Atividade complementar 04 Apresentação 04 RELAÇÕES ENTRE OS CICLOS DE FORMAÇÃO HUMANA, OS TEMPOS E AS TEMPORALIDADES

Professoras e professores, sabemos o quanto o ritmo do cotidiano influencia a escola. E será que poderia ser diferente? Vamos pensar sobre o ciclo de formação humana, os tempos e as temporalidades?

TEXTO BASE: Currículo e desenvolvimento humano

Que marca suas vidas desde tão cedo serão constantes processos de ação-intervenção. Logo chegam à escola como mentes ativas, curtidas em processos de saber-aprender-pensar-agir-interagir. Como é injusto não reconhê-los sujeitos desses processos e pichá-los como débeis mentais, lentos, desacelerados, com problemas de aprendizagem. Até quando? “Por que tantos estudantes com problemas de aprendizagem? É mais fácil apontar para a "falta de capacidade" dos alunos e seus ritmos lentos de aprendizagem.” “Há uma espécie de incongruência na lógica escolar: partir da certeza de que os alunos são desiguais em capacidades de aprender, mas organizar um currículo único, igual, tendo como parâmetros os alunos tidos como mais capazes.” (ARROYO, 2007)

“A ação da Criança depende da maturação orgânica e das possibilidades que o meio lhe oferece” (LIMA, 2007, p. 25).

“O ser humano aprende somente as formas de ações que existirem em seu meio, assim como ele aprende somente a língua ou as línguas que aí forem faladas” (LIMA, 2007, p. 25).

“A criança se constitui enquanto membro do grupo por meio da formação de sua identidade cultural, que possibilita a convivência de sua permanência no grupo.” (LIMA, 2007, p. 25)

O sujeito precisa ser reconhecido dentro de seu próprio tempo.

Esta perspectiva do tempo é importante: Novas áreas do conhecimento vão se formando por desdobramento de áreas tradicionais do currículo (por exemplo, a Ecologia a partir da Biologia), ou são criadas como resultado de novas praticas culturais, internet e web, ou ainda pela complexidade crescente do conhecimento e da tecnologia (LIMA, 2007, p. 20).

“Um currículo voltado para a formação humana precisa ser situado historicamente” (LIMA, 2007, p. 20) .

“Um currículo para a formação humana é aquele orientado para a inclusão de todos ao acesso de bens culturais e ao conhecimento, está assim, a serviço da diversidade”(LIMA, 2007, p. 20).

“Seres humanos são diversos em suas experiências culturais, são únicos em suas personalidades e são diversos em suas formas de perceber o mundo” (LIMA, 2007, p. 20).

“A arte se coloca na escola como um domínio que engloba formas de ação humana necessárias para que o currículo leve, efetivamente, ao desenvolvimento humano na escola” (LIMA, 2007, p. 50).

LINGUAGEM E IMAGENS MENTAIS: percepção, memória e imaginação “A função simbólica é construir significados e acumular conhecimentos. É atividade mais básica das ações que acontecem na escola, tanto do educador como do educando. Quando os elementos do currículo não mobilizam adequadamente o exercício desta função, a aprendizagem não se efetua”. (P. 27,

A escola é um espaço de ampliação da experiência humana, devendo, para tanto, não se limitar às experiências cotidianas trazendo, necessariamente, conhecimentos novos, metodologias e as áreas de conhecimento contemporâneas. O currículo se torna, assim, um instrumento de formação humana.

As estratégias de ação e os padrões de interação entre as pessoas são definidos pelas práticas culturais. Isto significa que a cultura é constitutiva dos processos de desenvolvimento e de aprendizagem.

Linguagem e Imagens Mentais : Percepção, Memória e Imaginação Desenvolvimento da Função Simbólica Todo ensino na escola, de qualquer área do conhecimento, implica na utilização da função simbólica.

Percepção Isso revela que os sentidos funcionam com interdependência, o que tem uma relevância fundamental para os professores, pois o ensino deve mobilizar várias dimensões da percepção para que o aluno possa “guardar” conteúdos na memória de longa duração.

Memória São três os movimentos da memória: o de arquivar, o de evocar e o de esquecer. Ao entrar em contato com algo novo, o ser humano pode criar novas memórias, ou seja, arquiva este conhecimento, experiência ou ideia em sua memória de longa duração. As impressões gravadas na memória de longa duração, a partir das experiências vividas, podem ser “evocadas”, trazidas à consciência. Outras experiências, informações, vivências, imagens e ideias são esquecidas.

O desafio da pedagogia é formular metodologias de ensino que transformem esta primeira ação da memória (curta duração) em memórias de longa duração.

Referências LIMA, Elvira Souza. Indagações sobre currículo: currículo e desenvolvimento humano. In: BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto/ SEB, Brasília: MEC, 2008. Disponível em:   <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag1.pdf> Acesso em: 20 ago 2015.