Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Isoimunização Rh Marcos Alexandre Diniz Carneiro.
Advertisements

Placenta Prévia PLACENTA PRÉVIA P P Prof. Elias Darzé.
Definição de asma - GINA 2008
Rastreamento Pré-Eclâmpsia US - Primeiro Trimestre
FUNDAMENTOS DE BIOLOGIA E FISIOLOGIA DO SANGUE
A CESÁREA NOS DIAS ATUAIS
DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DISCIPLINA DE OBSTETRÍCIA
Trombose Processo resultante da iniciação e propagação inadequadas do mecanismo hemostático Tríade de Virchow: lesão da parede vascular estase sangüínea.
Acompanhamento e avaliação periódica da mãe portadora do HTLV, pré e pós parto, e a garantia nutricional de ambos.
Prevenção da Transmissão Vertical e suas implicações na questão HTLV
Tratamento Anticoagulante Prof. Dr. Ernesto Antonio Figueiró-Filho
AMNIORREXE PREMATURA RUPREMA
Sessão Interativa Ernesto Antonio Figueiró-Filho
Prof. Dr. Ernesto Antonio Figueiró-Filho
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
ABORTAMENTO RECORRENTE
Associação entre abortamentos recorrentes, perdas fetais, má história obstétrica e pré-eclâmpsia grave com a presença de trombofilias hereditárias e/ou.
Pré-Natal – Gestante com Pré-Eclâmpsia
Trombofilias e Gestação Mitos e Verdades
Gestação Múltipla: Como Conduzir?
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Tromboembolismo pulmonar (TEP) e gestação
Rastreamento Pré-Eclâmpsia US - Primeiro Trimestre
Trombose Venosa Profunda
Óbitos Infantis e Fetais
REFLUXO VESICOURETERAL Nefropatia do refluxo fatores prognósticos
HU-UFMA ABORTAMENTO Prof. Dr. Tarcísio Coelho.
Sistema ABO, RH, MN.
Terapia Anticoagulante (Sonis, Secrets of Oral Medicine)
Perdas fetais de repetição: Abordagem clínica e terapêutica
Testes de Função Hemostática
João Luiz Barbosa Nunes
Glomerulonefrites Asssociadas à Hipocomplementemia
TROMBOEMBLISMO VENOSO A VISÃO DO HEMATOLOGISTA
Managing primary CMV infection in pregnancy
Trombofilias e Gestação
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO RODRIGO CÉSAR BERBEL.
Hermé Vasconcellos de Gusmão Verçoza
Envolvimento renal na síndrome antifosfolípide
ALINE LOURENÇO BAPTISTA Disciplina de Nefrologia do HCFMUSP
Coagulação em recém- nascidos e crianças Karina Moreira da Silva Hematologia Pediátrica Abril/2009.
INDICADORES DE SAÚDE.
Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídio ou Síndrome de Hughes
Internato de Ginecologia e Obstetrícia
Restrição do Crescimento Fetal
II Curso Nacional de Circulação Pulmonar
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES BIOQUÍMICOS
Concepção uma nova vida
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ
TEP NA GESTAÇÃO profilaxia - diagnóstico - tratamento
Mariana T. B. Silva Solange Seibert Estudo de Caso Clínico.
EXAMES LABORATORIAIS GLICEMIA
SUB-NUTRIÇÃO FETAL - FENÓTIPO ECONÔMICO
Quando Pesquisar Trombofilias 2º Curso de Circulação Pulmonar SBPT São Paulo 2009 Alex Gonçalves Macedo Mestre em Pneumologia UNIFESP-EPM.
Profa Sheyla Fernandes
Núcleo Perinatal HUPE - UERJ
Gravidez X Doença Periodontal
Síndrome Antifosfolípide
Dra Daniella Campos Oliveira
PNEUMONIA NA INFÂCIA: VELHOS E NOVOS DESAFIOS MARIA REGINA ALVES CARDOSO.
Reunião de Perinatologia
HIPERSENSIBILIDADE III
Wesley M L Santana.  Em diversas situações clínicas, o TAP e/ou KPTT tornam-se prolongados:  Uso de heparina, fibrinolíticos, deficiência de vitamina.
Docente: Thaís D. A. Conde 2007/02
Módulo Imunopatológico II (MED B26)
Transcrição da apresentação:

Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Faculdade de Medicina - FAMED Departamento de Gineco-Obstetrícia Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide Ernesto Antonio Figueiró-Filho Serviço de Medicina Fetal e Gestação de Alto Risco

