Relato de Caso: Dor Torácica

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Relato de Caso: Dor Torácica
Advertisements

Hospital Santo Antônio
Leonardo Gebrim Costa Julho 2009 Internato em pediatria ESCS
Hemope Grupo: Gabriel Monteiro nº 32 Geórgia Linhares nº 33 Giselle Lisbôa nº 34 Isadora Nunes nº 35 Jordão Leite nº 36.
LLA-Horizon Live Conferencia Recife/St. Jude 29 Março 2006 Tópicos: Paciente # 25 = Novo Paciente # 24 = Evolução Paciente # 3 = Evolução.
Superintendência de Vigilância em Saúde - SVS Superintendência de Vigilância em Saúde - SVS Centro de Epidemiologia - CEPI VACINAÇÃO CONTRA INFLUENZA E.
HIDROCELE ANIMAL Fabiana Maria Mendes Gabrielle Gonçalves N. Resende
Instituto Oncoguia Nossa missão: Transformar a realidade do câncer no Brasil por meio de informação de qualidade e ações de promoção.
Criptorquidia em 2016 Diagnóstico e Tratamento
GEPED 25/08/2015 Caio Dinelli Pinheiro – R1 Departamento de Radiologia HC – InRad Orientador: Dr. Luiz Antônio Nunes de Oliveira.
Espécie Echinococcus granulosus Doença hidatidose Distribuição cosmopolita.
Abordagem da criança com sopro cardíaco
MARCOS TOBIAS MACHADO SETOR DE URO-ONCOLOGIA Câncer de próstata resistente a castração Definição, história natural e marcadores prognósticos.
SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem para feridas.
Lactente chiador Caracteriza-se por 3 episódios de
CASO CLÍNICO No 0009.
CASO CLÍNICO No 0037.
CASO GERME 04/09/2014 HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS – SÃO PAULO
AVALIAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS DE CEFALÉIA PRIMÁRIA NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE E POSTERIORMENTE ATENDIDO EM AMBULATÓRIO DE NEUROLOGIA Serviço de Neurologia.
SERVIÇO DE RADIOLOGIA Orientações para solicitações de exames de imagem na Emergência do HU/UFSC Prof. Dr. Gustavo Lemos Pelandré Chefe do Serviço de Radiologia.
CASO CLÍNICO No 0029.
Sistema Esquelético.
05/12/2017.
Gera Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Oncologia diagnóstica
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
Disciplina de Infectologia da UFCSPA Serviço de DIP da Santa Casa
Epidemiologia IV – 2016 Caso clínico 1.
  Alexandre Martins Passos Ferreira Residente do serviço de Endoscopia
Implante de stent no canal arterial como paliaçao inicial em cardiopatias canal-dependentes: Resultado inicial e seguimento Juliana Neves, Fabricio Pereira,
Detecção Precoce e Manejo Clínico da Sepse
Pneumonias adquiridas na comunidade: como tratar
Drenagem Pleural Método cirúrgico destinado a remoção de ar ou de líquidos patológicos acumulados no interior das cavidades pleurais (espaço situado entre.
MACROBULINEMIA DE WALDESTRÖM EM PACIENTE HIV/SIDA: RELATO DE CASO
Discussão de Caso Clínico 1 LIGA DO RIM
Tumor em Rim em Ferradura
CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS - CASO CLÍNICO -
REVISÃO - ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO TÓRAX, ABDOME E PELVE
Artigo 25-5 Diego A. Effio Solis
Grupo de estudos do Tórax Luciana Estacia Ambros – R2 Med Imagem
Exantema Súbito Roseola infantum, sexta doença,
Doenças Infecciosas e Parasitárias
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM CARCINOMA DE TIREOIDE
Papel do PET/CT no Diagnóstico Etiológico das Sds Para-neoplásicas
Abordagem da criança com sopro cardíaco
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA GESTANTE
Ira pré-renal Bruno Braga.
Jefferson Luiz Gross AC Camargo Cancer Center São Paulo
Exercício I: Série de Casos - Apresentação de Dados
BRONQUIECTASIA Dra Luisa Siquisse.
– Belo Horizonte, Setembro de 2008
ESTUDOS DE CASOS Hugo Henrique de Freitas Ferreira Graduando em Medicina – Universidade Potiguar UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA ACADÊMICA ESCOLA DE.
Orientadora: Dra. Liú Campello
Leishmaniose Visceral em Pediatria: novos indicadores de prognóstico?
BRASÍLIA, 3 de novembro de 2010
PARVOVIROSE FAMILIAR: FASES VIRÊMICA E PÓS VIRÊMICA Alexandre Ely Campéas; Alexandre Suzuki Horie; Cinthya Mayumi Ozawa; Fernanda Brandão Ferrari; Fernanda.
PNEUMONIA ASSOCIADA À ASSISTÊNCIA- NOVAS DEFINIÇÕES
Uso racional de antimicrobianos: discussão clínica
Abdome agudo Manejo da obstrução intestinal
CURSO INTERATIVO DE ARRITMIAS CARDÍACAS BASEADO EM CASOS CLÍNICOS
Brasília, 29/1/2010 Ventilação Mecânica de recém-nascidos altera Citocinas Plasmáticas pró e antiinflamatórias (Mechanical Ventilation.
Filipe Lacerda de Vasconcelos Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
Grupo: Elisa Carvalho Raíssa Iglesias Thais Piazza
Infecção urinária febril Maurícia Cammarota
Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal Hospital Regional da Asa Sul ATENDIMENTO DO PACIENTE COM SIBILÂNCIA NA EMERGÊNCIA DO HOSPITAL REGIONAL.
HIPERPLASIA CONGÊNITA DAS SUPRA-RENAIS (HCSR)
Profas. Gabriela R. Zinn e Suzana C. N. Lino
REVISÃO - ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO TÓRAX, ABDOME E PELVE
Brasília, 29/1/2010 Ventilação Mecânica de recém-nascidos altera Citocinas Plasmáticas pró e antiinflamatórias (Mechanical Ventilation.
Solicitação de exames citológicos e anatomopatológicos
Marcadores de lesão cardíaca
Transcrição da apresentação:

