Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente

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Transcrição da apresentação:

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Magda Levantezi Enfermagem UNIP

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Introdução Helena Willis Render(1947), introduz a idéia de que o relacionamento entre o (a) enfermeiro (a) e o paciente, é de um potencial terapêutico significativo. Hildegard E. Peplau 1952, revolucionou o ensino e a prática da enfermagem psiquiátrica nos Estados Unidos, enfoque o potencial terapêutico do relacionamento de pessoa para pessoa. Stuart & Laraia (2002), “ o relacionamento terapêutico entre enfermeiro e paciente é uma experiência de aprendizado mútuo e uma experiência emocional corretiva para o paciente. Nessa relação, a enfermeira utiliza a si próprio e as técnicas clinicas especificadas na trabalho com o paciente para gerar introvisão e alteração comportamental do paciente”.

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Stuart & Laraia Os objetivos de um relacionamento terapêutico são direcionados no sentido do crescimento do cliente e incluem o seguinte. Auto – realização, auto – aceitação, e auto – respeito aumentados. Senso claro de identidade pessoal e da integração pessoal melhorada. Capacidade de formar relacionamentos íntimos, interdependentes e interpessoais com capacidade de dar e receber amor. Melhoria da função e capacidade aumentada de satisfazer as necessidades e alcançar objetivos pessoais realistas.

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Taylor (1992) “ a enfermeira possui uma ferramenta singular que pode ter mais influência sobre o cliente do que qualquer medicamento ou terapia: ele (a) mesmo.” Para tanto, faz-se necessário uma auto-análise que constitui um aspecto essencial para ser capaz de fornecer os cuidados de enfermagem terapêuticos, como: Autoconsciência Esclarecimento dos valores Exploração dos sentimentos Capacidade de servir como exemplo Senso de ética e responsabilidade

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente FASES DO RELACIONAMENTO Stuart & Laraia (2002) Fase de Pré- interação: explorar seus próprios sentimentos, fantasias e medos, analisando seus pontos fortes e suas limitações profissionais. Obter dados sobre o paciente, quando possível. Planejar o primeiro encontro com o paciente. Fase introdutória ou de orientação: determinar o motivo pelo qual o cliente procurou ajuda, estabelecer confiança, aceitação e comunicação franca, explorar os pensamentos, os sentimentos e as ações do cliente identificando os problemas, definir objetivos com o cliente, bem como, estabelecer acordo mútuo para incluir nomes, funções, responsabilidades, expectativas, finalidade, local de encontro, condições para o término e confidencialidade

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Fase de trabalho: investigar os estressores relevantes, promover o desenvolvimento da introvisão do paciente e o uso de mecanismos de adequação construtivos, discutir e superar os comportamentos de resistência. Fase de encerramento: estabelecer a realidade da separação, rever o progresso da terapia e o alcance dos objetivos, explorar mutuamente os sentimentos de rejeição, perda, tristeza e raiva ajudá-lo transferir para suas interações com os outros o que aprendeu no relacionamento, enfermeiro (a) – cliente.

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente o término do relacionamento pode ser um experiência traumática tanto para o (a) enfermeiro (a) quanto para o cliente, Alguns clientes podem ficar deprimidos, e inconscientemente, acreditar que foram pessoalmente responsáveis pela perda do (a) enfermeiro (a), outros podem reagir de maneira agressiva ou até mesmo negar ter conhecimento sobre o término da relação. O profissional também experimentará um senso de perda, vista que, investiu muito tempo, energia, pensamentos e emoções no cliente. Caso não reconheça este sentimento de perda, ele pode demonstrar uma preocupação indevida com o bem estar futuro do cliente, encorajando-o a permanecer por mais algumas sessões, ou estimulando sua dependência. Enfatizando que, tem um efeito muito negativo os clientes não receberem uma oportunidade para expressar seus sentimentos em um situação assim ou não obterem auxilio para lidar com os mesmos, com grande possibilidade de eativar antigos sintomas já manifestados.

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Stuart & Laraia (2002) teoria da comunicação é relevante para a prática de enfermagem psiquiátrica por três motivos principais. Primeiro, a comunicação estabelece um relacionamento terapêutico, porque implica na condução de informações e a troca de pensamentos e sentimentos. Segundo, a comunicação é um meio pelo qual as pessoas influenciam o comportamento das outras, tornando assim possível um bom resultado da intervenção de enfermagem direcionada a promover a alteração comportamental adaptativa. Terceiro, a comunicação é o próprio relacionamento.

