O T EXTO NÃO É PRETEXTO. M ARISA L AJOLO - 1982 - O texto não é pretexto para nada. Ou melhor, não deve ser. - Texto – ponto de encontro entre dois sujeitos:

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
NOSSAS QUESTÕES Como se dá a perspectiva transdisciplinar na educação infantil? A escrita é um produto escolar? Porque ainda existe sociedade iletrada?
Advertisements

Letramento: um tema em três gêneros
Gêneros de texto (não-ficção)
Núcleo de Assessoria Pedagógica Unisal – Lorena 2006
Um vocabulário para a interpretação
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS
ÁREA DE CONHECIMENTO ALFABETIZAÇÃO.
Práticas de alfabetização e letramento no 1º ciclo: em que isto implica? LÂMINAS BASEADAS NAS PALESTRAS DAS PREFESSORAS MAGDA SOARES E MARIA DO SOCORRO.
Encontro Formativo dos Professores Orientadores de Sala de Leitura DRE IQ “Leituras que inspiram descobertas”
2º encontro – Professores Maio de 2012
CONTEÚDOS ESCOLARES E DESENVOLVIMENTO HUMANO : QUAL A UNIDADE ?
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
ADRIANA CRISTINA DE O. S. DEZERTO RIBEIRÃO PRETO – SP
Competência Leitora As práticas de leituras escolares são cruciais para o desenvolvimento da competência leitora dos alunos.
PROJETO RE-E-LENDO MARIA DA PENHA FRIGINI. PROJETO RE-E-LENDO MARIA DA PENHA FRIGINI.
ARTICULANDO O CURRÍCULO ÀS SALAS DE RECUPERAÇÃO INTENSIVA
PCNs – 1º Ciclo Língua Portuguesa. É pela mediação da linguagem que a criança aprende.
Os níveis básicos da leitura
Rotina na Alfabetização:
Cultura, Linguagem e Língua
Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa.
AVALIAÇÃO DISCENTE: a prova em questão
Capacitação dos professores
Caderno Interfaces Curriculares
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
“Num mundo como o atual, em que os textos estão por toda a parte, entender o que se lê é uma necessidade para poder participar plenamente da vida social.”
Planejamento PNAIC 2014.
Teacher Marilisa Lichtenberg English
Ciências no Ensino Fundamental e na Educação Infantil – Aula 9
Os quatro estágios de aprendizagem de leitura
FAZENDO COM OS ALUNOS: correção de produção textual
ALFABETIZAÇÃO Joselaine S. de Castro.
COLEÇÃO VIVER, APRENDER
Os processos de construção da linguagem escrita: a Constituição do sujeito leitor numa sociedade indígena Prof° Dra° Terezinha Bazé de Lima
GÊNEROS TEXTUAIS NO ESPAÇO EXTRAESCOLAR E NA SALA DE AULA
O que é ensinar história?
ELIANE PEREIRA DE BRITO
Leitura e interpretação de texto
ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística.
Livro: Estratégias de leitura
Projeto: Conta que eu conto
Defesa - Monografia Fabrícia Pereira Vieira Santos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
ENSINO DE LEITURA: MÉTODO INSTRUMENTAL
ANÁLISE TEXTUAL Aula 2 – Adequação vocabular, variação linguística, texto e hipertexto Profª. Fábio Simas.
Organizando o trabalho pedagógico
Diretoria de Ensino Região Caieiras (Item 1)
Uergs-Licenciatura em Pedagogia, Tecnologia da Educação
OBJETIVO GERAL Incentivar ao aluno a produção de hipertextos para publicação online e impressa através de um Jornal escolar envolvendo temas e conteúdos.
PROJETO LER É LEGAL PROJETO LER É LEGAL. Professora Responsável: Edivania Alves Gonçalves. Disciplina de Atuação: Língua Portuguesa Justificativa: Não.
ADELAIDE REZENDE DE SOUZA
PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Compreensão oral Expressão oral Competências da oralidade
PRODUÇÃO DE TEXTO PONTO DE PARTIDA ...
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
PROFª Leila de Souza Ganem
PROFª. Leila de Souza Ganem
Por que o jornal na escola?
PRÁTICA DE LEITURA PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Pesquisa e Prática Pedagógica I Professor formador: Denilton Silveira de Oliveira.
Como redigir um bom texto?
A produção de textos João Wanderley Geraldi Por: Caren Cristina Brichi
“Um país se faz de homens e livros”
Por que alfabetização tecnológica do professor?
Crítica à concepção de currículo cristalizado
Aula 25/04 Métodos Tradicionais de Alfabetização
Planejar e assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema
A pré história da linguagem escrita
ANÁLISE TEXTUAL ARTES VISUAIS 2016
Transcrição da apresentação:

O T EXTO NÃO É PRETEXTO. M ARISA L AJOLO O texto não é pretexto para nada. Ou melhor, não deve ser. - Texto – ponto de encontro entre dois sujeitos: o que escreve e o que lê ( escritor, leitor)

A PRESENÇA DO TEXTO NA ESCOLA : - Na escola o texto costuma virar pretexto, para ser intermediário de aprendizagem que não seja ele. - Texto nenhum nasce para ser objeto de estudo, dissecação, análise. - A presença do texto na escola é artificial.

