Metodologia de Pesquisa Científica O conhecimento e o processo de conhecimento humano.

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Transcrição da apresentação:

Metodologia de Pesquisa Científica O conhecimento e o processo de conhecimento humano

O tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado a, descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos que são ou úteis ou verdadeiros. O estudo do conhecimento é a gnoseologia.Hoje existem vários conceitos para esta palavra e é sabido por todos que conhecimento é aquilo que se conhece de algo ou alguém. Isso em um conceito menos específico. Contudo, falar deste tema é indispensável não abordar dado e informação.

Dado é um emaranhado de códigos decifráveis ou não. O alfabeto russo, por exemplo, para leigos no idioma, é simplesmente um emaranhado de códigos sem nenhum significado especifico. Algumas letras são simplesmente alguns números invertidos e mais nada. Porém, quando estes códigos até então indecifráveis, passam a ter um significado próprio para aquele que os observa, estabelecendo um processo comunicativo, obtém-se uma informação a partir da decodificação destes dados. Diante disso, podemos até dizer que dado não é somente códigos agrupados, mas também uma base ou uma fonte de absorção de informações.

Então, informação seria aquilo que se tem através da decodificação de dados, não podendo existir sem um processo de comunicação. Essas informações adquiridas servem de base para a construção do conhecimento. Segundo esta afirmação, o conhecimento deriva das informações absorvidas. Podemos conceituar conhecimento da seguinte maneira: conhecimento é aquilo que se admite a partir da captação sensitiva sendo assim acumulável a mente humana. Ou seja, é aquilo que o homem absorve de alguma maneira, através de informações que de alguma forma lhe são apresentadas, para um determinado fim ou não.

O conhecimento distingue-se da mera informação porque está associado a uma intencionalidade. Tanto o conhecimento como a informação consistem de declarações verdadeiras, mas o conhecimento pode ser considerado informação com um propósito ou uma utilidade. Vamos pensar: no computador temos uma base de informações ou uma base de conhecimento?

O conhecimento não pode ser inserido num computador por meio de uma representação, pois neste caso seria reduzido a uma informação. Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de uma "base de conhecimento" num computador. No máximo, podemos ter uma "base de informação", mas se é possível processá-la no computador e transformar o seu conteúdo, e não apenas a forma, o que nós temos de fato é uma tradicional base de dados.

Associamos informação à semântica. Conhecimento está associado com pragmática, isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no "mundo real" do qual temos uma experiência direta.

O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa.

A definição clássica de conhecimento, originada em Platão, diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada. Aristóteles divide o conhecimento em três áreas: CIENTÍFICA, PRÁTICA e TÉCNICA.

Além dos conceitos aristotélico e platônico, o conhecimento pode ser classificado em uma série de designações/categorias:

Conhecimento Sensorial: É o conhecimento comum entre seres humanos e animais. Obtido a partir de nossas experiências sensitivas e fisiológicas (tato, visão, olfato, audição e paladar). Propriedades organolépticas

Conhecimento Intelectual : Esta categoria é exclusiva ao ser humano; trata- se de um raciocínio mais elaborado do que a mera comunicação entre corpo e ambiente. Aqui já pressupõe-se um pensamento, uma lógica.

Conhecimento Empírico/Vulgar/Popular : É a forma de conhecimento do tradicional (hereditário), da cultura, do senso comum, sem compromisso com uma apuração ou análise metodológica. Não pressupõe reflexão, é uma forma de apreensão passiva, acrítica e que, além de subjetiva, é superficial.

Nossa Língua Portuguesa Profº Pasquale Cipro Neto No popular se diz: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro'Correto: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro' Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.' Enquanto o correto é: ' Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.'

'Cor de burro quando foge.' O correto é:'Corro de burro quando foge!' Outro que no popular todo mundo erra: 'Quem tem boca vai a Roma.' O correto é: “Quem tem boca vaia Roma.' (isso mesmo, do verbo vaiar). Outro que todo mundo diz errado,'Cuspido e escarrado' - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa. O correto é:'Esculpido em Carrara.' (Carrara é um tipo de mármore)

Mais um famoso.... 'Quem não tem cão, caça com gato.' O correto é: Quem não tem cão, caça como gato... ou seja, sozinho!' Vai dizer que você falava corretamente algum desses?

Mais mitos populares Comer manga e tomar leite Tomar banho de barriga cheia Usar telefone celular em postos de gasolina Quebrar espelho dá sete anos de azar Noivo ver a noiva antes do casamento dá azar Deixar os chinelos de cabeça pra baixo a mãe morre E outro ditado incorreto: “fulano de tal bateu as botas”. Essa expressão deveria indicar o local onde Judas morreu e perdeu as botas. Era para indicar distância e não que alguém morreu.

