Superação paradigmática no campo da CI: tendências contemporâneas Carlos Alberto Ávila Araújo Fundamentos da Ciência da Informação.

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Transcrição da apresentação:

Superação paradigmática no campo da CI: tendências contemporâneas Carlos Alberto Ávila Araújo Fundamentos da Ciência da Informação

Relación entre los conceptos: información, conocimiento y valor. Semejanzas y diferencias Miguel Ángel Rendón Rojas Epistemologia e Ciência da Informação Rafael Capurro Abordagens epistemológicas à Ciência da Informação: Fenomenologia e Hermenêutica João Luiz Pereira Marciano O caráter social, material e público da informação Bernd Frohmann

Novas direções e rumos buscados pela CI brasileira Conferências proferidas nas aberturas dos últimos Enancibs Capurro, 2003 Frohmann, 2006 Hjorland, 2007 Rendón Rojas, 2008 Lena Vânia 2009, Belkin 2010, Zins 2011, Judith Sutz 2012

1. Três paradigmas na CI Idéia de paradigma em Kuhn: modelo que se consolida, apresenta limites, é questionado Não idéia de avanço histórico Crítica de Ellis: multiplicidade de paradigmas pode ser característica de ciência “normal” “Tese” de Capurro: CI nasce num paradigma fisicista, questionado por um cognitivo, e este substituído por um pragmático

1.1. Correntes epistemológicas no século XX Hermenêutica (Gadamer, Dilthey, Husserl, Heidegger): separação ciências humanas (compreensão) x naturais (explicação causal) Fenômenos especificamente humanos: história, política, economia, técnica, moral, arte, religião Teoria clássica do conhecimento baseado na representação, duplicação de uma realidade externa na mente do observador Nova realidade epistemológica para a CI

1.2. O paradigma físico Epistemologia fisicista, Shannon e Weaver Há algo, objeto físico, que E transmite para R Condições ideais para reconhecimento unívoco Exclusão aspectos S e P Inf = possibilidade de seleção x redução de incerteza Cranfield Project I, 1957, começo da influência desse paradigma – condições laboratoriais, medição de R e P Exclui papel ativo do sujeito cognoscente Ainda atual – Buckland, 1991

Fugman et al (1957) – performance de codificação, armazenamento e recuperação de SIs Escritório de ICT da Nasa em 1960 Machlup, 1962: produção e distribuição de conhecimento nos EUA Relatório Weinberg, 1963 – agências responsáveis pela transferência de inf ADI se torna ASIS em 1968 A definição de Borko

A consolidação de um paradigma “CI – a disciplina que investiga as propriedades e o comportamento da informação, as forças que regem o fluxo informacional e os meios de processamento da informação para a otimização do acesso e uso. Está relacionada com um corpo de conhecimento que abrange a origem, coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e utilização da informação. Isto inclui a investigação, as representações da informação tanto no sistema natural como no artificial, o uso de códigos para uma eficiente transmissão de mensagens e o estudo dos serviços e técnicas de processamento da informação e seus sistemas de programação” (BORKO, 1968)

Manifestações RI: os experimentos de Cranfield Bibliometria e seus similares Comunicação científica: fluxos e diferentes produtos informacionais Unesco: teorias difusionistas Teorias funcionalistas: as instituições e a informação no todo social Teorias críticas: acesso físico

1.3. O paradigma cognitivo Otlet e LaFontaine: separar o conhecimento do seu registro (conteúdo) Popper, três mundos Começa com Brookes, 1977: K (S) + I = K (S + S), onde S é uma estrutura de conhecimento e I é um indicador do efeito da modificação Inf = transformação no usuário, possuidor de “modelos mentais” transformados pela inf – teoria ASK

Modelos mentais para a concepção dos SRI, prever estratégias de busca (Vakkari) O modelo de Buckland INTANGÍVELTANGÍVEL ENTIDADE2.Informação-como- conhecimento Conhecimento; aquilo que é percebido em (1), relativo a um fato ou assunto 3. Informação-como-coisa Dados, documentos; propriedade de proporcionar conhecimento de algo PROCESSO1. Informação-como- processo Se tornar informado, aquilo que a pessoa conhece é alterado;o ato de informar, a comunicação do conhecimento 4. Processamento da informação Processamento dos dados; tratamento, manuseio e obtenção de novas formas ou versões de (3)

