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43 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Módulo 2 Introdução aos Ensaios Cínicos Parte II Manual de Treinamento

44 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Esta ferramenta de ensino foi desenvolvida pelo Centro François-Xavier Bagnoud na Universidade de Medicina e Odontologia de Nova Jersey, com o apoio do Grupo Internacional de Ensaios Clínicos Maternos e Infanto-Juvenis em AIDS (IMPAACT) Fragmentos desta publicação podem ser reproduzidos ou adaptados com citação da fonte, desde que o material seja reproduzido para distribuição sem fins lucrativos. Mary Jo Hoyt, RN, MSN Diretor Global de Treinamentos do IMPAACT Centro François-Xavier Bagnoud (973)  Claire Schuster, BS, MPH Coordenadora da Rede Comunitária Social & Scientific Systems, Inc. (301)  Claire Schuster, BS, MPH Network Community Coordinator Social & Scientific Systems, Inc. (301)  Versão 1.1 – Nov 2007 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Module 2 - Slides Parte II

45 Fases do Ensaio Clínico
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Fases do Ensaio Clínico Fase I: 15–30 pessoas Fase II Menos de 100 pessoas Fase III: >100 a alguns milhares de pessoas Ensaios clínicos que testam novos medicamentos são executados em fases. Os ensaios iniciam na Fase I, com muito poucos voluntários, com o objetivo de testar a segurança do tratamento. Se não há problemas graves, os ensaios avançam para a Fase II e Fase III. Algumas vezes há, ainda, a Faze IV. As Fases iniciais somente verificam a segurança. Para determinar a eficácia do tratamento, os pesquisadores geralmente têm que o estudar em grandes números de pessoas na Fase III. Indústrias farmacêuticas (e às vezes outras) podem continuar coletando informações sobre um medicamento mesmo depois de ter sido aprovado. Isso ajuda a coletar informações sobre benefícios ou problemas a longo prazo. Este tipo de estudo corresponde à “Fase IV” ou estudo “pós-comercialização”. Vamos falar mais detalhadamente sobre essas quatro fases nos slides seguintes Fase IV: Pós-comercialização: a quantidade varia dependendo d prescrição. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

46 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Fase I: segurança Objetivo: determinar se o medicamento é seguro em um pequeno grupo de voluntários. Se um medicamento funciona bem em laboratório e é seguro quando testado em animais, então um estudo Fase I é o próximo passo, para ver se é seguro em humanos. Ensaios na Faze 1 focam em testar o medicamento em voluntários saudáveis. Testa-se o medicamento em pessoas saudáveis porque elas tendem a ser menos suscetíveis a ter efeitos colaterais ao tomar medicamentos. Por exemplo, um novo medicamento ARV para o HIV seria testado primeiro em laboratório, depois em animais e em seguida seria testado num grupo pequeno de voluntários da Fase I que não são soropositivos e geralmente são saudáveis. Nos estudos da Fase I, na maioria das vezes, os voluntários tomam o medicamento somente por alguns dias. Durante esse tempo, os pesquisadores examinam os voluntários de perto. Por isso, os estudos da Fase I geralmente são conduzidos no hospital. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

47 Fase II: segurança e eficácia
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Fase II: segurança e eficácia Se não há sérios ricos de segurança na Fase I, o medicamento é testado em um estudo Fase II com mais pessoas. Se os pesquisadores não encontrarem problemas no ensaio da Fase I, o medicamento é testado num ensaio da Fase II com um grupo maior de pessoas ( ). Ao contrário dos voluntários saudáveis nos estudos da Fase I, os voluntários da Fase II têm, de fato, a doença estudada. Se um ensaio tem por objetivo prevenir uma doença ao invés de tratá-la, o voluntário pode não ter a doença. Por exemplo, num estudo para prevenir a contaminação do HIV de mãe para filho, o objetivo é evitar que o recém nascido pegue a doença. Os objetivos da Faze II são determinar se o medicamento é seguro e eficaz, e descobrir a dosagem certa para que seja eficaz. Estudos que focam na quantidade de medicamento a ser ingerida são chamados estudos de dosagem. Estudos da Fase II podem ser chamados de estudos de dosagem. Estudos de dosagem geralmente envolvem vários exames para determinar a quantidade de medicamento no sangue em diferentes momentos. Isso é chamado teste farmacocinético ou teste PK. Esse tipo de teste, apesar complicado, é crucial para se encontrar a dose certa do medicamento que seja segura e eficaz. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

48 Fase III: segurança e efetividade
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Fase III: segurança e efetividade Se os resultados da Fase II mostrarem que o medicamento não apresenta grandes problemas de segurança e parece ser eficaz, os pesquisadores executam o estudo Fase III. Se os resultados da Fase II mostram que o medicamento é seguro e eficaz, os pesquisadores executam um estudo Fase III. Esse estudo inclui um número ainda maior de pacientes (centenas ou milhares). No estudo da Fase III, os pesquisadores continuam a testar a segurança do medicamento, mas focam ainda mais em como ele funciona (o quão efetivo ele é) no tratamento ou prevenção da doença. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

