Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831). 1. Características gerais Por muitos estudiosos, Hegel é considerado como o mais importante filósofo do século.

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Transcrição da apresentação:

Georg Wilhelm Friedrich Hegel ( )

1. Características gerais Por muitos estudiosos, Hegel é considerado como o mais importante filósofo do século XIX. Dentre as razões para este destaque, está a de ele ter sido o primeiro filósofo a trazer a História para o centro do seu pensamento. O sistema filosófico de Hegel é o último grande sistema da tradição moderna. Foi contemporâneo de Napoleão Bonaparte, cuja “aura” exerceu profunda influência no seu pensamento.

2. Crítica de Hegel a Kant

Para Hegel, a pretensão da epistemologia kantiana de conhecer como conhecemos, simplesmente, não é possível. Afinal, conhecer como se dá o conhecimento já é uma forma de conhecimento.

O a priori kantiano supõe que o sujeito e o objeto estão completamente separados e, portanto, não parece levar em conta a capacidade de modificação de ambos. Não obstante, o meio (a realidade) não apenas é palco das alterações do objeto, mas também das alterações do modo pelo qual o sujeito conhece e se relaciona com o objeto.

Ao invés de tentarmos conhecer como conhecemos (epistemologia), devemos refletir como o conhecimento se origina e se transforma na própria consciência de modo a progredir e se aproximar cada vez mais da verdade (fenomenologia). Ciência da experiência da consciência (Hegel) versus Teoria universal do conhecimento (Kant)

Hegel versus Kant Kant – Procura o universal e necessário no a priori, ou seja, no que está no sujeito antes que este interaja com o mundo, e assim, portanto, conheça. Hegel – Procura o universal e necessário no modo de transformação do conhecimento na consciencia do indivíduo e na própria história da humanidade.

3. Consciência e história

A racionalidade humana é, portanto, histórica e não algo intemporal O progresso do conhecimento que se opera na consciência humana se desdobra na realidade exterior como história. A transformação da razão e de seus conteúdos é obra racional da própria razão. A transformação da razão é história. Conhecer as leis universais pelas quais o conhecimento se transforma e evolui na consciência (ou racionalidade humana) é o mesmo que conhecer as leis universais pelas quais a realidade se transforma. A racionalidade humana (consciência) transforma a realidade e a realidade transforma a racionalidade humana; conhecer as leis da transformação de um é, portanto, conhecer as leis da transformação do outro. De acordo com Hegel, se conhecermos as leis pelas quais o meio altera o objeto e a consciência do sujeito que o conhece e com ele se relaciona, chegaremos ao conhecimento absoluto que, para ele, é a própria Filosofia.

“O real é racional e o racional é real” Hegel. Filosofia do direito. Observem com isso que a racionalidade humana não é algo pronto, um modelo que devemos imitar, mas algo que está em desenvolvimento, está vindo a ser no próprio desdobramento histórico da humanidade, na realidade vivida cotidianamente por nós.

Algumas conclusões… Para compreendermos o que somos hoje, temos de traçar o caminho pelo qual a razão humana se desenvolveu; Ao refletir sobre a história, que é a externalização de si mesma, a consciencia se autoconhece; Compreender o processo histórico, as leis da história, seu sentido e sua direção, permite ir além da consciência do nosso próprio tempo.

4. Leis do movimento da consciência e da história = Dialética

Dialética como contradição e superação da contradição A história humana não progride através de um movimento linear, em que um momento histórico simplesmente sucede o outro, mas sim através de contradições autossuperadoras contínuas. Isso quer dizer que cada momento surge do anterior e prepara o seguinte, em um processo de embate e superação em que sempre o anterior tem de ser negado. A contradição, o conflito é o que permite à razão desenvolver-se, conhecer-se e, portanto, superar-se rumo ao conhecimento absoluto.

As três etapas da dialética ou do movimento do real Tese (afirmação) Antítese (contradição) Síntese (superação da contradição; elevação a um novo patamar)

“Pois bem: Hegel emprega a palavra com os três sentidos diferentes ao mesmo tempo. Para ele, a superação dialética é simultaneamente a negação de uma determinada realidade, a conservação de algo de essencial que existe nessa realidade negada e a elevação dela a um nível superior. Isso parece obscuro, mas fica menos confuso se observamos o que acontece no trabalho: a matéria-prima é "negada" (quer dizer, é destruída em sua forma natural), mas ao mesmo tempo é "conservada" (quer dizer, é aproveitada) e assume uma forma nova, modificada, correspondente aos objetivos humanos (quer dizer, é "elevada" em seu valor). É o que se vê, por exemplo, no uso do trigo para o fabrico do pão: o trigo é triturado, transformado em pasta, porém não desaparece de todo, passa a fazer parte do pão, que vai ao forno e - depois de assado – se torna humanamente comestível.” Leandro Konder. O que é dialética?

O Todo só se torna conhecido através da síntese. “O botão desaparece no desabrochar da flor, e pode-se afirmar que é refutado pela flor. Igualmente, a flor se explica por meio do fruto como um falso existir da planta, e o fruto surge em lugar da flor como verdade da planta. Essas formas não apenas se distinguem, mas se repelem como incompatíveis entre si. Mas a sua natureza fluida as torna, ao mesmo tempo, momentos da unidade orgânica na qual não somente não entram em conflito, mas uma existe tão necessariamente quanto a outra, e é essa igual necessidade que unicamente constitui a vida do todo.” Hegel

O processo é dialético na medida em que as fases justapõem-se negativamente. O superior anula o inferior, mas o processo deve incluir tanto o negativo quanto o positivo. O negativo tem de ser de algum modo positivo, pois as fases não se aniquilam ao se superarem, mas se conservam. A negatividade é o motor do processo, no sentido de que é a experiência de não ter no objeto o que ela pensava ter. A negação conduz assim a um novo ato de apreensão. Danilo Marcondes. Iniciação à História da Filosofia.

“O todo é o verdadeiro”. A consciência não é o ponto de partida ou de chegada, ela é o próprio processo. A suprema síntese de todo o processo é o conhecimento absoluto. O Absoluto não é algo inacessível ao saber, mas é o saber de si mesmo no saber da consciência, a autorreflexão. “Só o Absoluto é verdadeiro, só o verdadeiro é absoluto”. “Ao retirar o véu que cobre o real, procurando penetrar nas coisas, encontraremos apenas a nós mesmos” Hegel