Relato de Caso: Dor Torácica Secretaria de Saúde do Distrito Federal Hospital Regional da Asa Sul – HRAS/SES/DF Setor de Pediatria – ALA A Relato de Caso: Dor Torácica Residente: Marília Aires Orientadora: Dª Lisliê Brasília, 07 de abril de 2008

Relato de Caso PSI 24/02/2008 Identificação: R.S.S 12 anos Sexo: masculino Natural: Taguatinga Procedente: estrutural Informante: mãe/paciente Queixa principal: dor torácica a 40 dias

HMA: Dor torácica súbita, ventilatório dependente há 40 dias Sem outros sintomas 22/01: recebe diagnóstico de mialgia: antiinflamatório – sem melhora 07/02: inicia febre (3x dia 38-39°C) diagnosticado PNM – levofloxacino por 7 dias 21/02: persiste dor – obstipação intestinal- Naturete® 24/02: piora da dor, principalmente a direita; nega tosse durante todo o quadro

Revisão de sistemas: sem outras queixas Gestação: pré-natal com 5 consultas, sem intercorrências Parto: normal, a termo, AIG, chorou ao nascer, peso ao nascer de 3450 Kg Estatura 51 cm Neonatal: alta com 24 horas de vida, sem intercorrências Desenvolvimento neuropsicomotor: adequado

Antecedentes: Segunda internação PMN há 20 dias, sem outras patologias prévias Pai assassinado há 2 anos e 7 meses: mãe relata que após tal episodio criança evoluiu com humor deprimido e ganho de peso acentuado

Exame físico: BEG, fácies de dor, respiração superficial, palidez cutânea, hidratado, acianótico, taquipneico, obesidade (P: 76 Kg) ACV: BRNF, 2T sem sopros AR: MV diminuído em região infra-axilar D, sem RA, respiração superficial, FR 42 Abd: globoso, flácido, ruídos hidroaéreos presentes, sem visceromegalias, indolor. Sem adenomegalias

Rx de tórax: opacidade projetada no terço médio do hemitórax direito, periférica, com bordas parcialmente infiltradas e de origem a esclarecer. Para melhor avaliação sugiro TC, a critério clinico Hemograma: Hb 12,1; Htc 36,6; leuc 10,6 ( seg 67; bast 01; linf 26; mono 03; eos 03) VHS 12 mm TGO 20; TGP 15; amilase 51

