O Processo de Internacionalização de Empresas

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Transcrição da apresentação:

O Processo de Internacionalização de Empresas Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr.

Sumário Formas de Internacionalização Teorias da Internacionalização Internalização Custos de Transação Paradigma Eclético Escola de Uppsala Teoria das Redes Modelos Econômicos Modelos Comportamentais Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Formas de Internacionalização O Modo de Entrada no mercado estrangeiro pode ser desenvolvida uma escala de comprometimento (recursos, investimento, controle e coordenação organizacional) Do modo de entrada menos comprometido no mercado estrangeiro para o modo mais comprometido: Fonte: Pipkin, 2001:57 Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Características dos Tipos de Entrada Fonte: Hitt, Ireland e Hoskisson, 2002 Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Teoria da Internalização Autores: Buckley e Casson (1976), Rugman (1980) Princípio: A empresa tem a função de internalizar ou integrar as transações que por meio do mercado são mais ineficientes ou mais dispendiosas, que quando realizadas dentro da estrutura da empresa. Torna-se mais vantajoso desenvolver transações dentro da empresa (entre as subsidiárias) que entre empresas diferentes Qual tipo de transações? Desde produtos até tecnologia, passando pelas formas de gestão, e principalmente conhecimento Quanto maior transações baseadas em conhecimento maior a propensão para a internalização. Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Teoria do Custo de Transação I Autor: Williamson (1971, 1975) Desde quando a empresa decide explorar o mercado estrangeiro (exportação...), ela enfrenta custos associados a: busca de informação cumprimento de contratos Os dois tipos de custos variam em sentido inverso. Quando a empresa decide entrar no mercado (subsidiárias) surgem novos custos (custos de internalização) Custo da obtenção de melhor conhecimento do mercado Custos de construir a empresa Custo de controle das atividades Custos de flexibilidade, reversibilidade dos investimentos Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Teoria dos Custos de Transação II Se os custos de internalização forem maiores que os custos de transação a empresa decide não se instalar com subsidiárias no mercado e vice versa Entretanto apenas a consideração destes custos não é suficiente, devem ser considerados ainda os aspectos da Localização: que incluem custos de transporte e produção Estratégia da Empresa: centralização x dispersão das atividades Concorrência em cada mercado Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

A Teoria OLI ou Paradigma Eclético Autor: Dunning (1981,1988,1993) Explica a instalação de subsidiárias baseado em três vantagens 1. Vantagem Especifica da Firma (O – Ownership) Propriedade tecnológica; Economia de escala; Dotações específicas (homens, capitais e organização); Acesso ao mercado, fatores e produtos; Multinacionalização anterior 2. Vantagens de Localização (L) Preços e qualidade dos inputs; Custos de transporte e comunicação; Distância física, da língua, da cultura; Distribuição espacial dos inputs; potencial do mercado. 3. Vantagens de Internalização (I) Diminuição dos custos de cambio, do volume direto de propriedade e da incerteza; Controle da oferta, dos mercados; Possibilidades de acordo. Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Críticas as Teorias da Internalização, dos Custos de Transação e Eclética Teorias explicam o IDE, mas dão pouca atenção as formas de internacionalização Teorias de caráter estático, dizem pouco sobre a aprendizagem Não explicam as formas de cooperação empresarial Voltadas mais para as atividades de manufatura, que serviços Enfoque econômico, não consideram a função desempenhada pelos executivos nos processos de internacionalização Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Teoria da Escola de Uppsala I (Johanson and Vahlne, 1977, 1990) Modelo Comportamental Baseado em três pressupostos A falta de conhecimento é o maior obstáculo na internacionalização O conhecimento adquirido através da experiência é considerado o mais importante na internacionalização A empresa se internacionaliza investindo os recursos de maneira gradual. Trata-se de um processo de aprendizagem. Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Teoria da Escola de Uppsala II As empresas vão gradualmente incrementando seu comprometimento internacional à medida que aumenta seu conhecimento sobre a atuação em mercados internacionais. As empresas tendem a se projetar primeiro nos mercados mais conhecidos, mais próximos geograficamente e culturalmente (proximidade na lingua, nos níveis de educação, de mercado, instituições, desenvolvimento industrial) Isto é a empresa entrem primeiramente nos mercados que apresentam menor “distância psiquica” Empresas que acumulam experiência em negócios internacionais estão mais preparadas para adotar estratégias de internacionalização mais sofisticadas e intensivas em conhecimento Empresas com maior experiência optam por formas de atuação que implicam em maior comprometimento de recursos e em assumir maiores riscos Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Teoria da Escola de Uppsala III A teoria: Está ligada a uma visão da empresa baseada em recursos pressupõe que uma vantagem competitiva internacionalmente sustentável depende dos ativos tangíveis e intangíveis específicos da empresa (ex. conhecimento acumulado) A Internacionalização pode ser entendida como um processo de acúmulo de conhecimento através de aprendizagem das empresas. Muitas empresas falham ao entrar em mercados internacionais devido à falta de recursos e competências Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Limitações da Teoria da Escola de Uppsala Visão linear, esquemática e determinista. Não considera a possibilidade de ‘queimar etapas’, essencial para empresas dos países em desenvolvimento e para as empresas da nova economia e era digital A seqüência e velocidade do processo de internacionalização pode ser afetada pelos diferentes ambientes de negócios A medida que a empresa aprende sobre determinado mercado internacional, ela reduz o grau de incerteza, conseqüentemente diminui a necessidade de se desenvolver gradualmente. Não aborda o caso da empresa tomar a decisão de desinvestir no mercado estrangeiro. Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

