O que é trabalho?. Fundamentos do mundo do TRABALHO e suas relações com a Educação Popular.

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Transcrição da apresentação:

Fundamentos do mundo do TRABALHO e suas relações com a Educação Popular

O que é trabalho?

Sentidos Etimológico, Ontológico e Econômico

Sentido Etimológico Tripalium – instrumento de tortura; Definições A palavra trabalho apresenta vários significados. Esses variações ocorrem, basicamente, devido a dois determinantes: momento histórico (modo de produção/economia) e influências culturais-étnicas;

Sentido Ontológico “... A forma pela qual o homem produz sua própria existência na relação com a natureza e com os outros homens e, assim, produz conhecimentos.” (RAMOS, 2007);

Sentido Ontológico Forma de trabalho exclusivamente humana – “Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao construir sua colméia. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existe antes idealmente na imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao material o projeto que tinha conscientemente me mira, o qual constitui a lei determinante do seu modo de operar e ao qual tem de subordinar sua vontade. E essa subordinação não é um ato fortuito. Além do esforço dos órgãos que trabalham, é mister a vontade adequada que se manifesta através da atenção durante todo o curso do trabalho.” (Marx, 2001, p. 211-212). TRABALHO HUMANO – intencionalidade; planejamento prévio; concepção e ação;

Sentido Histórico de cunho Econômico Modo de Produção Primitivo – propriedade coletiva dos meios fundamentais de produção; Modo de Produção Escravocrata – surgimento da propriedade privada e divisão de classes (Senhores de terras e Escravos) – Dicotomia entre “TRABALHO INTELECTUAL” e “TRABALHO PRODUTIVO” Modo de Produção Feudal – propriedade privada e divisão de classes (Senhores Feudais e Servos); Trabalho servil/artesão – domínio de todo o processo de produção (concepção e ação) FORMAÇÃO DO TRABALHADOR NO E PELO TRABALHO

Modo de Produção Capitalista – Relação Trabalho e Capital Sentido Histórico de cunho Econômico Modo de Produção Capitalista – Relação Trabalho e Capital Força de trabalho – capacidade humana para trabalhar; Força de trabalho como mercadoria; Dimensões da Mercadoria – valor-de-uso e valor-de-troca; Valor (TTSN) e Preço (Lei da Oferta e da Procura) da mercadoria; Mais-valia.

Modo de Produção Capitalista e a Formação do Trabalhador Massificação da escola elementar: Conteúdos: leitura, escrita e cálculo; Disciplinamento do trabalhador: hierarquia, ordens, horários, movimentos...

Características da crise do modo de produção capitalista Superprodução de valores de uso. Os valores de uso não são consumidos (não existem consumidores para pagar o valor de uso) – tendência de diminuir a produção. Oferta de mercadorias é maior que a procura. Diminuir produção – demitir trabalhadores – intensificar a exploração dos trabalhadores que permanecem – com o aumento do desemprego menos consumidores e menos mercadorias circulando. Concorrência entre capitalista contribui para a superprodução de mercadorias

Regimes de Acumulação do Modo de Produção Capitalista Estabilização, por um longo período, entre consumo e produção (“esquema de reprodução coerente”). Para que isso ocorra todos os indivíduos (capitalistas, trabalhadores, funcionários públicos...) deveriam contribuir para que o regime funcionasse. Desta forma, hábitos, práticas políticas, formas culturais... deveriam contribuir para a coerência da acumulação. Formação de um novo tipo de trabalhador e um novo tipo de homem

TAYLORISMO – FORDISMO Principais características e a formação do trabalhador

Características Taylorismo-fordismo Origem do nome; Período; Organização do trabalho; Estado; Modo de vida; Formação do trabalhador.

