Um Estudo de Caso no “Sindicato dos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro” VINÍCIUS DE ASSUMPÇÃO SILVA Orientadora: Prof. Sissiliana Vilchez de Rabanal Banca Examinadora: Prof. Sissiliana V. de Rabanal Prof. Marco Bruno H. Manzolillo Prof. Jimmy de Oliveira Correa Banca Examinadora: Prof. Sissiliana V. de Rabanal Prof. Marco Bruno H. Manzolillo Prof. Jimmy de Oliveira Correa DEZEMBRO / 2008 SUESC FEFRJ SUESC FEFRJ
Este é um tema bastante desconhecido da maioria das pessoas, gestão administrativa dentro das entidades sindicais. Trata-se de uma pesquisa que estudou o caso do Sindicato dos Bancários do Rio, onde a gestão administrativa está entrelaçada com as decisões políticas que são tomadas pelos administradores da entidade. Com uma estrutura grande, sem agilidade e com grandes dificuldades financeiras, levando esta realidade afetar seus desafios políticos, que é atender as necessidades da categoria representada e dos trabalhadores de forma geral.
OBJETIVO FINAL OBJETIVOS INTERMEDIÁRIOS Analisar a Gestão Administrativa do Sindicato dos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro com intuito de atender as expectativas de seus associados a - Examinar todas as receitas e despesas correntes b - Avaliar as expectativas dos associados em relação a atuação do Sindicato c - Avaliar a gestão administrativa em relação aos objetivos da entidade d – Detectar os desafios políticos da entidade e propor sugestões para a administração
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO O estudo pretendeu abordar as dificuldades administrativas em uma entidade sindical e demonstrando como isto pode afetar os seus representados e o futuro da própria entidade. O estudo foi realizado na sede central do sindicato, que fica na Av. Presidente Vargas, 502 – 17, 20, 21 e 22 andares no centro da cidade do Rio de Janeiro. O Sindicato dos Bancários Rio, vive um problema crônico em sua administração desde a década de 80. Despesas > Receitas – Bancários. boa parte da sua arrecadação com gastos de folha de pagamento. Reduz os “gastos políticos” com a categoria. Como reduzir folha se o próprio sindicato defende o emprego? A importância da administração sindical é muito grande, já que são recursos de terceiros. Uma entidade importante com 77 anos de luta. JUSTIFICATIVA O pesquisador é o presidente da entidade no período do estudo, que solicitou a outro colaborador para aplicar os questionários, além de explicar que não se tratava de estudo interno e sim com objetivo de colher dados para o TCC.
Tipo de Pesquisa: ◦ Quanto aos Fins – Descritiva e Explicativa ◦ Quanto aos Meios – Pesquisa Bibliográfica, Campo e Participante ◦ Quanto à Abordagem – Método Dialético ◦ Quanto ao Procedimento – Estudo de Caso Coleta de Dados: ◦ Consulta de textos específicos, elementos bibliográficos (livros, internet e publicações), participação direta e participante, além de entrevistas estruturadas a funcionários e representantes da instituição estudada.
TRATAMENTO DE DADOS UNIVERSO E AMOSTRA Qualitativo e Quantitativo, com a função de apontar alternativas diante dos problemas identificados Realizada na sede centro do sindicato, com 25% do total de funcionários e diretores SUJEITO DA PESQUISA Funcionários e diretores da entidade, principalmente aqueles responsáveis pela área administrativa, diretoria executiva e demais secretarias da entidade
REFERENCIAL TEÓRICO REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA “Fenômeno da globalização se consolida em um momento histórico, assumindo uma nova configuração do sistema capitalista, como resultado de decisões políticas e de ações de determinados sujeitos sociais. Partindo dessa premissa, é estabelecido o processo de reestruturação produtiva, marcado por transformações organizacionais e tecnológicas – no âmbito do trabalho e da produção, que se inicia na indústria e atinge, atualmente, todos os setores da atividade econômica” (David Harvey, 1989). DAVID HARVEY – Geógrafo marxista de origem britânica, é professor da City University of New York. Publicações: A Justiça Social e a Cidade. Tradução: Armando Corrêa da Silva, São Paulo: Hucitec, 1980; A Condição Pós Moderna, São Paulo: Loyola. 1992
REFERENCIAL TEÓRICO A CRISE NA ATUAÇÃO SINDICAL “A crise política (e ideológica) das estratégias de classe criou as condições “subjetivas” para a nova hegemonia do capital na produção. É uma variável política decisiva se considerarmos que, o que se procura constituir com o novo complexo de reestruturação produtiva, caracterizado pelo toyotismo sistêmico, é uma captura da subjetividade operária pela lógica do capital, um novo consentimento operário (ativo e propositivo), em especial no plano de suas organizações sindicais, compatível com as necessidades da produção capitalista na pós grande indústria”.(ALVES, 2003) GIOVANNI ALVES – Doutor em Ciências Socias e Mestre Sociologia. Publicação: Dimensões da Globalização e Novo (e precário) Mundo do Trabalho.
