Análise do Discurso Fundada por Michel Pêreux, na década de 60, a Escola Francesa de Análise do Discurso tinha a proposta de substituir a Análise de Conteúdo.

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Transcrição da apresentação:

Análise do Discurso Fundada por Michel Pêreux, na década de 60, a Escola Francesa de Análise do Discurso tinha a proposta de substituir a Análise de Conteúdo Tradicional. Articula: O Materialismo Histórico como teoria das formações sociais (A história está, e sempre esteve, ligada ao mundo dos homens enquanto produtores de suas condições concretas de vida e, portanto, tem sua base fincada nas raízes do mundo material, organizado por todos aqueles que compõem a sociedade. Os modos de produção são históricos e devem ser interpretados como uma maneira que os homens encontraram, em suas relações, para se desenvolver e dar continuidade à espécie.) A Linguística como teoria dos mecanismos sintáticos (relativos à regras de uma determinada língua) A Teoria do Discurso enquanto teoria da determinação histórica dos processos semânticos (relativos ao sentido, à significação das unidades linguísticas). Perpassada, ainda, por uma Teoria da Subjetividade de natureza psicanalítica para explicar os recalques na formação do significado.

Pressupostos da Análise do Discurso (segundo Pêcheux): O sentido de uma expressão não existe em si mesmo, mas expressa posições ideológicas em jogo no processo sócio-histórico onde as expressões são produzidas. Toda formação discursiva dissimula (engana) sua dependência das formações ideológicas. Visa compreender o modo de funcionamento, como se organizam e as formas de produção social do sentido nos discursos. Enquanto procedimento, pretende inferir (deduzir, concluir), a partir da linguagem e de sua organização (“efeitos de superfície”), uma estrutura profunda: os processos de produção.

Para Orlandi, a Análise de Discurso procura: Problematizar as evidências e explicitar seu caráter ideológico, (não há sujeito sem ideologia e nem discurso sem sujeito). Denunciar o encobrimento das formas de dominação política que se manifestam numa razão disciplinar e instrumental.

A AD refere-se a um ponto de vista próprio de olhar a linguagem: olhar do debate e do conflito. Na AD, o texto é portador do conteúdo/contexto situacional expresso pelo sentido. Encaminha-se fundamentalmente para a crítica da linguagem. Alerta para o fato de que o emissor e o receptor do discurso correspondem a lugares determinados na estrutura social (patrão/operários; padre/fiéis; pai/filho; etc). A situação dada do locutor assim como a do destinatário afetam o discurso emitido, pois o sujeito produz e transmite o discurso num espaço social.

Conceitos da Análise de Discurso: Texto: é o discurso acabado para fins de análise. é o efeito das relações e do contexto. é dele que partem possíveis recortes. difere do discurso (discurso é a linguagem em interação). 2. Leitura e Silêncio: Qualquer texto admite múltiplas possibilidades de leitura. Tanto quanto a palavra, o silêncio possui suas condições de produção. “O silêncio conseguido pelo opressor é uma forma de exclusão; o silêncio imposto pelo oprimido pode expressar formas de resistência” (Minayo, p. 214).

3. Tipos de Discurso: Discurso lúdico = simetria total Discurso polêmico = pouca simetria Discurso autoritário = assimétrico Estes tipos se subdividem-se e permitem a construção de matrizes de interpretação. 4. Caráter recalcado da matriz do sentido: Os processos discursivos realizam-se no sujeito mas o transcendem, ainda quando este tem a ilusão de estar na origem do sentido. Os processos discursivos refletem a zona do inconsciente e a zona pré-consciente/consciente.

Enquanto possibilidade técnica: Numa entrevista (discurso em monólogo) e na amostra toda (conjunto acabado de realizações discursivas) são estabelecidos o conjunto de domínios semânticos (relativos ao sentido, à significação das unidades linguísticas). postos em jogo neste discurso e as relações de dependência entre os domínios. Proposta operacional para Orlandi: Análise das palavras do texto (separação dos termos constituintes; análise dos adjetivos, dos substantivos, dos verbos, dos advérbios). Análise das construções das frases. Construção de rede semântica. Consideração da produção social do texto como constitutivo de seu sentido.

Críticas: Não existe precisão de seu objeto. Por estar “amarrada” ao estruturalismo, não apresenta flexibilidade necessária para dar conta do Sentido. A redução para uma análise automatizada (em fichas, proposta por Pêreux) não permite a apreensão das relações dialéticas constitutivas da relação social.

Para Minayo (p.218): “As advertências teóricas da AD sobre as condições de produção da linguagem são o lado forte da teoria que pode estar presente em qualquer análise de conteúdo”.