CURRÍCULO E AS TEORIAS PÓS-CRÍTICAS

Currículo e Cultura O que torna emblemático o empreendimento educativo operado pela escola é a transmissão da cultura.

Currículo e Cultura como práticas de significação A cultura pode ser entendida como práticas de significação, como uma forma de compreensão do mundo social, de torná-lo inteligível. Está envolvida na produção de formas de inteligibilidade e de produção de sentidos. Atividades humanas como a ciência, a política, o trabalho, a família, a religião, a alimentação, a educação e o currículo, são culturais são práticas de significação; Assim como a cultura, também o currículo pode ser visto como uma prática de significação. Como prática de significação, o currículo, tal como a cultura, é uma prática produtiva.

A cultura e o currículo como práticas produtivas Não se pode conceber a cultura e o currículo como práticas de significação sem destacar seu caráter fundamentalmente criativo, produtivo. O currículo é um campo de produção e de criação de significados. No currículo se produz sentidos e significados sobre os vários campos e atividades sociais. No currículo se trabalha sobre os sentidos e significados recebidos, sobre materiais culturais existentes. O currículo, tal como a cultura, é uma zona de produtividade.

A cultura e o currículo como relações sociais Como prática de significação, a cultura não pode deixar de ser vista como relação social ou como construção social. Currículo determinado pelas relações sociais X cultura e currículo como relações sociais; O currículo não pode deixar de revelar as marcas das relações sociais de sua produção. Currículo é uma arena de disputa por predomínio cultural (gênero, étnico-racial). Essas relações são necessariamente relações de poder.

A cultura e o currículo como relações de poder As relações sociais são relações sociais de poder. Os diferentes grupos sociais estão situados de forma assimétrica relativamente ao processo de produção cultural. Significar é fazer valer significados de outros grupos, o que pressupõe um diferencial de poder entre eles. A luta pelo significado é uma luta por hegemonia, por predomínio. Tal como nas outras práticas culturais, as relações de poder são inseparáveis das práticas de significação que formam o currículo.

Cultura currículo e identidades sociais Um dos efeitos mais importantes das práticas culturais é o de produção de identidades sociais. A educação institucionalizada e o currículo estão no centro do processo de formação de identidades. Produz e organiza identidades culturais, de classe, de gênero, identidades raciais, sexuais, nacionais. A teoria curricular vê a indústria cultural e o currículo como artefatos culturais – sistema de significação implicados na produção de identidades e subjetividades, no contexto de relações de poder.

Cultura currículo e identidades sociais O currículo está centralmente envolvido naquilo que somos, na quilo que nos tornamos, naquilo que nos tornaremos. O currículo produz, o currículo nos produz.

Uma definição de Currículo “O currículo tem significados que vão muito além daqueles aos quais as teorias tradicionais nos confinaram. O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder. O currículo é trajetória, viagem, percurso. O currículo é autobiografia, nossa vida, curriculum vitae: no currículo se forja nossa identidade. O currículo é texto discurso, documento. O currículo é documento de identidade.” (SILVA, 1999)