Presença da esteira mecânica. Características do Taylorismo-fordismo Origem (USA/Ford - início do sec. XX ) e período de hegemonia (até a década de 70/80 nos países do capitalismo central) Fordismo – a partir de 1914. Hanry Ford introduziu o dia de 8 horas e 5 dólares como recompensa aos trabalhadores; Presença da esteira mecânica. Taylorismo – Princípios da Administração Científica (1911) de Taylor – aumento da produtividade do trabalho por meio “... da decomposição de cada processo de trabalho em movimentos componentes e da organização de tarefas de trabalho fragmentadas segundo padrões rigorosos de tempo e estudo de movimento.” (HARVEY, 2002, p. 121).

Organização do trabalho: Características do Taylorismo-fordismo Organização do trabalho: Base tecnológica pautada na eletromecânica. Maquinário pesado, rígido e que ocupava grandes espaços. Fragmentação do trabalho – intensificação da divisão entre gerência (concepção/ controle) e trabalhadores (execução). Hierarquia; Trabalho e trabalhador coletivo (vários trabalhadores parciais) – especialista em uma parte do processo de trabalho; Produção em série, linha de montagem e de produtos mais homogêneos; ESTEIRA MECÂNICA; Controle dos tempos e movimentos pelo cronômetro taylorista e da produção em série fordista; Unidades fabris concentradas e verticalizadas;

Produção e consumo em massa. Devia-se criar necessidades de consumo; Características do Taylorismo-fordismo Modo de vida Produção e consumo em massa. Devia-se criar necessidades de consumo; Renda e tempo de lazer para consumir; Saber gastar o dinheiro. Capacidade de consumo consciente (não gastar dinheiro com vícios. Ford tentou controlar isso); Probidade moral e vida familiar; Respeitar a ordem/hierarquia presentes na sociedade.

Estado (a partir do início da década de 1930 – USA) Características do Taylorismo-fordismo Estado (a partir do início da década de 1930 – USA) Estado de Bem-Estar Social ou Estado Keynesiano Estado regulador: economia e direitos sociais (proteção econômica; meios para as pessoas voltarem a consumir; fontes de trabalho subvencionadas pelo Estado; políticas de emprego; salário-desemprego; previdência pública; habitação-educação-saúde... Públicas).

EDUCAÇÃO – aspectos predominantes Características do Taylorismo-fordismo EDUCAÇÃO – aspectos predominantes Conhecimentos elementares e especialidade em alguma área técnica – TRABALHADORES; Formação intelectual para trabalhadores complexos e/ou para proprietários dos meios de produção

CRISE DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA – Décadas de 70/80

ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL OU TOYOTISMO Principais características e a formação do trabalhador

Características do Toyotismo Origem do nome; Período; Organização do trabalho; Estado; Modo de vida; Formação do trabalhador.

Origem/período (Japão/Toyota – implantação progressiva de 1950-70) Características do Toyotismo Origem/período (Japão/Toyota – implantação progressiva de 1950-70) TOYOTISMO ou OHNISMO (Ohno, engenheiro que originou o modelo na Toyota) Motivos – as empresas japonesas precisavam ser tão competitivas quanto as americanas; Necessidade de aplicar o fordismo no Japão, mas de acordo c/ as especificidades desse país.

Características do Toyotismo - Origem Especificidades do Japão – possibilidade de consumo de massa era limitada (pós-guerra). Os fabricantes deveriam produzir com custos equivalentes aos da produção em massa; Veículos deveriam ser menores p/ atender as condições de consumo e a configuração geográfica do Japão; Demanda diversificada (vários patamares de renda), portanto, diversificação de produtos.

Organização do trabalho Características do Toyotismo Organização do trabalho Fim do sindicato combativo e instituição do sindicato patronal; Novo perfil sindical – “Família Toyota” – Lema: “Proteger a nossa empresa para defender a vida” – condição para o sucesso da empresa japonesa e, em especial, da Toyota. O novo sindicato combina repressão e cooptação. “... como contrapartida à subordinação patronal, a obtenção do emprego vitalício a uma parcela dos trabalhadores das grandes empresas (cerca de 30% da população trabalhadora) e também ganhos salariais decorrentes da produtividade.” (ANTUNES, 2005, p. 33)

Características do Toyotismo – Organização do trabalho Base tecnológica – microeletrônica (máquinas flexíveis, programação e produção diversificada); Processo produtivo flexível – um operário operando várias máquinas (na Toyota 1 operário/5 máquinas) – Polivalência do trabalhador – capacidade para operar várias máquinas e combinando várias atividades simples; O trabalhador deve deixar a máquina funcionando e preparar os elementos necessários para o funcionamento de outra máquina... Reduzir o tempo de trabalho “morto”.