R ELAÇÃO PROFESSOR / TEXTO - O professor em sala de aula assume perante o texto uma atitude de protetor, excluindo-se como leitor, pelo conhecimento antecipado das respostas às atividades. O único privilégio que o mestre tem em relação aos seus alunos, sobre o texto é que ele é um leitor mais maduro. - Maturidade do texto. - Bom leitor, bom professor/ mau leitor, mau professor.

- Depende do professor o sucesso do aluno/ leitor texto. - Sinceridade do professor em relação aos textos. - O direito ao aluno de não gostar, abandonar um texto. Liberdade negada no cotidiano escolar. - Todo conteúdo que chega ao aluno via livro didático parece inquestionável. Se o aluno pode ser avaliado negativamente. Se o professor corrobora com tais verdades absolutas está contribuindo para alienação do aluno.

- Crítica com os conteúdos dos livros didáticos que se destinam apena à lição de moral, civismo, patriotismo e bons exemplos. ( As belas mentiras) - Um bom leitor pode fazer um bom trabalho com texto ruim. Assim como um mau leitor pode prejudicar um bom texto.

- O trabalho com texto escolares, na maioria das vezes se orienta equivocadamente pela função de aumento do vocabulário. - Os textos escolares seguem à risca as normas gramaticais cultas, excluindo as variações lingüísticas.

- Q UE FAZER DIANTE DESSA REALIDADE ? Explorar com os alunos as questões de linguagem, História da língua, seus usos, relações entre falar e escrever ( hoje e antigamente). - Garantir que os alunos não incorporem que só é bom o texto que não é compreensível.

- Embora o professor tenha que seguir um programa pré-estabelecido e com seus conteúdos, é preciso que o professor perceba que qualquer ocorrência de linguagem só existe no texto. E o aprendizado das modalidades cultas da linguagem só é eficiente se habilita o aluno a produzir textos com ele, reconhecendo e percebendo em que situações devem ser usados. - Toda modalidade de linguagem pode ser contextualizada em sala de aula, na perspectiva que o aluno inclua os mecanismos da norma culta no seu falar e escrever, entendendo as situações de seu emprego.

- A tendência hoje de modernizar o livro trazendo textos de jornais, letras de músicas, não permite o amadurecimento do aluno com textos mais complexos. Se ao longo dos 8 anos ou 11 anos de escolaridade o aluno não se defrontar com outros textos que não são de seu cotidiano o aluno perde a noção de historicidade da língua.

- Texto bom é necessariamente complexo. Mas o que é um texto complexo? É a relação que ele permite instaurar entre ele (texto) e o leitor. Quando mais maduro for o leitor e melhor o texto, mais complexo será essa relação. - Se a escola pretende amadurecer o leitor, deve proporcionar ao aluno textos literários que é a leitura mais amadurecedora.

- Critica aos exercícios de compreensão ou intelecção. Atividades bastante difundida e popular, inclusive em provas e exames vestibulares. Mas a compreensão do texto não se esgota em si mesmo. Saber só isso é saber muito pouco ou quase nada do texto. - Ler não é decifrar como um jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É a partir de um texto atribuir significação, relacioná-lo a outros textos significativos.

- Diante de todo o exposto as atividades que caracterizam o bom leitor, começa a nascer ou morrer a partir dos 7 anos da alfabetização. - Os textos nos livros escolares não costumam ser pretexto apenas para exercícios de interpretação, aumento do vocabulário e fixação da norma culta. Ele se presta, muita vezes, ao papel de “motivador de redações”.

- Acredita-se que o aluno que lê um bom texto está automaticamente apto a produzir um bom texto. - O ato de redigir tem de ser mais privilegiado que o texto redigido. - O importante é que haja um sentido crítico que norteie permanentemente a atitude com que o professor, juntamente com a classe, se entrega ao jogo do texto.

- É a partir do texto que cada um, a cada momento, vive a grande aventura. Ou como diz Murilo Mendes:.... “Toda palavra é dinâmica nomeia o homen que nomeia o objeto”.