PROVOCAÇÕES CONTEMPORÂNEAS Desafios à Educação do agora.

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Transcrição da apresentação:

PROVOCAÇÕES CONTEMPORÂNEAS Desafios à Educação do agora.

Edgar Morin nasceu em 1921 em Paris. Teve que trocar seu nome para livrar-se do nazismo, foi comunista e rechaçado pela academia parisiense. Edgar Morin pensa de forma complexa. Interliga conhecimentos de distintas áreas, estabelecendo uma comunicação capaz de dotar de sentido o saber. Propõe a interligação entre ciência, artes e tradição; entre sujeito, objeto e conhecimento produzido; entre corpo, mente e sentimentos.

Segundo Morin, nosso atual modelo de educação, fundado sobre a lógica da disjunção, é incapaz de perceber as relações existentes entre os conhecimentos, é incapaz de conceber e contemplar, em seu currículo e sua didática, o ser humano como um todo indiviso. Critica ao modelo tradicional de Educação Desta maneira, contribui para o distanciamento cada vez mais crescente do ser humano para com os outros e para com a natureza. Sem falar no desconhecimento do ser humano em relação a si próprio, a seus desejos internos, suas necessidades, seus sentimentos, medos e anseios.

Todo conhecimento é uma tradução e uma reconstrução. Não existe um conhecimento absoluto, ao contrário, o conhecimento é sempre passível de erros e ilusões. A ideia de que todos percebemos a mesma realidade é uma ilusão. Perspectiva para uma nova educação A partir da nossa percepção individual, traduzimos os estímulos que recebemos do exterior e reconstruímos a realidade conforme nossos próprios processos internos. Ou seja, o que achamos que é a realidade, na verdade é uma interpretação particular, individual e só partilhada através da linguagem.

Pensamento Complexo O Pensamento Complexo é uma maneira de sair de um padrão de pensamento cartesiano, que leva à fragmentação do conhecimento, negligenciando as relações que existem entre esses conhecimentos e que são essenciais à visão significativa do todo. Ao propagar a ideia de um Pensamento Complexo, apostamos em uma mudança de paradigmas, passando de um paradigma de dominação e poder, de fragmentação, classificação e hierarquização, para um paradigma de cooperação, que valoriza e restabelece as relações, as atitudes significativas.

Principais operadores cognitivos do Pensamento Complexo O pensamento linear é um elemento fundante do racionalismo moderno. A partir disso, a ciência moderna evoluiu fragmentando os conhecimentos, as relações, e assim, perdendo a visão do todo. A Circularidade surge a partir de uma proposta de causalidade recursiva e retroativa, capaz de ir em busca desta interpretação multidimensional e multirreferencial da realidade. Esse operador cognitivo da complexidade perpassa todos os outros, pois é a circularidade o elemento que supera a ordem linear. Circularidade

A dialógica transcende a comunicação linear. Vai além da polaridade emissor-receptor. Em um processo de comunicação genuína, os envolvidos estão em uma relação de acoplamento estrutural, modificando-se e modificando aos outros. A dialogia permite o entrechoque de idéias, considerando como essencial a convivência com as contradições, entre estudante-estudante e estudante-professor, em um movimento espiral de troca e evolução das pessoas e daquilo que está sendo discutido. Dialógica

A Teoria da Autopoiese parte de uma dinâmica não-linear de concepção sistêmica da realidade. Nessa perspectiva, os elementos que compõem um sistema estão associados por meio de um acoplamento estrutural. Neste acoplamento, qualquer elemento influencia o sistema e, ao mesmo tempo, é influenciado por ele. Autoprodução O conhecimento, por exemplo, ao ser construído pelo indivíduo, o modifica internamente. Indivíduo e meio se influenciam mutuamente em um processo contínuo de produção e auto- produção. Para tanto, este princípio, em ação didática, significa, de acordo com Freire (1997), que ensinar não é sinônimo de transferência de conhecimento, mas ação de produção ativa do estudante em busca da construção da aprendizagem.

Com base na Física Quântica, na Autopoiese e em outras teorias da “Nova Ciência”, podemos compreender a não- separatividade, tão necessária à compreensão do Pensamento Complexo. Parte e Todo são dimensões de uma mesma realidade. A parte representa o todo e o todo representa cada uma de suas partes. Hologramático

As cisões entre sujeito e contexto, sujeito e objeto de conhecimento, são operações do pensamento racionalista linear que reduzem e limitam a compreensão da realidade. Na perspectiva do pensamento complexo, sujeito, objeto, contexto e história de vida são elementos indissociáveis na apreensão da realidade. Integração Sujeito-objeto

Como os sujeitos estão imbricadamente unidos entre si e ao meio, em um processo de acoplamento mútuo, toda ação implica em uma mudança estrutural de todo o sistema. A ação de um sujeito repercute de forma não-controlável e não- previsível no meio e no sistema do qual ele faz parte. Essa reverberação afeta não só o meio, mas o próprio sujeito, de forma recursiva e retroativa. Ecologia da Ação

A perspectiva holística da realidade é representada pela ideia de uma consciência transdiciplinar. Presente em todos os setores do conhecimento, ela diz respeito ao conjunto de saberes particulares, visando o entendimento acerca dos mecanismos de funcionamentos humano e físico. Nesse sentido, a compreensão do real, sob a ótica holística, somente alcança uma definição, ainda que provisória, a partir da análise das inter-relações com outros elementos, e não pelo método cartesiano, que “analisa o mundo em partes e organiza essas partes de acordo com leis causais”. (CAPRA, 1999, p. 80)

PARA PENSAR UM POUCO...  QUE É EDUCAÇÃO?  QUE DEVE SER A EDUCAÇÃO?