Conhecimento Científico: Preza pela apuração e constatação. Busca por leis e sistemas, no intuito de explicar de modo racional aquilo que se está observando. Não se contenta com explicações sem provas concretas; seus alicerces estão na metodologia e na racionalidade. Análises são fundamentais no processo de construção e síntese que o permeia, isso, aliado às suas demais características, faz do conhecimento científico quase uma antítese do empírico.

Conhecimento Filosófico: Mais ligado à construção de idéias e conceitos. Busca as verdades do mundo por meio da indagação e do debate; do filosofar. Portanto, de certo modo assemelha-se ao conhecimento científico - por valer-se de uma metodologia experimental -, mas dele distancia-se por tratar de questões imensuráveis, metafísicas. A partir da razão do homem, o conhecimento filosófico prioriza seu olhar sobre a condição humana.

Conhecimento Teológico: Conhecimento adquirido a partir da fé teológica, é fruto da revelação da divindade. A finalidade do Teólogo é provar a existência de Deus e que os textos Bíblicos foram escritos mediante inspiração Divina, devendo por isso ser realmente aceitos como verdades absolutas e incontestáveis. A fé não é cega. Baseia-se em experiências espirituais, históricas, arqueológicas e coletivas que lhes dá sustentação.

Conhecimento Intuitivo: Inato ao ser humano, o conhecimento intuitivo diz respeito à subjetividade. Às nossas percepções do mundo exterior e à racionalidade humana. Manifesta-se de maneira concreta quando, por exemplo, tem-se uma epifania. Eu sei que Suhelen vai perguntar “O que é epifania?”:

No sentido literário, a "epifania" é um momento privilegiado de revelação, quando acontece um evento ou incidente que "ilumina" a vida da personagem. Clarice Lispector amava momentos epifânicos em seus contos, principalmente ao associar o comportamento animal ao do homem... Exemplo prático de epifania: Uma mãe que perdeu seu filho se revolta com uma mamãe pássaro que joga o filhote excedente para fora do ninho, porque só pode alimentar um filhotinho (tadinhoooooo!!!!). Entendeu, Susu???

Intuição sensorial empírica: “A intuição empírica é o conhecimento direto e imediato das qualidades sensíveis do objeto externo: cores, sabores, odores, paladares, texturas, dimensões, distâncias. É também o conhecimento direto e imediato de estados internos ou mentais: lembranças, desejos, sentimentos, imagens.” (in: Convite à Filosofia; CHAUÍ, Marilena). Ex.: Microondas apita e cachorros correm pra cozinha querendo comida.

Intuição Intelectual: A intuição com uma base racional. A partir da intuição sensorial você percebe o odor da margarida e o da rosa. A partir da intuição intelectual você percebe imediatamente que são diferentes. Não é necessário demonstrar que a “parte não é maior que o todo”, é a lógica em seu estado mais puro; a razão que se compreende de maneira imediata.

Intuição Intelectual: A intuição com uma base racional. A partir da intuição sensorial você percebe o odor da margarida e o da rosa. A partir da intuição intelectual você percebe imediatamente que são diferentes. Não é necessário demonstrar que a “parte não é maior que o todo”, é a lógica em seu estado mais puro; a razão que se compreende de maneira imediata.

Processo de Conhecimento Humano

Fonte:

A história e evolução da raça humana estão, desde os primeiros tempos, ligadas ao ato de conhecer, a essa incessante busca de explicação para os fenômenos produzidos e existentes tanto na natureza quanto no mundo social e individual. A finalidade do ato de conhecer é, senão, desvendar os segredos e mostrar a realidade do objeto a ser conhecido, realidade essa que, por meio de reconstruções e modificações inevitáveis do pensar, está sujeita a rupturas e mudanças. O conhecimento sobre determinado objeto que parecia verdadeiro e aceitável num determinado espaço-tempo, noutro momento pode parecer falsa percepção.

E na tentativa de explicar como se processa o conhecimento humano, surgem diferentes pontos de vista para fundamentar a compreensão desse fenômeno que se opera na relação entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido. A questão tem sido alvo de discussão nos meios filosóficos pelas correntes assim denominadas: racionalismo, empirismo e dialética, sobre as quais teceremos algumas considerações:

Racionalismo O Racionalismo origina-se a partir do inatismo (ideais) de PLATÃO, filósofo grego (427 a.C. – 347 a.C.), para quem o homem, ser dotado de razão, não conhece a realidade, conhece tão somente a idéia do que seja real, de modo que a realidade só pode ser conhecida por meio das idéias de nossa razão. Enfim, o ato de conhecer resulta de uma operação racional, estando a realidade no universo das idéias, de modo que o conhecimento é criação do ser pensante e nele se esgota, e nada existe fora do pensamento, sendo o conhecimento regido por princípios universais, necessários e imutáveis, válidos para todos os homens em todo tempo e lugar.

