PSICOPATOLOGIA NA INFÂNCIA

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Transcrição da apresentação:

PSICOPATOLOGIA NA INFÂNCIA Sandra Petresco

Principais queixas Agitação Teimosia Mentiras Agressividade Dificuldades na escola Dificuldades de relacionamento Medos Não quer ficar sozinho Come pouco e/ou dorme mal

Transtornos de Internalização Transtornos de Externalização

“Sintomas” normais Ansiedade de separação a partir dos 6 meses Angústia de separação aos 8 meses Inquietação nos primeiros 3 anos de vida Fase da “birra” de 1 ano até cerca de 5 anos Amigos imaginários até 5/6 anos Diversos medos nas diferentes idades Sintomas compulsivos dos 8 aos 10 anos

Diferentes medos No final do período pré escolar é normal certo medo do corpo ser machucado... No período escolar é usual o medo de ser reprovado ou “zombado” pelos colegas Conflitos ligados a independência e preocupação com a aceitação social são habituais na adolescência

NOÇÕES DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - PIAGET Da ação a cognição Divide em três períodos sucessivos: Inteligência Sensório-Motora (0 – 2 anos) Preparação para as operações concretas e organização das mesmas (2 – 11 anos) Operações Formais (11 – 15)

PREPARAÇÃO PARA AS OPERAÇÕES CONCRETAS Subestágio da representação Pré-operatória (2 – 7 anos) Imitação e jogo Egocêntricas Pensamento concreto Vão da premissa a conclusão Bom X Mau

OPERAÇÕES CONCRETAS Subestágio das operações concretas (7 – 11anos) Classes e relações lógicas entendidas Descoberto princípio da reversibilidade Entende comprimento, largura e volume Evitam a auto-contradição Pensamento não é mais predominantemente egocêntrico Adquire o respeito mútuo e o conceito de certo e errado

OPERAÇÕES FORMAIS São pré-requisito para o pensamento hipotético- dedutivo Considera realidades possíveis, pode antecipar soluções Apto a realizar generalizações “Egocentrismo do pensamento” Atento às sutilezas dos contatos sociais

PREVALÊNCIAS TDAH: 5% Transtornos de Ansiedade com prejuízo: 5 a 10% Depressão: 2 a 40% Transtorno de Conduta: 1,5 a 3,4 %

DEPRESSÃO EM CRIANÇAS Comportamento regressivo Queixas somáticas Muitos medos Alterações no sono e no apetite Anedonia = falta de prazer nas coisas Irritabilidade / Mau humor Piora no rendimento escolar

DESATENÇÃO Envolve desorganização, Falta de persistência, Apresentação depende da faixa etária: em pré-escolares < 3 minutos escolares < 10 minutos adolescentes < 30 minutos adultos: Detalhes incompletos, esquece compromissos, falta de antecipação Motivação melhora a atenção (Rutter, 2008)

Hiperatividade Refere-se a um excesso de movimentos Em pré-escolares - como um “furacão” escolares: inquietação quando espera-se calma adolescentes: bagunceiros (metem-se em encrencas) adultos: Sensação de inquietação (Rutter, 2008)

Impulsividade Agir sem reflexão – Incomoda os outros... Pré-escolares: Não escutam, não possuem senso do perigo, Escolares: Interrompem outras crianças, agem fora de hora, relaxado em seguir regras, intrusivos com os pares, acidentes Adolescentes: Pobre auto-controle, despreocupado em assumir riscos Adultos: Acidentes, toma decisões prematuras e precipitadas, impacientes

TDAH - Prognóstico 30 a 80% das crianças diagnosticadas como hiperativas continuam com sintomas na adolescência até 65% persistem sintomáticas na vida adulta. (Barkley,1996; Weiss and Hechtman,1993) Os sintomas de desatenção tendem a persistir mais do que os de hiperatividade e impulsividade

TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO Caracteriza-se por sintomas de ansiedade de variada gravidade nas situações de iminente separação, afastamento dos pais ou de outras pessoas amadas Freqüentemente manifesta-se por dores abdominais ou outras queixas somáticas Comum certa relutância em ir para escola Preocupação exagerada dos pais ferirem-se Dificuldade de ir dormir sem a presença dos pais Pesadelos com temas de separação

TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO (TAS) 33 a 40% das crianças com TAS irão desenvolver ao menos uma doença psiquiátrica na vida adulta (Flakierska. Br J Psychiatry,1988) Persistente TAS é um importante preditor de Depressão na vida adulta (Aschenbrand. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, 2003) 18 a 50% dos adultos com Transtorno de Pânico tiveram TAS na infância ou adolescência (Breier. Arch Gen Psychiatry,1986)

Transtorno de Conduta 30 a 50% das crianças e adolescentes referidas para clínicas psiquiátricas 1,5 a 3,4% das crianças e adolescentes da população geral Relação meninOs – MeninAs: entre 3,2:1 e 5:1 TC é mais comum em áreas urbanas do que rurais Incidência aumenta durante a adolescência Pico de início no final da infância e início da adolescência, mas ocorre desde a pré-escola até o final da adolescência

Critérios Diagnósticos de Transtorno de Conduta, segundo o DSM-IV A- Padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos individuais dos outros ou normas ou regras sociais. Presença de três ou mais dos seguintes critérios nos últimos 12 meses, ao menos um deles nos último 6 meses: Agressão a pessoas e animais Destruição de patrimônio Defraudação ou furto Sérias violações de regras B-Prejuízo social, acadêmico ou profissional C-Se o indivíduo tem 18 ou mais, não são satisfeitos os critérios para Transtorno de Personalidade Anti-Social

Transtorno de Conduta Pouca empatia ou preocupação com os sentimentos, desejos e bem-estar alheios Em situações ambíguas, costumam interpretar mal as intenções dos outros – mais hostis... Podem ser grosseiros e destituídos de sentimentos de culpa e remorso Freqüentemente culpam outros por seus atos Baixa auto-estima Baixa tolerância a frustração Irritabilidade e acessos de raiva

Retardo Mental Prevalência de 1 a 3% da população geral (em países ricos) RM severo: 3 - 4: 1000 em países desenvolvidos RM leve: 25 – 80: 1000 Dobro em países pobres??? 11:2 vezes mais comum em homens do que em mulheres 89% dos retardados possuem RM Leve 7% possuem RM moderado 4% possuem RM severo e profundo

Retardo mental Características comuns Hiperatividade Baixa tolerância a frustração Agressividade Instabilidade Afetiva Comportamentos motores estereotipados Comportamentos auto-destrutivos Estilo rígido de solucionar problemas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Rutter’s Child and Adolescent Psychiatry, 5th edition, 2008. Lewinsohn et al. Separation Anxiety Disorder in Childhood as a Risk Factor for Future Mental Ilness. JAACAP 47:5, may 2008 Ami klim. Autismo e Síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev Bras Psiquiatria 28 (S1), 2006. Francisco B Assumpção Jr, Ana Cristina M Pimentel. Autismo Infantil. Rev Bras Psiquiatria 22 (S2), 2000.