Três Advertências Iniciais:

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Transcrição da apresentação:

Cap. III Tendências Investigativas na Formação de Professores (José Gimeno Sacristán)

Três Advertências Iniciais: 1ª) De que os autores não falam de sua própria prática, mas sobre a prática de outros que não podem falar; 2ª) De que não é possível falar sobre professores, porque há poucas semelhanças entre um professor do Ensino Fundamental e do Superior; 3ª) Ao consultarmos os repertórios bibliográficos da produção científica encontramos o professorado como um dos temas de investigação preferidos.

Duas grandes tendências para se investigar a formação dos professores Pós-Positivista Principal juízo: de que da “ciência” pedagógica não se poderia deduzir a técnica da prática pedagógica. Investigar sobre a prática não é o mesmo que ensinar técnicas pedagógicas.

Há uma metáfora em transformar os professores em profissionais reflexivos, mas o professor que trabalha não pode refletir sobre sua própria prática porque não tem tempo, não tem recursos, não tem saúde mental... Outras Metáforas: o professor como alguém que indaga, que busca seu próprio conhecimento, o professor intelectual, mediador do currículo, autônomo, político- crítico...

Todas estas metáforas coincidem em um princípio: Não há conhecimento firme, seguro que possibilite uma prática correta, porque a prática deve ser inventada pelos práticos! Outra Tendência da Investigação pedagógica sobre professores: A PÓS-WEBERIANA OU PÓS-POLÍTICA

Aborda: A crise do pensamento sobre as grandes organizações; A crise de concepções dos sistemas educativos como unidades coerentes racionais; A crise de que há uma pirâmide estabelecida que serve para propagar as ideias, as política e as inovações. O modelo weberiano está em crise há algum tempo e foi acentuado com o neoliberalisamo e nas práticas de privatização.

Os professores genericamente considerados não existem, existem as comunidades educativas, existem os professores colaborando entre si. Mas, na ideologia do mercado, quem manda não é a ciência e sim o gosto do consumidor. O professor se converte num produtor que faz o que manda o mercado. ENFRENTAMENTO: entre o discurso elaborado pelo pós-positivismo e a realidade flagrada pelo pós- weberiano e as políticas de privatização chega-se à realidade de condições laborais bem piores.

Assim para avançar o autor se propõe a lançar outra alternativa para além destas, dentro de uma VISÃO PÓS-MODERTNA percorrendo o PARADIGMA DO SENSO COMUM De acordo com a Filosofia da Ação(Princípios): 1- Pelas características laborais, pelas condições de trabalho, os sistemas de formação não podem atrair os melhores produtos dos sistema educativo e da sociedade (os melhores profissionais);

2- Ninguém pode dar o que não tem 2- Ninguém pode dar o que não tem. Se os professores não cultivam a cultura, não podem dar cultura, assim deduz, se os professores não são bons profissionais é porque precisam ser mais bem pagos; 3- Atuamos na prática de acordo com o que pensamos, mas de uma maneira imperfeita, num primeiro nível de reflexividade, mas o pensamento não é a mesma coisa que ciência. Pensar é algo muito mais complexo do que transmitir ciência, mas o professor não pensa de acordo com a ciência e sim de acordo com sua cultura.

4- Apesar do pensamento não ser uma ciência podemos pensar através da ciência, ela pode servir para pensar, este é o segundo nível da reflexividade, que ocorre quando alguém muito culto, o cientista, ajuda a reflexão de alguém que realiza um trabalho com menor grau de exigência. 5- O pensamento não explica a ação, o pensamento é parte da ação, mas não é toda ação. Devemos dar bastante importância aos motivos da ação do professorado, temos educado as mentes mas não o desejo, não educamos os motivos.

O QUERER FAZER, O QUERER TRANSFORMAR EXIGE UM PROJETO DE EMANCIPAÇÃO PESSOAL E SOCIAL. Para concluir o autor afirma que sua filosofia em relação à investigação sobre a formação de professores se resume em três pontos: 1. Um racionalismo moderado: é preciso crer na modernidade, no pensamento, a verdade provisional, mas também é preciso ser moderado. 2- Educar não só a razão, mas também o sentimento. A vontade pode transformar montanha, quando é bem forte, bem enraizada e é auxiliada pela inteligência.

3. A formação do professor deve considerar o significado do que Bourdieu discutiu há muito tempo, o hábitus, como forma de integração entre o mundo das instituições e o mundo das pessoas. O habitus em educação é mais importante do que a ciência e do que os motivos. O habitus é cultura, é costume, é conservadorismo, mas é também, continuidade e, como tal, pode produzir outras práticas diferentes das existentes.