Características do Toyotismo – Organização do trabalho Produção é conduzida pela demanda, variada, diversificada e voltada para suprir o consumo. Muitos modelos e pouco estoque; Just in time – melhor aproveitamento possível do tempo de produção o que inclui transporte, controle de qualidade e estoque. Estoque mínimo; Terceirização – o padrão de qualidade da empresa que contrata deve ser copiado pela empresa terceirizada;

Trabalho em equipe – vestir a camisa da empresa Características do Toyotismo – Organização do trabalho Controle de qualidade Trabalho em equipe – vestir a camisa da empresa Participação do trabalhador (trabalhador crítico); Trabalhadores temporários; Intensificação do desemprego, subemprego/trabalho informal;

Características do Toyotismo Estado Estado mínimo/neoliberal – redução de recursos públicos para políticas sociais; privatizações (terceirização); desregulamentação das leis trabalhistas; ampliação de verbas públicas para a iniciativa privada.

Modo de vida – NOSSA VIDA! Características do Toyotismo Modo de vida – NOSSA VIDA! “Consumidor consciente e crítico” = cidadão; Competição mais acirrada (capitalistas/capitalistas; trabalhadores-trabalhadores) – aprofundamento do individualismo; Modo de vida frenético. Sujeito capaz de executar várias atividades (trabalhar, reproduzir a espécie, cuidar da família, consumir...)

EDUCAÇÃO – aspectos predominantes Pauperização de conhecimentos científicos no processo de formação do aluno trabalhador ou futuro trabalhador. Formação geral e polivalente em detrimento da especialização “engessada”, típica do taylorismo-fordismo; Domínio de várias especialidades (saber fazer várias atividades) – Polivalência; Formação por competências, “crítica/cidadã”, voltada ao mercado de trabalho e disciplinadora para ordem social.

Educação Formação para atividades complexas – voltada ao trabalho intelectual. Destina-se aos dirigentes (donos dos meios de produção) e/ou a poucos trabalhadores.

PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR HOJE Formação crítica e que visa contribuir com a transformação social. X Atendimento/Formação assistencialista e com caráter de conservação social.

ONGs nos Países da América Latina Papel das ONGs ONGs nos Países da América Latina Anos de 1945 – relacionadas ao trabalho comunitário de constituição de condições mínimas de vida; Anos de 1980 – caráter reivindicatório e trabalho junto aos movimentos sociais;

Anos de 1990 Podem assumir uma finalidade assistencialista; Caráter mercadológico; Atendimento de necessidades sociais que deveriam ser escopos de políticas públicas; Recebimento de incentivos financeiros públicos; ONGs “fantasmas”; Isenção de impostos/tributos. ONGs que se articulam com movimentos sociais e contribuem com o processo de transformação social (NÃO É PREDOMINANTE)

CONCEPÇÕES DE/PARA A FORMAÇÃO HUMANA

Dicotomia entre formação geral e formação específica 1) Escola dual 2) Dicotomia entre formação geral e específica 3) Prepara para o mercado trabalho - concepção de empregabilidade e polivalência; 4)Formação unilateral 5) Caráter assistencialista Formação politécnica/ominilateral 1) Formação Emancipatória 2) Politecnia – relação entre formação geral e específica no mesmo processo de formação (união entre trabalho manual e intelectual) 3) Prepara para o mundo do trabalho 4)Formação omnilateral 5) Caráter emancipatório

Questões A educação transforma a sociedade? Existe(m) diferença(s) entre formar para o mercado de trabalho e formar para o mundo do trabalho? Justificar.