1.4. O paradigma pragmático/social Crítica a uma visão de usuário exclusivamente como sujeito cognoscente, esquece condicionantes sociais e materiais do “existir” humano Frohmann: visão reducionista, associal Nível “numênico” – apenas inteligível Constituição social dos processos informacionais (necessidade, busca, representação, etc)

Heidegger, contra separação entre sujeito cognoscente encapsulado e o mundo exterior que ele tenta constatar – “ser-no- mundo” (Dasein), “estar ali” (pragmática) Hjorland e Albrechtsen: campos cognitivos mais comunidades discursivas – abandono da busca de uma linguagem ideal para representar o conhecimento ou algoritmo ideal para recuperar inf; bases de dados têm caráter polissêmico

Objeto CI: relações entre discursos em relação a possíveis pontos de acesso de distintas comunidades de usuários (desenvolvem critérios de relevância) Algo só é informação em relação a um pressuposto conhecido e compartilhado com outros Luhmann: oferta de sentido, seleção (de sentido), por modelos mentais e redes sociais Inf como elemento prévio para criar conhecimento – na verdade é o oposto

1.5. Conclusão Diz-se que filosofia tem poucas conseqüências – falsa dicotomia Pressupostos epistemológicos implícitos e explícitos da CI – conseqüências para a concepção de sistemas, para uso deles, etc Entre utopia da linguagem universal e a loucura de uma linguagem privada Pergunta-chave: informação para quem?

“Informação, num sentido existencial-hermenêutico, significa partilhar o mundo comum em termos temáticos e situacionais. Se procurarmos as condições que fundamentam nossa ação de comunicar um ao outro o possível significado das coisas dentro de horizontes específicos de entendimento, então a resposta hermenêutica é que nós podemos fazê-lo porque nós já compartilhamos o mundo. Portanto a informação não é o produto final de um processo de representação, ou algo que está sendo transportado de uma mente para outra, ou, finalmente, algo separado de uma subjetividade encapsulada, mas sim, uma dimensão existencial do nosso estar-no-mundo-com-os-outros” (Capurro, 1991, apud Robredo, 2003, p. 64).

1a/1b: corpo de a e b 2a/2b: cérebro de a e b 3a/3b: psiquê (mente ou self) de a e b 4a/4b representação de um objeto (informação) do mundo exterior 5: mundo exterior 6: impressão de/sobre (ou processo de 'in-formação’) o objeto 7: objeto do mundo exterior 8a/8b: intercâmbio de informação entre a e b relativo às representações dos objetos do mundo exterior

1.6. Estudo de Lucilene Messias (2005) CategoriasQuantidade de indicações Percentual Coisa4679,3% Conhecimento1322,4% Processo2441,4% Estudo com artigos de 6 periódicos brasileiros Utilização do esquema de Buckland Plano material (tangível, representado, mundo físico), imaterial (plano das ideias, impressões, percepções, interpretações) e intermediário (ações, processos, práticas que ligam o mundo tangível ao intangível)

2. Informação, conhecimento e valor Ponto de partida da inf: tem uma existência material, sensível, dá forma aos dados, mas não existe como ente acabado e autônomo – qualidade secundária de um objeto particular Ponto de partida do conhecimento: a inf, retomada no processo de conhecimento Atividade da inf: síntese entre opostos (ação do sujeito, elementos objetivos) – “dar forma”

Atividade do conhecimento: mais complexa, não só estruturação e interpretação mas análise, síntese, inferências, aplicações, avaliação, e ainda imaginação, criatividade (Piaget, assimilação, integração e reorganização de estruturas) Elemento criativo (Ricouer): interpretação não é reducionista, não se busca relação unívoca entre símbolo e referente Cassirer: relação mediada com a natureza, formas simbólicas (potência simbólica)

Conhecimento existe no sujeito, ao sair dele se converte em informação – crítica a Popper, conhecimento não é uma substância em si Gadamer: ser humano não é ente acabado, vai construindo sentidos Heidegger: universalismo/particularismo dos valores Valor (verdade, beleza, bondade) – propriedades de enunciados, em função de objetividade mas também de subjetividade

3. Perspectivas para a CI Husserl – Époche – colocar entre parênteses a realidade do mundo, distanciamento Ego transcendental – consciência intencional Heidegger – dasein – ser no mundo Ser humano como coletividade e não como indivíduo Cognição e pensamento não são funções mentais isoladas, mas parte das atividades do dia-a-dia Conhecimento não como representação de entidades objetivas e independentes, mas interações, reestruturação contínua A virada lingüística: linguagem como ação social por meio da qual o homem coordena as suas atividades; mais que meramente veículo representativo