49 Fase 3: efetividade e segurança
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Fase 3: efetividade e segurança Tratamento Experimental Objetivos Descobrir se o medicamento funciona bem (eficácia). Continuar a testar a segurança vs. Tratamento Padrão Em estudos na Fase III, os pesquisadores também estudam a eficácia de um novo medicamento o comparado a outro que eles já sabem ser seguro e eficaz. Esse tipo de medicamento é chamado de tratamento padrão para a doença. Esse tipo de estudo é chamado ensaio comparativo ou ensaio controlado. (Mais adiante neste treinamento vamos discutir o que significa a palavra “controle” quanto à descrição de um estudo). Por exemplo, um estudo na Fase III pode comparar um novo medicamento para o tratamento do HIV a um medicamento que já está sendo usado e mostrou ser efetivo. Comparar os dados dos dois grupos é uma forma muito mais precisa de se estudar o medicamento do que simplesmente observar seus efeitos em um único grupo de pessoas. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

50 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Estudo Fase IV Objetivo: determinar a segurança e eficácia a longo prazo em um grande número de pessoas. Os estudos Fase IV são executados após o medicamento ter sido aprovado para comercialização e estar sendo usado. Eles geralmente são chamados de estudos “pós-comercialização” porque o medicamento já foi aprovado e pode ser prescrito e vendido. Nesses ensaios, os dados são coletados apenas em pessoas que tiveram o medicamento receitado por seus médicos. Não há grupo controle ou grupo comparativo. A principal razão para se conduzir estudos pós-comercialização é estudar os efeitos do medicamento a longo prazo. Às vezes os problemas ou efeitos positivos de um medicamento só podem ser observados depois que os voluntários o tomam por muitos anos. Esses estudos geralmente são conduzidos pela indústria farmacêutica que produziu o medicamento ao invés de redes de ensaios clínicos como o IMPAACT. Questão para discussão: Se os pesquisadores já sabem que o medicamento é seguro e eficaz, por que os estudos Fase IV são tão importantes? Você poderia exemplificar um problema a longo prazo que pode ser descoberto em um medicamento após sua aprovação e comercialização? Exemplo: Ao longo do tempo, foi descoberto que uma classe de medicamentos usados no tratamento de artrite aumentava o risco de ataques cardíacos nas pessoas que o tomavam. Isso não era claro nos ensaios clínicos das primeiras Fazes. Só ficou claro depois que havia dados disponíveis de milhares de pessoas por um longo período de tempo. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

51 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Estudo Controlado Grupo Experimental Resultado Amostra de estudo A VS. Grupo Controle Resultado Agora vamos falar sobre o que chamamos de “plano de estudo”. Os pesquisadores devem desenvolver um estudo da melhor forma (da forma mais científica) para encontrar uma resposta precisa para a pergunta de pesquisa. Este slide mostra o plano de um ensaio clínico controlado comparando dois medicamentos. Na esquerda, você pode observar a amostra de estudo, que inclui todos os voluntários do ensaio clínico. Na direita, pode-se ver que cada um dos voluntários da amostra de estudo foi divido entre grupo experimental (recebendo o novo medicamento) e grupo controle (recebendo o medicamento padrão). Após o grupo experimental ter tomado o novo medicamento, e o grupo controle o medicamento padrão, por várias semanas, os pesquisadores comparam os resultados dos dois grupos. Assim, poderão descobrir se o novo medicamento é mais, menos ou igualmente eficaz em comparação ao medicamento padrão. Além disso, vão descobrir se o novo medicamento é seguro. B Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

52 Escolhendo voluntários aleatoriamente
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Escolhendo voluntários aleatoriamente Grupo Experimental O computador agrupa os voluntários em um processo chamado randomização. A Amostra de estudo *R Nesta ilustração você pode ver que mais ou menos metade da amostra de estudo vai ficar no grupo experimental (também chamado de grupo tratamento) e a outra metade no grupo controle. O pesquisador não escolhe em que grupo cada voluntário vai ficar, e também não é permitido ao voluntário escolher. Um computador decide quem vai ficar em qual grupo através de um processo chamado randomização. Vejamos um exemplo de como a randomização funciona. Imagine que há um recipiente contendo uma mistura 50:50 de bolinhas vermelhas e azuis. Quando um voluntário se inscreve em um estudo, ele pega uma bolinha do recipiente com os olhos vendados. Nem o voluntário nem outra pessoa controlam qual bolinha ele vai pegar. A escolha da bolinha é aleatória. Se a bolinha vermelha indicasse o grupo experimental e a bolinha azul o grupo controle, então em torno de metade dos voluntários ficaria em cada grupo. Alem disso, outras características dos grupos seriam provavelmente as mesmas (como por exemplo o número de homens e mulheres). A randomização é muito importante porque evita que ocorra polarização (favorecimento de um grupo sobre o outro). Na rede de pesquisas, não usamos bolinhas, mas um computador escolhe os voluntários aleatoriamente sem estar sob controle dos pesquisadores ou voluntários. Uma breve demonstração de randomização: para demonstrar a randomização, coloque em uma mesa uma pilha de bolinhas, feijões ou qualquer objeto comum. O número de objetos na mesa deve ser igual ao número de voluntários da atividade. Peça que os voluntários venham até a mesa um a um. O treinador mistura os objetos e os voluntários os escolhem de olhos fechados. Grupo Controle *R=randomização do voluntário para um dos grupos. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

