COMO DEFINIR INCAPACIDADE PARA O TRABALHO? Incapacidade para exercer qualquer tipo de atividade (ex: neoplasias avançadas em fase terminal) Incapacidade para continuar exercendo a profissão (ex: amputação de membro superior em digitadores) Incapacidade para continuar exercendo a profissão com a produtividade exigida pelo empregador (ex: faxineira submetida a linfadenectomia axilar por Ca de mama) CEOMG 2007
INCAPACIDADE LABORAL NO CONTEXTO DA ONCOLOGIA Pacientes fora de possibilidades terapêuticas Doença avançada, incurável, sintomática, de difícil controle (ex: Ca de pulmão, Ca de pâncreas) Doença avançada, incurável, sintomática, com boas perspectivas de controle a médio prazo (LLC, Linfoma de baixo grau, Policitemia vera) Doença avançada, incurável, assintomática, SEM NECESSIDADE DE TRATAMENTO IMEDIATO (LLC, Ca de próstata com recidiva bioquímica) CEOMG 2007
INCAPACIDADE LABORAL NO CONTEXTO DA ONCOLOGIA Pacientes em tratamento, com doença de baixo potencial de cura (Ex: LMA, Ca de ovário, Ca de mama Ec III) Pacientes em tratamento, com doença de alto potencial de cura (LLA em crianças, Tu de testículo, Ca de mama inicial, Doença de Hodgkin) Pacientes com patologias curáveis, nos primeiros 2-5 anos pós tratamento Sobreviventes de longo termo CEOMG 2007
RESULTADOS DO TRATAMENTO ONCOLÓGICO NÃO CURATIVO Patologia Controle sintomas Sobrevida Pâncreas Muito pobre 10-20% 1a. Pulmão CNP Pobre 30-40% 1a. Mama Intermediário 50% 2a. Próstata Bom 50% 2a. LMC Excelente 90% 5a. LLC Bom 50% 5a. Mieloma Bom 50% 3a. CEOMG 2007
RESULTADOS DO TRATAMENTO ONCOLÓGICO CURATIVO Doença SLD a 5-10 anos Ca de mama E I-II 60-90% Ca de próstata E I-II 70-90% Ca de pulmão EcI-II 40-70% Ca gástrico operável 20-70% Ca de cólon operável 40-80% Melanoma operável 30-90% Sarcomas localizados 40-80% Ca de colo uterino E I-III 30-90% CEOMG 2007
RESULTADOS DO TRATAMENTO ONCOLÓGICO CURATIVO Doença SLD a 5-10 anos Doença de Hodgkin 50-90% LNH adulto 30-80% LNH crianças 70-95% Tu testículo 60-95% Ca de ovário E III 10-20% LMA adulto 10-20% LMA criança 40-60% LLA criança 60-80% LLA adulto 20-30% CEOMG 2007
SINTOMAS INCAPACITANTES: DOENÇA DE BASE Dor Febre Fadiga Dispnéia Paresias ou plegias Disfonia Disfagia, vômitos, diarréia Alterações do estado de consciência Sangramentos CEOMG 2007
TOXICIDADE AGUDA DO TRATAMENTO Náuseas e vômitos Fadiga Infecção Sangramento Diarréia Estomatite Epitelite (radioterapia) Mialgias Neuropatia periférica CEOMG 2007
PROBLEMAS EM SOBREVIVENTES Déficit funcional em extremidades: amputações, linfadenectomia axilar, fibrose de plexo braquial, neuropatia periférica, osteonecrose Perda da voz: laringectomia total Déficit intelectual: RT no SNC em crianças Insuficiência cardíaca (antraciclinas, RT) Problemas estéticos: Cirurgia de cabeça e pescoço, mastectomia Ostomias: colostomia, nefrostoma, traqueostomia CEOMG 2007
LARINGECTOMIA TOTAL “Laringectomia total é largamente reconhecida como um dos procedimentos cirúrgicos mais temidos pelos pacientes. Isolamento social, perda do emprego e depressão são seqüelas comuns” JCO, 24(22), pp. 3693-3704 Um estudo sobre preferências individuais mostrou que 25% de pessoas saudáveis estariam dispostas a aceitar uma piora absoluta de 20% na sobrevida a 5 anos em troca da preservação da voz. N Engl J Med 305:982-987, 1981 CEOMG 2006
PROBLEMAS EM SOBREVIVENTES Perda da visão: enucleação, radioterapia Déficit auditivo: cisplatina, RT no SNC, antibióticos Hepatite, cirrose Hipotireoidismo: RT cervical Hipogonadismo: crianças Segunda neoplasia Fibrose pulmonar Insuficiência renal (diálise) CEOMG 2007
CURADOS DO CÂNCER? População geral ajustada por idade Sobreviventes a 5 anos Mortalidade tardia em Sobreviventes de Tumores pediátricos
SEGUNDA NEOPLASIA EM DOENÇA DE HODGKIN
COMO CONCILIAR TRATAMENTO E TRABALHO? Tratamento não curativo: melhor aposentar? Tratamentos curativos mais curtos (3 meses a 1 ano): talvez afastamento seja melhor Tratamentos prolongados pouco intensivos (ex: hormonioterapia ou imatinibe) são compatíveis com o trabalho, mesmo que a finalidade não seja curativa Tratamentos prolongados (LLA, LLB, LMA) felizmente são incomuns no adulto, mas o impacto sobre a capacidade de trabalho e sobre a renda familiar é devastador CEOMG 2007
CONCLUSÕES Ptes com doenças incuráveis e sintomas de difícil controle deveriam ser aposentados Ptes com neoplasias incuráveis, mas com expectativa de vida longa: avaliar caso a caso Sobreviventes de longo termo Avaliar incapacidades específicas, dentro do contexto da atividade profissional Se possível, manter o pte trabalhando Políticas restritivas à aposentadoria precoce deveriam ser complementadas por medidas que permitam aos pacientes manter o emprego e a produtividade CEOMG 2007