Colóquio "O problema das crianças hiperactivas"

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Transcrição da apresentação:

Colóquio "O problema das crianças hiperactivas" Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA) – Terapêutica com Metilfenidato Colóquio "O problema das crianças hiperactivas" 18 Abril 2015 Joel Passarinho 22 anos de serviço público com valores e ética

Sumário: Caracterização da Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção Epidemiologia Tratamento Terapêutica Farmacológica com Metilfenidato Utilização do Metilfenidato em Portugal

Caracterização da Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção

Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA) Perturbação do neurodesenvolvimento evidenciada por alterações do comportamento tais como, desatenção, impulsividade e agitação motora; Dificuldade em ajustar ou adequar o comportamento à realização de uma determinada tarefa ou circunstancia. Existem 3 sub-tipos: 1 – Predominantemente hiperativa 2 – Predominantemente de desatenção 3 – Combinada

Sintomas Dificuldades de aprendizagem, dificuldades de relacionamento, problemas de ajustamento psicossocial, dificuldades de cumprir regras e atingir objetivos Distúrbios do sono, ansiedade e depressão PHDA diagnosticada normalmente em crianças com idades entre os 6 e os 12 anos de idade, podendo os seus sintomas ser evidenciados quando ocorre uma alteração das rotinas da criança (p. ex. inicio da escola).

Causas Não foram estabelecidas as causas que estão na base da PHDA Poderá resultar da conjugação de uma série de fatores: Genéticos – a investigação tem demonstrado que a PHDA é uma doença hereditária Estrutura e função cerebral Outras possíveis causas: - Nascimento prematuro (antes das 37 semanas de gestação) - Baixo peso à nascença - Danos cerebrais durante a gestação ou nos primeiros anos de vida - Consumo de álcool, tabagismo e consumo de estupefacientes durante a gravidez

Epidemiologia da PHDA

Epidemiologia Prevalência Metanálise de 175 estudos realizados por todo o mundo demonstrou uma prevalência de 7,2 % de PHDA em crianças (idade ≤18 anos). Rae, Thomas et al. (March 2015), Prevalence of Attention Deficit/Hyperactivity Disorder: A Systematic Review and Meta-analysis, Pediatrics]  Estima-se que pelo menos 15-20% dos casos diagnosticados em criança se mantêm na fase adulta e cerca de 65% dos casos diagnosticados em criança tem sintomas reduzidos na fase adulta. A prevalência em adultos é de 4-5% da população. Apesar de não existirem dados precisos sobre a prevalência da doença em Portugal, diversos estudos em países culturalmente próximos apresentam valores dentro deste intervalo.

Epidemiologia Sexo Em crianças a PHDA, é cerca de 3-5 vezes mais comum em meninos do que em meninas. O subtipo da doença “predominante de desatenção” é mais comum em meninas do que em meninos. Idade Esta é uma perturbação do desenvolvimento em que os sintomas se evidenciam ainda antes dos 7 anos de idade. Após a infância, os sintomas podem persistir até à adolescência atenuar-se ou desaparecer.

Tratamento: Terapêutica Farmacológica com Metilfenidato

Tratamento Não existe um tratamento que por si só seja eficaz para tratar esta perturbação. Para além das terapêuticas farmacológicas existentes é essencial o acompanhamento mental, emocional. O tratamento deve ser feito sob supervisão de um especialista em perturbações do comportamento na infância. O diagnóstico deve ser feito de acordo com os critérios do DSM (Diagnostic and Statistical Manual of the American Psychiatric Association) ou normas orientadoras da ICD (International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems 10th Revision) e deve basear-se num historial e avaliação completos do doente.

Tratamento - Terapêutica Farmacológica Metilfenidato Insere-se na categoria farmacoterapêutica dos Estimulantes inespecíficos do Sistema Nervoso Central sendo o agente terapêutico mais comum no tratamento da doença. O tratamento com metilfenidato não é indicado para todas as crianças com PHDA e a decisão de utilização do fármaco deve ser feita com base numa avaliação rigorosa da gravidade e cronicidade dos sintomas da criança em relação à idade da criança.

Metilfenidato Está indicado como parte de um abrangente programa de tratamento da PHDA em crianças com idade igual ou superior a 6 anos quando as medidas tomadas para a resolução deste problema se revelarem insuficientes. Avaliação pré-tratamento - Antes da prescrição, é necessário realizar uma avaliação inicial do estado cardiovascular do doente, incluindo a pressão arterial e frequência cardíaca. Um historial abrangente deve documentar medicações concomitantes, sintomas ou perturbações médicas e psiquiátricas, passadas e presentes.