53 Ausência de randomização = polarização
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Ausência de randomização = polarização Grupo Experimental Amostra de estudo R Grupo Controle Este slide mostra um exemplo de como pode ocorrer polarização se um estudo não for randomizado. Imagine que voluntários com uma carga viral alta estivessem mais interessados em receber o medicamento experimental porque acham que ele poderia ajudá-los mais do que o medicamento padrão, que seria dado ao grupo controle. Então, os voluntários com carga viral alta (pessoas em azul) estariam mais propensos a escolher ficar no grupo experimental. Por outro lado, voluntários com carga viral baixa não estariam tão preocupados com sua carga viral, e acreditam que o medicamento padrão seria adequado para eles. Eles achavam que, com o medicamento padrão, não ficariam expostos a nenhum tipo de efeito colateral inesperado. Então, esses voluntários com uma carga viral baixa (em verde), tenderiam a escolher o grupo controle. Questão para discussão: este ensaio chegaria a uma conclusão precisa? Por que ou por que não? Resposta: Não, os grupos são desiguais e, portanto, há polaridade, que vai influenciar nos resultados. Os grupos não são iguais, pois o grupo experimental tem muito mais pessoas com cargas virais altas, o que pode influenciar o resultado do estudo. =alta carga viral =baixa carga viral Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

54 Estudos randomizados e controlados
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Estudos randomizados e controlados Num ensaio clínico randomizado e controlado, os pesquisadores observam os efeitos do medicamento nos grupos controle e experimental. O gráfico nesta ilustração mostra como os dados de carga viral dos dois grupos são quase os mesmos no início do ensaio. As barras vermelhas representam o grupo experimental e as azuis o grupo controle. Na base do gráfico, os números representam em qual semana a carga viral foi coletada, começando pela semana 0 (preliminar) e continuando até a semana 8. Este gráfico representa a média matemática da carga viral de cada grupo em cada uma das 4 semanas. A carga viral de todos os voluntários nos dois grupos foi medida mais ou menos a cada duas semanas. Na Semana preliminar 0 (antes do tratamento), a carga viral dos dois grupos é quase a mesma – tanto as barras vermelhas quanto as azuis estão na mesma altura, mostrando que a carga viral está em torno de Este é um ponto importante para justificar a randomização dos voluntários, já que na faze preliminar os 2 grupos deveriam estar no mesmo patamar para o ensaio se desenvolver com precisão. Você consegue ver a importância de os dois grupos serem aproximadamente iguais e evitar polarização na divisão dos grupos? Os grupos começam a receber tratamento e as cargas virais são medidas nas semanas 2, 4 e 8. Como você pode ver, com o passar do tempo, os resultados começam a se mostrar um pouco diferentes. A carga viral do grupo experimental começa a ficar menor que a do grupo controle. Na semana 8, a barra azul do grupo controle indica uma carga viral não passível de ser detectada (abaixo de 50) e a barra vermelha do grupo experimental indica uma carga viral acima de 2000. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

55 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Estudo duplo-cego Nem o voluntário ou o pesquisador sabem a divisão dos grupos durante todo o ensaio. A prática de não permitir ao voluntário e pesquisador saberem em qual grupo o voluntário está é chamada duplo-cego. Como na randomização, ocultar essa informação reduz o risco de polarização. Por exemplo, imagine um estudo onde um grupo de voluntários recebe um medicamento experimental para tratar uma dor, e um outro grupo recebe um tipo padrão de medicamento para tratar o mesmo sintoma. Num estudo duplo-cego nem o voluntário ou o pesquisador sabem se os voluntários vão ficar nos grupos experimental ou controle. Dessa forma, nem o voluntário ou o pesquisador são influenciados por o que eles esperam acontecer. Depois que toda a informação foi coletada num estudo duplo-cego, ela é “revelada” e os pesquisadores analisam os dados. Os pesquisadores informam aos voluntários sobre os resultados e qual medicamento eles estão tomando. Treinador: Para demonstrar o conceito do estudo duplo-cego, divida todos os participantes em grupos, mas não diga a eles em qual grupo estão. Diga aos participantes que eles foram divididos em grupos, e que cada grupo vai receber um almoço. Explique que os participante do Grupo 1 vão receber um almoço preparado com uma receita que o cozinheiro nunca testou, e os participantes do Grupo 2 vão receber um almoço preparado com uma receita que o cozinheiro afirma ter dado certo várias vezes. O almoço será servido, mas os participantes o levarão para casa ao invés de comê-lo com o grupo. Eles vão receber um questionário de avaliação para dar nota ao almoço. Os dados dos questionários serão coletados e estudados e depois os participantes saberão de qual grupo faziam parte. Discussão: Os participantes acham que a avaliação do almoço poderia ter sido influenciada se eles soubessem anteriormente a qual grupo eles pertenciam? Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

56 Estudos placebo-controlados
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Estudos placebo-controlados E se não houver um medicamento eficaz conhecido? Pesquisadores comparam um novo medicamento com um placebo Os tratamentos experimental e com placebos são conduzidos de forma a perecerem iguais. Experimental Group vs. Placebo Control Group Dissemos anteriormente que para julgar a eficácia de um novo medicamento, devemos compará-lo a um medicamento eficaz já conhecido. Mas, e se não houver um medicamento eficaz conhecido? Por exemplo, quando os médicos descobriram a AIDS no começo da década de 80, não havia qualquer tratamento. Isso aconteceu alguns anos antes de os pesquisadores testarem o primeiro medicamento anti-retroviral (ARV). Como eles estavam testando o primeiro ARV, não havia um medicamento para ser usado com o grupo controle. O tratamento padrão foi, infelizmente, não tratar o HIV. Quando os pesquisadores estão estudando uma nova droga e não há outro tratamento disponível, ela geralmente é comparada a um placebo, um comprimido que tem a mesma aparência do novo medicamento mas não contém medicamento (inativo). Os placebos e os comprimidos têm exatamente a mesma aparência. Dessa forma, os pesquisadores e voluntários não sabem quem está tomando o medicamento e quem toma o placebo, e o risco de polarização é reduzido. Quando o grupo controle está recebendo o placebo, o estudo é chamado placebo-controlado. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

