Anemias Hemolíticas (continuação) Prof. Rodrigo Alves do Carmo Referência: Hoffbrand, A.V.; MOSS, P.A; PETTIT, J.E.: Fundamentos em Hematologia. 6ª ed.
DOENÇAS HEMOLÍTICAS ADQUIRIDAS: Anemias Hemolíticas Imunológicas Anemias hemolíticas autoimunes Anemias hemolíticas aloimunes Anemias hemolíticas induzidas por drogas Síndrome da Fragmentação dos Eritrócitos Hemoglobinúria da marcha Infecções Agentes Químicos e Físicos Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN)
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES (AHAI): Por Ac quentes Por Ac frios
AHAI por Ac quentes: Clínica: Qualquer idade e sexo; Hemácias revestidas por IgG ou complemento: ingeridas por Mac. do SRE (h.extravascular) Clínica: Qualquer idade e sexo; Gravidade variável; Esplenomegalia; Drogas como metildopa, fludarabina Associada a PTI síndrome de Evans Secundária ao LES
AHAI por Ac quentes: Exames Laboratoriais: TAD positivo (Coombs direto positivo), principalmente a 37ºC Hemograma: Esferocitose + reticulocitose
AHAI por Ac quentes: TRATAMENTO: Eliminar a causa (droga) Corticosteróides (prednisolona) IgG responde melhor que complemento Esplenectomia em casos que não respondem bem aos corticosteróides Imunossupressão: azatioprima, ciclofosfamida, clorambucil, ciclosporina, micofenolato de mofetil
AHAI por Ac Frios: Ac IgM contra Ag “I” hemólise intra e extravascular Monoclonal idiopática ou linfoproliferativas Policlonal pós-infecciosa: mononucleose infecciosa (EBV), pneumonia por Mycoplasma pneumoniae Os Ac são eluídos em temperaturas mais quentes in vivo
AHAI por Ac Frios: Clínica: Anemia crônica, agravada pelo frio; Icterícia leve (...) e esplenomegalia podem estar presentes Acrocianose na ponta do nariz, orelhas e dedos
AHAI por Ac Frios: Exames Laboratoriais: Hemograma: Esferocitose menos marcante que AHAI por Ac quentes; Bilirrubina indireta elevada; TAD positivo (somente C3d na superfície dos eritrócitos)
AHAI por Ac Frios: Tratamento: Clorambucil pode ser útil nas variedades crônicas; Esplenectomia, somente se houver esplenomegalia; Esteróides são ineficazes; *Excluir Linfomas nos casos idiopáticos
Esfregaço na AHAI Ac quente Esfregaço na AHAI Ac frio
Caso Clínico Homem; 52 anos Glicose: 89 VR: 60 – 99 mg/dL Hemoglobina Glicada: 5,08% VR: 4,8 – 5,9% (A1C) Creatinina: 0,8 VR: 0,4 – 1,3 mg/dL TGO: 41 U/L VR: até 40 U/L TGP: 28 U/L VR: até 41 U/L
Sangue total (sedimentação espontânea)
Sangue total
Teste de Coombs Direto
Teste de Coombs Direto
Anemias hemolíticas Aloimunes: Transfusão de sangue com ABO incompatível e DHRN Transplantes (rim, fígado, coração e medula óssea linfócitos do doador)
Anemias Hemolíticas imunológicas induzidas por drogas: Induzida por Ac contra droga-membrana: penicilina e ampicilina Deposição de complemento na droga-proteína (Ag-Ac na superfície da hemácia): quinidina, rifampicina Anemia hemolítica auto-imune verdadeira (precipitada por metildopa, fludarabina – papel incerto)
SÍNDROMES DA FRAGMENTAÇÃO DOS ERITRÓCITOS Dano físico dos eritrócitos: Válvula cardíaca artificial ou enxertos artificiais Anemia hemolítica microangiopática (por filamentos de fibrina): Septicemia por meningococo CIVD; Hipertensão maligna; Síndrome hemolítico-urêmica; Púrpura Trombocitopênica Trombótica
SÍNDROMES DA FRAGMENTAÇÃO DOS ERITRÓCITOS Exames Laboratoriais: Esfregaço: fragmentos de eritrócitos (esquizócitos) hipercorados Anomalias de coagulação na CIVD com baixa de plaquetas
Esfregaço sanguíneo na anemia microangiopática
HEMOGLOBINÚRIA DA MARCHA Dano físico dos eritrócitos entre pequenos ossos dos pés durante marcha prolongada ou corrida Esfregaço sanguíneo: Esquizócitos
ANEMIAS HEMOLÍTICAS INFECCIOSAS Quadros infecciosos precipitam crise hemolítica aguda em indivíduos com Def. G6PD Anemia microangiopática, p.e. septicemia por pneumococo e meningococo Malária (Plasmodium) Clostridium perfringens hemólise intravascular com microesferocitose intensa
ANEMIA HEMOLÍTICA POR AGENTES QUÍMICOS E FÍSICOS Dapsona e sulfasalazina hemólise intravascular oxidativa com formação de corpos de Heinz Doensa de Wilson anemia hemolítica aguda por ↑ [Cu] Intoxicação por chumbo, clorato e arsina hemólise grave Queimaduras graves acantocitose ou esferocitose
Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) Doença clonal de células-tronco da M.O. 1-1,5 casos em 1.000.000 Mutação do gene cromossomo X, que codifica a fosfatidil-inositol-glicana-proteína A (PIG-A) Há deficiência na síntese de glicosil-fosfatidil-inositol (GPI), que é responsável por ligar-se a várias proteínas de membrana celular ausência de CD55 (DA) e CD59 Torna a célula sensível ao complemento, resultando em hemólise intravascular crônica
Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) Alterações Laboratoriais: Hemossiderinúria pode causar def. Fe Teste de HAM positivo lise de hemácias em soro de pH baixo (ácido)
Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) Tratamento: Insatisfatório; Reposição de Fe na anemia; Anticoagulação com Warfarina; Imunossupressão pode ser útil; Transplante alogênico de medula óssea é o tratamento definitivo; A doença regride ocasionalmente; Sobrevida de 10 anos.
Principais características hemolíticas Hemólise Intravascular Hemólise Extravascular Hemoglobinemia Hemoglobinúria Hemossiderinúria Meta-hemalbuminemia ↓Haptoglobina Hiperplasia eritróide Reticulocitose Poiquiloitose (esferócitos, hemácias contraídas e esquisócitos, equinócitos, distorcidas) ↑ da auto-hemólise (def. de PK – não corrigida por glicose) Esplenomegalia Bilirrubinemia (indireta) ↑ Urobilinogênio urinário ↑ estercobilinogênio fecal Poiquilocitose (esferocitose, ovalocitose, eliptocitose) ↑ Fragilidade osmótica (esferocitose hereditária) ↑ auto-hemólise (esferocitose hereditária-corrigida por glicose)