Alimentação no primeiro ano de vida

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Transcrição da apresentação:

Alimentação no primeiro ano de vida Fabiana Borrego Nutricionista

Aspectos relevantes Alimentação deve propiciar o crescimento e desenvolvimento adequados Otimizar funcionamento dos órgãos Reduzir o risco de doenças (obesidade, anemia e outros)

Aspectos relevantes Considerar as limitações do organismo dos lactentes Imaturidade do trato gastrointestinal, rins, fígado e do sistema imunológico Proteger contra a absorção de substâncias alimentares alergênicas e não excedam a capacidade funcional dos sistemas orgânicos

“O sucesso das práticas alimentares depende de suprir a criança com alimentos de qualidade adequada e consistência, que satisfaçam as necessidades nutricionais...” SBP,2008

Sociedade Brasileira de Pediatria Diretrizes a seguir Sociedade Brasileira de Pediatria Ministério da Saúde

Quando iniciar a alimentação complementar? Até 6 meses de vida: ALEITAMENTO MATERNO Crianças em aleitamento artificial – 6 meses Antes Aleitamento artificial – início “desmame” com 4 meses

Recomendações energéticas até dois anos de vida

Recomendações energéticas Idade kcal/ kg/ dia 0 – 6 meses 108 6 – 12 anos 98 1 a 3 anos 102 4 a 6 anos 90 7 a 10 anos 70 RDA, 1989

Crescimento no 1º ano de vida Peso: triplica em relação ao peso de nascimento Aproximadamente 6-7 kg em 1 ano Comprimento: aumenta em 50% Aproximadamente 25cm em 1 ano

Crescimento a partir do 2º ano de vida Potencial genético passa a influenciar o crescimento da criança; Redução da velocidade de crescimento; Ajuste das necessidades nutricionais.

Modificações entre o 1º e 3º ano de vida Corporais Redução gordura corporal Pernas mais alongadas Desenvolvimento de massa muscular Dentição Erupção inicia aos 6 meses Aos 3 anos – dentição completa Ganho de peso A partir de 3 ou 4 anos: ganho de peso de 2 à 3 kg e 5 à 7 cm/ ano

Introdução de alimentos Paladar da criança – ADOCICADO Descoberta de novos sabores Necessidades nutricionais aumentadas Crescimento acelerado 1º ano

Esquema alimentar de 6-12 meses Após completar 6 meses Após completar 7 meses Após completar 12 meses Aleitamento materno sob livre demanda Papa de frutas no meio da manhã Papa salgada no final da manhã Papa de frutas no meio da tarde Papa salgada no final da tarde Refeição pela manhã (pão ou fruta com aveia) Fruta Refeição básica da família no final da manhã Refeição básica da família no final da tarde Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília, Ed Ministério da Saúde, 2009. 112p.

Exemplo de composição da papa Cereal ou tubérculo (arroz, milho, aveia, batata, mandioca, mandioquinha) + Leguminosas (feijão, soja, ervilha, lentilha) Proteína de origem animal (carne ou frango) Hortaliça (verduras e legumes)

Hábitos alimentares da família

Dez passos para uma Alimentação Saudável - MS Passo 1 – Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos. Passo 2 – A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais. Passo 3 – Após os 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada.

Dez passos para uma Alimentação Saudável - MS Passo 4 – A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança. Passo 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. Passo 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é, também, uma alimentação colorida.

Dez passos para uma Alimentação Saudável - MS Passo 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. Passo 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. Passo 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados.

Dez passos para uma Alimentação Saudável - MS Passo 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

Tende a persistir de 3 à 10% dos casos Anorexia Pode estar relacionada com: Desaceleração do crescimento Zinco – alteração paladar Importante: investigar se houver prejuízo no crescimento Tende a persistir de 3 à 10% dos casos Woods e col, 2010; Ramji, 2009; Bernard-Bonnin, 2006

Diminuição do apetite Ansiedade Preocupação Fatores psicológicos Maior risco Obesidade Hábito alimentar em formação Alimentos inadequados Triches & Giugliane, 2005

Fatores relacionados com anorexia Maior interesse pelo ambiente Necessidade de atenção Lanches inadequados Preferências alimentares Controle da ingestão alimentar