57 Estudo placebo-controlado
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Estudo placebo-controlado Treinador: Se você quiser demonstrar o conceito de placebo, mostre duas garrafas de água que sejam idênticas. Diga ao grupo que você adicionou uma pequena quantidade de sal a uma das garrafas, e a garrafa com sal representa o grupo experimental enquanto a outra garrafa representa o grupo controle. Diga a eles que imaginem que receberam uma das garrafas (sem saber qual delas tem sal) e, uma hora após terem bebido a água, foram perguntados se estavam com sede. Os participantes acham que teriam suas avaliações influenciadas se soubessem qual tipo de garrafa receberam? Agora, peça aos participantes que imaginem metade da sala recebeu a garrafa de água (grupo experimental) e a outra metade uma garrafa que não continha nada. Pergunte “Saber que vocês receberam, ou não, água influenciaria na percepção de sua sede”? experimental controle Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

58 Ética nos estudos placebo-controlados
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Ética nos estudos placebo-controlados Se existe um tratamento disponível, eticamente o estudo não pode oferecer placebos a um grupo que não esteja recebendo tratamento. Mas se não há um tratamento conhecido, eticamente o estudo pode incluir um grupo pacebo-controlado. Isto porque esse grupo está recebendo o mesmo tratamento que receberia se não fizesse parte do grupo (cuidado padrão). Há rígidas regras internacionais sobre pesquisas clínicas para assegurar que elas sejam éticas (justas, corretas). Teremos uma extensa discussão sobre a ética no uso de placebos em outro treinamento (módulo 6). Em resumo, se existe um tratamento disponível, não é ético ter um grupo que não receba tratamento – somente o placebo. Se não existe um tratamento disponível, então o cuidado padrão é o não tratamento e, por isso, é ético usar um grupo com placebos para ser comparado a um tratamento experimental. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

59 Questões para discussão
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Questões para discussão Se fosse descoberta uma vacina que possa prevenir a transmissão do HIV durante a amamentação, seria ético um grupo receber a vacina e o outro não? Se fosse descoberto um novo medicamento ARV contra o HIV, seria ético testar o novo ARV em um grupo placebo-controlado? Treinador: Faça uma discussão sobre ética e placebos com o grupo. Respondendo as questões acima, o atual padrão ético de pesquisa é o seguinte: Na primeira situação, a resposta é sim. Seria ético haver um grupo controle que não vai receber a vacina. Porém, os dois grupos devem receber qualquer tratamento ARV que esteja sendo usado contra a transmissão de mãe para filho durante a amamentação. (Isso só se aplica aos locais onde a prefere-se a amamentação à mamadeira, mesmo em mulheres infectadas pelo HIV). A segunda situação não representa um plano de estudo ético, pois há um tratamento disponível e eficaz contra o HIV que não pode ser interrompido. Porém, se os dois grupos recebem o regime de ARV padrão, então seria ético adicionar um medicamento experimental a um grupo e um medicamento placebo ao outro. O grupo que recebesse o placebo continuaria o mesmo tratamento se não estivesse no estudo. Assim, o tratamento ARV não seria interrompido. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

60 Estudo e casos: PACTG 076 ou HIVNet 012
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Estudo e casos: PACTG 076 ou HIVNet 012 Nota ao treinador: esperamos que você apresente somente um dos estudos de caso: PACTG 076 ou HIVNet 012. O objetivo de apresentar a história do PACTG 076 é ilustrar os conceitos que estamos estudando. Esperamos que discutir um estudo autêntico vai ajudá-lo a se lembrar alguns dos termos que foram apresentados até agora. Este estudo foi feito somente nos Estados Unidos. Nos próximos módulos, vamos falar sobre testes feitos internacionalmente para observar as questões relacionadas à transmissão do HIV de mãe para filho. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

61 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor PACTG 076 Em 1994, o PACTG 076 foi o primeiro ensaio clínico a perguntar: “ Se tratarmos com um medicamento ARV uma mulher grávida e seu bebê ao nascer, o medicamento vai reduzir as chances de o bebê ser infectado com o HIV? ” Em 1994, pesquisadores fizeram a seguinte pergunta: “Se tratarmos com um medicamento ARV uma mulher grávida e seu bebê ao nascer, o medicamento vai reduzir as chances de o recém nascido ser infectado com o HIV (também conhecida como transmissão de mãe para filho)?” O medicamento será seguro para a mãe e o bebê? O medicamento vai funcionar? Naquela época, nenhum medicamento ARV tinha sido testado em mulheres grávidas para ver se seria reduzido o risco de transmissão de mãe para filho. Muitos ficaram preocupados em saber se os ARVs eram seguros para as grávidas e os bebês. Eles diziam “Como vocês podem dar um medicamento ARV para uma mulher grávida?” (O ZDV e outros ARVs eram aprovados e licenciados, mas nunca tinham sido testados em mulheres grávidas). Na verdade, as mulheres que concordaram em participar do estudo eram corajosas. Para muitas delas, a decisão foi difícil e assustadora. Muitas mulheres decidiram não entrar no estudo porque temiam que o medicamento pudesse prejudicar seus bebês. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