Metilfenidato Mecanismo de acção - Potente inibidor da recaptação da dopamina e da noradrenalina. O fármaco eleva o nível de alerta do sistema nervoso central, incrementa os níveis excitatórios do cérebro, resultando numa melhor concentração, coordenação motora e controle dos impulsos. Titulação da dose - A titulação da dose em crianças deve ser iniciada na dose mais baixa possível. É necessário titular cuidadosamente a dose no início do tratamento com metilfenidato

Metilfenidato O médico que opta pela utilização do metilfenidato por períodos prolongados (mais de 12 meses) em crianças e adolescentes com PHDA deve reavaliar periodicamente a utilidade a longo prazo do fármaco para o doente individual, com períodos sem medicação para avaliar o desempenho do doente sem farmacoterapia

Outra Terapêutica Farmacológica na PHDA: Também com AIM no tratamento de PHDA Categoria farmacoterapêutica Informações úteis Estimulantes inespecíficos do sistema nervoso central Atomoxetina (Strattera) - Com AIM em PT para o tratamento da PHDA desde 25 de outubro de 2005, em crianças com 6 anos de idade ou mais, em adolescentes e em adultos como parte de um programa terapêutico integrado - Bloqueador selectivo da recaptação de noradrenalina Terapêutica adjuvante (sem AIM no tratamento de PHDA) Antidepressivos Imipramina (Tofranil) - Inibe a recaptação de noradrenalina pelo neurónio pré-sináptico. Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos Buspirona (Ansiten, Busansil, Buscalma, Itagil) - Inibe a recaptação de dopamina Simpaticomiméticos Clonidina (Catapresan) - Estimulante dos receptores alfa2-adrenergicos, o que reduz a resposta simpática, o que tem como consequência a redução do tonus vasomotor.

Utilização do Metilfenidato em Portugal

Em 2014 – Comparticipação de medicamentos genéricos de Metilfenidato. Medicamentos contendo Metilfenidato e com Autorização de Introdução no mercado em Portugal: Autorizados e comercializados - Ritalina LA, Concerta, Rubifen, Metilfenidato Farmoz, Metilfenidato Mylan e Metilfenidato Sandoz. Em 2009 - O INFARMED. I.P. publicou uma Circular Informativa com as Recomendações de segurança, que pode ser consultado no sítio do Infarmed (CI nº 006/CD de 22/01/2009). Em 2014 – Comparticipação de medicamentos genéricos de Metilfenidato. Em janeiro de 2015 - O Infarmed aprovou materiais educacionais para todos os medicamentos contendo metilfenidato aprovados em Portugal, destinados a médicos das especialidades de pediatria, neuropediatria e psiquiatria. Serão disponibilizados em: http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MEDICAMENTOS_USO_HUMANO/FARMACOVIGILANCIA/INFORMACAO_SEGURANCA/MATERIAIS_EDUCACIONAIS/A_E Estes materiais pretendem garantir que os médicos estão bem informados e preparados para diagnosticar, aconselhar, prescrever e monitorizar os doentes em tratamento com estes medicamentos.

Evolução da Utilização do Metilfenidato em Portugal (2003-2013) A DDD corresponde à dose média diária de manutenção do fármaco, em adultos, para a sua indicação principal, por uma determinada via de administração e expressa em quantidade de princípio activo Indicador de Utilização - Dados expressos em Doses Diárias Definidas (DDD) por 1000 habitantes Dia. A DDD corresponde à dose média diária de manutenção do fármaco, em adultos, para a sua indicação principal, por uma determinada via de administração e expressa em quantidade de princípio activo Dados de dispensa de medicamentos prescritos a utentes do SNS e subsistemas públicos entre 2003 e 2013.

Evolução da despesa para o SNS e Utente (2003-2013)

Utilização do Metilfenidato por Local de Prescrição A prescrição é efectuada maioritariamente nos hospitais públicos e cuidados privados, ou seja, em cuidados especializados.

Para mais esclarecimentos contactar: Obrigado! Para mais esclarecimentos contactar: cimi@infarmed.pt Ver também: https://twitter.com/INFARMED_IP http://www.linkedin.com/company/infarmed www.infarmed.pt http://m.infarmed.pt 22 anos de serviço público com valores e ética