Neofobia alimentar Neo = novo Fobia = medo Dificuldade de consumir alimentos novos Fenômeno normal e esperado

Seletividade alimentar Aversão à determinados alimentos Alternância de preferências Predominância de poucos alimentos e forma de preparo/ apresentação

Recompensas estimulam o consumo somente a curto prazo! O que fazer?! Respeitar o apetite da criança Não oferecer “recompensas” Evitar a supervalorização de alimentos Recompensas estimulam o consumo somente a curto prazo! Rossi et al, 2008, Vitolo, 2008

O que fazer?! Educação alimentar! Incentivo à mudança de comportamento Despertar o interesse pelos alimentos Descoberta de sabores, texturas e aromas Cervato e col, 2005

O que fazer?! Fator cognitivo! O conhecimento sobre os alimentos também propicia melhor aceitação na idade escolar Construção de conceitos de forma gradativa associado aos benefícios de cada grupo de alimentos Taylor et al, 2004; Birch, 1999

Alimentação do pré escolar e escolar

Pré escolar 2 – 6 anos de idade Redução da velocidade de crescimento ponderal e estatural Redução fisiológica do apetite e das necessidades nutricionais

Pré escolar Maior interesse pelo ambiente Alternância da alimentação com outras atividades Desenvolvimento dos sentidos e diversificação dos sabores

Preferências alimentares

Pré escolar IMPORTANTE: Alimentação de boa qualidade nutricional Interferência do estado nutricional com o desenvolvimento cognitivo Nutrição adequada: reduzir o risco de obesidade, distúrbios alimentares e cáries dentárias.

Pré escolar Evitar distrair a criança com brincadeiras Evitar assistir TV Evitar disfarçar alimentos

Pré escolar O apetite da criança pode variar devido ao pequeno volume gástrico, ocasionando a falta de apetite A falta de apetite não deve ser considerada como problema, exceto se for uma forma de chamar a atenção ou se estiver relacionada a déficit no crescimento

Causas da Inapetência do Pré Escolar Maior interesse pelo ambiente Ansiedade dos pais Substituição da alimentação sólida por outras de maior aceitação Horários muito rígidos de alimentação

Recomendações para prática dietética Intervalos de 2 a 3 horas entre o consumo de alimentos e as refeições Menor volume e maior fracionamento = 6 refeições Não substituir refeições Oferecer legumes e verduras nas refeições mesmo que a criança não aceite

Recomendações para a prática dietética Alimentação balanceada e variada Porções adequadas às necessidades nutricionais Estimular a criança a manipular talheres e alimentos com as mãos

IMPORTANTE: O volume de alimentos ingeridos está relacionado também com a refeição anterior, portanto o intervalo entre as refeições não deve ser superior à 3 horas Muitas estratégias para encorajar a criança a comer alimentos (principalmente frutas, verduras e legumes) podem aumentar sua rejeição

Escolar 7 - 10 anos de idade Maior convivência social e influência ambiental Brincadeiras com maior demanda energética

Escolar Crescimento desacelerado no início desta fase Com a aproximação da adolescência: estirão Substituição de dentes de leite por permanentes (CÁRIE)

Escolar Menor fracionamento: 4 a 5 refeições Incentivar e despertar o interesse por alimentos saudáveis Evitar incentivar: fast food, doces, salgadinhos e guloseimas

Recomendações nutricionais Energia Idade Meninos kg de peso/ dia Meninas 3 a 4 anos 80 kcal 77 kcal 4 a 5 anos 74 kcal 5 a 6 anos 72 kcal 7 a 8 anos 71 kcal 67 kcal 8 a 9 anos 69 kcal 64 kcal 9 a 10 anos 61 kcal

Recomendações nutricionais Energia - IOM Meninos de 3 à 8 anos EER = 88,5 – (61,9 x idade) + CAF x (26,7 x peso + 903 + estatura) + 20 Meninas de 3 à 8 anos EER = 135,3 – (30,8 x idade) + CAF x (10 x peso + 934 x estatura) + 20 Sendo: Idade em anos CAF – Fator atividade Peso em kg Estatura em metros Para o cálculo do coeficiente de atividade física (CAF) adotar a tabela : Atividade física Valor usual Meninos Meninas Sedentário 1,0 Pouco ativo 1,13 1,16 Ativo 1,26 1,31 Muito ativo 1,42 1,56

