TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento)
Segundo a Associação Psiquiátrica Americana Algumas características comuns agrupam esses transtornos, a saber: “Comprometimento grave e global em diversas áreas do desenvolvimento: - habilidades de interação social recíproca, - habilidades de comunicação ou -presença de estereotipias de comportamento, interesses e atividades.” (DSM – IV, 2002)
TGD (Transtornos Globais do Desenvolvimento) TID (Transtornos Invasivos do Desenvolvimento) Tipologia / caracterização: Autismo ou Síndromes do Espectro Autista; Síndrome de Rett Transtorno Desintegrativo da Infância Síndrome de Asperger Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outras Especificações (TID-SOE)
Autismo É um transtorno neurobiológico que envolve graves dificuldades ao longo da vida nas habilidades sociais e comunicativas e também comportamentos limitados e repetitivos desenvolvidos antes da idade de 36 meses.
Síndrome de Rett Doença neurológica que afeta principalmente o sexo feminino em todos os grupos étnicos. Caracterizada pela perda progressiva das funções neurológicas e motoras após um período de desenvolvimento aparentemente normal, que vai de 6 a 18 meses de idade. Após esta idade, as habilidades adquiridas (como fala, capacidade de andar e uso intencional das mãos) são perdidas gradativamente e surgem as estereotipias manuais que é característica marcante da doença.
Transtorno Desintegrativo da Infância Caracterizado por uma regressão em múltiplas áreas de funcionamento após um período de pelo menos 2 anos de desenvolvimento aparentemente normal. Antes dos 10 anos de idade há perda de habilidades já adquiridas em pelo menos duas das seguintes áreas: linguagem expressiva ou receptiva, habilidades sociais ou comportamento adaptativo, controle esfincteriano, jogos, habilidades motoras.
Síndrome de Asperger ou Autismo de Alto Funcionamento Transtorno caracterizado pelo mesmo tipo de anormalidades qualitativas de interação social recíproca que tipifica o autismo, junto com um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Difere do autismo por não haver nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem. A maioria dos indivíduos é de inteligência global normal, mas é comum que seja marcadamente desajeitada; a condição ocorre predominantemente em meninos (proporção de oito garotos para uma menina).
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outras Especificações (TID-SOE) Pertence a uma categoria diagnóstica de exclusão e não possui regras especificadas para sua aplicação. Alguém pode ser classificado como portador de TID-SOE se preencher critérios no domínio social e mais um dos dois outros domínios (comunicação ou comportamento). Além disso, é possível considerar a condição mesmo se a pessoa possuir menos do que seis sintomas no total (o mínimo requerido para o diagnóstico do autismo), ou idade de início maior do que 36 meses.
Resumindo
Diagnóstico Não existem testes laboratoriais específicos para a detecção do autismo. O diagnóstico é feito basicamente através da avaliação do quadro clínico. O autismo é um transtorno comportamental que, quando diagnosticado e tratado precocemente pode diminuir as características atípicas nas áreas sociais, comportamentais e de comunicação e atenuar problemas a longo prazo.
Autismo Não é uma doença. É uma forma diferente de se posicionar frente aos estímulos oferecidos. Sensação Atenção e Captação (input) Planificação / Integração/Processamento Expressão (das informações) (output)
TGD: prejuízos comportamentais Imaginação e brincadeira simbólica (gosta de empilhar e enfileirar coisas), Pensamento concreto e visual (dificuldade nos estímulos auditivos), Não consegue se colocar no lugar do outro, Tendência em rotinas com dificuldades em aceitar mudanças, Interesse restrito (coleções: objetos, selos, miniaturas), “Atenção e foco” .
Autista com 9 anos de idade: O que é isto?
É um quadrado.
TID-SOE – 6 anos e 6 meses
É a letra S.
O que é isso?
Alface.
O que fazer: Educação cognitiva - Visa estruturar o ambiente, materiais e mediações para ensinar estratégias cognitivas de processamento de informação. Organiza uma série de atividades e situações sem deixar de considerar a estrutura e criatividade. Programas para autistas precisam levar em conta o desenvolvimento de funções que estão na origem de processos de aprendizagem.
4- Habilidades viso espaciais Na escola Precisamos verificar as áreas cognitivas que estão prejudicadas e elaborar ações para estimulá-las: 1- Percepção 2- Atenção 3- Memória 4- Habilidades viso espaciais 5- Linguagem
Esquema Dentro das possibilidades o ser humano se adéqua dentro de ESQUEMAS. O AUTISTA não muda – não re-organiza os esquemas, por isso, não se adapta a novas situações. Temos que usar “ferramentas” que permitem a mudança de esquemas para possibilitar a adaptação ao ambiente.
Ferramentas 1- Linguagem: O estabelecimento de um código de comunicação gradativo com o aluno deve se dar a partir das informações familiares e das exigências de comunicação do seu dia-a-dia; O educador deve iniciar a construção do diálogo junto ao aluno com TGD a partir do centro de interesse do próprio aluno.
2- Comportamento: É fundamental a construção de rotinas para as atividades escolares, de modo a favorecer a ambientação gradativa do aluno com TGD à dinâmica escolar; O educador deve construir as regras e o estabelecimento de limites para auto regulação das especificidades comportamentais do aluno com TGD, de forma cooperativa, preferencialmente utilizando materiais visuais; É interessante para o aluno com TGD que sua sala de aula esteja em um ambiente com redução de barulho; O educador deve estar atento às pistas e/ou aos indícios antecipatórios de alterações comportamentais para mediação e manejo antes das alterações comportamentais significativas .
3) Interação social: Ampliar as relações interpessoais a partir de: Construção da relação professor-aluno deve ser gradual a partir do interesse do aluno e da adequação aos temas/assuntos relacionados aos seus pares da mesma idade; Construção das relações aluno-aluno deve se dar a partir do trabalho cooperativo em sala de aula;
É imprescindível o respeito às características específicas do aluno, sendo em muitos momentos essencial a flexibilização do tempo da atividade proposta, levando sempre em consideração as situações que promovam a auto regulação, e construção de habilidades e de competências.
Vídeo História de Carly Autismo severo (para refletir) http://www.youtube.com/watch?v=M5MuuG-WQRk
Muito obrigado! Selma Feba Tesini selmatesini@ig.com.br PCNPE Educação Especial DE Presidente Prudente