecimento – Exemplo da Indústria Alimentícia

Quadro - Atividades, áreas tecnológicas/de conhecimento – Exemplo da Indústria Alimentícia

Evitar uma visão estritamente setorial. Entender Categorização de arranjos de MPMe adequada a situações de países periféricos: Captar os mecanismos que afetam a transição de arranjos em direção a sistemas produtivos dinâmicos. Evitar uma visão estritamente setorial. Entender processos de coordenação/controle, tipos de mercado como o aprendizado se relaciona com coordenação e tipo de mercado de que maneira pode-se induzir a transformação dos arranjos em sistemas.

Problema fundamental: Estudos disponíveis com relação aos países desenvolvidos não se concentram na questão sobre a transição de aglomerados geográficos para arranjos e sistemas produtivos dinâmicos), limitam-se a analisar, ex-post, as diversas razões que levaram sistemas produtivos locais ao sucesso. Estudos disponíveis com relação aos países em desenvolvimento, incorporarem importantes elementos sobre a coordenação das atividades ao longo das cadeias, mas são extremamente reducionistas, no sentido de que geralmente limitam as possibilidades de transformação dos aglomerados locais a uma inevitável integração à globalização via exportação de commodities.

Grande parte da literatura sobre aglomerações e distritos industriais (EUA e Europa) dos anos 70 aos anos 90 enfatiza a correlação entre: organização industrial desempenho rotinas comportamentais qualitativas, específicas da localidade e historicamente determinadas Inspirada por uma visão neo-Marshalliana (“the secrets of industry”) Escola Florentina - enfatiza a “região” Escola Californiana - generalizações sobre processos de organização industrial Escola Nórdica - processos de aprendizado como fonte das especificidades locais Porém todas unidas em torno das relações (profundas e complexas) entre organização industrial e sociedade-economia- política-comportamentos-instituições LOCAIS

Proposição: categorização deve basear-se em três eixos de análise Coordenação/controle (governança) Local e não externa (à la “commodity chains”) Redes Hierárquias (cap. nacional X MNCs) Mercado comércio internacional X mercado interno Grau de Territorialização tecnologia, inovação, capacitação ao invés de recursos naturais

Arranjos produtivos locais por tipo de governança, grau de territorialização e mercados de destino da produção

Quadro – Mudanças nas Políticas de Inovação