Hipótese diagnóstica: Tratamento inadequado de PNEUMONIA prévia? Derrame septado? Distúrbio neuro-vegetativo? Conduta: Penicilina cristalina Eco de tórax e abdome Parecer a psicologia

25/02 Paciente altera períodos de queixa de dor torácica intensa com episódios de melhora importante, sem outras queixas. Eco de abdome normal LDH 541; Fosfatase alcalina 287; GGT 17 HD: componente psico-somático exacerbando quadro clínico? Derrame pleural encistado? Neoplasia? Conduta: Tc de Tórax

26/02 Realizada Tc de tórax, por técnico em radiologia, previsão de resultado em 15 dias. Paciente refere melhora da dor com o uso de analgésicos 27/02 Parecer da psicologia: estresse pós-traumático? – encaminhado ao adolescentro 28/02 Eco de tórax: “não evidenciamos alterações em base pulmonar ou derrame pleural a D” 03/03 Alta com analgésicos Resgatar laudo TC ambulatorialmente.

18/03 retorno ambulatorial Paciente refere persistência da dor, impossibilitado que criança se sente sozinha a partir de decúbito dorsal; refere piora da dor ao tossir ou espirrar. Laudo TC: lesão insuflante na região posterolateral de arco costal direito, mais ou menos entre o 7° e o 8° arco, medindo cerca de 5,5 x 1,5 cm

Conclusão: sarcoma de Ewing? Conduta: caso discutido com médica radiologista do HMIB que confirmou hipótese diagnóstica Encaminhado ao Hospital de Apoio.

Dor Torácica Queixa freqüente nos ambulatórios de pediatria Mais freqüente em adolescentes (12 anos) Mesma incidência no sexo masculino e feminino Raramente é associada em crianças a doença orgânica séria.

Manejo: Anamnese detalhada – sintomas associados Antecedentes: asma, anemia falciforme, cardiopatia congênita Exame físico completo: alteração da caixa torácica, massas palpáveis, dor muscular a palpação, exame cardio-respiratório

Menores de 12 anos: cardio-respitarórias Maiores de 12 anos: Causas: Menores de 12 anos: cardio-respitarórias Maiores de 12 anos: Idiopáticas: 25 a 50% Psicogênicas: 25% - associada a eventos estressantes recentes Orgânicas: parede torácica, órgãos internos, pleura parietal, pericárdio, mediastino, diafragma e abdome.

Exames complementares: Rx tórax PA e perfil Hemograma completo – se sinais de infecção. Causas cardíacas: ECG, ECOcardiograma, Tc, resonância magnética, dosagem de CK e CK-MB Causas extracardíacas: Rx, EDA, pH metria Acompanhamento psicológico

Introdução: Tumores primitivos ósseos – 5% das neoplasias de zero a 21 anos Terceiro grupo mais freqüente em adolescentes Os tumores de Ewing – tumores ósseos primários mais freqüentes Sarcoma de Ewing é um câncer ósseo, de pequenas células circulares segunda década de vida, Predominante no gênero masculino e raro na população negra É originado na cavidade medular e encontrado nas epífises dos ossos – pélvicos, coluna e costelas

Sintomas: Dor e febre são sintomas freqüentes - levando ao falso diagnóstico de osteomielite. Geralmente há relato de trauma prévio. Sintomas dependendo da área de metástase.

Diagnóstico: Rx rarefação óssea, reação periostal, e neoformação óssea (casca de cebola); lesões líticas ou blásticas, ruptura ou levantamento do periósteo, invasão de partes moles. Tomografia Ressonância óssea Cintilografia óssea

Diagnóstico diferencial: Osteomielite Cistos ósseos Linfoma ósseo condrossarcoma

Tratamento O tratamento apropriado - excisão cirúrgica do tumor associado à radioterapia e quimioterapia. O tipo de tratamento vai depender do tamanho da lesão no diagnóstico e sua localização. Tumores maiores que 8-10cm em diâmetro e tumores de eixo central (ex. pelve) exibem uma taxa alta de falha A radioterapia é um tratamento de escolha para o tratamento do sarcoma de Ewing. O campo de radiação deve abranger a extensão do tumor original bem como as margens de tecido ao redor.

Obrigada.