REFERENCIAL TEÓRICO A CRISE NA ATUAÇÃO SINDICAL “(...) o ideário neoliberal leva ao desmantelamento do movimento social, da solidariedade, da ação coletiva. Enfraquece a identidade de classe dos trabalhadores, reforçando o individualismo e a divisão ou concorrência entre os mesmos. E isso é possível porque existe uma base real – construída pelas transformações na organização ou gestão do trabalho postas pela reestruturação produtiva – que desemprega, precariza, exclui e deixa os trabalhadores expostos à selvageria do mercado de trabalho, cada vez mais desregulamentado e “livre”.” (DRUCK, 2000). Graça Druck – Doutora em Ciências Sociais, Pesquisadora do Centro de RH da UFBA e do CNPq; Especialista em estudos na área de sociologia do trabalho. Publicações: Terceirização: (Des) Fordizando a Fábrica; Reestruturação Produtiva e os Sindicatos – um estudo da imprensa sindical.
REFERENCIAL TEÓRICO NEGOCIAÇÃO COLETIVA “É um tipo específico de negociação no qual interesses antagônicos se ajustam num ato de intercâmbio: de um lado, os empregador; do outro lado, os empregados, representados pelo sindicato. Trata-se de um estabelecimento de regras que regulam, entre outras coisas, o comportamento das partes ao resolver disputas, incluindo a assistência a terceiros e o uso da arbitragem, visando assegurar que a remuneração e outros termos da transação estejam conforme um determinado acordo contratual. Em última análise, regulamentam a relação de trabalho. A negociação coletiva possui característica comum a qualquer outro tipo de negociação, devendo ter um desfecho: acordo ou desacordo. Porém, existem aspectos próprios da negociação coletiva” (LOBOS, 1988): JULIO A LOBOS – Administrador. Publicação: Sindicalismo e Negociação. 3 Ed. Rio de Janeiro: José Olympio. 1988
Uma história de quase 80 anos na defesa da classe trabalhadora, da democracia e da justiça social. Muitos marcaram presença nesta história Aloísio Palhano presidente morto pela ditadura e até hoje não encontrado representa bem esta legião de abnegados. Fundado em 17 de janeiro de 1930 surgiu uns dos maiores sindicatos do Brasil, sempre à frente das principais lutas dos trabalhadores brasileiros, sendo o segundo maior sindicato de bancários do Brasil. Sofreu diversas intervenções da ditadura militar na luta pela democracia no Brasil. Mobilização, participação, coletividade, luta, greve, solidariedade, garra, ética e respeito sempre foram palavras no seu cotidiano.
1930 Fundado o Sindicato dos Bancários que teve como primeiro nome Federação dos Bancários do Brasil, depois Sind. Brasileiro de Bancários 1941 O Sindicato Brasileiro de Bancários passa a chamar-se Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do DF. 1956 Adquirida a Sede Campestre em Jacarepaguá 1971 Aloísio Palhano, duas vezes Presidente da entidade é morto sob tortura no DOI-Codi de SP, e nunca foi achado. 1981 Fundado o Departamento de Aposentados 1984 Sindicato lidera a Campanha DIRETAS JÁ!
1985 A maior greve nacional dos bancários 1986 Sindicato filia-se a CUT 1991 O Jornal BancáRio torna-se diário com 23 mil exemplares. 1992 Sindicato lidera a campanha FORA COLLOR. É criada a CNB – Confederação Nacional dos Bancários 1997 Sindicato lidera luta contra as privatizações. Banerj é privatizado e o Itaú leva. Bamerindus é comprado pelo HSBC, inicia-se um grande processo de demissões. 1998 Sindicato conquista a Porta Giratória. 2004 Bancários realizam uma longa greve de 30 dias 2006 A CNB vira CONTRAF – Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro. 2008 É a maior mobilização desde 1985 nos bancos privados e conquistam 10% de reajuste.
MISSÃO Liderar a categoria bancária e ser a referência dos trabalhadores. VISÃO Ser um Sindicato lider e conquistar a sociedade para as suas causas. OBJETIVO Conquistar direitos para os bancários e para classe trabalhadora, na busca por um Brasil justo para todos.
