Apoio e Agradecimentos AS INTERAÇÕES DISCURSIVAS ENTRE PROFESSOR E ALUNO EM AULAS DE FÍSICA E A CONSTRUÇÃO DE ARGUMENTOS Arthur Tadeu Ferraz –

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Transcrição da apresentação:

Apoio e Agradecimentos AS INTERAÇÕES DISCURSIVAS ENTRE PROFESSOR E ALUNO EM AULAS DE FÍSICA E A CONSTRUÇÃO DE ARGUMENTOS Arthur Tadeu Ferraz – Lúcia Helena Sasseron – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – FEUSP Palavras-Chave: Argumentação, Interações Discursivas, Ações do Professor, Ensino de Física Em uma sala de aula a linguagem adotada pelo professor para comunicação com os alunos sempre está apoiada em alguma estratégia didática, variando entre atividades práticas, aulas expositivas ou discussões coletivas que visam expor uma teoria, um conceito, um modelo científico ou explorar algum fenômeno. Um desses métodos são as atividades práticas, ou experimentais, onde os estudantes são colocados frente a uma situação que ele deverá solucionar ou compreender os fenômenos e variáveis envolvidas. Dessa maneira, o professor pode interagir com seus alunos de diversas formas, pautado principalmente no objetivo de construir um ambiente propício para que haja envolvimento ativo dos estudantes. Uma vez que nos interessa analisar as interações discursivas ocorridas em sala de aula, servem-nos de referência ideias de Vigotsky (2000), para quem o conhecimento se constrói nas interações entre sujeitos e objetos de aprendizagem. Sucintamente, pretendemos verificar qual é o papel do professor, e quais são suas ações na construção do argumento realizada pelos estudantes e, da mesma forma, mostrar possibilidades que auxiliem no desenvolvimento de diferentes sequências didáticas que promovam o desenvolvimento científico dos alunos de maneira substancial. Desenvolvemos e caracterizamos três elementos de análise baseado em nossos referenciais teóricos, que estão intimamente ligados entre si, quando se pensa no desenvolvimento do conhecimento e da argumentação dos alunos na sala de aula. (S) Sujeito – Trata-se dos alunos, não de maneira individual e específica, mas da turma como um todo, de maneira coletiva. (I) Instrumento – São as ferramentas utilizadas pelo professor e pelos alunos ao longo da aula que subsidiam a evolução dos argumentos dos alunos. Podem ser desde o conhecimento prévio dos alunos até o conteúdo recém abordado pelo professor em aula. (O) Objeto – É o conteúdo formal, que pode ser apresentado na forma de um problema, sobre o qual se quer que os alunos construam seu conhecimento. Esses elementos se mantêm como uma espiral, de maneira que a partir do momento que o aluno internaliza um objeto, esse, por sua vez, se torna um instrumento, para então, possivelmente se desenvolver um próximo objeto. Devido à relação entre o instrumento e o objeto não há nenhum elemento que designe enceramento ou conclusão. Analisamos aulas registradas em forma de vídeo. O material utilizado é parte de uma sequência didática aplicada ao 3° ano do Ensino Médio em uma escola da rede pública de ensino da cidade de São Paulo. Desta sequência foram analisadas as aulas 11 e 12, ministradas conjuntamente, e que tinham como principal objetivo interpretar e definir as propriedades e características da luz de acordo com os resultados obtidos por um experimento. O experimento utilizado foi o interferômetro de Mach-Zehnder, e de acordo com os resultados obtidos seriam realizadas as discussões com os alunos nas aulas subsequentes. Ressaltamos que as aulas citadas foram analisadas ante- riormente em um estudo com outro enfoque (BARRELO, 2010). INTRODUÇÃO E OBJETIVOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PROCEDIMENTOS DE PESQUISA A partir da análise da seqüência didática, verificamos os objetivos das aulas analisadas. Em um segundo momento, buscamos nas transcrições das aulas falas que evidenciassem esse objetivos previamente definidos. Assim, pudemos evidenciar que a construção do argumento dos alunos ocorria de maneira coletiva e sempre apoiada nas falas e ações do professor. A aula centrou em uma abordagem qualitativa sobre as características da luz, fazendo com que o professor, após retomar todo o conteúdo necessário para a continuação da aula, apropriasse- se dos conhecimentos prévios e recém adquirido dos alunos para introduzir novos conceitos e novas terminologias científicas. Tivemos nas aulas diversos momentos que foram caracterizados pelos nosso elementos de análise que nos permitiu construir a seguinte representação (fig.1). REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO Figura 1 - Representação esquemática da evolução dos objetivos das aulas analisadas. O argumento dos alunos foi construído em sala de aula de maneira coletiva através das ações do professor que utilizava de um instrumento para estruturar um determinado objeto. Quando colocado dessa forma, fica claro que o processo de argumentação e aprendizagem dos alunos ocorre de maneira espiral. Utilizando esses elementos de análise, ficou-nos claro que a pretensão do professor era de que o aluno construísse seu argumento sobre o conteúdo abordado, e para isso ele forneceu recursos que permitem os alunos solidificarem as bases conceituais estudadas anteriormente a fim de sustentar as novas discussões. Esse resgate aos conceitos já estudados pelos alunos serve também para dar validade ao Instrumento que será utilizado ao longo da aula. É notável que a principal ferramenta em favor do professor é o conhecimento prévio dos alunos que, quando trabalhado de maneira adequada, ajuda o aluno a criar relações entre o que ele está estudando com o que ele já aprendeu em outros momentos da sua vida escolar. Portanto, conclui-se que o papel do professor é muito mais que o de um transmissor de conhecimento, mas sim o de um orientador que dá ferramentas para que o aluno aprenda e construa argumentos acerca do que está estudando. BARRELO JUNIOR, N. Argumentação no discurso oral e escrito de alunos do ensino médio em uma sequência didática de física moderna. Dissertação de mestrado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo, SASSERON, L.H., CARVALHO, A.M.P. Construindo argumentação na sala de aula: A presença do ciclo argumentativo, os indicadores de Alfabetização Científica e o padrão Toulmin, Ciência & Educação, (no prelo) VIGOTSKI, L.S., Pensamento e Linguagem. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, CONCLUSÕES RESULTADOS E DISCUSSÃO