O objetivo das ações propostas em educação ambiental é a de promover transformações sociais na realidade dentro de uma perspectiva crítica, considerando os aspectos sociais, econômicos e cultural. (…) Busca por transformação social, o que engloba indivíduos, grupos e classes sociais, culturas e estruturas, como base para a construção democrática de “sociedades sustentáveis” e novos modos de se viver na natureza (LOUREIRO, P.112). Para isso, deverão se pautar nas dimensões: - dos conhecimentos - dos valores éticos e estéticos - da participação política

No planejamento, discussão e confecção dos painéis, deverá haver uma promoção da participação coletiva e ao mesmo tempo, da reflexão individual sobre as ações que resultam em condições ambientais que afetam todas as formas de vida do planeta. Nos pautamos na pedagogia histórico-crítica para justificar esse posicionamento: (…) preocupa-se com a apropriação, pelos sujeitos, dos saberes sócio-ambientais compreendidos como o conjunto de conhecimentos, ideias, conceitos, valores, símbolos, habilidades, hábitos, procedimentos e atitudes re-significados na perspectiva da sustentabilidade social e ambiental (TOZONI-REIS, 2007, P.13).

Essa pedagogia leva em conta os aspectos históricos, sociais e políticos do ambiente. Assim, pensamos que os trabalhos realizados tenham como eixos norteadores os diversos “olhares”, que colocaremos sob a perspectiva das dimensões:  Conhecimento  Estética  Ética  Política

 CONHECIMENTO: Abordagem sobre ciclo da água, oferta natural, distribuição desigual no planeta, informações de como todos os seres vivos dependem deste recurso para a manutenção da vida, a importância das nascentes e das matas ciliares, como o uso inadequado pode ocasionar o desequilíbrio ambiental (secas, inundações, enchentes, desmoronamentos de encostas, poluição, contaminação, extinção de espécies), a disseminação de doenças como viroses, verminoses e outros agentes patogênicos, além de propiciar a reprodução de vetores como o mosquito da dengue.

 ESTÉTICA: Ressaltar como a beleza dos rios, lagos, mares e nascentes influenciam a percepção humana, proporcionando um bem estar físico, mental e emocional. Lembrar que isso ocorre devido ao fato de que o ser humano é parte desse universo, e o contato próximo ao ambiente natural traz à tona a essência humana que venera aquilo que é belo e agradável não só aos olhos, como todos os demais sentidos.

 ÉTICA: A formação do sujeito ético concretiza-se pela “aquisição do mais alto grau de consciência de responsabilidade social de cada ser humano e se expressa na participação, na cooperação, na solidariedade e no respeito às individualidades e à diversidade” (Rodrigues, 2011, p.246). Ressaltamos o respeito a todas as formas de vida, ao universo, ao próximo, às gerações futuras. Lembrando que os seres humanos não são superiores a nenhuma outra forma de vida ou componente do planeta e universo, portanto, não são justificáveis ações/atitudes em favor do “progresso, das vantagens econômicas ou do conforto da sociedade” como vimos até o momento.

Considerados aqui em suas dimensões éticas e estéticas, o que se coloca, por um lado, é a necessidade de compreender melhor o nosso compromisso ético com a vida e com as fturas gerações e também de se criar uma cultura que conduza a novos padrões de relação sociedade-natureza. Trecho extraído de: (Consumo e resíduo – fundamentos para o trabalho educativo) Cinquentti, Heloisa C. S.; Logarezzi, Amadeu.

Alguns questionamentos práticos nesse sentido: - Qual é o papel das autoridades e da sociedade no descarte de esgoto e lixo nas águas? - Qual a ação da população no desperdício de água? - O custo do tratamento da água é repassado de modo justo? Quem “paga” a conta ambiental? - Estamos agindo de maneira ética com as gerações futuras?

 POLÍTICA: O potencial transformador da educação não se concretiza sem uma participação efetiva dos seres humanos nos processos de transformação das relações sociais, a partir das práticas intencionalizadas. Trecho extraído de: “Consumo e resíduo – fundamentos para o trabalho educativo”. Cinquentti, Heloisa C. S ; Logarezzi, Amadeu.

Aqui levaremos em conta a ação humana coerente, de acordo com princípios e atitudes coletivas na construção de um ideal que beneficie a todos e a cada um, de forma democrática e justa. A reflexão seria “daquilo que eu faço, como eu faço e para quem”, e de qual ação conjunta leva à um beneficio comum. Consideramos que as responsabilidades das ações devem ser assumidas, em níveis diferentes, porém por todos os membros da coletividade. Alguns questionamentos práticos: - A sociedade se mobiliza quanto aos problemas ambientais? - Cumprimos nosso papel como cidadãos? - Exigimos de nossas autoridades competentes ações para o bem comum?