3.1. Fenomenologia e CI Merleau-Ponty: nem o mundo determina a percepção, nem a percepção constitui o mundo Não uso de fontes de inf para redução da incerteza, mas ruptura da concepção de mundo experimentada pelo observador SIs, em vez de tentar impor um modelo estático e limitante, devem ser projetados de modo aberto e flexível, respeitando as particularidades de cada domínio e promovendo o compartilhamento de significados e experiências

Aspectos da Fenomenologia Redução = convergência, retorno Primeira, P: contra atitude naturalista da ciência, ver o mundo – reenvio ao sujeito Segunda, E: se volta para o objeto, não universal mas intersubjetivo Terceira, T: atos do sujeito que conhece (percepção, imaginação, memória)

3.2. Comparação entre o modelo fenomenológico e o normativo Mundo indeterminado e problemático Experiência vivida Epóche (crenças entre parênteses) Descrição do mundo pelo ponto de vista de quem o experencia Generalizações apenas para indivíduos específicos Mundo determinado O que é mensurável e empiricamente verificável Hipótese de relação causal, efeitos, manipular variáveis Generalizações lógico- dedutivas, definições operacionais; replicar Interpretação estatística para ver tendências universais

3.3. Hermenêutica e CI “Ciência da interpretação de textos” Implicação: comportamento humano e seus produtos como expressão de modos de ser no mundo Linguagem – significados intersubjetivos Ricouer: “ação como texto”; não descobrir sentido inerte, mas ver possibilidades CI: não só tecnologia, abarcar sujeito; não só indivíduo, abarcar contexto com o qual interage (influencia e é influenciado)

4. Caráter social, material e público da informação Conciliação de estudos sobre a informação e estudos sobre as práticas sociais e públicas, políticas, econômicas, culturais Materialidade – conceito que permite a ligação Contra conceito mentalista, abstrato, imaterial, algo na mente proveniente da leitura Estudos de efeitos da inf só como mudanças de consciência individual

Os regimes de informação documentos sistemas regulatórios sistemas econômicos tecnologiasdimensão social diferentes sujeitos valores culturais diferentes sujeitos Inserção dos fenômenos informacionais em contextos concretos: modelos globais de compreensão; epifenômeno/iceberg INFORMAÇÃO

Efeitos sociais reféns de quantos indivíduos são afetados Documentos – rejeição (e orgulho) Foucault – enunciados a)Modo de existência (e não significados) b)Fisicalidade x materialidade c)Processos: energia, massa, estabilidade, resistência, antagonismos d)Problema: especificar as fontes de massa, energia e força dos enunciados

Foucault – instituições Materialidade analisada pelo grau de imersão institucional (ela é da ordem do institucional) Ex: registros psiquiátricos Poder da inf muito mais que a comunicação de dados – poder constituinte (de indivíduos, de realidades), configura a vida social Ex: apartheid, Stasi, sociedade disciplinares

Ciência – também como instituição Fleck: papel da documentação na estabilização (enunciado + experiência) Latour: papel da documentação na estabilização (enunciado nos periódicos, técnicas retóricas, “caixa preta”) Inventando pessoas – ex: homossexual, suicida, “múltiplas personalidades” Categoria que perde massa médica e psiquiátrica, continua na social e cultural

4.1. Enunciados digitais Informação é materializada por meios institucionais e tecnológicos Digital: velocidade e força Processos automáticos, desprovidos de intencionalidades, expulsam o ser humano Exs: ações, dados de compra, monitoramento de dados, spam, spywares, guerra, munições automáticas

Enfim... Que direções? Qual conceito de informação?

“Existem muitos conceitos de informação e eles estão inseridos em estruturas teóricas mais ou menos explícitas. Quando se estuda informação, é fácil perder a orientação. Portanto, é importante fazer a pergunta pragmática: ‘Que diferença faz se usamos uma ou outra teoria ou conceito de informação?’ Essa tarefa é difícil porque muitas abordagens envolvem conceitos implícitos ou vagos que devem ser esclarecidos. (...) Deveríamos também perguntar a nós mesmos o que mais precisamos saber sobre o conceito de informação a fim de contribuir para maior desenvolvimento da CI” (Capurro, Hjorland, 2007, p. 193).