" Enquanto os antibióticos constituem um recurso natural renovável limitado, a possibilidade das bactérias tornarem-se resistentes é, aparentemente, ilimitada.” Davies, J. - 1979
USO RACIONAL DAS DROGAS ANTIMICROBIANAS
WORLD HEALTH ORGANIZATION (*) Em países em desenvolvimento, 2/3 dos antibióticos são usados sem prescrição médica. Mais de 50% das prescrições de drogas antimicrobianas são inapropriadas. 50% dos consumidores compram o medicamento para 1 dia. 90% compram-no para período igual ou inferior a 3 dias. 5% dos antimicrobianos produzidos são falsificados. Mais de 50% das prescrições (*) Hollowag K. WHO ativities to contain antimicrobial resistence and promote Drug and Therapeutic Commitees. Geneve. World Helath Organization, Departament of Essencial Drugs and Medicine Policy, 2003.1
ANTIMICROBIANOS Antibióticos Substâncias oriundas da natureza, produzidas por fungos ou bactérias, que têm a propriedade de inibir o crescimento ou eliminar microrganismos. Quimioterápicos Substâncias químicas sintetizadas em laboratório, que têm a propriedade de inibir o crescimento ou eliminar microrganismos.
VENENO Designação genérica de substância que, ministrada por qualquer via, ou desenvolvida no próprio corpo, causa lesão orgânica ou distúrbio funcional, pela ação química que exerce. Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI versão 3.0
CONTROLE/ERRADIAÇÃO DAS INFECÇÕES Vacinas – Jenner, 1796 – Varíola Quimioterápicos – Ehrlich,1910 – Salvarsan (606° - composto do arsênico) Antibióticos – Fleming, 1928 – Penicilina Drogas probióticas Drogas bacteriofágicas Genética bacteriana – alteração do genoma
Placa original de Fleming - 1928 Colônia de Penicillium notatum Penicilina Colônias de Staphylococcus aureus
EFEITO DOS ANTIBIÓTICOS NA LETALIDADE DE ALGUMAS INFECÇÕES DOENÇAS PRÉ-ANTIBIÓTICA PÓS-ANTIBIÓTICA Pneumonia pneumocócica 20 – 85 5 Endocardite bacteriana 99 Meningite por H. influenzae 100 2 – 3 Meningite meningocócica 20 – 90 1 – 5 Meningite pneumocócica 8 – 10 Febre tifóide 8 - 10 1 – 2 Fonte: Weinstein & Barza. Am J Med Sci. 1977
Mortalidade por Doenças Infecciosas Principais causas de morte no mundo – 2002 (WHO) Doenças cardiovasculares 16.733.000 (29%) Doenças infecciosas e parasitárias 14.867.000 (26%) Neoplasias Malignas 7.121.000 (12%) Violência/ trauma / Suicídios 5.168.000 (9%) Doenças Pulmonares crônicas 3.702.000 (6%) Mortes relacionadas à gravidez 2.972.000 (5%) Outros 2.398.000 (4%) Doenças do aparelho digestivo 1.968.000 (3%) Transtornos neuropsiquiátricos 1.112.000 (2%) Mortes / ano Diabetes mellitus 988.000 (2%) 57.029.000 Emerging Infectious Diseases • www.cdc.gov/eid • Vol. 11, No. 4, April 2005 10
PRAGA DO FINAL DO SÉCULO XX USO INDISCRIMINADO DAS DROGAS ANTIMICROBIANAS PRESSÃO SELETIVA RESISTÊNCIA BACTERIANA
USO DE ANTIMICROBIANOS UTILIZAÇÃO CLÁSSICA 1 – Medicina 2 – Odontologia 3 - Veterinária UTILIZAÇÃO INDUSTRIAL 1 – Preservação de alimentos 2 – Ganho de peso de animais de corte 3 – Tratamento e prevenção de infecções em plantas 4 – Controle biológico de fermentações 5 – Isolamento de microrganismos em meios de cultura
FATORES DETERMINANTES DO USO IRRACIONAL 1 – Facilidade de compra 2 – Dificuldade na identificação da etiologia das infecções 3 – Propaganda da indústria farmacêutica Resolução RDC 333 de 19/11/2003 ANVISA 4 – Ansiedade do médico 5 – Ansiedade do paciente e familiares 6 – Desconhecimento médico em relação as doenças infecciosas
