ENEF 2008: Da competência Técnica ao Compromisso Político

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Transcrição da apresentação:

ENEF 2008: Da competência Técnica ao Compromisso Político “O compromisso político como horizonte da competência técnica” Paolo Nosella “Magistério de 1º grau: da competência técnica ao compromisso político” Guiomar Namo de Mello

1- Quem tem medo da competência técnica? A tese central do livro de Guiomar sugere que: a passagem do senso comum a vontade política se dá pela mediação da competência técnica. O que ela define como competência técnica para o professor:

Competência técnica O domínio adequado do saber escolar a ser transmitido, junto a habilidade de organizar e transmitir esse saber de modo a garantir que ele seja efetivamente efetivado pelo aluno. Visão integrada dos aspectos relacionados à sua prática, ou seja, o entendimento das várias relações da escola, desde sua organização: métodos de ensino, currículo, agrupamentos das turmas. Compreensão mais ampla das relações entre a escola e a sociedade, que passa necessariamente por suas condições de trabalho e remuneração.

Competência Técnica Guiomar apresenta a questão profissional numa perspectiva não meramente tecnicista, ou seja, “competência técnica” tem um sentido claramente não tecnicista já que não diz respeito ao domínio de certas regras externas simplificadas e aplicáveis mecanicamente a tarefas fragmentadas e rotineiras. Ao contrário, compreende o domínio teórico e prático dos princípios e conhecimentos que regem a instituição escolar.

(In)competência técnica “Há alguns professores que dominam mal os próprios conteúdos que deveriam transmitir, que desconhecem princípios elementares do manejo de classe de alfabetização” E nós??? Estamos sendo formados com que competência técnica??? O quanto nosso currículo e a universidade como um todo (ensino, pesquisa e extensão) estão servindo para uma formação humana, integral, científica, que coloque o farmacêutico a serviço da sociedade?

Guiomar subordina o compromisso político a competência técnica? É no seu aparecer estritamente técnico que os interesses dominantes desempenharão sua finalidade realmente política. É justamente porque a competência técnica é política que se produziu a incompetência técnica dos professores impedindo-os de transmitir o saber escolar às camadas dominadas. A C. T. é a mediação, é também (não somente) por seu intermédio que se realiza o compromisso político. Ela não se justifica por si mesma, mas sua razão de ser no compromisso político.

Como se dá esta relação? (c. t e c. p.) “Ao adquirir competência o professor ganha também condições de percebe, dentro da escola, os obstáculos que se opõe a sua atuação competente. É assim que a C. T. inicia o processo de transformação em vontade política”. O que podemos passar a perceber dentro do nosso trabalho profissional quando tivermos maior competência técnica?

Quem tem medo da competência técnica? Parece óbvio que as camadas trabalhadoras não têm qualquer motivo para temê-la. Ao contrário, é a classe dominante que as tem, tanto é assim que, no empenho em preservar seus interesses, acabou por provocar a produção da incompetência e não o contrário. Também não temerão a c. t. os intelectuais empenhados em assumir, de fato, um compromisso político articulado com os interesses da sociedade.

2- Quem tem medo do compromisso político? Não é difícil concluir que temem o C. P. os mesmos que temem a competência técnica, porque o que temem na verdade é a concretização do compromisso político transformador. A própria classe dominante muitas vezes encena um discurso transformador. Mas as tentativas de concretização de tal compromisso são combatidas das mais diferentes formas, sem excluir a repressão violenta.

Para o ENEF 2008 “Não se faz política sem competência e não existe técnica sem compromisso além disso, a política também é uma questão técnica e o compromisso sem competência é descompromisso”