Definição Trombofilias Alteração na coagulação sanguínea que resultam em maior risco para trombose Divididas em hereditárias e adquiridas Presente 50% indivíduos com trombose venosa Franco R et al., 2002

TROMBOFILIAS Hereditárias Adquiridas Franco R et al., 2002 Deficiência de AT Deficiência de Proteína C Deficiência de Proteína S Mutação do gene da protrombina (G20210A) Fator V de Leiden Desfibrinogenemia Hiperhomocisteinemia SAAF Neoplasia Mieloproliferativas S. Nefrótica Colagenose Doença inflamatória intestinal Doença de Behcet Franco R et al., 2002

MÁ HISTÓRIA OBSTÉTRICA ABORTO HABITUAL RCIU – PRÉ-TERMO PRÉ-ECLÂMPSIA HELLP - DPPNI Robertson L et al., 2005

SÍNDROME DO ANTICORPO ANTI-FOSFOLÍPIDE Diagnóstico Critério clínico Presença de um critério clínico Critério laboratorial Presença de um critério laboratorial Positivo com intervalo de 12 sem Miyakis S et al, 2005

TROMBOSE VASCULAR ≥ 1 episódios clínicos de trombose de vaso arterial, venosa ou de pequeno porte, em qualquer tecido ou órgão Confirmado por exames complementares apropriados ou histopatologia Ausência evidências significativas de inflamação em parede do vaso Miyakis S et al, 2005

MORBIDADE GESTACIONAL ≥ 1 morte fetal inexplicável além da 10ª semana, com morfologia fetal normal documentado por ultrassom ou pelo exame direto do feto ≥ 1 parto pré-termo < 34 sem, devido à pré-eclâmpsia e eclâmpsia grave, ou reconhecida características de insuficiência placentária (RCIU) ≥ 3 ​​abortos espontâneos consecutivos antes da 10 ª semana, excluídas causas maternas e fetais Miyakis S et al, 2005

CRITÉRIOS LABORATORIAIS Anticoagulante lúpico Detectado de acordo com as diretrizes da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia Anticorpo anticardiolipina IgG / IgM Título médio ou alto (> 40 GPL ou MPL, ou Percentil> 99) - ELISA Anti-β2 glicoproteína IgG/IgM Título > percentil 99 - ELISA 12 semanas Miyakis S et al, 2005

MECANISMO MORBIDADE OBSTÉTRICA Trombose tecido placentário Inflamação aguda Inibição da diferenciação do sincício trofoblasto Indução de células deciduais fenótipo inflamatório Ativação do complemento Apoptose embrionária e / ou placentária Meroni et al., 2011

TRATAMENTO 65% das mulheres com pré-eclâmpsia, RCIU, DPP e óbito fetal inexplicado têm alguma trombofilia Kupferminc et al., 1999 Consensos recomendam tratamento com AAS associado a anticoagulantes Miyakis S et al, 2005

TERAPIA GESTAÇÃO Heparina 36sem AAS Fouda et al, 2008

Pesquisas conduzidas HU-FAMED-UFMS Figueiró-Filho & Oliveira, Rev Bras Ginecol Obstet. 2007; 29(11):561-7 Figueiró-Filho et al., FEMINA | Abril 2008 | vol 36 | nº 4 Figueiró-Filho et al., FEMINA | Janeiro 2007 | vol 35 | nº 1 Figueiró-Filho et al., RBGO | 2011| In press Figueiró-Filho et al., Arch Gyn Obst| 2011 | In press

Exames Realizados Pesquisa de anticorpos antifosfolípide; Anticorpo anticardiolipina IgM e IgG; Anticoagulante lúpico; Anti-2 Glicoproteína I; Pesquisa de trombofilias; Dosagem total de Proteína C; Dosagem total de Proteína S; Dosagem total de Antitrombina; Dosagem total de Homocisteína plasmática; Pesquisa de Mutação no Fator V Leiden;

Critérios Inclusão Perdas fetais, abortos repetição, má história obstétrica; Pré-eclâmpsia grave anterior; LES.