CONSUMO DE ANTIMICROBIANOS NO BRASIL - 2009
ANTIMICROBIANOS NO MEIO AMBIENTE DESENVOLVIMENTO E EXPANSÃO DA RESISTÊNCIA BACTERIANA ANTIMICROBIANOS NO MEIO AMBIENTE SELEÇÃO NATURAL SOBREVIVÊNCIA DE POPULAÇÃO RESISTENTE EXACERBAÇÃO USO ABUSIVO DOS ANTIMICROBIANOS
FATORES COADJUVANTES DA DISSEMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DESENVOLVIMENTO E EXPANSÃO DA RESISTÊNCIA BACTERIANA FATORES COADJUVANTES DA DISSEMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA 1 – Pobreza e acesso inadequado aos medicamentos. 2 – Erros de diagnóstico Deficiências do Sistema de Saúde Pública 3 – Falsificação de medicamentos (5% em antimicrobianos) 4 – Alimentos contaminados com antimicrobianos 5 – Preferência por medicamentos mais caros (Amplo espectro)
RESISTÊNCIA BACTERIANA EM PACIENTES AMBULATORIAIS E HOSPITALIZADOS, 1994 (*) MICRORGANISMO/ RESISTÊNCIA PACIENTES AMBULATORIAIS PACIENTES HOSPITALIZADOS p Staphylococcus coagulase negativos Oxacilina 35,9 49,0 <0,1 Staphylococcus aureus Oxacilina 14,6 32,7 Enterobacter sp. Ceftazidima 11,9 26,0 <0,01 Pseudomonas aeruginosa Imipeném 6,5 12,0 4,0 7,8 Enterococcus sp. Vancomicina 1,4 6,3 (*) Archibald, L. et al. Clin Infect Dis. 1997;24(2):211-5.
CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS ANTIMICROBIANAS
ANTIMICROBIANOS CLASSIFICAÇÃO A) Quanto a origem: 1 – produzidos por bactérias: polimixina, bacitracina, mupirocina 2 – produzidos por ascomicetos: penicilinas naturais e cefalosporinas 3 – produzidos por actinomicetos: aminoglicosídeos, carbapenêmicos, vancomicina, macrolídeos, tetraciclinas 4 – produzidos por síntese laboratorial: penicilinas semi-sintéticas
ANTIMICROBIANOS CLASSIFICAÇÃO B) Quanto a estrutura química: 1 – Derivados de aminoácidos: penicilinas, cefalosporinas, polimixina, cloranfenicol, carbapenêmicos, glicopeptídeos, Inibidores das betalactamases, monobactâmicos 2 – Derivados de açúcares: macrolídeos, lincosaminas, aminoglicosídeos 3 – Derivados de acetatos e propionatos: nistatina, anfotericina B, Tetraciclinas
ANTIMICROBIANOS CLASSIFICAÇÃO C) Quanto a ação biológica: BACTERICIDAS - droga capaz de causar a morte bacteriana, indepen- dente do estado imunológico do paciente. Penicilinas Cefalosporinas Aminoglicosídeos Glicopeptídeos BACTERIOSTÁTICOS - droga possui a capacidade de inibir o cres- cimento microbiano. A eliminação do microrganismo depende da compe- tência das defesas antiinfecciosas do paciente. Macrolídeos Tetraciclinas Lincosaminas Cloranfenicol
ANTIMICROBIANOS CLASSIFICAÇÃO D) Quanto ao espectro de ação: 1 – Bactérias Gram-positivas: penicilinas naturais, penicilina V, isoxazolilpenicilinas, macrolídeos, glicopeptideos 2 – Bactérias Gram-negativas: aminoglicosídeos, polimixinas, monobactâmicos 3 – Amplo espectro: cefalosporinas e derivados, penicilinas semi-sintéticas, tetraciclinas, cloranfenicol 4 – Bactérias anaeróbias: cloranfenicol, metronidazol, lincosaminas, penicilina G
ANTIMICROBIANOS CLASSIFICAÇÃO 5 – Micoplasmas: cloranfenicol, macrolídeos, tetraciclinas 6 – Espiroquetas: penicilinas, macrolídeos, tetraciclinas 7 – Micobactérias: estreptomicina, rifampicina, ofloxacino 8 – Fungos: nistatina, griseofulvina, anfotericina B 9 – Riquetsias: cloranfenicol, tetraciclinas