Investigar, ensinar e aprender

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Transcrição da apresentação:

Investigar, ensinar e aprender João Pedro Mendes da Ponte Faculdade de Ciências. Universidade de Lisboa

Mitos Investigar é uma atividade transcendente, que envolve o uso de metodologias sofisticadas, requerendo recursos especiais e uma longa preparação prévia. Investigar é uma atividade reservada a um grupo especial de pessoas, os “investigadores profissionais”; Ensinar e investigar são duas atividades contraditórias, que não se conseguem fazer em simultâneo sem comprometer a qualidade de uma ou outra.

Importante na aprendizagem escolar da Matemática, é o desenvolvimento integrado e harmonioso de um conjunto de competências e capacidades, que envolvem conhecimento de fatos específicos, domínio de processos, mas também capacidade de raciocínio e de usar esses conhecimentos e processos em situações concretas, resolvendo problemas, empregando idéias e conceitos matemáticos para lidar com situações das mais diversas, de modo crítico e reflexivo (JPP).

Ensinar é algo bastante mais complexo do que apenas transmitir conhecimentos. É a função fundamental do professor, por onde é preciso avaliar os resultados do seu trabalho, é a promoção da aprendizagem dos seus alunos.

Diferentes tipos de tarefas: Os exercícios: são tarefas sem grande dificuldade e estrutura fechada; Os problemas: são tarefas também fechadas, mas com elevada dificuldade; As investigações: são tarefas com grau de dificuldade elevado, mas em uma estrutura aberta.

Para a escolha de uma tarefa observar: As dificuldades que ela indica; A estrutura a ser utilizada; O tempo disponível; O contexto em que está iserida.

Atitude importante do professor: Encorajar os alunos ao responder suas dúvidas; Formular novas questões ao invés de dar respostas diretas; Envolver toda a turma, levando os alunos a argumentarem uns com os outros.

POSSIBILIDADES NO USO DAS TAREFAS: Pode ser ”ponto de partida”; Pode auxiliar para aprofundar determinado conceito ou para verificar outras particularidades deste.

Nas tarefas investigativas: O professor deve deixar de ser responsável pelo que os alunos fazem para ser recurso dos alunos; Tanto o professor quanto os alunos investigam, sofrendo um processo evolutivo ao investigarem; É fundamental o papel da colaboração no desenvolvimento da atividade de investigação;

Busca das soluções nos grupos, ao invés de esperar por soluções vindas “de cima”; Várias pessoas trabalhando em conjunto têm mais idéias, mais energia e mais força para derrubar obstáculos do que uma pessoa trabalhando sozinha.

Importância do trabalho colaborativo: Pode ocorrer entre professores, ajudando a caracterizar os problemas com que eles se defrontam; Ajuda na definição de estratégias de atuação, na avaliação de resultados da ação, criando um ambiente de trabalho conjunto positivo e estimulante; Quando um dos membros do grupo está num momento nem tão bom, recebe o apoio dos outros membros.

A investigação como um elemento da cultura profissional: Obstáculo: oposição entre teoria e prática; Teoria e prática são duas faces da mesma moeda, coexistem; Questionar quando teoria e prática servem e/ou são recomendáveis ou quando são problemáticas; Deve-se colocar ambas em diálogo.

A investigação e a reflexão sobre a prática são elementos fundamentais da cultura profissional dos professores de Matemática e dependem de duas instâncias fundamentais:

(i)     Uma instância de apoio à realização de projetos, que se devem realizar tanto quanto possível próximos da prática profissional; (ii)   Uma instância de apoio à divulgação dos resultados e das perspectivas dos projetos e ao seu debate, que são, de modo privilegiado, os encontros profissionais e as publicações periódicas e não periódicas.

Concluindo... Pode haver uma ligação estreita entre ensinar/aprender/investigar;   Investigar é atividade natural à espécie humana e não deve estar restrita à investigadores profissionais; Não podemos, no entanto banalizar este conceito.

Nem tudo se pode aprender através da investigação Nem tudo se pode aprender através da investigação. No entanto, isso não invalida a idéia que se trata de uma poderosa forma de construção do conhecimento tanto para o aluno como para o professor, que importa, por isso, promover no nosso ensino e na nossa cultura profissional. (João Pedro da Ponte)