Protocolo de tratamento Pacientes com trombofilias hereditárias isoladas: Enoxaparina 40-80mg/dia; Pacientes com síndrome anticorpos antifosfolípides; AAS 100mg/dia; Prednisona 5-15mg/dia Pacientes com trombofilias hereditárias e/ou hiperhomocisteinemia: Ácido fólico 15mg/dia Vitaminas do Complexo B 1 cp/dia

Protocolo de tratamento

Grupos 84 gestantes com histórico de complicações obstétricas, diagnosticadas com trombofilias hereditárias e/ou adquiridas que seguiram o protocolo de tratamento; 37 gestantes com histórico de complicações obstétricas, diagnosticadas com trombofilias hereditárias e/ou adquiridas que não seguiram o protocolo de tratamento; 222 gestações antes do diagnóstico e tratamento e 84 gestações após o diagnóstico e tratamento;

Diagnóstico e tratamento Obito fetal/perinatal Comparação do número de óbitos fetal e perinatal antes e depois do diagnóstico e tratamento em pacientes que seguiram o protocolo de tratamento Diagnóstico e tratamento Obito fetal/perinatal Total SIM NÃO n (%) n(%) ANTES 35 (87,5) 187 (70,3) 222 (72,5) DEPOIS 5 (12,5) 79 (29,7) 84 (27,5) TOTAL 40 (100,0) 266 (100,00) 306 (100,0) * Teste Qui-Quadrado com correção de Yates: p=0,03 RR: 2,66 (1,07 <RR< 6,53)

Diagnóstico e tratamento Comparação do número de nascimentos a termo antes e depois do diagnóstico e tratamento em pacientes que seguiram o protocolo de tratamento Diagnóstico e tratamento Nascimentos a termo Total SIM NÃO n (%) n(%) ANTES 52 (46,0) 180 (88,1) 222 (72,5) DEPOIS 61 (54,0) 23 (11,9) 84 (27,5) TOTAL 113 (100,0) 193 (100,00) 306 (100,0) * Teste Qui-Quadrado com correção de Yates: p=0,00 RR: 0,32 (0,25 <RR< 0,42)

Comparação do número de abortos antes e depois do diagnóstico e tratamento em pacientes que seguiram o protocolo de tratamento Diagnóstico e tratamento Abortos Total SIM NÃO n(%) ANTES 70 (98,6) 152 (64,7) 222 (72,5) DEPOIS 1 (1,4) 83 (35,3) 84 (27,5) TOTAL 71 (100,0) 235 (100,0) 306 (100,0) * Teste Qui-Quadrado com correção de Yates: p=0,00 RR: 26,49 (3,74 <RR< 187,65)

Comparação do número de óbitos fetais/perinatais entre os grupos de pacientes que seguiram e não seguiram o protocolo de tratamento Protocolo de tratamento Óbitos fetais/perinatais Total Sim Não n(%) SIM 2 (28,6) 82 (71,9 ) 84 (69,4) NÃO 5 (71,4) 32 (28,1) 37 (30,6) TOTAL 7 (100,0) 114 (100,0) 121 (100,0) * Teste Exato de Fisher: p=0,02 RR: 0,18 (0,04 <RR< 0,87)

Comparação do número de nascimentos a termo entre os grupos de pacientes que seguiram e não seguiram o protocolo de tratamento Protocolo de tratamento Nascimentos a termo Total SIM NÃO n(%) 61 (82,4) 23 (48,9) 84 (69,4) 13 (17,6) 24 (51,1) 37 (30,6) TOTAL 74 (100,0) 47 (100,0) 121 (100,0) * Teste Qui-Quadrado com correção de Yates: p=0,002 RR: 2,07 (1,31 <RR< 12,24)

Comparação do número de abortos entre os grupos de pacientes que seguiram e não seguiram o protocolo de tratamento Protocolo de tratamento Abortos Total SIM NÃO n(%) 1 (6,3) 83 (79,0) 84 (69,4) 15 (93,8) 22 (21,0) 37 (30,6) TOTAL 16 (100,0) 105 (100,0) 121 (100,0) * Teste Exato de Fisher: p=0,00 RR: 0,03 (0,00 <RR< 0,21)

Figueiró-Filho et al., 2011, in press

Figueiró-Filho et al., 2011, in press

Conclusões O diagnóstico e tratamento - Enoxaparina associada ou não a AAS/Prednisona/Ác Fólico – de gestantes com trombofilias/SAAF: REDUZ as taxas de óbitos fetais/perinatais REDUZ as taxas de prematuridade REDUZ as taxas de abortos de repetição ELEVA as taxas de nascimentos a termo

VIA DE PARTO OBSTÉTRICA AVALIAR ESTADO MATERNO E FETAL