INCLUSÃO EDUCACIONAL: CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA SÓCIO-HISTÓRICO-CULTURAL – VYGOTSKI (1896 – 1934) Premissa básica da Teoria Sócio-Histórico-Cultural: a.

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Prof.ª Drª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Transcrição da apresentação:

INCLUSÃO EDUCACIONAL: CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA SÓCIO-HISTÓRICO-CULTURAL – VYGOTSKI (1896 – 1934) Premissa básica da Teoria Sócio-Histórico-Cultural: a Sócio-Gênese como condição fundamental – o desenvolvimento das estruturas humanas fundamentais do pensamento e da linguagem na criança apóia-se na qualidade das interações sociais em seu grupo (família, escola etc); Quanto mais intensas e positivas as trocas psicossociais, mais fortalecido será o desenvolvimento infantil. Problemas relacionados às crianças com deficiência: A segregação social, o isolamento na família e na escola, atitudes de rejeição ou superproteção, exclusão escolar são fatores que debilitam o desenvolvimento humano (intelectual, afetivo, social, moral etc);

Posição de Vygotski sobre o envio de crianças para classes especiais: - Orientação demasiadamente terapêutica; Afastamento crescente do ensino regular A formação de grupos homogêneos a partir dos critérios de condição intelectual e de desempenho acadêmico; – Prejuízo das trocas interpsicológicas. Crítica: A escolarização das crianças com deficiência em grupos de crianças “especiais”, com condição individual similar, acabaria por provocar um processo de limitação social, na medida em que as trocas interpsicológicas se restringiriam às feitas no grupo de “iguais”.

Modelo Ontogenético Vygotskiano: a emergência de novas estruturas cognitivas e linguísticas e correspondentes competências intelectuais e afetivas decorre das mediações semióticas e das mediações humanas; “A criança tem acrescentada a suas competências atuais novas competências por causa da aproximação aos outros sociais, esses outros entendidos, por um lado, como as novas apropriações semióticas (tendo a linguagem como principal recurso) que a criança faz no grupo cultural, e, por outro, o adulto ou o par mais desenvolvido como mediador das novas competências”.

Zona Desenvolvimento Proximal – ZDP – É a distância entre o nível real de desenvolvimento determinado pela solução de problemas, de forma independente, e o nível de desenvolvimento potencial determinado pela resolução destes, sob a orientação ou colaboração de adultos; As crianças com condições cognitivas avançadas podem estabelecer pontes de mediação para as crianças em situações diferenciadas das suas; As interações sociais estabelecidas em atividades lúdicas e na educação escolar criam, de fato, as zonas de desenvolvimento proximal, determinando sobre maneira a evolução da criança.

Mediação Semiótica– “É um processo; não é um ato em que alguma coisa se interpõe em uma relação: é a própria relação. A mediação não é a presença física do outro, não é a corporeidade do outro que estabelece a relação mediatizada, esta ocorre através dos signos, da palavra, da semiótica”. LINHA BIOLÓGICA + E LINHA SOCIAL/MEDIAÇÃO + = ONTOGENIA + LINHA BIOLÓGICA + E LINHA SOCIAL/MEDIAÇÃO - = ONTOGENIA COM PERSPECTIVA DE DIFICULDADES EVOLUTIVAS LINHA BIOLÓGICA - E LINHA SOCIAL/MEDIAÇÃO + = ONTOGENIA COM BOAS CONDIÇÕES DE COMPENSAÇÃO LINHA BIOLÓGICA - E LINHA SOCIAL/MEDIAÇÃO - = ONTOGENIA –

Deficiência: Não partia de critérios comparativos ou normativos – o ser humano deveria ser reconhecido como identidade única, anulando as relações: normal/anormal, mais inteligente/menos inteligente, melhor/pior etc. Compensação ou supercompensação – confronto do sujeito com a realidade social e sua inserção e realização social (ou não); A pessoa teria condições de superar as limitações decorrentes da deficiência não por meio da compensação orgânica, porém através da sua solução social, por meio de processos de inserção e superação social (inclusão na escola, no trabalho, na família etc.).

Avaliação das condições de desempenho intelectual: afastava-se das práticas avaliativas de sua época, baseadas na abordagem psicométrica (Binet, Torndike): Mais do que conhecer o desempenho cognitivo atual da criança, era importante influenciar o mesmo, através de mediação específica, e avaliar o desempenho posterior – AVALIAÇÃO DINÂMICA; - Possibilidade de dilatamento ou de potenciais intelectuais (ZDP).

TEORIA DA MODIFICABILIDADE COGNITIVA – REUVEN FEUERSTEIN (1921): CONTRIBUIÇÕES PARA A INCLUSÃO DOS ALUNOS COM NEE O conceito de Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) - Há duas formas de aprendizagem: Exposição direta do organismo: fontes de estímulos externos são percebidos e registrados pelo sujeito através da interação com os mesmos, produzindo transformações no organismo ao longo da vida.

APRENDIZAGEM POR EXPOSIÇÃO DIRETA (PIAGET) S – O - R= Estímulo – Organismo - Resposta

EAM – Experiência de Aprendizagem Mediada: É a interposição de um mediador, geralmente um adulto, que se coloca entre o organismo e o meio, selecionando os estímulos e proporcionando ao sujeito uma aprendizagem organizada e estruturada. É a EAM que produz flexibilidade, autoplasticidade na existência humana e oferece a modificabilidade. S – H – O – R= Estímulo – Mediador Humano – Organismo - Resposta

s ═ H ═ O ═ H ═ R

Qual o combustível que faz com que o cérebro funcione? Funções cognitivas e operações mentais.

Quando a gente começa a pensar,começa a trabalhar as funções cognitivas e é como o cérebro estivesse sendo lapidado.

Os neurônios então começam a fazer ginástica.

Objetivos da EAM Facilitar, instigar, despertar, desafiar, potencializar, trocar conhecimentos, alcançar objetivos, construir conhecimento, independência e autonomia, nova aprendizagem gerando a modificabilidade. Trabalhar a metacognição, levando o sujeito a aprender a aprender. Instrumentalizar o indivíduo para a autonomia do ato de aprender.

Conceito de Privação Cultural – “É o resultado de uma falha da parte de um grupo em transmitir ou mediar sua cultura à nova geração”; deriva de experiências fracas de aprendizagem mediada, ocasionando atrasos no desenvolvimento cognitivo. Beyer (1996, p.78) comenta: “O conceito de privação cultural, empregado para designar a ausência de mediação cognitivo-cultural da geração adulta para a que se segue é utilizada não em sua possível conotação social, econômica ou até mesmo cultural, mas no sentido estrito da não intermediação adulta junto aos processos de aprendizagem da criança.

Referências Bibliográficas Abordagem da Avaliação do Potencial de Aprendizagem (LPAD) – volta-se para avaliação da capacidade de mudança do sujeito quando este se encontra, na própria situação de diagnóstico, num processo de aprendizagem. Referências Bibliográficas

“Uma pessoa é capaz de aumentar o seu potencial de inteligência,independente de problemas que possa ter, ou da idade”. Reuven Feuerstein