Arte: pressupostos legais, metodológicos e conceituais por Eglecy Lippmann.

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Transcrição da apresentação:

Arte: pressupostos legais, metodológicos e conceituais por Eglecy Lippmann

Constituição Federal de 1988, art. 206, parágrafo II: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios (...) II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.

LDBEN 9394/96 – Art. 26, &2º O ensino da arte constituirá componente obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

PCNs, 2001, p.19: A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas

Nessa perspectiva, educar os alunos em arte, é possibilitar-lhes um novo olhar, um ouvir mais crítico, um interpretar da realidade além das aparências, com a criação de uma nova realidade, bem como a ampliação das possibilidades de fruição e expressão artística

A arte possibilita-nos maior criticidade e consciência em relação ao mundo. O domínio e a prática desta não limita-se ao domínio dos fazeres artísticos, do processo criativo mas a intensificação do processo de apreciação, percepção e expressão.

Por meio da arte o homem pode conseguir apreender a realidade, não só para suportá-la, mas – principalmente – para transformá-la, ou seja, para humanizá-la e, dialeticamente, humanizar-se (Maria Inês Hamann Peixoto)

É, então, um meio de identificação do indivíduo com a humanidade e com a natureza, porque proporciona condições para que o homem conviva e divida modos de ver, apreender, compreender e sentir o mundo presente e também o futuro, por projeções criadoras que a arte permite enquanto forma de domínio da natureza (Maria Inês Hamann Peixoto).

Luygy Pareyson (década de 40): fazer, conhecer e exprimir Vázquez ( (década de 70): Ideologia (consciência de realidade e superação desta), Conhecimento, Trabalho criador (homem modifica a matéria e ao atribuir significações ele mesmo se modifica) Ana Mae Barbosa (década de 90): Pedagogia Triangular (leitura da obra de arte, o fazer artístico e a história da Arte) Currículo do Estado do Paraná (2000): Familiarização cultural e sensibilização estética e dos sentidos. Mírian Celeste Martins: articulação dos 3 campos conceituais: a criação/produção, a percepção/análise e o conhecimento da produção artístico-estética da humanidade

Estética O termo deriva da palavra grega aisthesis que significa o que é sensível ou o que se relaciona com a sensibilidade e a dimensão da beleza. (Benedito Nunes)

Experiência Estética e Estesia contrário de anestesia – a impossibilidade ou a incapacidade de sentir, a estesia é, assim como a palavra estética, originada do grego aisthesis, que significa basicamente a capacidade sensível do ser humano para perceber e organizar os estímulos que lhe alcançam o corpo. (Duarte Jr)

Para Dewey, a experiência é estética quando todo o sujeito se envolve, com sua cognição, sua emoção e a sua vida. (John Dewey)

Percepção: consciência é percepção e percepção é consciência (Merleau Ponty) O ponto de partida de toda experiência perceptiva é a experiência corporal. Assim, o corpo é o veículo do ser-no-mundo ao perceber as coisas o corpo nelas se envolve... o corpo se percebe...sentindo conhece, conhecendo sente, a arte é antes de mais nada, uma experiência sensível (Mírian Celeste Martins) (atenção involuntária)

A percepção é construída e está associada ao seu reconhecimento/inclusão em um sistema de associações familiares. O mundo não é visto simplesmente em cor e forma, mas tb como um mundo de sentido e significado (Lúria, 1987)

É precisamente a atividade criadora do homem a que faz dele um ser projetado para o futuro, um ser que contribui criando e que modifica seu presente (Vygotsky, 1987)

O ensino da Arte atende os princípios de proporcionar uma educação humanizadora que possibilita o desenvolvimento da capacidade criadora e o senso crítico, elementos fundamentais para a modificação de uma sociedade, de uma realidade, neste sentido, a Arte se torna indispensável, pois desenvolve a imaginação e a percepção.

Trabalhar na formação dos sentidos humanos, estimulada pela criação, experimentação, vivências estéticas, que possibilitem a apreciação, fruição, decodificação do fenômeno artístico, na construção da percepção, formação da sensibilidade como apropriação da própria realidade. Entre estas formas, são os signos artísticos que permitem ao homem construir sua poética pessoal, seu modo singular de tornar visível seu olhar sobre o mundo.

Quanto mais o aprendiz tiver oportunidade de ressignificar o mundo por meio da especificidade da linguagem da arte, mais poder de percepção sensível, memória significativa e imaginação criadora ele terá para formar consciência de si mesmo e do mundo (Mírian Celeste Martins)

As pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma coisa. Servir. Prestar. [...] Dar lucro. Não enxergam que a arte [...] é a única chance que o homem tem de vivenciar a experiência de um mundo da liberdade, além da necessidade (Paulo Leminski).

Referências Constituição Federal de 1988 LDBEN 9396/96 Parâmetros Curriculares Nacionais – 1998 Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino da Arte – 2007 Currículo Básico do Estado do Paraná – 2000 Diretrizes Curriculares de Arte do Estado do Paraná – 2008 DEWEY, John. Tendo uma experiência. São Paulo: Abril Cultural, 1974 (Os pensadores)

DUARTE JR, João Francisco. O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível. Curitiba: Criar Edições LEMINSKI, Paulo. A arte e outros inutensílios. São Paulo: Folha de São Paulo, 18 out MARTINS, Mírian Celeste. Didática do Ensino da Arte. A língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998 NUNES, Benedito. Introdução à filosofia da arte. São Paulo: Ática, 1991

PEIXOTO, Maria Inês Hamann. Arte e grande público: a distância a ser extinta. Campinas: Autores Associados, VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. Tradução José Cipolla Neto, Luiz Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. São Paulo: Maritns Fontes, VYGOTSKY, L.S., LURIA, A.R., LEONTIEV A.N. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. Ícone Editora, São Paulo, 1987.