62 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor PACTG 076: plano de estudo Randomizado: ZDV vs. Placebo Duplo-cego Placebo-controlado Placebo Zidovudina Questões para discussão: Vamos falar sobre os termos que vocês vêem neste slide. O que é randomização? Vocês entendem por que, do ponto de vista científico, é desejável usar um grupo controle e um grupo placebo? Qual é a definição de “duplo-cego”? Respostas da revisão: Randomização: Mulheres foram escolhidas aleatoriamente para um dos dois grupos. Nenhuma delas, nem o pesquisador, puderam escolher em qual grupo elas ficariam. Um computador fez a seleção para evitar o risco de polarização. O uso de um grupo controle e randomização asseguram que as diferenças nos resultados entre os dois grupos não de dêem simplesmente por acaso. Por exemplo, se todas as mulheres no estudo tivessem recebido o ZDV, e houvesse uma pequena redução na taxa de transmissão para seus filhos, é possível saber se o ZDV causou a diferença? Poderia ter sido por acaso? Placebo-controlado: Já que não havia um medicamento conhecido para diminuir a taxa de transmissão de mãe para filho, esse ensaio clínico foi planejado para testar a eficácia da zidovudina (ZDV) em comparação ao placebo (comprimido que se parece com o medicamento, mas não contém qualquer medicamento). O grupo controle neste estudo recebeu um placebo; esse tipo de estudo é chamado “placebo-controlado”. Mulheres grávidas infectadas pelo HIV que quiseram participar desse estudo receberam o medicamento ou o placebo. Duplo-cego: Nem as mulheres nem os pesquisadores sabiam quais mulheres estavam recebendo a ZVD ou o placebo. Isso é chamado estudo “duplo-cego”. As mães tomaram o placebo durante o último trimestre de gestação, trabalho de pato e parto, e deram o medicamento a seus bebês todos os dias por seis semanas após o nascimento. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

63 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor O uso de placebos Nessa situação, você acha ético usar um grupo placebo-controlado? Por que os cientistas querem usar um grupo placebo-controlado? Na época em que esse estudo foi desenvolvido, não havia um tratamento para PTMF (prevenção da transmissão de mãe para filho). Ninguém sabia um medicamento ARV reduziria o risco do HIV no recém nascido. Ninguém sabia por certo se o ARV poderia prejudicar o feto ou causar parto prematuro. O cuidado padrão para mulheres grávidas antes desse estudo era o não tratamento do HIV (ou tratamento PTMF). Questões para discussão: Vocês acham que foi ético (justo) usar um grupo placebo-controlado nesse estudo? Por que ou por que não? (Nota ao treinador: há um módulo inteiro dedicado à ética em ensaios clínicos onde uso de placebos é trabalhado extensamente. Se houver uma grande reação dos participantes em relação a esta questão, diga a eles que entendemos sua complexidade e haverá outras oportunidades para se discutir o uso e a ética dos placebos). Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

64 Critérios de inclusão e exclusão
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Critérios de inclusão e exclusão HIV positivo, grávida de semanas Taxa de CD4+ acima de 200/mm3 Não estar tomando nenhum ARV ARVs não indicados pelas condições de saúde das mulheres (por critérios/ padrões na época do estudo) Sonograma: feto não apresenta problemas de saúde Discussão: Peça aos participantes que leiam o slide e então pergunte: Vocês podem dizer quais são os critérios de inclusão e exclusão? Inclusão: HIV positivo, semanas de gravidez, taxa de CD4 acima de 200, feto sem problemas de saúde. Exclusão: Estar tomando medicamento ARV, não infectada pelo HIV, taxa de CD4 abaixo de 200, feto com problemas de saúde (baseado no sonograma), tratamento com ARV para a mulher indicada baseado em sua condição de saúde. Discussão: Vocês conseguem imaginar por que alguns desses critérios são importantes? Por exemplo, se não fossem feitos sonogramas e fossem inscritas mulheres cujos fetos apresentam alguma anormalidade, poderia parecer que o tratamento causou a anormalidade? Outro exemplo: Se a mulher já está tomando ARVs, não seria difícil determinar se o tratamento funcionou ou não? (e.g. se bebê nascer HIV negativo, como saber se foi o tratamento ou outro ARV que ajudou a reduzir o risco de infecção?). Um último critério de inclusão que é sempre importante lembrar em todo estudo: As mulheres não poderiam ser inscritas sem seu consentimento. As mulheres são convidadas a participar do estudo se elas se encaixam nos critérios de inclusão e exclusão, mas são livres para desistir de participar. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

65 PACTG 076: cronograma de eventos
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor PACTG 076: cronograma de eventos Regularmente, mulheres e recém-nascidos são examinados cuidadosamente para se testar: Efeitos colaterais Sinais/sintomas do HIV (recém-nascidos) Já que ninguém havia estudado qualquer medicamento anti-retroviral em mulheres grávidas ou recém nascidos expostos ao HIV, o Cronograma de Eventos era intenso. Tanto as mulheres quanto os recém-nascidos tinham que ser examinados regularmente com muito cuidado. Isso para descobrir se o medicamento funcionava ou se causava reações adversas (efeitos colaterais ou indesejados). Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

66 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Monitoramento Comitê de Monitoramento e Segurança de Dados (DSMB): um grupo de cientistas fora do estudo que monitoram os dados durante a pesquisa. Já que se tratava de um estudo duplo-cego, foi colocado em prática um grupo de cientistas, que não faziam parte do estudo, para observar os dados e comparar os dois grupos em intervalos de tempo regular. Este grupo é chamado Comitê de Monitoramento e Segurança de Dados, ou DSMB. O DSBM examina os dados “revelados” em intervalos de tempo regular. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