Racionalismo Embora o racionalismo não ignore a existência do objeto real a ser conhecido, parte do princípio de que esse objeto resulta de uma operação elaborada no universo das idéias. O sujeito, portanto, surge como único elemento valorizado na relação concebida pelo processo do conhecimento, sendo de quase nenhuma relevância o objeto real a ser conhecido.

Racionalismo A visão platônica (racional, idealista) do direito e do mundo traduz-se em um panorama afastado do plano concreto, desvinculado das ocorrências que se manifestam na ambiência social, tablado que ostenta inúmeras contradições nas estruturas que o compõem e no qual o direito é feito e refeito constantemente.

Empirismo "O inatismo afirma que nascemos trazendo em nossa inteligência não só os princípios racionais, mas também algumas idéias verdadeiras, que, por isso, são idéias inatas. O empirismo, ao contrário, afirma que a razão, com seus princípios, seus procedimentos e suas idéias, é adquirida por nós através da experiência" (MARILENA CHAUI, Convite à Filosofia, p. 69, Editora Ática).

Empirismo O empirismo, portanto, adota posição radicalmente oposta ao racionalismo. Enquanto essa corrente valoriza o sujeito na formação do conhecimento humano, o empirismo sustenta que o conhecimento nasce do próprio objeto, o qual se apresenta no mundo como realmente é, cabendo ao sujeito somente exercer papel de mero espectador dessa realidade posta, e para conhecê-la basta o sujeito saber ver, sendo suficiente para atingir a verdade que se ache devidamente preparado para descrever o objeto tal como ele é, nada pondo, nada acrescentando a ele, atuando como observador neutro, objetivo e exato.

Empirismo O empirismo traz como elemento decisivo em seu processo de compreensão do conhecimento a preocupação fundamental de que a verdade somente será alcançada por meio da experiência, de tal modo que é imprescindível ao ato de conhecer a demonstração experimental no mundo sensível de toda e qualquer proposição. A experiência pode ser traduzida como o contato que os sentidos daquele que observa travam com o objeto real.

Empirismo O empirismo manifesta-se em sua forma mais radical no positivismo de AUGUSTE COMTE (1798 – 1857). O festejado positivista sustenta que a verdade só pode ser verificável empiricamente e por um método único e rígido.

Dialética A corrente dialética surgiu como tentativa de expurgar os exageros pregados pelo racionalismo e pelo empirismo, tendo como preocupação nuclear o diálogo das estruturas mentais e racionais, insurgindo-se contra o mito da objetividade e neutralidade da ciência.

Dialética Na Antigüidade, o fundador do pensamento dialético foi HERÁCLITO (540? – 480? aC.), para quem "O sol é novo a cada dia; nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos". Enfim, tudo flui, tudo passa, tudo se move sem cessar, a vida e tudo o mais que existe transformam-se num fluxo permanente.

Dialética O pensamento dialético prega a necessidade da convivência dos contrários, estabelecendo que a maneira de conhecer a realidade resulta do atrito e do confronto das diferenças constatadas. Predomina a relação da razão com a consciência, de maneira conflituosa como processo de conhecimento humano; ao mesmo tempo, uma afirmação incorpora uma série de negações. O conhecimento da realidade é a superação das contradições.

Dialética O pensamento dialético é por definição mutável; a verdade é a do momento, sempre retificável, provisória, pois somente assim o pensamento humano mostra-se capaz de evoluir, partindo-se, portanto, da idéia de que a realidade é sempre contraditória.

Dialética Suas principais características são: 1)o conflito; 2) suposição da relação do sujeito: envolvimento, "contaminação" do sujeito pelo objeto e do objeto pelo sujeito; o sujeito que conhece o objeto transforma-o; 3) conhecimento provisório: traz a idéia de mudança e transformação, encarando o direito como fenômeno dinâmico, transformado pela realidade e transformador da própria realidade.

Bibliografia ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. Editora Perspectiva. CARDOSO, Laís Vieira. Por uma visão crítica do Direito, artigo publicado no Jus Navigandi, www1.jus.com.br). CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. Atual Editora CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Editora Ática FUSTEL DE COULANGE. A cidade antiga. Editora Hemus.