Recomendações nutricionais Distribuição dos macronutrientes Carboidratos – 45 – 65% Proteínas* – 5 – 20% Lipídeos – 25 – 35% * Para crianças a partir de 9 anos a recomendação passa a ser de 10 a 30% do VET para proteínas (SBP e ADA) Refeição % VET Café da manhã 15 Colação 5 Almoço 35 Lanche Jantar 30

Recomendações nutricionais Micronutrientes DRIs (1997 e 2001) Cálcio – 800 mg Vitamina C – 25 mg Ferro – 10 mg Zinco – 5 mg Fibras – 25 a 30 g / dia

Pirâmide alimentar Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2008.

Pirâmide alimentar Nível da Pirâmide Grupos alimentares Porções Pré escolares Escolares Nível 1 Cereais, pães, tubérculos e raízes 5 6 Nível 2 Verduras e legumes 3 4 Frutas Nível 3 Leite, queijos e iogurtes Carnes e ovos 2 Leguminosas 1 Nível 4 Óleos e gorduras Açúcares e doces

Recomendações OMS Prevenção da Obesidade 1. Promoção da atividade física; 2. Restrição do consumo de alimentos caloricamente densos e pobres em micronutrientes (ex: salgadinhos de pacote e refrigerantes); 3. Limitação da exposição das crianças às pesadas práticas de marketing desses produtos; 4. Provisão de informações para promover escolhas saudáveis para o consumo alimentar (educação nutricional); 5. Resgate de dietas tradicionais saudáveis (alimentação é cultura).

Alimentação do Adolescente

Adolescência Segundo a OMS: Fase dos 10 aos 19 anos Marcada por intensas modificações psicológicas, corporais, sociais e comportamentais Segunda fase da vida de maior velocidade de crescimento Puberdade!

Adolescência fase de mudanças e alterações... INFLUÊNCIAS Adolescência fase de mudanças e alterações... Biológicas Mídia Amigos

Adolescência - crescimento Estirão – período de maior aceleração de crescimento Antecede à puberdade Meninas – 8 à 10 anos em média Meninos – 10 à 12 anos em média

Adolescência – mudanças fisiológicas Aumento progressivo dos hormônios sexuais Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários Alterações na composição corporal Meninas - aumento da gordura corporal Meninos - aumento da massa muscular

Adolescência – aspectos psicológicos e comportamentais Habilidades sociais Aceitação – convivência em grupos O adolescente e a família Sexualidade Habilidades internas (autocontrole, por exemplo)

Para refletir....

“... Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia Eu não encho mais a casa de alegria Os anos se passaram enquanto eu dormia E quem eu queria bem me esquecia Será que eu falei o que ninguém ouvia? Será que eu escutei o que ninguém dizia? Eu não vou me adaptar, me adaptar Eu não tenho mais a cara que eu tinha No espelho essa cara já não é minha É que quando eu me toquei achei tão estranho A minha barba estava deste tamanho...” Nando Reis

Adolescência Hábitos alimentares aprendidos na infância Influência social, amigos e mídia Necessidades nutricionais aumentadas para crescimento e desenvolvimento de massa óssea e muscular

Adolescência – recomendações nutricionais

Adolescência – recomendações nutricionais Aumento das necessidades energéticas e nutricionais (estirão) Cálculo das recomendações energéticas DRI (2002, 2005) RDA (1989) – kcal/ cm Micronutrientes de importância Cálcio – 1300 mg / dia Zinco – 8 – 11 mg/ dia Ferro - 8 mg/ dia até os 13 anos para ambos os sexos e 11mg/ dia e 15mg/ dia Vitamina A - 600 – 900-mcg/dia

Adolescência – recomendações nutricionais Atenção: consumo de gordura saturada e trans Fibras -26g/ dia para meninas e 31g/ dia para meninos

Adolescência – recomendações nutricionais Pirâmide alimentar (SBP) Cereais, pães, tubérculos e raízes – 5 a 9 porções Verduras e legumes – 4 porções Frutas – 5 porções Leite, queijo e iogurtes – 3 Carnes e ovos – 2 Feijões – 1 Óleos e gorduras – 1 Açúcares e doces – 2

Adolescência – recomendações nutricionais