67 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor PACTG 076: DSMB No meio do estudo, o DSBM comparou os dados do grupo ZVD aos do grupo placebo. Questão para discussão: Há duas razões pelas quais o DSMB monitora as informações coletadas dos voluntários durante o ensaio, e não ao final do experimento, quando todas as informações já foram coletadas e o estudo se encerrou. Vocês se lembram por quê? Por que é importante que se monitore os dados durante o ensaio? Resposta: Se a ZVD parece estar efetivamente protegendo os recém-nascidos contra a infecção do HIV, seria importante oferecer a zidovudina a todas as mães no estudo. Se as mulheres e os bebês recém-nascidos que receberam a ZVD estivessem tendo efeitos colaterais sérios, e os voluntários do grupo placebo não, isso indicaria que a ZVD não é seguro e eles teriam que parar o estudo. Grupo ZDV Grupo Placebo Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

68 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor O que o DSMB descobriu Recém-nascidos de mães do grupo ZVD estavam muito menos propensos a serem diagnosticados com HIV em comparação àqueles cujas mães estavam no grupo placebo. O DSMB, de fato, encontrou uma diferença entre o grupo controle que usou o placebo e o grupo de tratamento que usou a ZVD. Numa sexta-feira à tarde, todos os lugares onde a pesquisa era conduzida receberam um telefonema dizendo que a pesquisa estava sendo interrompida pela DSBM. O DSBM decretou que o estudo deveria ser parado pois, através da análise dos dados revelados, ficou claro que a ZVD era efetivo para diminuir o risco de contaminação ao recém-nascido. As mulheres que faziam parte do grupa ZVD estavam menos propensas a ter o filho infectado com o HIV em comparação às mulheres que estavam tomando o placebo. Enquanto os recém-nascidos do grupo placebo tinham 25% de chance de serem contaminados com o HIV, os do grupo ZVD tinham, em média, 8% de chance de se tornarem HIV positivos. Foi uma ótima notícia! Muitos outros estudos foram desenvolvidos imediatamente para se achar maneiras melhores e mais fáceis de reduzir o risco de transmissão, mas esse estudo foi importante para provar que é possível reduzir a transmissão de mãe para filho. Quando o estudo foi interrompido, todos os dados foram revelados para que os pesquisadores soubessem quem, entre os recém-nascidos e mães que ainda estavam no estudo, estava recebendo o placebo. As mães foram informadas dos resultados e puderam escolher tomar o ZDV. Grupo ZDV Grupo placebo Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

69 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor PACTG 076: impacto Somos imensamente gratos às mulheres que se inscreveram nesse estudo. Embora ainda haja muito a ser feito para proteger as mulheres e seus bebês, esse estudo foi um grande passo da ciência na prevenção da transmissão de mãe para filho. Muitas mulheres se inscreveram em estudos subseqüentes para tentar aprimorar a PTMF, e estamos muito gratos a elas por sua vontade em melhorar os cuidados com as mulheres soropositivas e seus filhos. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

70 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Resumo Ensaios clínicos são a melhor forma de testar a segurança e eficácia de novos tratamentos contra o HIV. Há fases a serem seguidas em um ensaio clínico. É importante que um ensaio clínico seja planejado. Um plano adequado assegura que o estudo seja justo e os resultados cientificamente precisos. Ensaios clínicos são a melhor forma de testar a segurança e eficácia de novos tratamentos contra o HIV. Um plano de estudo adequado é importante para assegurar que os resultados sejam precisos e o estudo seguro e imparcial. Um bom estudo deve ser randomizado, duplo-cego e incluir um grupo controle. Um grupo controle que use placebos só é ético em determinadas situações. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

71 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Estudo de caso: HIVNet 012 Nota ao treinador: as observações dos estudos de caso foram escritas na expectativa que você apresente somente um deles: PACTG 076 ou HIVNet 012. O objetivo de apresentar a história do HIVNet 012 é ilustrar os conceitos que estamos estudando. Esperamos que discutir um estudo real vá ajudá-lo a se lembrar alguns dos termos que foram apresentados até agora. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

72 PACTG 076: o primeiro ensaio clínico ARV de PTMF
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor PACTG 076: o primeiro ensaio clínico ARV de PTMF Placebo Zidovudina Randomizados: ZDV vs. Placebo Estudo duplo-cego Placebo controlado Para entender algumas das questões relacionadas ao HIVNet 012, seria útil resumir a situação da pesquisa em PTMF na época em o estudo foi lançado. Em resumo: Em 1994, pesquisadores americanos fizeram a seguinte pergunta: “Se tratarmos com o medicamento ARV zidovudina (AZT ou ZVD) uma mulher grávida e seu bebê ao nascer, o medicamento vai reduzir as chances de o recém nascido ser infectado com o HIV (também conhecida como transmissão de mãe para filho)?” O medicamento será seguro para a mãe e o bebê? O medicamento vai funcionar? Naquela época nenhum medicamento ARV tinha sido testado em mulheres grávidas para ver se seria reduzido o risco de transmissão de mãe para filho. Esse estudo, que usava medicamentos anti-retrovirais para diminuir o risco de transmissão do HIV de mãe para filho, era chamado ACTG 076. O ACTG 076 testou a zidovudina dada à mulher durante a gestação (a partir de 28 semanas), durante o trabalho de parto e parto (administração intravenosa), e ao recém-nascido por seis semanas após o nascimento. Já que não havia informações sobre PTMF feitas com medicamentos anti-retrovirais, o estudo testou a ZVD em comparação ao placebo Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

