Casa das Rosas Reinaugurada em 2004 como o primeiro espaço público do país destinado à poesia.
Nomeada “Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura” abriga o acervo de cerca de 30 mil volumes da biblioteca do poeta, tradutor e ensaísta. Nova vocação da Casa das Rosas: uma biblioteca circulante especializada em poesia, cursos bimestrais, exposições, peças de teatro, lançamentos de livros, palestras, eventos musicais. A Casa tem a direção do professor e poeta Frederico Barbosa, que idealizou o Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura como um locus democrático de reflexão sobre a literatura e de divulgação da poesia.
PROJETO ESCREVIVENDO Karen Kipnis coordenadora
Oficinas de leitura e escrita para o cotidiano com interface para a blogagem. A Casa das Rosas, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, acolheu o projeto e ofereceu oportunidade para sua continuidade, acreditando na importante função social de sua proposta: um trabalho orgânico e permanente com a escrita e a leitura.
Partindo das redações produzidas e compartilhadas e de reflexões sobre a linguagem e a literatura, o aprendizado torna-se efetivo, uma vez que busca a comunicação em situações práticas. Como resultado, o sujeito e seu processo de desenvolvimento são os verdadeiros centros de atenção do mediador, e não o texto apenas. (Kipnis)
Objetivos do Projeto Escrevivendo Incentivar jovens e adultos a produzir textos e a refletir sobre sua maneira de escrever. Desmitificar o ato da escrita, transformando-o num processo centrado no sujeito, na forma textual por ele adotada; Refletir sobre o papel do leitor e sua inserção no círculo de autores.
Mitos que cercam o ato da escrita: escrever é um dom para poucos eleitos; é um ato desvinculado da prática da leitura; é um ato espontâneo desvinculado de práticas sociais; não é importante no mundo contemporâneo.
Metodologia A metodologia que tem sido aplicada na oficina de textos Escrevivendo fundamentou-se principalmente em conceitos de dialogismo e constructos sóciointeracionistas. “É no contato entre a língua e a realidade concreta, via enunciado, que a palavra pode expressar um juízo de valor, uma significação, uma expressividade. O significado é construído no discurso e essa construção envolve os participantes, a situação imediata ou o contexto mais amplo.” Bakhtin
O ensino de produção de textos é muito mais que oferecer um tema interessante e corrigir rigorosamente uma única versão da redação para dar nota. Acreditamos que este ensino deva deter-se na escrita como processo interativo em vários níveis e em muitas etapas. O que, geralmente, tem sido ignorado na prática escolar com visíveis prejuízos para os alunos.
Conteúdos básicos: A necessidade de escrever; Desmitificação do ato de escrever; O ato de escrever; Como escrever; Os gêneros literários e tipos do discurso; A escrita como processo; Coesão e coerência; Construção do parágrafo; Adequação estilística e vocabular; Intertextualidade.
Aplicação dos conteúdos básicos: Conferências de temas, leituras de textos literários, leitura dos esboços produzidos, trocas em duplas e comentários, releitura, reescrita, edição final e publicação no blogue.
Contextualizar as escolhas dos temas e textos trabalhados, indo muito além da troca de informações e conteúdos pré-estabelecidos. Provocar reflexões e ouvir: a proposta é uma construção coletiva do saber. Aplicação dos conteúdos básicos:
Habilidades desenvolvidas no Escrevivendo: Leitura de textos Expressão oral e escrita Novas atitudes em relação a ler e escrever Organização e entrelaçamento de idéias Releitura como avaliação para a reescrita Criação e uso de blogues
A produção de textos se apóia em uma tríade de conceitos teóricos: Os metodológicos, baseados em CALKINS, L. M. em “A arte de ensinar a escrever- o desenvolvimento do discurso escrito”. Os técnicos baseados em GARCEZ, L. H. C. – “Técnica de redação - o que é preciso saber para bem escrever. ” Os relativos aos gêneros e tipos do discurso a partir de BAKHTIN, M.M. Os Gêneros do Discurso. In: “Estética da criação verbal”.
Mediação cultural com interface para blogagem 2008 A partir de contato com o Grupo de Pesquisa Novas Tecnologias em Informação do Departamento de Ciência da Informação da UNESP de Marília. Criou-se o primeiro blogue para o Projeto Escrevivendo com interface para blogagem: espaço para produções pessoal e coletiva, postagens (textos, vídeos e imagens), organização, publicação e divulgação do projeto.
Ampliou-se a proposta do Escrevivendo pelo ensino do uso de novas tecnologias de informação e comunicação. Renovaram-se paradigmas informacionais para que possam informar e informarem-se, tirando melhor proveito do ciberespaço no contexto da cibercultura.
A conjunção de mediação cultural dialógica e da mediatização permitida pelo dispositivo computador/blogue Favoreceu Protagonismo cultural estimulando inteligências múltiplas e distintos saberes (saber, saber fazer, ser, saber ser e saber fazer junto) fundamentais para apropriações simbólicas de significados e sentidos.
Nossa proposta é desenvolver processos de leitura e escrita. Conjugando encontros reais e participativos com encontros virtuais,em blogues e redes, novas linguagens e condições para o constructo do conhecimento são oferecidas.
Referências bibliográficas BAKHTIN, M. Dialogismo e construção do sentido. Beth Brait (Org). Ed. Unicamp,1997. BAKHTIN, M. Os Gêneros do Discurso. In. Estética da criação verbal. SP: Martins Fontes, CALKINS,L.M. A Arte de ensinar a escrever- o desenvolvimento do discurso escrito. Porto Alegre; Artes Médicas,1989. Comunidade CIAM: GARCEZ,L.H.C. Técnica de redação- o que é preciso saber para bem escrever.São Paulo:Martins Fontes,2004 GARCEZ,L.H.C. A escrita e o outro - os modos de participação na construção do texto. Brasília:Universidade de Brasília, 1998
PETIT, M. Os jovens e a leitura - uma nova perspectiva. São Paulo: Ed.34,2008. PIERUCCINI, Ivete.A ordem informacional dialógica: estudo sobre a busca da informação em educação.(Parte A - p.07-49) Tese apresentada a ECA – USP, / / acessada em maio de VYGOTSKY, L.S. A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, Referências imagéticas: Ellen Hardy Pedro Clash