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente NÍVEIS DE COMUNICAÇÃO Comunicação verbal: ocorre através das palavras, escritas ou faladas, e é essencial entre o (a) enfermeiro (a) e o cliente. Comunicação não verbal: ocupa todos os cinco sentidos e engloba tudo que não envolve a palavra escrita ou falada. As cinco categorias são:  Indícios vocais são ruídos e sons paralingüísticos ou extrafala. Indícios de ação são todos os movimentos do corpo, incluindo a expressão facial e postura. Indícios de objeto são o uso, intencional ou não, de objetos por uma pessoa, como roupas ou outros pertences. Espaço é a distancia física entre duas pessoas Toque é o contato físico entre duas pessoas, sendo a comunicação não verbal mais pessoal.

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO processo dinâmico que é influenciado pelas condições psicológicas e fisiológicas dos participantes. cinco componentes funcionais: Emissor: o gerador da mensagem. Mensagem: a informação transmitida do emissor para o receptor . Receptor: aquele que recebe a mensagem, cujo comportamento é influenciado por ela. Retorno: a resposta do receptor para o emissor. Contexto: o local onde a comunicação ocorre.

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente DIMENSÕES DO RELACIONAMENTO Dimensões responsivas: implicam autenticidade, respeito, compreensão empática e senso da realidade. Elas são essenciais na fase de orientação do relacionamento para estabelecer confiança e uma comunicação franca. E continuam a ser úteis em todas as fases do tratamento e término, além de permitir que o cliente atinja a introvisão. Dimensões orientadas pela ação: incluem a confrontação, a proximidade, a auto revelação do (a) enfermeiro (a), catarse emocional e teatralização. Favorecem o progresso do relacionamento terapêutico identificando os obstáculos ao crescimento do cliente e ressaltando a necessidade não só da compreensão interna, como também da ação externa e alteração do comportamento

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Impasses terapêuticos Os impasses terapêuticos, ou bloqueios na progressão do relacionamento entre o (a) enfermeiro (a) e o paciente, são de três tipos principais: Resistência. Transferência. Contratransferência

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Resistência É uma tentativa do paciente de não perceber os aspectos que geram ansiedade nele próprio, tornando-se uma relutância natural ou uma defesa. Com freqüência essa resistência resulta da má vontade do paciente de mudar quando se reconhece a necessidade de mudança, e geralmente, este comportamento é demonstrado durante a fase de trabalho do relacionamento, porque ele comporta a maior parte de resolução de problemas.

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Transferência É uma resposta inconsciente em que o paciente experimenta sentimentos e atitudes pelo enfermeiro que estavam originalmente associados a figuras significativas em sua vida. O termo refere-se a um conjunto de reações que tentam reduzir ou aliviar a ansiedade. Essas reações de transferência só são perigosas para o processo terapêutico quando permanecem ignoradas, sendo os principais tipos, as reações hostis e as reações dependentes.

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Contratransferência É um impasse terapêutico criado pelo profissional, freqüentemente em resposta a uma resistência do paciente. Refere-se a uma resposta emocional especifica dada pelo (a) enfermeiro (a) ao paciente, as quais não são justificadas pelos fatos reais, mas sim, um conflito prévio experimentado com tópicos como autoridade, afirmação sexual e independência. Em geral, essas reações são de três tipos: reações de amor ou preocupação intensos, reações de hostilidade ou aversão intensa, eações de ansiedade intensa

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Transgressão de limites Ocorrem quando o profissional sai dos limites do relacionamento terapêutico e estabelece um relacionamento social, comercial ou pessoal com um paciente .

Relacionamento interpessoal terapêutico enfermeiro – paciente Como Superar os impasses terapêuticos ? Para superar os impasses terapêuticos, o enfermeiro deve-se estar preparado à exposição de sentimentos e emoções intensos dentro do relacionamento entre enfermeiro (a) e cliente. o profissional deve reconhecer os impasses e comportamentos que indicam sua existência, então refletir e esclarecer o sentimento, enfocando de maneira mais objetiva possível o que está acontecendo. Por fim, os objetivos do relacionamento e as áreas de necessidade e de problemas do cliente são revistas. Isso, provavelmente ajudará no desenvolver de um pacto terapêutico compatível com o processo do relacionamento entre ambos.