73 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor DSMB Comitê de Monitoramento de Dados e Segurança Cientistas que não estão envolvidos no estudo, mas examinam os dados revelados para encontrar problemas. No caso do PACTG 076, o DSMB descobriu que um dos grupos apresentava muito menos risco de transmissão de mãe para filho. O DSMB é um grupo de cientistas requisitados para checar os dados durante um ensaio clínico com o objetivo de constatar se há diferenças significativas entre um grupo e outro em termos de segurança e em relação a como os voluntários estão reagindo ao medicamento. No caso do PACTG 076, o estudo foi interrompido antecipadamente pelo DSMB porque, quando alguns dos resultados foram disponibilizados no decorrer do estudo, ficou claro que a ZVD esta funcionando muito melhor que o placebo na diminuição do riso da TMF. Recém-nascidos de mães voluntárias do grupo ZDV tinham muito menos chance de serem infectados com o HIV em comparação aos nascidos de mães voluntárias do grupo placebo. O estudo foi interrompido e a ZVD foi oferecida às participantes remanescentes, pois não seria ético usar o placebo quando se sabia que a ZVD funcionava. Devido ao sucesso desse ensaio, a ZVD se tornou o cuidado padrão para mulheres grávidas soropositivas e seus bebês nos Estados Unidos e em outros países que podiam arcar com esse tratamento caro e complicado Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

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Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor HIVNet 012 Identificar uma forma segura e eficaz de PTMF que fosse conveniente e, ao mesmo tempo, financeiramente viável em locais com recursos limitados. Nevirapina Esse é um grande problema. O maior número de pessoas contaminadas com o HIV estava em países que não tinham infra-estrutura de saúde e recursos (dinheiro) para implementar esse tratamento longo, complexo e caro. O regime com o ZDV 076 era somente para aqueles que podiam arcar com os custos. No entanto, a pesquisa 076 foi importante porque ela mostrou que o regime desse medicamento ARV poderia funcionar para a PTMF. Então, a próxima pergunta a ser feita era: “Um tratamento menos caro e complexo que pudesse ser implementado em países pobres poderia funcionar?”. Em 1997, outro grupo de pesquisadores (também financiado pelo governo americano) que trabalhavam em países com recursos limitados desenvolveram um novo ensaio clínico usando um medicamento simples e barato para ver se conseguiriam diminuir o risco de transmissão do HIV de mãe para filho. O estudo foi chamado HIVNet 012. Esse ensaio clínico foi conduzido em Uganda, onde não havia qualquer tratamento disponível para prevenção da transmissão de mãe para filho. O objetivo do HIVNet 012 era identificar um modo seguro e eficaz de prevenir a transmissão do HIV de mãe para filho, que fosse conveniente e financeiramente viável em locais com recursos escassos, como a Uganda. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

75 Questões para discussão
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Questões para discussão Eticamente, você acha que um grupo placebo deveria ser incluído nesse ensaio, ou não? O tratamento padrão em Uganda naquela época não usava ARVs. O tratamento padrão em países mais ricos usava o ARV como profilaxia para PTMF. Revisão: Placebos são considerados aceitáveis no teste de um novo medicamento quando não houver um tratamento padrão para o problema/doença. Um placebo foi usado no PACTG 076 porque não havia um tratamento disponível de PTMF, e o tratamento padrão de PTMF era inexistente antes de esse estudo ser feito. Quando o HIVNet 012 foi planejado, os resultados do PACTG 076 estavam disponíveis. Então, os pesquisadores sabiam que o ZDV poderia diminuir o risco da TMF. Porém, o regime de ZVD 076 não estava disponível na Uganda. Lá, o cuidado padrão de PTMF era inexistente. Discussão: Os pesquisadores deveriam testar a Nevirapina usando um placebo, ou eles devem fornecer a ZVD a todos os voluntários. (Essa questão também é discutida a fundo no módulo de Ética em Pesquisa, então talvez você deva limitar ou saltar essa discussão.) Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

76 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor HIVNet 012 Nevirapina Dose baixa de ZDV ZDV: medicamento de ação curta NVP: medicamento de ação prolongada Naquela época, havia uma grande polêmica na discussão ética do uso de placebos em estudos. Ao final, o placebo não foi usado. O regime simples e barato de interesse dos pesquisadores com a nevirapina (uma dose única para mãe e outra ao recém-nascido) foi testado em comparação à ZVD. Porém, o regime de ZVD não foi o mesmo usado no ensaio clínico 076. a ZVD foi administrado em dose menor e mais simples do que no 076 e, se desse certo, poderia ser uma boa escolha para os países com recursos escassos. Os pesquisadores estavam esperançosos que o regime simples de nevirapina funcionaria. Os efeitos da nevirapina têm uma duração maior que os da zidovudina – fica na corrente sanguínea por vários dias. Como a maioria das transmissões do HIV de mãe para filho ocorrem na hora do parto, havia esperança que uma única dose para a mãe antes de dar a luz e outra para o recém-nascido logo após o parto, poderia funcionar. Um regime de dose única seria muito mais fácil de se implementar em países onde a infra-estrutura de saúde é pobre e onde regimes mais caros e complicados não são financeiramente viáveis. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

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Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Plano de Estudo Randomizado Contém Fase Aberta Ensaio de comparação: ZDV de baixa dosagem comparado à dose única de nevirapina (uma única dose para a mãe e outra para o filho). Vamos falar sobre o plano de estudo: Os pesquisadores selecionaram as mulheres aleatoriamente para os grupos ZVD e NVP. Tanto as voluntárias quanto os pesquisadores sabiam a divisão de grupos. (Isso foi necessário porque as mulheres selecionadas para o grupo NVP receberam recomendações de levar o comprimido de NVP para casa e tomá-lo quando se iniciasse o trabalho de parto). Já que não havia um grupo controle recebendo um medicamento padrão, o ensaio foi chamado ensaio de comparação. Dissemos que não havia um “grupo controle” porque nenhum dos grupos de mulheres estava recebendo um tratamento padrão. Não se sabia se algum dos tratamentos funcionaria ou não – o que é incomum para um estudo. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