Através da pesquisa e da observação direta, foi possível avaliar que o ambiente organizacional é bom, mas que a estrutura precisa ser mais dinâmica e organizada. 92% dos entrevistados disseram que o ambiente de trabalho é ótimo ou bom; 83% disseram que o seu salário é bom ou razoável. Apenas 3% acham que o relacionamento entre diretores e funcionários é ruim.
A maioria respondeu (52%) que os gastos com folha devem ser entre 36% e 50% da arrecadação com mensalidades. 95% Responderam que falta qualificação profissional aos diretores e funcionários no atendimento a categoria. A estrutura da entidade é suficiente para atender a categoria conforme 69% dos entrevistados. Dentre os entrevistados 35% acham 1,5% de mensalidade alta.
Responderam que as principais propostas para a melhoria no atendimento são: Cursos de Qualificação (26%); Criação do 0800 (25%); Mudar forma de atuação das secretarias (16%). 94% responderam que a falta de qualificação profissional no exercício do cargo, atrapalha as decisões administrativas. Atender as expectativas da categoria, a mais citada como principal desafio político da entidade; logo após: Resolver as dificuldades financeiras; depois uma estrutura mais ágil e dinâmica.
Atender as expectativas dos bancários Manter-se como referência na sociedade e no movimento sindical Liderar as lutas da categoria bancária Conquistar direitos para a categoria Conquistar credibilidade junto aos representados Aumentar o número de sindicalizados Aumentar o grau de satisfação dos bancários com o seu sindicato Criar uma estrutura ágil e dinâmica Resolver as dificuldades financeiras para melhor atender as necessidades da categoria.
FUNCIONÁRIOS E DIRETORES ◦ Qualificação profissional aos funcionários ◦ Formação Sindical aos diretores ◦ Estudar viabilidade do PCS e do PCC ◦ Redução no mínimo em 20% o número de dirigentes ◦ Realizar um PDV para redução do quadro de funcionários RECEITA DE DESPESAS ◦ Campanha de Sindicalização ◦ Parceiros na administração da Sede Campestre, visando corte de custos ◦ Reduzir custo folha de pagamento X receitas ESTRUTURA ADMINISTRATIVA ◦ Reagrupar secretarias na sede ◦ Criar central de atendimento telefônico (0800) ◦ Contratar profissional na área administrativa e financeira ◦ Diminuir despesas diárias ◦ Alugar sedes ociosas (Teófilo Otoni e andar na Pres. Vargas)
A escolha deste tema teve como razão demonstrar a dificuldades e as diferenças na gestão em uma entidade sindical de grande porte como os bancários do Rio, que chegam a ter arrecadação equivalente a de grandes empresas, em torno de R$ 700 mil mensais. O objetivo deste estudo foi analisar como administrar entidades políticas sem afetar seus desafios e objetivos políticos. Como tomar medidas administrativas corretas, mas que são politicamente incorretas.
Conforme observado na pesquisa, o clima organizacional é bom, resultado da política de valorização profissional e salarial dos últimos anos. Há uma boa avaliação da categoria com o seu sindicato É preciso equilibrar as despesas e receitas urgentemente, uma redução forte na categoria, com certeza deixará a entidade em situação muito ruim financeiramente. Este estudo de caso dos Bancários do Rio, realizou-se procurando detectar os problemas e apresentando propostas que possam melhorar o atendimento ao bancário e também oferecer sugestões que possam melhorar a estrutura para atender as necessidades da categoria e assim atingir seus objetivos e ultrapassar seus desafios políticos.
Minha esposa e companheira Mara Cruz do meu lado sempre; Meu Pai Antonio que sempre me incentivou, minha Mãe Celeste que lá no alto está feliz e a minha irmã Valéria; Ao Victor Merçon amigo e companheiro dos momentos mais difíceis; Prof. Sissiliana pela paciência e carinho; Todos os professores do Curso de Administração pelos ensinamentos; Meus amigos e companheiros da turma 3131; Aos Diretores e Funcionários do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro; À Coordenação do Curso de Administração da FEFRJ / SUESC. Minha esposa e companheira Mara Cruz do meu lado sempre; Meu Pai Antonio que sempre me incentivou, minha Mãe Celeste que lá no alto está feliz e a minha irmã Valéria; Ao Victor Merçon amigo e companheiro dos momentos mais difíceis; Prof. Sissiliana pela paciência e carinho; Todos os professores do Curso de Administração pelos ensinamentos; Meus amigos e companheiros da turma 3131; Aos Diretores e Funcionários do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro; À Coordenação do Curso de Administração da FEFRJ / SUESC.