SOCIOLOGIA I 1º semestre letivo de 2019

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Transcrição da apresentação:

SOCIOLOGIA I 1º semestre letivo de 2019 Universidade Federal de Pelotas – UFPel Instituto de Filosofia, Sociologia e Política – IFISP Curso de Antropologia – ICH Prof. Francisco E. B. Vargas (https://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/ensino)

O QUE É A SOCIOLOGIA: uma definição inicial A sociologia é uma atividade social e uma forma científica de produção de conhecimentos objetivos sobre a vida social que estuda a ação humana em seus aspectos relacionais (interações, relações, laços de interdependência), em suas dimensões objetivas e subjetivas, analisando a formação e transformação dos padrões estáveis de ação social (ESTRUTURAS SOCIAIS).

A sociologia na hierarquia dos conhecimentos => a sociologia como ciência e como conhecimento SOCIOLOGIA (Objeto e método próprios) \ CIÊNCIA (Conhecimento objetivo => objetividade) CONHECIMENTO (Representação, significação) | V O que é a sociologia? O que é a ciência? O que é o conhecimento?

Contexto histórico, formação da sociologia e perspectiva de análise (I): Para compreender o que é a sociologia, é preciso entender o contexto histórico de sua formação e a perspectiva que ela adota para investigar e analisar a vida social. A sociologia nasce na primeira metade do século XIX, na Europa, como um esforço de compreensão das transformações sociais, econômicas e políticas que levaram à formação e desenvolvimento das modernas sociedades industriais e capitalistas da Europa ocidental (perspectiva histórica e macrossociológica)

Contexto histórico, formação da sociologia e perspectiva de análise (II): A sociologia nasce também em um contexto histórico marcado por profundas transformações culturais e intelectuais que fomentam a crença da necessidade de um conhecimento racional e científico sobre a vida social, em oposição às formas tradicionais (normativas, valorativas, subjetivas) de se representar e interpretar a vida social. O conhecimento sociológico se constrói, portanto, em RUPTURA em relação a outras formas de conhecimento da vida social (o senso comum, a filosofia, a religião).

Contexto histórico, formação da sociologia e perspectiva de análise (III): A noção de “sociedade” é forjada, na formação do pensamento sociológico, como uma tentativa de dar conta dessas transformações típicas da modernidade europeia industrial e capitalista (perspectiva macroestrutural). A noção de “sociedade”, portanto, pode levar a um mascaramento do objeto de investigação da sociologia que remete às relações e interações sociais, ao comportamento relacional.

Reflexão sobre os dados estatísticos (IBGE/PNADC): O que os dados estatísticos apresentados na tabela a seguir nos dizem sobre a vida social moderna? Em que medida a sociologia pode ajudar a interpretar esses dados?

Pessoas de 14 anos ou mais de idade 166.270 79.424 86.846 47,8 52,2 Tabela 4 (4093) - Pessoas de 14 anos ou mais de idade, total, na força de trabalho, ocupadas, desocupadas, fora da força de trabalho, e respectivas taxas e níveis, por sexo. Brasil, trimestre abril-junho 2016. População residente, População em idade ativa, população economicamente ativa, população ocupada, população desocupada, taxa de atividade e taxa de desocupação (Mil pessoas) Total Homens Mulheres População residente 205.301 99.429 105.873 % 100,0 48,4 51,6 Pessoas de 14 anos ou mais de idade 166.270 79.424 86.846 47,8 52,2 Pessoas de 14 anos ou mais de idade, na força de trabalho 102.384 57.616 44.767 56,3 43,7 Pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas 90.798 51.928 38.870 57,2 42,8 Pessoas de 14 anos ou mais de idade, desocupadas 11.586 5.688 5.897 49,1 50,9 Pessoas de 14 anos ou mais de idade, fora da força de trabalho 63.886 21.807 42.079 34,1 65,9 Taxa de participação na força de trabalho 61,6 72,5 51,5 Taxa de desocupação 11,3 9,9 13,2 Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral

PROPOSIÇÕES TEÓRICAS (1) Os estudos de gênero têm enfatizado que as ações e os papéis de homens e mulheres na sociedade são social e culturalmente construídos, transformando-se historicamente. Estes estudos enfatizam igualmente que se estabelece uma divisão sexual do trabalho entre homens e mulheres, de tal forma que é atribuída prioritariamente às mulheres, sobretudo no contexto das sociedades modernas (marcadas por valores e práticas patriarcais), o trabalho e as responsabilidades domésticas e aos homens o trabalho remunerado e profissional.

PROPOSIÇÕES TEÓRICAS (2) Estes estudos têm enfatizado, igualmente, uma importante transformação das relações de gênero nas sociedades contemporâneas, alterando-se profundamente os valores relativos ao papel de homens e mulheres na vida social e no trabalho. A crescente participação das mulheres no mercado de trabalho é atribuída tanto às mudanças nesses valores (liberdade, autonomia e igualdade das mulheres) como às transformações econômicas das sociedades capitalistas (ampliação do mercado de trabalho e do consumo, expansão do setor de serviços, etc.).

PROPOSIÇÕES TEÓRICAS (3) Os estudos de gênero tem mostrado, também, que apesar da maior autonomia e liberdade das mulheres, as desigualdades de gênero persistem em todas as esferas da sociedade e também no mercado de trabalho. As mulheres enfrentam condições desiguais no mercado de trabalho, ocupam atividades mais precárias, encontram-se mais vulneráveis, não têm acesso igual aos melhores postos de trabalho e isso é atribuído aos seus papéis sociais ainda fortemente alicerçados no trabalho e nas responsabilidades domésticas.

PROPOSIÇÕES TEÓRICAS (4) Enfim, as mulheres tendem a manter uma relação mais ambígua com o trabalho remunerado, na medida em que se confrontam com empregos mais precários, com oportunidades mais escassas de bons trabalhos e com as responsabilidades domésticas que limitam seu investimento no mundo profissional. A maternidade, a educação dos filhos, a proximidade com a vida doméstica, bem como a precariedade do trabalho acabam restringindo o ingresso e dificultando a permanência das mulheres no mercado de trabalho.