O enredo da História Aula 3, 1º Semestre 20 de março de 2012

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Transcrição da apresentação:

O enredo da História Aula 3, 1º Semestre 20 de março de 2012 Prof. Dr. Cliff Welch (Gab 16) cawelch@unifesp.br

Programa da aula Teorias cientificas Hayden White Meta-história e liberdade Desconstrução dos “Grandes Potências” do Ranke Intervalo Completar as tarefas dos grupos; Quem são vocês...? (continuando...) Considerações finais

Teoria cientifica... “[…] uma síntese aceita de um vasto campo de conhecimento, consistindo de hipóteses que foram devidamente testadas, através de leis e fatos científicos que descrevem os fenômenos naturais (mas refutável). É uma idéia que tenta prever com alto grau de exatidão os fenômenos da natureza.” (Wikipedia); Ou, pode ser um pensamento pensado que satisfaz um grande número dos cientistas das disciplinas por ora; “Sempre que observamos algum fato, que contraria a teoria, devemos abandonar ou modificar a teoria, muito embora isso demore a acontecer na prática”(Wikipedia); Segundo Karl Popper (1934), as teorias mudam através a investigação e comparação constante das novas ideias, lógicas e hipóteses; Segundo Thomas Kuhn (1962), as novas teorias vêm sendo elaboradas a partir de métodos que chegam fazer parte de pré-paradigmas que, em seu tempo e espaço, conseguem predominar a ciência por causas variadas – falhas das antigas teorias, as novas respondem melhor para as questões novas do espaço e tempo, mudanças de valores e crenças de dada época/cultura; Teorias da História – Cristã, Positivista, Marxista, Ciências Sociais, Discursiva.

Hayden White (1928-) Nasceu em Martin, Tennessee; Como jovem mudou-se com os pais para Michigan e se formou como historiador em Wayne State Univ. e a Univ de Michigan; Tese sobre a história medieval – brigas para ser Papa em 1130 – 2 anos de pesquisa na Italia, nos arquivos do Vaticano; Na tese, clara influência de Max Weber (1864-1920) na seleção de “tipos ideais” Professor emérito da University of California – Santa Cruz, onde criou e dirigiu durante décadas o Programa da Pós na Consciência da História; Obra mais famosa - Metahistória: a imaginação histórica do século XIX (1995) [1973]; Influência de Croce (1866-1952) sobre a complexidade da história, que “tipo ideal” não é histórico,e da liberdade das pessoas a escolher histórias;

Meta-história História dentro da história Formas de consciência histórica a partir do contexto linguístico: Metáfora Metonímia Sinédoque As formas são produtos do contexto histórico do historiador, no caso, da civilização ocidental do sec XIX; Acumulam para produzir opções de estratégias de narração: Romanesca Tragédia Comédia Sátira Estas formas e estratégias, bem como teorias ideológicas e da verdade orientam o enredo base da crônica. META- - prefixo que designa um isómero (moécula que contem as mesmas espécies e o mesmo número de átomos que outra, mas difere dessa outra na estrutura) – quer dizer, o estudo da história apartir do coração dela, um olhar por dentro; Tropo- emprego de palavra ou expressão em sentido figurado; tom; em teatro, é a primeira manifestação dramatica da Idade Média, que constituia de pequeno recitativo ou diálogo inserido na liturgia da missa; Metafora – tropo que consiste na transferência de uma palavra para um ambito semantico que não é o do objeto que ela designa, é que se fundamenta numa relação de semelhança subentendia entre sentido proprio e figurado Metonímia – tropo onde se troca um objeto por uma palavra designativa doutro objeto, que tem uma relação de causa e efeito. Por exemplo, trabalho por obra; copo por bebida; porto por vinho do Porto; bronze por estatua de bronze; bandeira por pátria. Sinédoque – tropo que se funda na relação de compreensão e consiste no uso do todo pela parte, do plural pelo singular, do gênero pela espécie: Os Nabucos; “Os Santos mais ilustres, os Agostinhos, os Jeronimos permaneciam fora, pelos pátios divinos”; “Pois faz tanto ano!”; “Cidade de 500,000 almas [inves de habitantes]” Ironia – Modo de exprimir-se que consiste em dizer o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo, ou por pudor em relação a si própria ou com intenção depreciativa e sarástica em relação o outrem. Romanesca – O que tiver caráter de romance, do romantico – fantastico – dirigir da imaginação para o aventurosos, sem levar em conta a verossimilhança e a psicologia – tipo, religioso. Sátira – composição poética que visa a censurar ou ridicularizar defeitos ou vícios; discurso crítico; obra de caráter livre em sua forma que censurava os costumes, as instiuições e as ideias contemporâneas em estilo ironico.

