Programa de Melhoramento de Suínos no Brasil

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Transcrição da apresentação:

Programa de Melhoramento de Suínos no Brasil Me. Robson Michael Delai

A suinocultura brasileira ocupa o quarto lugar no ranking de produção de carne suína, tendo atingido em 2005 a cifra de 2,708 milhões de toneladas, das quais 77% destinaram-se ao consumo interno e 23% à exportação. O volume exportado corresponde a 12,5% dos negócios internacionais de carne suína, colocando o Brasil em quarto lugar entre os países exportadores.

Esse cenário atual foi construído ao longo das últimas quatro décadas, com um grande impulso a partir dos anos 70, que coincidiu com a implantação do Centro Nacional de Pesquisa de Suínos em 1975, Unidade da Embrapa, localizado em Concórdia SC, e que três anos depois incorporou a pesquisa com aves, passando a denominar-se Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves.

O que acontecia até a implantação do centro? Melhoramento era feito através da introdução de material genético importado.

Próximos passos A Embrapa iniciou seu trabalho com estudos voltados para a identificação da variabilidade genética das raças exóticas disponíveis no Brasil, em especial a Landrace, Large White e Duroc, com vistas a implantação de programas de melhoramento genético em nível estadual.

Próximos Passos Trabalhando com a Associação Brasileira de Criadores de Suínos e suas filiadas estaduais, foram organizados e normatizados os Testes de Performance em Estações Centrais (ETRS) e os Testes de Granja (TG), como base para a seleção do material genético nas granjas de reprodutores suínos.

Década de 80 Com a participação efetiva da Embrapa, foram organizados os Programas Estaduais de Melhoramento Genético de Suínos para os estados do Sul. Seguiu-se o conceito de pirâmide de produção, situando em seu topo os “Rebanhos Núcleo”, responsáveis pelo melhoramento genético das raças puras, via seleção intensiva das características economicamente importantes; na parte central os “Rebanhos Multiplicadores”, responsáveis pela produção de matrizes, principalmente fêmeas F1 e machos para atender produtores de suínos de abate.

A estrutura de um programa de melhoramento genético de suínos é baseada numa pirâmide organizacional composta pelos rebanhos Núcleo, Multiplicador e Comercial (Lopes et al., 2001).

Rebanho Núcleo No rebanho núcleo, que geralmente é composto de raças puras ou linhagens sintéticas, há alta intensidade de seleção, com vistas em maximizar o progresso genético.

Rebanho Multiplicador O rebanho multiplicador recebe animais do rebanho núcleo para produção de animais F1 ou híbridos, que serão utilizados no rebanho comercial

Rebanho Comercial No rebanho comercial utiliza-se o material proveniente do rebanho núcleo e, ou, do rebanho multiplicador, dependendo do sistema de cruzamento adotado, para produção de suínos híbridos que são destinados ao abate.

Transferência de machos do rebanho núcleo para o comercial Transferência de machos do rebanho núcleo para o comercial. Reposição com fêmeas do próprio plantel Transferência de machos e fêmeas do rebanho núcleo para o multiplicador. E de apenas machos para o comercial. Reposição com fêmeas do próprio plantel Transferência de machos e fêmeas do rebanho núcleo para o multiplicador. E deste para o comercial. Usado no cruzamento entre 4 linhagens ou raças Transferência de machos e fêmeas do rebanho núcleo para o multiplicador. De machos do núcleo para o comercial e de fêmeas do multiplicador para o comercial

Década de 80 Foi incorporando os benefícios da heterose; e na base da pirâmide os chamados “Rebanhos Comerciais”, em que produtores de animais para o abate recebem reprodutores dos estratos superiores da pirâmide e fazem o cruzamento final, beneficiando-se novamente da heterose

Similaridade com o programa de Bovinos Nessa mesma época (80) foram também trabalhados pela Embrapa, utilizando o BLUP, os dados das raças puras, gerando os valores genéticos de machos para serem considerados para uso nas granjas núcleo. BLUP é uma combinação das duas técnicas, o índice de seleção, em predizer os valores genéticos dos animais, tomados como aleatórios, e ajustar os dados, à semelhança dos quadrados mínimos, para efeitos fixos e para número desigual de informações nas subclasses, por meio da metodologia de modelos mistos. . Esse modelo animal possibilita a inclusão, numa mesma avaliação, de observações de reprodutores, de fêmeas e das crias.

Problemas a vista! Apesar dos esforços envidados pelas Associações, não foi possível organizar de maneira eficaz os produtores de reprodutores nos dois estratos superiores da pirâmide, de forma que o próprio mercado e a chegada e estruturação das primeiras empresas de melhoramento genético no país, forçaram o enquadramento da grande maioria dos produtores de animais de pedigree nos dois estratos inferiores, ficando os rebanhos núcleo praticamente restritos as empresas de melhoramento e as grandes integrações e provocando a desativação das ETRS.

Década de 90 A partir dos anos 90, a Embrapa iniciou um trabalho de parceria com a Cooperativa Central Oeste Catarinense Ltda., voltado para a seleção de linhas fêmea e macho para atender pequenos e médios produtores cooperativados. As ações na linha fêmea concentraram-se na seleção das raças Landrace e Large White, implantando o BLUP como ferramenta para a determinação do valor genético dos candidatos à seleção.

Década de 90 Na linha macho, foi desenvolvida uma linha de macho terminador, denominado Embrapa MS58, também conhecido como suíno “light”, com potencial de produzir acima de 58% de carne na carcaça, tendo como base o material genético das raças Duroc, Hampshire e Pietrain.

O melhoramento do MS58 Como essa linha não era negativa para o gene halotano. Animais que apresentam o gene do estresse suíno (halotano) apresentam carne pálida, mole e exsudativa (PSE) em heterozigose, e em maior grau em homozigose recessiva, caracterizando a Síndrome do Estresse Suíno. Animais portadores desta síndrome têm maior tendência a apresentar carne de baixa qualidade.

Preocupações e soluções Garantir maior resistência ao estresse e melhor qualidade da carne. Embrapa desenvolveu uma segunda linha, livre do gene halothano: produção a partir de raças Duroc, Large White e Pietrain Recebeu o nome de Embrapa MS60. Os primeiros resultados desta linha mostraram produção média de carne na carcaça de 62,2% e eficiência alimentar de 2.27 dos 30 aos 90 Kg de peso vivo.

Parece pouco? A utilização desses reprodutores machos na integração da AURORA a partir de 1996, ano em que foi lançada a primeira linha, contribuiu para um aumento de 5,3 % na produção de carne magra dos suínos de abate, partindo de 51,8 % em 1996 para 56,5 % em 2004.

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