ARGUMENTAÇÃO. Não há o que discutir e argumentar, onde reina o consenso. É exatamente o dissenso seu campo de atuação. Lineide Mosca, 2006.

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Transcrição da apresentação:

ARGUMENTAÇÃO

Não há o que discutir e argumentar, onde reina o consenso. É exatamente o dissenso seu campo de atuação. Lineide Mosca, 2006

Propósitos da argumentação produzir uma mudança de mentalidade / comportamento, provocando, dessa forma, a adesão do interlocutor em favor de uma determinada tese (quando o interlocutor não crê ou crê parcialmente na tese defendida pelo locutor) produzir uma mudança de mentalidade / comportamento, provocando, dessa forma, a adesão do interlocutor em favor de uma determinada tese (quando o interlocutor não crê ou crê parcialmente na tese defendida pelo locutor) reforçar determinado ponto de vista (quando o interlocutor já crê ou crê quase completamente na tese que o locutor defende) reforçar determinado ponto de vista (quando o interlocutor já crê ou crê quase completamente na tese que o locutor defende) levar a conhecer, compreender as razões pelas quais o locutor defende determinada tese, não objetivando necessariamente a adesão do interlocutor levar a conhecer, compreender as razões pelas quais o locutor defende determinada tese, não objetivando necessariamente a adesão do interlocutor refutar (mediante contra-argumentação um ponto de vista do qual o locutor discorda (quando o locutor não quer crer em determinada tese) refutar (mediante contra-argumentação um ponto de vista do qual o locutor discorda (quando o locutor não quer crer em determinada tese)

Argumentação operação que se apóia num enunciado aceito, o argumento, para conduzir a um enunciado menos aceitável, a conclusão operação que se apóia num enunciado aceito, o argumento, para conduzir a um enunciado menos aceitável, a conclusão sustentação de certo ponto de vista com as razões sustentação de certo ponto de vista com as razões confrontação, de modo polêmico ou cooperativo, de um discurso e de um contradiscurso orientados para uma mesma questão, o que põe, em última análise, o problema de que os argumentadores entendem o discurso do outro (discurso polifônico) confrontação, de modo polêmico ou cooperativo, de um discurso e de um contradiscurso orientados para uma mesma questão, o que põe, em última análise, o problema de que os argumentadores entendem o discurso do outro (discurso polifônico) domínio da opinião: do provável, do verossímil (da doxa); nunca o do verdadeiro domínio da opinião: do provável, do verossímil (da doxa); nunca o do verdadeiro processo dialógico que coloca em jogo os julgamentos de valor; não é desprovido de ambigüidades processo dialógico que coloca em jogo os julgamentos de valor; não é desprovido de ambigüidades público-alvo: auditórios particulares, mas visa freqüentemente ao auditório universal (ideal argumentativo) público-alvo: auditórios particulares, mas visa freqüentemente ao auditório universal (ideal argumentativo)

TESE proposição admitida como verdadeira proposição admitida como verdadeira idéia que defendemos, posição que assumimos, necessariamente polêmica pois a argumentação implica divergência de opinião idéia que defendemos, posição que assumimos, necessariamente polêmica pois a argumentação implica divergência de opinião

ARGUMENTO prova que fornece sustentação à tese (do ponto de vista etimológico, a palavra argumento é emblemática: vem do latim argumentum, cujo tema argu apresenta como sentido primeiro "fazer brilhar", "iluminar“; é a mesma raiz de "argênteo", "argúcia", "arguto") prova que fornece sustentação à tese (do ponto de vista etimológico, a palavra argumento é emblemática: vem do latim argumentum, cujo tema argu apresenta como sentido primeiro "fazer brilhar", "iluminar“; é a mesma raiz de "argênteo", "argúcia", "arguto") forma de investigação, forma pela qual se explica e se defende uma tese forma de investigação, forma pela qual se explica e se defende uma tese

Orientação argumentativa condição necessária à atividade argumentativa condição necessária à atividade argumentativa produto de um ato específico: o de orientar argumentativamente um enunciado produto de um ato específico: o de orientar argumentativamente um enunciado ato que impõe ao interlocutor um procedimento interpretativo preciso que deverá satisfazer as instruções argumentativas (um operador argumentativo indica a orientação dos enunciados que ele modifica ou articula) ato que impõe ao interlocutor um procedimento interpretativo preciso que deverá satisfazer as instruções argumentativas (um operador argumentativo indica a orientação dos enunciados que ele modifica ou articula)

SEQÜÊNCIA ARGUMENTATIVA (ADAM, 1992)

Seqüência mínima explicitação da proposição (tese): afirmativa suficientemente definida e limitada sem conter em si mesma nenhum argumento explicitação da proposição (tese): afirmativa suficientemente definida e limitada sem conter em si mesma nenhum argumento análise da proposição ou tese: definição do sentido da proposição ou de alguns de seus termos a fim de evitar mal-entendidos análise da proposição ou tese: definição do sentido da proposição ou de alguns de seus termos a fim de evitar mal-entendidos formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados estatísticos, testemunhos, etc. formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados estatísticos, testemunhos, etc. conclusão conclusão

SEQÜÊNCIA MÍNIMA DADOS ARGUMENTOS  CONCLUSÃO construção de argumentos GARANTIA SUPORTE / SUSTENTAÇÃO

Seqüência complexa explicitação da tese adversária explicitação da tese adversária apresentação de argumento(s) que sustenta(m) a tese adversária apresentação de argumento(s) que sustenta(m) a tese adversária refutação parcial ou total do(s) argumento(s) que sustenta(m) a tese adversária refutação parcial ou total do(s) argumento(s) que sustenta(m) a tese adversária explicitação da tese a ser defendida explicitação da tese a ser defendida apresentação de argumento(s) que sustenta(m) a tese defendida apresentação de argumento(s) que sustenta(m) a tese defendida conclusão conclusão

SEQÜÊNCIA COMPLEXA TESE + DADOS Construção então CONCLUSÃO TESE + DADOS Construção então CONCLUSÃO anterior (premissas ) de inferências provavelmente (nova tese) P.arg.0 P.arg.1 P.arg.2 a menos que P.arg.3 RESTRIÇÃO RESTRIÇÃO