História e Liberdade Desde o final de sec XIX “a historiografia acadêmica contemporânea permaneça aprisionada na perspectiva irônica” (440); Só um esforço de aumentar nossa consciência histórica pode nos liberar desta fossa; Identificando ela com uma de muitas possiveis perspectivas vai deixar os historiadores “livres para conceptualizar a história[...] na modalidade de consciência que seja mais coerente com suas próprias aspirações morais e estéticas” aberta a reconstruir “seus vínculos com as grandes preocupações poéticas, científicas e filosóficas”(441)

Leopold von Ranke (1795-1886) “escrever a História tal como foi” Nasceu em Prússia ; Paixão pelo luteranismo e o estudo do mundo clássico, não História; Dos historiadores da época, leu só Niebuhr que enfatizou o uso de evidência; Acreditava que o Geral (a mão de Deus) seria revelada na pesquisa do particular; Pai da História Cientifica por insistir no ideal de um intelectual objetivo e desinteressado que usa fontes primárias para reconstruir o passado; Como prof. universitário em Berlim, defendeu a “noção da unidade” invés de História Universal do Kant (1784), criticou a Teoria Hegeliana (tese x antítese = síntese) como reducionista & Liberalismo por ser ideologia da revolução francesa; Foi selecionado como Historiografista Real da Corte Prussiana em 1841; Barão em 1865 e do Conselho Prussiano em 1882; H. White o considera narrador do “realismo histórico como comédia” – rejeitou os “românticos”.

Exemplo da história rankeana Objeto – “os grandes acontecimentos...das relações externas” (147) e o espírito (151) das “grandes potências” europeus até o Século XIX; ideias para alimentar a identidade alemã Estrutura – cronológica por país; ênfase na História da França (Luís XIV – 1668-1715) e Prússia (Frederico II-1712-1786); Forma – comédia – “Longe de contentar-se com a negação, nosso século deu resultados dos mais positivos”(177). Teoria – Positivista – discurso árido e erudito, invés de uma narrativa literária; critíca das fontes históricas, em busca da verdade; descrição do que “realmente” aconteceu; (146 – “com o estudo e a leitura”) Método – empirismo – cita os documentos que usa; Metodologia – “estudo e leitura” e analise das fontes primárias e secundárias; Observações dele: “Em historia, é de valor incalculável, sem dúvida, a visão de determinado momento, em sua realidade, em sua evolução específica: o específico encerra em si o geral” (146) “A harmonia verdadeira surgirá da separação e da autenticidade” (180) Critica dele – Obra contraditória. Hiper-preconceituoso contra a revolução francesa e a favor a formação autoritária da Alemanha – Frederico II. Apresemta como totalidade da História aos grandes homens, acontecimentos e nações, deixando fora a mulher, o cotidiano e as culturas sem-fronteira. O pai da História Cientifica e seu mundo

Completar tarefa dos grupos Recompor seus grupos e preparar entregar - Lista de pelo menos duas opções de textos (autor, titulo, editora, ano) para desconstruir no seminário final. As condições da seleção são: 1) cada obre tem que ser integral – artigo ou livro ou tese; 2) cada autor tem que ser historiador profissional; 3) as autores das duas obras devem ser diferentes; 4) as obras tem que tratar um tema da história contemporânea. Já na aula 3, pretendo aprovar suas escolhas O nome do grupo (um/a historiador/a que admira, por exemplo) Para a semana que vem, Aula 4, trazem o texto aprovado.

Quem são vocês...? Nome? De onde é e onde mora? Você e história? Projeto de pesquisa – iniciação cientifica e/ou monografia?

Considerações finais História não é o passado, é a escrita sobre o passado. Segundo White, historiadores prefigura o passado com estruturas de narração – estórias com enredos, geralmente em formas lineares – as regras linguísticas subliminais exigem estruturar os dados assim; Historia libertadora será alcançável dependendo em nossa consciência destas regras para assim poder tomar mais controle do processo da construção da história; Lembra – para encontrar os textos em forma digital, surfar até: http://cawelchdaunifesp.blogspot.com/ e clicar no link: DOWNLOAD TEXTOS AQUI – procura a pasta da disciplina; No blog, solicito que se inscreve como participante.