APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Trauma abdominal Objetivo
Advertisements

Recuperação Pós Anestésica
Prof. Enfº. Pol. Jackson Figueiredo
Caso clínico 2 Identificação:
Especialização em Emergências e Terapia Intensiva
T R A U M A A B D O M I N A L Prof. Fernando Ramos Gonçalves - MSc.
Trauma Torácico Prof. Fernando Ramos.
Atendimento Inicial ao Politraumatizado
Mariana Bruinje Cosentino
Módulo Cirurgia Cabeça e pescoço
SUPORTE BÁSICO DE VIDA: Atendimento Inicial à vítima de trauma
FAMEPP Fernando Leal Pereira
HGCR Liga do Trauma Dr. Marcelo Cechinel Reis
ATLS Residente em Cirurgia Geral do HGCR: Solon Casaletti
TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO- TCE
TRAUMA DE ABDOMEM Cavidade do corpo humano que contém diversos tipos de estruturas, órgãos e vasos sanguíneos calibrosos: ORGÃOS SÓLIDOS: -Fígado, baço,
CHOQUE Choque é a situação de falência do sistema cardiocirculatório em manter a distribuição de sangue oxigenado para os tecidos. Tratar-se de uma condição.
FAMEPP Fabiana Guedes Akaki Fernando Leal Pereira
FAMEPP Fernando Leal Pereira
Caso Clínico O.G.M. 52 anos, feminino, solteira, cor parda.
HEMORRAGIAS Conceito Classificação HEMORRAGIA INTERNA
SEMI AFOGADO 1. Informações. 2. Tratamento
Mariana Bruinje Cosentino
Ao final desta lição você devera ser capaz de:
FERIMENTOS EM TECIDOS MOLES
TRABALHO DE INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS TRAUMATISMOS ESPECIFICOS
ASSISTÊNCIA AO POLITRAUMATIZADO.
FAMEPP Fernando Leal Pereira
FAMEPP Humberto Pozzi Fasolin – R2
Curso de Extensão em Grandes Eventos
Trauma Abdominal O Comitê de Trauma Apresenta © ACS Title slide
HOSPITAL FEDERAL CARDOSO FONTES SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL
TRAUMA PEDIÁTRICO HOSPITAL FEDERAL CARDOSO FONTES
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Adaptações Funcionais na Hipovolemia Dr. Marcos Mendes Disciplina de Fisiologia FMABC.
Capacitação de Socorrista
Trauma Torácico Ana Paula Christe dos Santos Douglas Eduardo Prado
Orientador: Dr. Pedro Gordan Colaborador: Dr. Ricardo Ueda
Caso-clínico Anestésico
Apresentação de Caso Anestésico:
Caso Clínico.
C ASO 03 Caroline nº18 Felipe nº Germano nº. Radiologia EFHS, 32 ANOS, SOLTEIRO, NATURAL E PROCEDENTE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, CAMINHONEIRO, CATÓLICO,
Saulo da Costa Pereira Fontoura
TRAUMA DE TÓRAX TRAUMA DE ABDOME TRAUMA RAQUI MEDULAR
Urgência e emergência na atenção primária
Mestranda em Enfermagem - UFMG
Assistência de Enfermagem Pré Operatório de Cirurgia Cardíaca
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
Natacha Feitosa Eleutério R2 Pediatria Geral
Hospital Santo Antônio
Saulo da Costa Pereira Fontoura R2 Clínica Médica
Caso Clínico 1 Diagnóstico Diferencial dos Derrames pleurais
CASO CLÍNICO.
Assistência de Enfermagem em Cirurgias Respiratórias
Raquel Adriana M. S. S. Takeguma R1- Pediatria
Liga Acadêmica de Gastroenterologia e Hepatologia-LAGH
Outubro / 2012 I Curso de Procedimentos da Liga Acadêmica de Cirurgia - LACIR - Instrutores: Marcelo Portocarrero e José Geraldo Castellucci.
Trauma abdominal Objetivo
Evento: Colisão entre Veículos Cena: Veículo de passeio em alta velocidade colidiu frontalmente na traseira de um caminhão carregado de entulho que encontrava-se.
NEP Opção de socorro 1 Evento: Sincope (Desmaio)
Caso clínico Saulo da Costa Pereira Fontoura Residente do Hospital Santa Isabel.
Leonardo Gebrim Costa Julho 2009 Internato em pediatria ESCS
Elane Sousa - R1 Acupuntura Saulo Alencar – R1 Clínica Médica Joaquim e Rita - R2 Clínica Médica Maria – R3 Clínica Médica Dr. Clésio e Dr. Daniel Kitner-
Avaliação do paciente de UTI
Dr. Luiz André Nadler Lins PEPEAV
Seminário de Cirurgia Geral Alunos: Eduardo Assad Paulo Phillipe Moreira.
Transcrição da apresentação:

APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO Universidade Estadual de Santa Cruz Colegiado de Medicina Estágio Supervisionado em Emergências e Trauma APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO Acadêmicas: Joseane Leite e Jully Dutterle Residente: MR1 Adelço Mota Preceptor: Prof. João Correia Itabuna - Bahia Março - 2011

IDENTIFICAÇÃO M.P.S., 23 anos, sexo masculino, solteiro, trabalhador rural, ensino fundamental incompleto, católico, natural de Ubatã - BA e procedente de Itamarati - BA. Data: 03 de março de 2011 Local: Pronto Socorro do HBLEM Informante: o próprio paciente Grau de informação: regular

HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL Paciente vítima de ferimento por arma branca (punhal), golpe único, em região toracoabdominal posterior a direita há aproximadamente 3 horas da admissão. Evoluiu com sangramento no ferimento e dor intensa, ventilatório-dependente, em hipocôndrio direito. Foi atendido inicialmente no hospital de Ibirapitanga – BA, onde foi realizado sutura da lesão e encaminhado ao PS do HBLEM.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO Geral Paciente deu entrada no PS em REG, LOTE, gemente com facies de dor. Pele e mucosas coradas, hidratadas.Taquipnéico, eucárdico e afebril Vias aéreas e controle de coluna cervical Comunicação verbal presente e satisfatória Colar cervical ausente Reanimação: Ø A

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO Respiração Paciente acianótico com respiração superficial rápida, expansão simétrica dos hemitoraces. FR: 28ipm Ausculta pulmonar: MVBD sem RA Reanimação: Ø B OXIGÊNIO SUPLEMENTAR OXÍMETRO DE PULSO

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO C Circulação Nível de consciência: levemente ansioso Pele corada, extremidades aquecidas Pulso cheio e regular FC: 88bpm PA: 120 x 70 mmHg CLASSIFICAÇÃO DE PERDA SANGUÍNEA CLASSE I – até 750ml de perda (3:1) = 2.250ml

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO C Sangramentos Lesão em região infraescapular direita, cortante de 2 – 3 cm de comprimento e profundidade não determinada, suturada, pouco edemaciada, com pequeno sangramento pelas bordas.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO C Reanimação 2 acessos venosos periféricos Coleta de sangue: tipagem sanguínea e hemograma Infusão de S.F. a 0,9% a temperatura ambiente, volume de 2.000ml, rápido

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA /REANIMAÇÃO D Disfunção Neurológica ECG: 15 Pupilas isocóricas e fotorreagentes Exposição Sem demais lesões E

MEDIDAS AUXILIARES Sonda vesical Diurese clara, sem alterações Volume satisfatório (> 0,5ml/Kg/hora) Sonda nasogástrica Ø Hemogasometria Radiografias Radiografia de tórax AP Radiografia de abdome AP em decúbito dorsal

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Alergias - Negou alergias Medicamentos - Negou uso de medicamentos Passado médico - Negou adoecimentos prévios, internamentos ou cirurgias Líquidos e alimentos - Ingesta alimentar > 6 horas Ambiente e eventos do trauma

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA EXAME FÍSICO Cabeça e Face Coluna cervical e pescoço Tórax Descrito anteriormente Abdome Plano, peristáltico à ausculta, timpânico, tenso à palpação, doloroso e com reação muscular voluntária, principalmente em HD.

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA EXAME FÍSICO Períneo/reto Sem alterações à inspeção. Toque retal não foi realizado Sistema músculo-esquelético Sistema nervoso

REAVALIAÇÃO Sinais vitais mantidos (Classe I) Tórax: Ausculta pulmonar com redução de MV em base de HTX D Expansão rápida do hematoma em ferimento – hematoma dissecante – com sangramento pelos pontos de sutura # Conduta: Abertura dos pontos de sutura Exploração do ferimento Constatado ferimento penetrante em peritôneo parietal

MEDIDAS AUXILIARES

EXAMES LABORATORIAIS Hemograma (03/03/11) Hb: 12.0 Ht: 37.0 Leucócitos totais: 24.500 (B:0, E:1, Bst:0, Seg:82, L:10, M:4) Plaquetas: 158.000

HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS P1. Trauma toracoabdominal penetrante por AB - Lesão hepática (40%) - Lesão de intestino delgado (30%) - Lesão diafragmática (20%) - Lesão de cólon (15%) P2. Hemotórax a Direita TRATAMENTO DEFINITIVO Laparotomia exploratória Drenagem torácica em selo d’água

CLASSIFICAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO Risco nutricional: IMC: 23,4 Risco de TEP/TVP: Baixo – Deambulação precoce ASA – IE Risco cardiológico Goldman: Classe II (7 pontos) Goldman modificado: Classe I (0 pontos)

CLASSIFICAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO Risco de contaminação do sítio cirúrgico Relacionados ao paciente: Ø Fatores ambientais: Ø Relacionados ao tto: presença de drenos/cirurgia emergencial Tipo de cirurgia quanto a contaminação Cirurgia potencialmente contaminada (< 6horas)

DESCRIÇÃO CIRÚRGICA 1° Tempo: Drenagem torácica PCT em DDH + Anestesia Geral + assepsia; Incisão no 7° EIC na LAM com abertura por planos até cavidade pleural; Introdução de dreno de tórax n°38 e conexão deste ao sistema fechado em selo d’água; Drenado 600ml de sangue Fixação do dreno a pele e curativo

DESCRIÇÃO CIRÚRGICA 2° Tempo: Laparotomia Exploratória Paciente em DDH + Anestesia Geral + assepsia+ CCE; Incisão mediana supra-umbilical e abertura da parede; Inventário: Pouca quantidade de sangue livre na cavidade, pequena lesão diafragmática e em face posterior do fígado. Sem hematoma retroperitoneal ou lesões de vísceras ocas. Toalete da cavidade; Revisão hemostática; Fechamento por planos Limpeza e curativo

PRESCRIÇÃO MÉDICA - POI Dieta zero SG a 5%, 2.000ml, EV, 49gts/min NaCl a 20% - 10ml em cada SG KCl a 10% - 10ml em cada SG Glicose a 50% - 40ml em cada SG SF a 0,9%, 1.500ml, EV, 49gts/min Cefazolina, 1g, EV de 8/8h (D0/D1) Dipirona, 1g, EV de 4/4h Diclofenaco 75mg/ml, 1 ampola, IM de 12/12h Dolantina, 1 ampola, sol. 2:8, fazer 3ml, EV se dor intensa Ranitidina, 1 ampola, EV de 8/8h Plasil, 1 ampola, EV de 8/8h Quantificar débito do dreno de tórax e cateter vesical Curativo diário + cuidados gerais + sinais vitais Solicitado Radiografia de Tórax pós-drenagem

EVOLUÇÃO – 1° DPO Dor moderada em HD, ventilatório dependete Diurese em 8h: 800ml, clara Dreno de tórax em 8h: 1.050ml de secreção hemática (oscilante) Ao exame, REG, LOTE, eucárdico, taquipnéico (28ipm), afebril. Expansibilidade pulmonar reduzida. MV reduzido em base de HTXD. Abdome plano,RHA+, tenso, discretamente doloroso a palpação. FO com sec. serosanguinolenta em curativo # Conduta Introduzido dieta líquida Retirado sonda vesical Mantenho cefazolina (D1/D1)

EVOLUÇÃO – 2° DPO Melhora importante da dor em HD Dieta bem aceita, sem náuseas ou vômitos Eliminações fisiológicas presentes, sem alterações Dreno de tórax em 24h: 300ml, secreção hemática,oscilante. Ao exame, BEG, eucardico, taquipneico (28ipm) e afebril. Melhora na expansibilidade pulmonar. MV pouco reduzido em base de HTXD. Abdome plano, RHA+, flácido, levemente doloroso. FO: limpa e seca # Conduta Mudança de dieta para branda e suspensão da hidratação venosa Altero diclofenaco para SN e suspendo resgate de Dolantina Retirada a cefazolina

EVOLUÇÃO – 3° DPO Dor discreta no local de drenagem e FO abdominal Dieta bem aceita e eliminações fisiológicas presentes, sem alterações. Dreno de tórax em 24h: 300ml, secreção serohemática, pouco oscilante Ao exame, BEG, eucardico, eupneico e afebril. MV pouco reduzido em base de HTXD. Abdome plano, RHA+, flácido, indolor. FO: limpa e seca # Conduta Solicitado radiografia de tórax

EVOLUÇÃO – 4° DPO Assintomático Dreno de tórax em 24h: 100ml, secreção serohemática, pouco oscilante Ao exame, BEG, eucardico, eupneico e afebril. MV discretamente reduzido em base de HTXD. Abdome plano, RHA+, flácido, indolor. FO: limpa e seca # Conduta Retirado dreno de tórax Solicitado radiografia de tórax de controle

EVOLUÇÃO – 5° DPO Assintomático Ao exame, BEG, eucardico, eupneico e afebril. MV discretamente reduzido em base de HTXD. Abdome plano, RHA+, flácido, indolor. FO: limpa e seca # Conduta - Alta hospitalar