A Teoria das Redes – Evolução da Escola de Uppsala I Vários (Bjorkman and Forsgren, 2000) Os processos de internacionalização podem resultar de outros dois tipos de relacionamentos que não contemplados pelos modelo de Uppsala: relacionamentos entre as subsidiárias e com os atores externos (fornecedores, competidores, consumidores) A rede trata processos de relacionamentos multilaterais e não unilaterais como proposto pelo modelo de Uppsala A teoria das redes está apoiada No relacionamentos empresa em internacionalização com outros atores externos do país estrangeiro No grau de internacionalização da network onde ela está inserida. Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

A Teoria das Redes – Evolução da Escola de Uppsala II 1) Demonstra como a percepção psíquica pode afetar o processo de seleção dos mercados, em nível de decisão individual A teoria da Escola de Uppsala trabalha com um nível de agregação muito alto da distância psíquica, em geral omitindo as diferenças entre regiões e industrias, bem como a percepção do indivíduo. 2) O paradoxo do gradualismo e descontinuidade “No caso, o gradualismo refere-se aos relacionamentos desenvolvidos no decorrer da trajetória de uma empresa em determinado mercado, enquanto descontinuidade diz à respeito do modo de operação utilizado pela empresa para operar nesse mercado” (Rezende, 2002:46). Gradualismo = formação de networks Descontinuidade = no modo de entrada e seqüência dos investimentos Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Comparando as Teorias Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr Fonte adaptada: Whitelock, 2002 Prof. Moacir de Miranda Oliveira Jr

Referências das obras citadas Bjorkman I and Forsgren, M. Nordic international business research: a review of its development. In: International Studies of Management and Organization, v.30, n1, 2000, pp. 6-25. Bucley P. and Casson, M Rhe future of Multinational Entreprise. London: Macmillan, 1976 Caves,R.International Corporations: the industrial economics of foreign investment, Economica, vol 38 february, 1971, pp. 1-27 Dunning, Jonh H. Multinational Enterprises and the Global Economy. Workhingan : Addison-Wesley, 1993 Hitt, M.A.; Ireland, R.D. e Hoskisson, R.E.. Administração Estratégica. São Paulo. Pioneira Thompsons Learning, 2002. Johanson, J. and Vahlne, J.-E. The Internationalization Process of the Firm – A Model of Knowledge Development and Increasing Foreign Market Commitments. Journal of International Business Studies. Vol. 8, n.1, 1977, pp 23-32. Pipkin, A . Marketing Internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2001 Rezende, Sergio Fernando Loreiro. Gradualismo e Descontinuidade em Processos de Internacionalização. In Revista de Administração. São Paulo, vol 37, (1), 2002, pp 39-50. Whitelock, J. Theories of internationalization and their impact on market entry. In International Marketing Review, vol 19, n.4, 2002, pp. 342-347. Prof. Moacir M. Oliveira Jr