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Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Plano de Estudo Participantes: Mulheres grávidas soropositivas Sem doenças ou outras infecções sérias Não tomavam nenhum outro medicamento ARV Maiores de 18 anos Grávida de no mínimo 32 semanas Frequentavam uma clínica pré-natal Discussão: Vocês podem dizer quais foram os critérios de inclusão nesse estudo? Inclusão: Ser HIV positivo, mínimo 32 semanas de gestação, freqüentar clínica pré-natal. Exclusão: Apresentar doenças ou outras infecções sérias, tomar medicamento ARV, ser HIV negativo, menor de 18 anos, menos de 32 semanas de gestação, não freqüentar clínica pré-natal. Discussão: Por que vocês acham que estar tomando outros medicamentos ARVs é um fator de exclusão nesse estudo? (Estar tomando outros ARVs vai tornar impossível dizer se o tratamento estudado funciona ou não). O último critério de inclusão que é sempre importante lembrar em todo estudo: As mulheres não poderiam ser inscritas sem seu consentimento. As mulheres são convidadas a participar do estudo se elas se encaixam nos critérios de inclusão e exclusão, mas são livres para desistir de participar. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

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Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Cronograma de eventos Regularmente, os bebês são examinados cuidadosamente para se testar: Efeitos colaterais Sinais/sintomas do HIV A NVP nunca havia sido testada em mulheres grávidas ou recém- nascidos, e a experiência com o uso da ZDV durante a gestação e em recém-nascidos era limitada. Portanto, os bebês foram examinados com muito cuidado regularmente de acordo com o Cronograma de eventos do protocolo. Isso para descobrir se havia algum efeito colateral ou sinais/sintomas da infecção pelo HIV nos bebês. Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

80 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Resultados do HIVNet 012 Recém nascidos do grupo NVP tinham muito menos chance de nascer infectados pelo HIV que os do grupo que recebeu a ZVD Os resultados do estudo mostraram que tanto a ZVD quanto a NVP eram seguros. Havia poucos efeitos colaterais, que eram leves e reversíveis. Pode-se observar no slide que no grupo ZVD havia mais recém-nascidos infectados pelo HIV que no grupo NVP. O NVP era significantemente melhor que a ZVD na PTMF e, ainda, melhor que o não tratamento para PTMF. O NVP reduziu a taxa de transmissão em 47% às semanas de idade e em 41% aos 18 meses de idade. (Lembre-se que os bebês estavam sendo amamentados). O que isso significa? Por exemplo, se a taxa de transmissão do HIV de mãe para filho está em torno de 30%, isso significa que 30 em cada 100 recém-nascidos de mulheres HIV+ serão contaminados pelo HIV. Porém, se um tratamento com NPV for feito, e a taxa de infecção for reduzida em 47%, significaria que aproximadamente 15 em cada 100 recém-nascidos seriam HIV positivo, ao invés de 30 recém-nascidos infectados se não fosse feito nenhum tratamento. O tratamento com NVP é simples, seguro, eficaz e viável, e foi adotado como tratamento padrão em muitos países com recursos escassos em todo o mundo. Existem mais tratamentos eficazes para a PTMF, mas a triste realidade é que não estão disponíveis para todas as mulheres grávidas soropositivas e seus bebês. Grupo NVP Grupo ZVD Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

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Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Qustão para discussão Na sua opinião, como as pesquisas podem nos ajudar a lidar com a questão da diferença na transmissão de mãe para filho em países ricos e pobres? Você consegue elaborar perguntas de pesquisa sobre esse assunto? Ainda há uma grande diferença entre a eficácia dos tratamentos disponíveis em países ricos em recursos e aqueles disponíveis países com recursos escassos. Nos EUA e Europa, mulheres grávidas contaminadas pelo HIV podem ser tratadas com o regime terapêutico HAART de 3 drogas. Com isso, a taxa de transmissão caiu para menos de 2% (de 25% sem o tratamento com um ARV). Mulheres nesses países alimentam seus bebês com a mamadeira, já que estão à disposição a formula infantil e água limpa. Como as pesquisas podem nos ajudar a lidar com a questão da diferença na transmissão de mãe para filho em países ricos e pobres? Você conseguiria elaborar perguntas de pesquisa sobre esse assunto? (Exemplos: ARVs para prevenir a transmissão pelo leite materno; ARVs mais simples e baratos compatíveis à NVP, vacinas para proteger os bebês contra o HIV). Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor

82 Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor
Module 2: Introduction to Clinical Trials Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor Resumo Ensaios clínicos são a melhor forma de testar a segurança e eficácia de novos tratamentos contra o HIV. Há fases a serem seguidas em um ensaio clínico. É importante que um ensaio clínico seja planejado. Um plano adequado assegura que o estudo seja justo e os resultados cientificamente precisos. Em resumo: Ensaios clínicos são a melhor forma de testar a segurança e eficácia de novos tratamentos contra o HIV. Um plano de estudo adequado é importante para assegurar que os resultados sejam precisos e o estudo seguro e imparcial. Um bom estudo inclui a randomização, procedimento duplo-cego e um grupo controle. Um grupo controle que use placebos só é ético determinadas situações Module 2 - Slides Parte II Manual de Treinamento do Comitê Comunitário Assessor


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